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História The Prophecy ( A profecia ) - Uma segunda chance


Escrita por: ellebrocca

Capítulo 66 - Uma segunda chance


Fanfic / Fanfiction The Prophecy ( A profecia ) - Uma segunda chance

Eu não entendo. Meu corpo está dolorido, gelado e com uma certa dificuldade para respirar. Estou morto, então porque ainda respiro? O que está acontecendo comigo? Meus ouvidos escutam algo que parece ser chuva, e tenha a sensação de que estou deitado no chão em um fino colchão. Não sinto meu braço esquerdo, muito menos o resto do meu corpo. Só consigo mexer minha cabeça e piscar os olhos.

Decido abri-los para poder enxergar o local onde eu estava: Uma casa velha e fria. Não estou sozinho, sinto um chakra próximo. Se for algum inimigo estou ferrado, mais do que já aparento. Ao tentar me mexer meu braço esquerdo se desloca me causando uma dor ardente, e deixo um gemido escapar da minha boca. O shinobi percebe minha movimentação e se aproxima de mim. Não consigo ver seu rosto direito, o local é escuro e há somente algumas velas acesas para iluminar a sala.

- Jiraiya-sama? - Era a voz de um jovem. Eu já ouvi essa voz antes. - Graças a Kami! Você acordou.

Ele parecia aliviado que eu tenha sobrevivido, mas não consigo entender o porque dele ter me ajudado.

- Quem... É você?

O jovem pega uma das velas para iluminar seu rosto, e é então que percebo quem ele é. Os olhos azuis de Minato, os mesmos olhos que vi enquanto afundava naquele mar indo de encontro com a morte.

- Menma? É você mesmo? - Lágrimas se formam no canto dos meus olhos.

- Sim. - Menma afirma com um sorriso fraco.

- Mas como? O que você está fazendo aqui? Onde estamos...? Ah! - Eu faço um movimento brusco acidentalmente e sinto dores musculares por toda parte do meu corpo.

- Tente não se movimentar muito, você sofreu graves ferimentos. Tem sorte de ainda estar vivo. - Menma molha um pedaço de pano em um pequeno balde com água e limpa o suor no meu rosto.

- Como soube onde eu estava?

- Eu estava com o Pain e a Konan quando você se infiltrou na vila, eles tem uma grande habilidade sensorial e conseguem sentir a presença de algum estrangeiro entrando em Amegakure sem autorização. Assim que eu soube que você veio sozinho me rebelei contra a Akatsuki e vim ao seu resgate.

- Se rebelar? Você fugiu deles?

- Faz tempo que estou com esse plano em mente, e eu não poderia deixar você morrer.

- Você mal me conhece, então por que correu esse risco de me salvar? - Eu vi o brilho de bondade em seus olhos, era como se eu estivesse vendo uma versão de Minato mais jovem.

- Naruto é uma das poucas pessoas que me fizeram enxergar uma luz no fim do túnel. Ele me mostrou as coisas belas do mundo, e o mais importante, ele me considerou um amigo. - Conta Menma encarando o fogo de uma das velas. - Eu sei o quanto você é importante para o seu filho, e seria injusto que ele perdesse o único pai que tem. Eu não queria que o Naruto fosse como eu, um órfão, completamente sozinho.

- Você nunca esteve sozinho, Menma. Você foi tirado de mim.

Menma me encara, ele estava confuso, mas ao mesmo tempo aliviado. Creio que ele já saiba de algumas coisas de seu passado, e talvez queira tirar algumas dúvidas.

- Eu sinto uma conexão entre a gente, desde o dia em que nos conhecemos a três anos atrás. - Murmura Menma. - Você tem alguma coisa familiar com a minha família?

- Sim. Eu fui mestre do seu pai, e sou seu padrinho.

Menma arregalou seus olhos quando me ouviu dizer isso. Acho que ele estava esperando ouvir qualquer coisa menos descobrir que tinha um padrinho vivo.

- Como tudo isso aconteceu?

- Eu conheci o Minato desde que ele era uma criança, e logo de cara percebi que seu pai seria um ninja extraordinário. Ele era tão ágil e corajoso que alguns anos depois virou o Yondaime Hokage de Konoha...

- Yondaime? Aquela estátua em Konoha do quarto Hokage é o meu pai? - Menma ficou emocionado em descobrir essa história.

- Sim, e ele foi o melhor Hokage da sua geração enquanto esteve vivo. Ele e sua mãe, Kushina, foram as pessoas mais gentis que conheci na vida. Eles eram como filhos pra mim, e quando você nasceu me senti a pessoa mais honrada do mundo em participar da sua família, então Minato me convidou para ser seu padrinho.

