História The Prophecy ( A profecia ) - Novo título

O dia havia se iniciando com cinzas, caos e desespero. Agora, todos eram abençoados pela determinação de um jovem shinobi que trouxe luz onde pareceu que as trevas iria conquistar suas vitórias, e o dia tornou-se colorido outra vez. Naruto estava reunido com seus amigos da academia no antigo parque da Konoha, e alguns jounins e AMBUs passavam por eles carregando tijolos e madeiras para a construção das novas residências para os civis desabrigados. Naruto contava tudo o que havia acontecido em sua luta contra Pain e a conversa que teve com Nagato, e ninguém havia dito uma palavra sobre o assunto, apenas escutaram em silêncio até que o Uzumaki terminasse sua história.

- E a Konan? O que ela vai fazer agora que a maior parte da Akatsuki foi derrotada? - Pergunta Shikamaru.

- Ela vai ficar em Amegakure por enquanto, agora que Nagato está morto alguém precisa cuidar dos civis daquela vila. - Responde Naruto.

- Agora que a Akatsuki deixará de existir, será um problema a menos para nós. - Comenta Ino.

- Mas acho que isso não irá encerrar com os conflitos. - Diz Neji. - Há rumores das outras vilas dizendo que uma possível guerra está a caminho.

- Uma Quarta Guerra? - Pergunta Sakura.

- Ouvi alguns boatos também, alguns deles ouvi os Jounins comentando. - Afirma Shikamaru. - Parece que os Kages vão se unir dentro de alguns dias para uma reunião. E quando isso acontece é porque coisa boa não é.

- Todos os Kages vão estar presente? - Questiona Hinata que estava sentada ao lado de Naruto com seus braços entrelaçados no braço direito do loiro.

- É para ser, mas com a Tsunade-sama em coma...

- Tsunade! - Naruto se levanta bruscamente do chão ao ouvir o nome da Godaime. - Merda!

O loiro sai correndo sem ao menos dizer ao seus amigos onde iria. Esqueceu-se completamente de Tsunade, e o que poderia ter acontecido com ela. Esteve tão ocupado lutando contra os Caminhos de Pain que nunca mais passou-se pela sua mente a saúde da Godaime. Naruto seguiu para o hospital, onde a maioria das famílias estavam acampando, e procurou por todos os lados o quarto de Tsunade.

- Naruto, onde vai com tanta pressa? - Pergunta Kakashi que por coincidência encontrou-se com o Uzumaki no meio de um corredor.

- Kakashi-sensei! Que bom que está bem. - Alivia-se. - Estou procurando a Tsunade!

- Entendo a sua pressa em querer encontrá-la mas se continuar correndo desse jeito vai atropelar alguém. - Aconselha Kakashi.

Naruto, que estava com seus pulmões ardendo pela falta de ar, olha a sua volta às tantas crianças e adultos sentados no chão com alguns ferimentos.

- Tem razão, eu vou me acalmar. Onde ela está? - Volta a perguntar.

- Virando o corredor, terceira porta à direi...

Naruto correu até o final do corredor esquecendo o conselho de Kakashi de não correr para evitar algum acidente. Seu desespero falava mais alto do que seu próprio senso. Assim que encontra o quarto de Tsunade que ficava na terceira porta do corredor Naruto preparou-se para entrar quando a porta fora aberta por Jiraiya.

- Filho? O que faz aqui?

- Eu preciso falar com ela! - Naruto tenta passar pela porta, mas Jiraiya o impede de entrar.

- Calma, rapaz. Agora não é um momento adequado.

- Pai, por favor, me deixa entrar! - Naruto tenta espiar através da pequena abertura e consegue apenas ver Shizune trocando alguns panos sujos de sangue por limpos e vê uma silhueta de um corpo em cima da cama. Provavelmente o corpo de Tsunade, mas seu rosto não estava visível, apenas suas mãos sobre o lençol.

Quando Naruto conseguiu ver a pele da Godaime percebeu que ela estava seca e enrugada, como se ela tivesse se tornado uma idosa de oitenta anos.

- Que diabos aconteceu com ela?! - Pergunta Naruto tentando fazer de tudo para ver o rosto de Tsunade.

- Vamos conversar lá fora.

Jiraiya fecha a porta e acompanha Naruto até uma parte isolada do hospital. Ele não queria que seu filho descobrisse que a Hokage envelhece drasticamente quando abusa do byakugou. Tsunade sempre fora uma mulher vaidosa, e não havia dúvidas de que ela ficaria furiosa caso outra pessoa descobrisse seu segredo. Ambos se sentam em um banco de espera para visitantes e o loiro ficou aguardando seu pai pronunciar algo a respeito do estado físico da Hokage.

