1. Spirit Fanfics >
  2. The Purchased Love >
  3. Capítulo Três - Beneficent Dinner

História The Purchased Love - Capítulo Três - Beneficent Dinner


Escrita por: MrsPriorEaton

Capítulo 3 - Capítulo Três - Beneficent Dinner


Beatrice

Acordo sentindo o sol queimar as minhas costas. Ontem a noite eu havia ficado tão desesperada em arrumar aquelas roupas, que de fato eu havia conseguido terminar, mas hoje, hoje eu gostaria de poder acordar mais tarde somente para não ter que ver a cara de Tobias novamente, mas infelizmente eu acordava com as galinhas – o que acabou impossibilitando o meu plano. 

Desço para o andar de baixo e caminho arrastadamente até a mesa do café. E como eu havia presumido lá estava ele lendo o seu jornal tranquilamente. Quem vê nem consegue imaginar o capeta que este homem era, mas eu o conhecia – não o suficiente, por que afinal eu não sabia nada da sua vida, tirando as coisas que eu havia lido no Wikipédia – mas eu conhecia o que ele era capaz de fazer e no momento isto bastava para minha pessoa. 

- Bom dia. – Diz ele sem desgrudar o olhar do jornal. 

- Bom dia. – Respondo-lhe seca.

- Acordou de mau humor foi? – Pergunta ele sarcástico. Ignoro a sua pergunta e concentro-me em passar a manteiga no pãozinho que havia pego. 

Tobias deposita o jornal na mesa e joga o seu olhar em minha direção. Evito encontrar aqueles lindos olhos e bebo um pouco do meu suco de laranja. 

- Temos um evento está noite. – Diz ele áspero.

- Que evento? – Pergunto sem nenhuma empolgação.

- Um jantar beneficente. – Diz ele dando de ombros. – Esteja pronta as oito. – Diz ele levantando-se de sua cadeira.

- Ok! – Respondo-o mordendo meu pãozinho. 

Tobias sai da sala deixando-me sozinha à mesa novamente. Se isso tivesse acontecido à uns três anos atrás esta hora eu estaria chorando por estar sozinha em uma refeição, mas quando você decidi morar sem a sua família você acaba acostumando com a ideia de ter que comer sozinha também. Lembro-me que nos primeiros dias foi horrível, eu só conseguia chorar e queria ligar de cinco em cinco minutos para a minha mãe. Pode não parecer, mas eu era muito ligada à minha família é diferentemente do que meus pais pensam eu sonho sim em constituir uma família, já que um dos meus sonhos ocultos é ser mãe, mas eu ainda era nova para ter que fazer aquilo com alguém que eu nem gostava. 

Na época eu havia acabado de completar dezoito anos, eu queria minha independência e não ficar a mercê de um homem  e de uma casa.  Hoje eu continha vinte anos e ainda não queria isto para eu, eu ainda não estava preparada para ser dona do lar.  Solto um suspiro e termino de comer meu café da manhã.

Subo as escadas novamente e jogo-me sobre a cama encarando o teto. Eu não tinha nada para fazer naquela imensa casa, eu já havia percebido que iria ficar a maior parte de meu dia sozinha e eu não podia nem ir atrás de alguma coisa para fazer já que duvidava muito que Tobias fosse deixar.  

Ele tinha medo, ele podia tentar esconder, mas as vezes eu conseguia perceber que ele tinha medo que eu fosse embora, ou tentasse fugir. Eu acreditará em suas palavras - e depois de ter confirmado que ele de fato era um homem importante – se eu fugisse ele provavelmente iria atrás de mim e ele nunca mais me trataria da mesma forma. Não que ele me tratasse horrores de bem, mas eu sabia que poderia piorar. 

Tobias

Quando eu era uma criança de apenas seis anos de idade eu presenciei meu pai espancando a minha mãe. Obviamente aquilo não era uma cena bonita para uma criança ver, mas eu presenciei-a não somente uma vez, mas várias vezes. Até que um dia minha mãe cansou-se e resolveu mandar-se pelo mundo, deixando-me para trás, deixando-me com o monstro de meu pai.

Eu obviamente entendia os seus motivos de querer fugir dele, mas nunca consegui compreender o por que diabos ela havia me deixado para trás, mas o meu pai fez questão de explicar-me. Ele fez questão de jogar em minha cara o por que todo santo dia ele a agredia - não somente fisicamente, mais mentalmente. Minha adorável mãe vinha dormindo na cama de outro homem e isto havia despertado a fúria dele. 

Ele dedicou anos de sua vida a incumbir-me ódio sobre as mulheres, ele ensinou-me que mulher era apenas um objeto, que podíamos usá-las e descarta-las quantas vezes fossem necessárias e por muito tempo eu as tratei desta forma. Até que um certo dia conheci Nita e pela primeira vez em minha vida descobrir o que era amor, mas eu deveria ter seguido os conselhos de meu pai e não seguir os conselhos de meu coração.  