- O que aconteceu comigo quando eu era bebê? Você mencionou que eu fui tirado de você.

- Seus pais morreram em uma noite em que a Kyuubi não tinha um jinchuuriki, e ela destruiu uma grande parte de Konoha. Na mesma noite havia um homem usando uma máscara, e tenho certeza que ele foi o verdadeiro culpado da fuga da Kyuubi e da morte de seus pais e por ter te sequestrado..

- Tobi! Está me dizendo que o Tobi estava envolvido na morte dos meus pais?! - Menma se levanta e fica com uma expressão furiosa.

- Quem é Tobi?

- Ele é um dos membros da Akatsuki, e também foi ele que ajudou na fundação ao lado do Nagato e da Konan. Tobi praticamente “cuidou” de mim, e sempre evitou falar sobre o meu passado.

- Se ele te sequestrou sabendo quem eram os seus pais significa que ele deve ter alguma ligação com o Minato. - Teorizo juntando as peças do quebra-cabeça.

- Isso não vai adiantar em nada agora. Me revoltei contra a Akatsuki, e agora teremos que esperar até que você se recupere.

- Por quanto tempo eu fiquei em coma?

- Dois dias.

- Nani?! - Fiz outro movimento brusco e exclamei de dor voltando a me acalmar no colchão. - Dois dias? Isso é muito tempo, preciso voltar pra Konoha agora...

- Não vai ser possível. - Lamenta Menma. - Seu braço esquerdo está quase caindo, mesmo que essa faixa continue o segurando. Você perdeu muito sangue, e vai demorar mais algumas horas até que seu corpo se reanime de novo.

- Konoha corre perigo, não tem algum jeito de enviarmos uma mensagem?

- Estamos dentro do território de Amegakure, qualquer coisa que fizermos Pain saberá nossa localização e não terá piedade de nos enterrar vivos. Acredite, eu já pensei em diversas maneiras de sair desse lugar ou pedir ajuda para alguma vila vizinha.

Menma é tão inteligente quanto Minato e Kushina. Havia uma caixa com medicamentos, e ele deve ter passado trabalho para enfaixar meu braço, sem contar em alguns pontos que consigo ver na parte de cima do meu ombro. Sei que ele deve ter feito o possível para nos salvar, não há como julga-lo.

- Tem um jeito de sair de Amegakure sem que Nagato saiba. - Digo me sentando no colchão com cuidado para não prejudicar minhas feridas. - Quando eu recuperar meu chakra posso fazer um jutsu de invocação reverso que nos levará para Myoboku, lá estaremos a salvo.

- Myoboku? Que lugar é esse?

- É o vale dos sapos, um lugar onde eu aprendi todas as técnicas que eu sei hoje. Posso considerar como a minha segunda casa depois de Konoha, tenho certeza que você vai gostar, também foi o local de treinamento do seu pai.

Os olhos de Menma brilham, e um sorriso se abre em seu rosto.

- Pelo visto meu pai tem um histórico enorme como shinobi.

- Quando eu te levar para casa, eu vou te mostrar tudo o que seu pai fez por nós. E vou garantir que você fique seguro, porque eu não vou te perder de novo.

Menma caminho até mim e faz algo que me pega totalmente de surpresa, ele me abraça permitindo-se de chorar. Sinto que suas mãos não pressionam muito o meu corpo para não me machucar, e me emociono ao vê-lo se abrir pra mim. Depois de dezesseis anos sozinho, sem saber sua verdadeira identidade, ser manipulado por mercenários, deve ser a primeira vez que ele sente que encontrou um refúgio seguro. Que encontrou alguém confiável para salvá-lo. Mas ele também me salvou. Devo minha vida a ele, e prometo para Minato e Kushina que estão nos observando do outro lado, de que nunca mais irei perder Menma de vista.

***

Dois dias repletos de cinzas passaram-se com uma profunda solidão. Era como se o tempo para Tsunade e Naruto tivesse parado, e não funcionasse mais. A Godaime chegava sempre com uma tremenda ressaca em seu escritório por causa da quantidade de garrafas alcoólicas que ingeria todas as noites, e nem mesmo Shizune conseguia conter esse vicio infeliz da loira. Naruto por outro lado não se animava para nada, e estava com olheiras em seus olhos pela falta de sono. Seus amigos estavam ficando preocupados com ele, incluindo Hinata que era sua namorada. A Hyūga o recebeu em sua casa no dia seguinte da morte de Jiraiya, e foi difícil para ele ter que presenciar Naruto se afogando nas suas próprias lágrimas. Até mesmo Neji e Hiashi sentiram a mágoa do jinchuuriki.