- Durante o ataque do Pain, a Tsunade gastou todo o poder do byakugou para salvar os civis. E por causa disso ela está muito fraca e não pode falar com você agora. - Explica Jiraiya.

Mesmo que o Sannin demonstra-se uma expressão serena, suas mãos tremiam por algo que lhe incomodava.

- E quando ela vai acordar? Amanhã? - A ingenuidade de Naruto não o permitia de enxergar o estado grave da situação.

- É complicado. - Murmura Jiraiya encarando o chão. Seus olhos ardem por conta das lágrimas que se formavam aos poucos, e logo ele não poderia evitá-las de molhar seu rosto.

- Pai? - Naruto toca o ombro de Jiraiya assim que vê algumas gotas de água descendo por sua bochecha e pingando pelo chão. - Tem alguma coisa que queira me contar?

- Eu estou com medo. - Desabafa permitindo-se chorar. - Não sabemos quando ela vai acordar. Isso não é como das outras vezes, vai depender dela. Somente ela. Mas ela está fraca, quase sem chakra, e eu não posso fazer nada...!

Naruto puxa seu pai para que pudesse reconforta-lo em um abraço apertado. A última vez que vira Jiraiya chorando daquele jeito fora na sua infância, naquelas noites tenebrosas de quando o Sannin se embriagava por ter sido abandonado pela mulher que ama. No fundo ele entendia o desespero de seu pai, pois compartilhava da mesma dor. Ter que conviver sabendo que Tsunade está entre a vida e a morte, e que cabe a ela escolher qual destino buscar.

- Nós dois sabemos como aquela mulher é casca grossa. Ela vai dar um jeito de sair dessa, eu lhe garanto. - Diz Naruto tentando pensar pelo lado positivo.

- Não vou ter forças para lidar com isso. - Sussurra Jiraiya.

- Você não está sozinho. Eu e o Menma vamos ficar do seu lado e ajudar com qualquer coisa. É só dizer e a gente faz!

- Estão fofocando o que de mim? - Menma surge no corredor após ouvir seu nome na conversa.

- Que bom que você veio! - Naruto se junta ao lado de Menma e agarra o pescoço do moreno. - Eu estava dizendo para o meu pai que vamos ser guarda-costas da velhota... Digo, da minha mãe. Ainda preciso me acostumar com isso. - Naruto sorriu com uma certa timidez ao dizer a palavra “mãe” pela segunda vez.

Jiraiya por um momento esqueceu de seu sofrimento e sorriu alegremente para seu filho.

- Você chamou a Tsunade de que? - Pergunta o Sannin querendo ouvir a palavra outra vez.

- Ah, você sabe muito bem o que eu disse! Não vou dar esse privilégio pra você zombar da minha cara. - Retruca sentindo-se intimidado.

- Você realmente puxou o orgulho da sua mãe. - Abusa Jiraiya querendo provocar o filho.

Naruto bufa e revira os olhos.

- Vem, Menma. Vamos sair daqui antes que eu deixe o meu pai em coma também.

Naruto e Menma seguem pelo corredor até chegar na saída do hospital, e apenas Jiraiya fica isolado no banco refletindo sobre tudo o que aconteceu naquele trágico dia. Ele não conseguiu ir muito longe com seus pensamentos, pois Kakashi o encontrou em seguida.

- Como está, Jiraiya-sama?

- Ainda digerindo todos esses acontecimentos. - Suspira o albino. - E o seu coração?

- Batendo novamente. - Ironiza Kakashi. - Eu estava te procurando para lhe dar uma notícia, o Senhor Feudal está aqui e marcou uma reunião com a elite e os conselheiros.

- Agora? Mas ainda é muito cedo para tomar qualquer decisão, os civis ainda não superaram o ataque!

- O Senhor Feudal insistiu que Konoha precisa de acolhimento do Hokage, mas depois que ele descobriu o estado crítico da Tsunade-sama os planos mudaram. O Daimyō quer escolher um novo Hokage, e o senhor não vai acreditar quem é o indicado...

- Danzo! - Jiraiya sente suas veias pulsarem em ódio. - Aquele maníaco não pode ser Hokage, os conselheiros não podem permitir uma coisa dessas!

- Tenho péssimas notícias. Os conselheiros foram atingidos durante o ataque. Estão mortos.

Jiraiya arregala os olhos e fica na dúvida se deveria pular de alegria ou chorar pela notícia.