Após dois anos juntos resolvi pedir Nita em casamento e então ficamos noivos no mês seguinte. Eu amava aquela mulher, eu estava completamente cego por ela e foi aí que eu descobri que ela me traía com o meu primo – Eric. E desse dia em diante eu jurei para mim mesmo que nunca mais me apaixonaria por uma mulher, elas não mereciam nosso respeito, muito menos o nosso amor. 

Foi com Nita, com minha mãe que eu aprendi que nenhuma mulher é fiel, que elas estão no mundo somente para nos machucarem e nos ferirem. E desde que eu descobri a traição de Nita eu nunca mais relacionei-me com ninguém. Lógico que eu tenho os meus casos, afinal eu sou homem, mas eu precisa de uma coisa a mais, eu precisava de uma mulher que estivesse integralmente à minha disposição, uma mulher fixa. E foi ai que surgiu-me a ideia de comprar uma. 

Contratei alguns informantes e pedi para que eles fossem procurar por lugares que faziam este tipo de comércio – foi quando conheci Peter. Ele é um imbecil que contém uma ficha mais suja do que uma lata de lixo e isto tornou muito mais fácil convence-lo a vender a mulher que eu desejava. 

Lógico que eu não escolhi de uma hora para outra, eu coloquei uma pessoa de minha confiança dentro do local e pedi para que ele fotografasse as meninas do estabelecimento para que eu pudesse escolher – já que eu não poderia comparecer pessoalmente. E foi ai que eu vi ela. Loira, alta, corpo esbelto, um olhar altamente penetrante, aquele tipo de mulher que é altamente perigosa – mas ao mesmo tempo bastante convidativa. E então eu decidi que queria ela. 

Não foi fácil, já que Peter tina outros planos com a garota – levar ela para cama na primeira oportunidade que ele tivesse – mas eu sempre consigo o que eu quero e não foi diferente desta vez. 

Estaciono meu volvo na vaga de sempre e desço do estacionamento caminhando para o elevador que dava acesso ao hall da empresa. Hoje seria o evento beneficente da família de Zeke. Os Pedrad eram velhos amigos da família e mantínhamos uma sociedade intacta por anos – fora o fato de que Zeke era meu melhor amigo. Então o dia seria completamente corrido. 

Entro em meu escritório e começo a analisar algumas planilhas que haviam ficado pendentes para hoje. Eu amava o meu trabalho, mas as vezes à minha única vontade era ficar deitado em minha cama somente dormindo, deixando as horas e seus acontecimentos passarem despercebidos por minha pessoa. 

Beatrice

Quando o relógio marca cinco horas da tarde resolvo levantar o meu corpo da cama e parto para o banheiro atrás de uma temperatura de água que pudesse acalmar a agonia de minha alma.

Ligo a água da banheira e espero ela encher-se para depois adentrar o meu corpo sobre à água quente. Depósito minha cabeça sobre a sua volta e permito-me relembrar a loucura que estava sendo a minha vida. Eu não estava preparada para aquilo, eu não queria aquilo, por que eu estava vivendo isto? 

E para melhor a minha situação hoje haveria um jantar beneficente – evento ao qual eu odeio. Meu pai anualmente organizava um, de acordo com ele esses tipos de eventos enriqueciam à alma, aumentavam a confiança das pessoas pelo meio da caridade. De fato muitas pessoas da cidade o consideravam como um benfeitor, um homem do bem, da paz, do povo. Mal eles sabiam que este mesmo homem havia tido a coragem de abandonar a própria filha na rua da amargura. 

Mês passado eu havia descoberto que ele estava tentando uma carreira política e eu tinha recebido uma intimação para nunca mais comparecer à cidade de minha mãe – de acordo com ela o meu histórico de menina rebelde mancharia a figura de meu pai em um momento tão importante como este. Ela não perguntou se eu estava bem, ela não mencionou sentir saudades minhas, ela não demonstrou nenhum tipo de afeto pela sua única filha, ela só demonstrou desprezo por mim, como se eu fosse um defeito genético que havia saído de seu útero. 

Fecho meus olhos e sinto as lágrimas descerem ardendo pelo meu rosto. Eu já estava acostumada a ficar sozinha neste mundo, mas ainda sentia um enorme desagrado em relação à falta de atenção que Tobias dirigia a minha pessoa. Ele não havia me comprado? Por que ele me tratava tão friamente? Por que ele não ligava para eu? De pessoas que me desprezam em minha vida já bastava a minha família, agora um desconhecido? Aquilo estava sendo demais para eu. 

Após um bom tempo relaxando dentro daquela maravilhosa banheira resolvo sair. Levanto-me sentindo o vento atingir violentamente o meu corpo e apanho rapidamente a toalha - enrolando o mais depressa ao meu corpo, que já estava tremendo.

Caminho de volta para o quarto e visto um pijama vestidinho e sento-me na penteadeira para secar os meus fios loiros. Conecto o secador na tomada e com o auxílio de uma escova começo a secar mecha por mecha – com aquele aparelho barulhento. Quando todos os meus fios estão secos, troco os aparelhos de cabelo e começo a fazer leves cachos.