Shikamaru pensava em algo para animar seu amigo, mas nunca tinha tempo para ir procurá-lo por estar trabalhando no departamento de investigação para decifrar o código enviado por Jiraiya. A mensagem nas costas de Fukasaku foram feitas com os seguintes números: 9, 31, 8, 106, 7, 207 e 15. Nem mesmo o próprio Shikamaru conseguiu entender os códigos.

De início pensou que eram coordenadas, mas depois descartou a ideia quando o número o levou para a linha do equador, algo que não tinha nada haver com a Akatsuki. Ele tentou pedir ajuda para Kakashi, já que o jounin era um amigo próximo do sannin, mas ele reconheceu somente o número 106. E a resposta para aquele número não fora nada agradável, ainda por cima sendo algo relacionado ao busto da própria Hokage.

Por fim, uma ideia surgiu em sua mente, talvez Naruto pudesse decifrar a mensagem. Ele era o único que consegue compreender a lógica de seu pai, então as chances dele conseguir traduzir o código eram grandes. Shikamaru vai até a casa do Uzumaki, bate na porta algumas vezes, e depois de esperar por longos minutos Naruto abre a porta.

Shikamaru se espanta com a aparência desgastada do loiro.

- Cara, você está péssimo. - Shikamaru deixa escapar.

- Eu sei. O que veio fazer aqui?

- Preciso de uma ajuda sua para decifrar o código que seu pai escreveu. Sei que você ainda está em luto, mas é algo importante já que se trata da Akatsuki.

- Tá, tanto faz.

Naruto acompanha seu amigo até o departamento de investigação, e ambos ficam sozinhos em uma grande mesa redonda para ter mais privacidade. O Uzumaki analisa a foto tirada das costas de Fukasaku com os números, e até mesmo ele ficou confuso nos primeiros minutos. Mas algo piscou na sua mente, as vírgulas e os formatos dos números desenhados eram diferentes de números normais. É como se fossem...

- Páginas.

- Nani? - Shikamaru não entende a lógica de seu colega.

- São números de páginas, provavelmente dos livros dele.

- Como tem tanta certeza?

- Quando viajamos por três anos ele ficou escrevendo vários rascunhos para a segunda edição de Icha Icha, e eu fui obrigado a ler para dar uma opinião. Tive que ler tantas vezes que decorei a caligrafia numérica que meu pai costumava escrever. E esses números são iguais aos rascunhos.

- É isso! - Shikamaru pula da cadeira. - Seu pai provavelmente sabia que você lembraria dos rascunhos então por isso ele enviou um código com páginas dos livros dele! A mensagem está nas páginas!

- Então precisamos dos livros Icha Icha. - Naruto pensa igual a Shikamaru. - Eu tenho exemplares lá em casa, vou buscar e já trago para decifrar o resto da mensagem!

Naruto sentiu seu corpo ganhando energia de novo depois de dois dias sem comer quase nada, e correu sem nenhum tipo de pausa para recuperar o fôlego até chegar na sua casa e buscar os livros originais que estavam guardados em uma caixa debaixo da cama de seu pai. Assim que encontra as duas edições de Icha Icha ele retorna para o departamento e Shikamaru estuda mais um pouco em um livro de códigos secretos que pegou da biblioteca de Konoha.

- O que descobriu? - Pergunta Naruto observando Shikamaru estudando as táticas dos códigos.

- Pelo o que eu pesquisei geralmente quando alguém tenta passar uma mensagem através de livros é mais fácil pegar os primeiros parágrafos das páginas marcadas. - Analisa Shikamaru.

- E depois?

- A gente embaralha as palavras do parágrafo até que forme uma frase com algum sentido.

Naruto abre os livros de Icha Icha nas páginas citadas por Jiraiya, e então o grande desafio começa, formar a mensagem. Shikamaru anota os parágrafos de cada página em um pergaminho enquanto Naruto fica envergonhado em ter de ler algumas cenas embaraçosas de romance em certas páginas para Shikamaru anota-las. Até mesmo o Nara ficou vermelho em ouvir as cenas picantes.

Depois de anotar todos os parágrafos ambos trabalham juntos para encontrar alguma frase ou texto que faça sentido com a Akatsuki. Foram longas horas de procura até que Shikamaru finalmente encontrou uma lógica, e trocando algumas letras por outras uma frase fora exposta na mesa na frente de ambos: O verdadeiro não está entre eles. Destrua os cilindros.



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