- Se os conselheiros estão mortos, significa que Danzo terá mais chances de pegar o cargo da Tsunade! - Exclama Jiraiya.

- Por isso eu vim avisar o senhor. - Diz Kakashi. - Você precisa ocupar o cargo, todos nós sabemos a bagunça que vai ser com Danzo sendo o Hokage.

- Nem a pau que eu vou deixar isso acontecer!

Jiraiya corre por alguns corredores até encontrar a saído dos fundos do hospital e procura pelo abrigo que deve ter sido montado às pressas para a reunião acontecer. Havia uma grande tenda recém equipada próximo a floresta da vila, então o Sannin dirigiu-se até ela sem pensar duas vezes.

***

Yamato estava sentado na enorme mesa retangular no centro da tenda, logo à frente de Danzo e seus subordinados. Como Yamato fazia parte da elite, e substituto de Kakashi, ele era obrigado a participar da reunião para dar seus votos. O Senhor Feudal estava sentado na ponta da mesa, seu olhar demonstrava tristeza pelo desastre que ocorreu em Konoha, mas sua razão o incentivava a seguir em frente e pensar no bem maior para a vila.

- Senhores, como estão lidando com a situação atual? - Questiona o Senhor Feudal.

- Minha equipe e eu estamos organizando barracas para abrigar os civis até que as novas residências sejam construídas. - Responde Yamato. - Com a ajuda do meu Mokuton o processo pode ser mais rápido e em breve teremos grandes abrigos para todos.

- É uma ótima notícia. - O Senhor Feudal se anima. - E quanto a Hokage?

- Ainda está em coma, senhor. - Lamenta Yamato. - Mas nossa equipe médica é bastante profissional, então não a dúvidas de que logo à Godaime irá se recuperar...

- Não temos a certeza se a Tsunade irá sobreviver. - Danzo interrompe Yamato sem a menor sensibilidade. - Ela está em um estado grave, e sabemos que não existe possibilidades dela acordar em breve. Konoha precisa de um novo líder urgente, principalmente agora que a Akatsuki destruiu nossa vila nos deixando em desvantagem para novos ataques!

- Eu concordo com o Danzo, nesse quesito. - Apoia o Daimyō. - Konohagakure é a capital principal do país do fogo, um exemplo para as pequenas vilas. Não podemos permitir que nossos inimigos saibam que estamos sem um Hokage para nos proteger, seria um caos, e já basta o estrago que a Akatsuki fez a poucas horas. Sim, precisamos escolher o Rokudaime Hokage.

- É mesmo necessário? - Pergunta Yamato. - Não podemos escolher um prazo caso a Tsunade-sama se recupere?

- Para aumentar as chances de ter mais inocentes morrerem? Impossível. - Danzo vai contra a ideia de Yamato.

O Jounin sabia que Danzo não se importava com o futuro dos civis, e ele faria de tudo para conseguir o cargo mimando o Senhor Feudal com palavras falsas.

- Quais os indicados para o cargo? - Pergunta o Daimyō.

- Infelizmente, não há nenhum indicado. Porém, como membro do conselho, eu abro mão de todos os meus bens para ocupar o cargo. - Danzo se voluntária.

- Creio que faz sentido, afinal você foi conselheiro do falecido Hiruzen durante muitos anos. Não consigo imaginar alguém com tanta experiência que não seja você. - O Senhor Feudal leva a ideia em consideração.

Yamato começou a ficar nervoso.

- Senhor, por favor...

O Senhor Feudal levanta a mão para que Yamato não o interrompe-se, e mesmo sendo contra sua vontade, o Jounin engole seco e cala-se.

- Muito bem. Como sendo o líder do país do fogo e ter total liberdade de votação, eu nomeio Danzo como o Rokudaime Hoka...

- Isso não será necessário! - Jiraiya entra na tenda interrompendo o Senhor Feudal.

Danzo faz uma cara feia ao ver o Sannin a sua frente e Yamato solta a respiração que antes estava prendendo por causa da tensão, aliviando-se totalmente.

- Jiraiya, há quanto tempo, meu jovem. Você se tornou um grande homem! - Diz o Senhor Feudal empolgado ao rever um dos lendários Sannins. - Parece que os anos só lhe fizeram bem.

- Agredeço seus elogios, senhor. - Jiraiya faz uma reverência demonstrando seu respeito pelo Daimyō. - E sinto muito por me intrometer, mas era preciso.

- O que trouxe você até aqui? - Interroga o Senhor Feudal.