Após terminar os meus cabelos faço uma maquiagem bastante simples, mas que deu uma bela marcada em meus olhos verdes e uma bela iluminada em meu rosto. Encaro as horas pela tela de meu celular e escuto um barulho de pneus em frente a casa. Levanto-me da cadeira e entro dentro do closet apanhando o vestido que decidi usar naquela noite. 

Ele é bastante meigo, mas ao mesmo tempo carrega à sua sensualidade. Ele é de um  azul claro bebê, seu pano é de seda e por cima dele vem um tecido transparente recheado de flores delicadas. Ele contém um enorme decote – a onde as suas laterais tem uma renda branca – e seu comprimento vai até o chão. Visto-o e ele cai como uma luva sobre o meu corpo. 

Calço um scarpin preto e dou-me uma última olhada no espelho. Eu estava bonita e elegante, uma imagem que eu não via à muito tempo de mim mesmo. Solto um suspiro e fecho meus olhos tentando controlar as teimosas lágrimas que gostariam de rolar sobre meu rosto novamente. Sento na beirada da cama e respiro fundo algumas vezes na tentativa de acalmar-me. 

Quando sinto que estou sentindo-me melhor abro a porta e começo a caminhar para o andar debaixo. Quando chego à escada encontro Tobias parado virado em direção à porta balançando o seu corpo impacientemente. Mas ao escutar o barulho de meus sapatos descendo as escadas ele começa virar-se pronunciando algumas palavras. 

- Pensei que teria...- Diz ele se auto cortando e encarando-me de cima a baixo. 

- Desculpe, não achava os sapatos. – Minto dando um sorriso falso. 

Tobias fica alguns segundos encarando-me e sem pronunciar uma sequer palavras estende o seu braço em minha direção. Enrosco meu braço ao seu e começamos a caminhar para fora da casa. Tobias cavalheiramente abre a porta para eu entrar e em seguida começa a correr feito um louco pelas ruas. 

As janelas do carro estavam fechadas e então pude sentir o delicioso cheiro de seu perfume. Era forte, um pouco amadeirado e dava vontade de grudar o nariz em seu pescoço para nunca mais soltar – aquele famoso perfume pega putas. O silêncio vaguei-a entre nós e então começo a prestar atenção pelos borrões que estavam passando como um flash por nós.

- Se alguém perguntar como nos conhecemos responda que foi em Paris. Você estava de viagem pela cidade, enquanto eu estava viajando à negócios.  Um certo dia quando eu estava passeando pelas ruas, quando nos esbarramos e desde então estamos nos conhecendo melhor. – Diz ele apertando o volante embaixo de suas mãos. 

- Tudo bem! – Respondo enquanto entrávamos em um estacionamento. 

Tobias estaciona o carro e em seguida ajuda-me a descer do mesmo. Caminhamos por uma estradinha de pequenas pedras brancas e adentramos o gigante salão. A decoração estava impecável e uma música agradável tocava enquanto as pessoas conversavam e bebericavam seus champanhes. 

Caminhamos ao encontro de dois rapazes que estavam rindo descontroladamente de uma senhora de idade flertando com um jovem rapaz. Ao perceber a nossa aproximação os rapazes sessam suas risadas e focalizam seus olhares para cima de mim.

- Zeke! Uriah! – Diz Tobias dando uma batidinha no ombro dos dois. 

- Tobias! – Diz o moreno do sorriso encantador repetindo o gesto de Tobias. – Não irá nos apresentar a sua amiga! – Diz ele jogando uma piscadela em minha direção. Sinto minhas bochechas queimarem e braços fortes apertarem a minha cintura. 

- Está é Beatrice, Beatrice este é Zeke. – Diz ele apontando para o moreno alto. – E este é Uriah! – Diz ele apontando para o menino ao qual havia dito que continha um sorriso encantador. 

- É um prazer rapazes. – Digo dando um sorriso simpático. 

- O prazer é meu. – Diz Uriah apanhando a minha mão e depositando um leve beijo na palma dela. 

- Não liga para o meu irmão não, ele fica assim quando vê uma mulher bonita. – Diz Zeke dando um fraco tapa na cabeça do irmão.

Sinto minhas bochechas arderam mais e começo a xingar-me por estar parecendo um pimentão na frente daquelas pessoas. 

- Gentis vocês não meninos. – Diz Tobias com um tom irônico. 

Totalmente constrangida e com vergonha de olhar para a cara dos meninos viro o meu rosto para o lado e vejo uma morena andar em nossa direção. Ela usava um vestido longo vermelho que tinha uma enorme fenda na lateral de sua perna e um decote enorme que provavelmente estava chegando em seu umbigo. Seu olhar cai sobre mim e seus passos tornam-se mais rápidos em nossa direção. 

- Tobias! – Diz ela parando ao meu lado.

Tobias gira o seu rosto em sua direção e sinto os seus músculos travarem.

 Eu sei quem é ela. 

Nita.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...