- Senhor, a escolha para o Rokudaime é desnecessária. Lhe garanto que podemos continuar com o Godaime, e prevalecer com esse título por longos anos até a escolha de alguém jovem e adequado para tornar-se o Rukudaime.

- Eu entendo sua ideologia, Jiraiya, mas Tsunade-hime não está capacitada para continuar nesse cargo.

- Sim, eu compreendo. Por isso acho que o melhor a se fazer é escolher alguém para ocupar um cargo temporário de Godaime, um substituto, até que a Tsunade acorde.

- Isso se ela acordar. - Resmunga Danzo alto o suficiente para Jiraiya ouvir.

- Ela vai acordar! - Diz Jiraiya desafiando Danzo com uma troca de olhares ferozes. Em seguida ele desvia seu olhar para o Senhor Feudal novamente. - Senhor, dê essa chance a ela. Se não fosse pela Tsunade a maior parte do povo estaria enterrado debaixo do solo nesse exato momento, devemos reconhecer o sacrifício dela! Ela está lutando para sobreviver, e eu sei que a Tsunade vai conseguir.

O Senhor Feudal fica em silêncio, pensando em qual objetivo escolher. Aquele silêncio estava se tornado algo perturbador para Jiraiya e Yamato, até que o Senhor Feudal levanta-se de seu assento com uma decisão na ponta da língua.

- Jiraiya está certo. Ainda não é hora para deixar o título de Godaime para trás. Por tanto, como estou ciente da bravura da Tsunade-hime, Danzo será o Godaime Hokage temporariamente. E assim que Tsunade se recuperar poderá retornar ao seu cargo.

Jiraiya fecha seus olhos agradecendo as divindades por terem mudado a opinião do Daimyō, e Yamato sorria de orelha a orelha. No entanto, Danzo era o único que estava com sua cabeça explodindo de raiva. Sentia-se injustiçado por não ter conseguido o cargo de Hokage somente para si, e assim que Tsunade acordasse ele teria que dizer “adeus” para o chapéu com o brasão de Konoha. Não suportando mais a vergonha que sentia Danzo sai batendo firme sua bengala no chão e esbarra no ombro de Jiraiya propositalmente assim que passou pelo Sannin.

Jiraiya não se importou com o esbarrão, na verdade ele estava se divertindo por ter impedido os planos de Danzo.

- Jiraiya, você poderia ocupar o lugar dos nossos falecidos conselheiros? Creio que Danzo precisará da sua nobre ajuda. - Diz o Senhor Feudal.

- Claro, senhor. Darei meu total apoio. - E terei total prazer em irritá-lo também.

Com o fim da reunião, o Senhor Feudal se despede da elite de Konoha e retorna para sua casa acompanhado de seus seguranças. Próximo do anoitecer, Yamato já havia construído várias residências improvisadas de madeira para as famílias mais necessitadas, e o restante moraria nas barracas até que o resto das casas fossem construídas.

Para a família de Naruto, o shinobi da AMBU fez uma residência maior, mas não tão exagerada a pedido de Jiraiya. O Sannin não queria algo tão luxuoso só por causa de Tsunade ser Hokage. Era um pensamento nobre de sua parte, e Yamato aceitou seu pedido com total prazer.

Na nova casa feita com o Mokuton, haviam três quartos. Um pequeno quarto de solteiro para Shizune, um quarto médio para Naruto e Menma ocuparem e mais um quarto do mesmo tamanho para o casal de Sannins. Shizune cuidava de Tsunade durante o dia, e Jiraiya passava o resto da noite ao seu lado, sempre atento à saúde da loira não deixando nada passar despercebido.

Foram noites complicadas e angustiantes. Jiraiya mal conseguia dormir, acordava na maioria das vezes na madrugada tendo pesadelos com sua amada em perigo ou coisa pior. Mas sempre que acordava, ofegante e suado, encontrava Tsunade na mesma posição: Deitada de frente, em seu coma profundo, a respiração lenta e sua pele sem brilho.

As vezes ele temia que nunca mais pudesse vê-la sorrir de novo, ter a visão de seus lindos olhos de mel, sentir o sabor de sua boca em seus lábios enquanto desfruta de seus beijos. Como ele sente saudade de sentir o corpo feminino movimentando-se loucamente em cima do seu, seja em atos de amor ou em momentos de guerra como na última vez em que Tsunade quase matou o Sannin com seus próprios punhos.

Foram essas pequenas lembranças que lhe fizeram sorrir, dando-lhe esperanças de compartilhar esses momentos futuramente com Tsunade ao seu lado. Ambos felizes e unidos como um casal.