História The Purchased Love - Capítulo Quarenta e Três - GoodBye Evelyn

Beatrice 

Desço as escadas com Sophie em meu colo um tanto atordoada. Meus lábios ainda formigavam e eu estava sentindo uma estranha necessidade de sentir os lábios de Tobias novamente. 

Estou quase terminando de descer as escadas quando vejo um homem parado bem a minha frente. Ele é alto e vestia um terno impecável, estava em uma postura ereta e parecia esperar alguém aparecer. 

- Você esta esperando alguém? - Pergunto arqueando as minhas sobrancelhas. O homem mantinha o olhar fixo em mim e algo bem lá no fundo de mim dizia que eu o conhecia, mas eu não conseguia compreender o por que. 

- Sim, estou esperando a dona Evelyn. - Diz ele seriamente. 

- Oh claro. - Digo dando-lhe um sorriso fraco. Recomeço a minha caminhada, porém a curiosidade de saber da onde eu o conhecia estava falando mais alto. Então retorno o meu corpo dando alguns passos para trás e encaro aquele homem novamente. - Perdão a indiscrição, mas nós dois nós conhecemos? 

- Acho um pouco difícil senhorita. Sou Albert, comecei a trabalhar aqui hoje. - Diz ele dando um sorriso fraco. 

- Claro, desculpa. - Digo um tanto sem graças. 

- Que bom que você já esta aqui Albert. - Diz Evelyn aparecendo do nada na sala. - Olá Beatrice! - Complementa ela fingindo ser educada. 

- Olá Evelyn. - Digo forçando o meu melhor sorriso. 

- Vamos indo Albert, não quero me atrasar. - Diz ela secamente para o homem que estava parado ao seu lado.

- Claro senhora! - Diz ele dando espaço para que ela pudesse passar e jogando um sorriso singelo em seguida para eu. 

Retribuo rapidamente o sorriso e caminho até a cozinha ainda sentindo a estranha sensação de conhecer aquele homem, mas da onde será que eu o conhecia? Dou de ombros para eu mesmo e retorno a caminhar para a cozinha. Adentro a cozinha e sinto um cheiro forte de café preto atingir à minha narina.

- Hm, que cheiro maravilhoso! - Digo sentando-me em uma das cadeiras do balcão com um sorriso bobo no rosto. 

- Irei colocar um para a senhorita. - Diz Ana retirando a panela de café do fogão e depositando-a em cima da mesa.

Sophie apanha uma mecha de meu cabelo e começa a brincar com ela toda risonha, quando de repente as portas da cozinha se abrem violentamente e um Tobias atordoado entra nela. 

- A onde está a Evelyn? - Pergunta ele transbordando de raiva. 

- Ela acabou de sair. - Digo levantando-me da cadeira assustada e ergo o corpinho de Sophie deixando o seu rosto próximo ao meu. 

Encaro Tobias e encontro algumas manchas vermelhas em sua blusa. Desço mais o meu olhar e encontro as mesmas manchas em suas mãos. Subo o meu olhar totalmente arregalado e encontro o transtorno passear por sua face. 

- Ana, pega a Sophie por favor. - Digo estendendo o corpo de Sophie para Ana. 

- Claro. - Diz ela apanhando Sophie com cuidado. 

- Venha comigo. - Digo parando a sua frente e puxando o corpo de Tobias por seu braço, já que as suas mãos estavam sujam do que me parecia ser sangue – dele ou de alguém. 

Começo a subir as escadas e subo para o corredor adentrando o meu quarto em seguida. Passo o corpo de Tobias para dentro – já que ele estava deixando eu carregar o seu corpo para a onde eu quisesse - de meu quarto. Tranco a porta e paro o meu corpo na sua frente. 

- O que aconteceu? - Pergunto assustada. 

- Nada. - Diz ele bufando.

- Tobias você está todo sujo de sangue, então por favor pare de tentar me esconder as coisas e me conte o que aconteceu. - Digo-lhe um tanto irritada.

Tobias joga o seu olhar em minha direção e em um ato inesperado ele afunda o seu rosto em meu pescoço - tentando ao máximo evitar que as suas mãos entre em contato com o meu corpo. A pele de meu pescoço ao sentir a sua respiração arrepia-se inteira e eu acabo soltando um suspiro. Grudo meu corpo ao seu e levo uma de minhas mãos para a sua nuca, fazendo leves carícias em seu cabelo. 

- Eu briguei com um idiota, só isso. - Diz ele suspirando. 

- E por que você brigou com um idiota? - Pergunto ficando embriagada com o cheiro do seu perfume, que ainda estava presente fortemente em seu pescoço.

- Coisas do passado. - Diz ele levantando um pouco o seu rosto e depositando um beijo em meu ombro. Sinto um choque passar por meus corpo e um tremor leve passar por toda a extensão dele. 

- Você não vai me contar não é? - Digo separando os nossos corpos e encarando o seu rosto. 

- Uma outra hora. - Diz ele dando um sorriso fraco.

Retribuo o sorriso e tento engolir a minha curiosidade. Ele estava bastante abalado e parecia que iria explodir a qualquer momento, eu não iria forçar ele a contar algo que ele não queria - pelo menos não por agora. 

- Você se machucou? - Pergunto analisando cada parte de seu corpo. 

- Não, mas eu garanto que a outra pessoa sim. - Diz ele soltando uma risada falha. 

- Tobias! - Digo jogando-lhe um olhar reprovativo. 

- Desculpa. - Diz ele jogando-me um sorriso fraco.

- Vem, vamos limpar essa sujeira. - Digo afastando-me de seu corpo por completo e caminhando em direção ao banheiro. 

Abro uma das gavetas do armário e retiro um saco de algodão e um vidrinho de álcool. Tobias caminha até a banheira e senta-se em sua beirada. Coloco os produtos que irei usar na beirada do balcão e caminho em sua direção. Paro o meu corpo em frente ao seu e levo minhas mãos em direção aos botões de sua blusa. Com as mãos suando um pouco, começo a desabotoar a sua camiseta social e aos poucos o seu peitoral completamente esculpido vão aparecendo. Um formigamento começa a subir por meu estômago e tento manter ao máximo o foco no que eu estava fazendo. 

Desabotoou o seu último botão e retiro a sua blusa engolindo em seco. 

"Esse homem é um Deus Grego!" - Penso sentindo meu útero queimar por dentro. 

Giro o meu corpo e jogo a sua camiseta no cesto de roupas sujas que ficavam no cantinho do meu banheiro. Caminho até o balcão e molho o algodão com a água da pia. Volto o meu corpo em sua direção e começo a limpar as suas mãos, verificando com cuidado para ver se não tinha corte nelas - já que a sua mão continha sangue demais para não ter nenhum ferimento dele. Mas, ele realmente não tinha nenhum ferimento nelas, o sangue acumulado em suas mãos era realmente de outra pessoa. O que me dava uma completa aflição. 

O que tinha acontecido para fazer com que ele perdesse completamente a razão e ter esbofeteado outra pessoa quase até a morte? 

- Pronto! - Digo assim que retiro a última partícula de sangue de suas mãos.

Caminho até o balcão e jogo os algodões sujos dentro da lixeira e lavo as minhas mãos na pia. Estava distraída secando as minhas mãos que só percebo a aproximação de Tobias quando seus braços roçam a minha barriga.  Automaticamente fecho os meus olhos e permito-me sentir a sua respiração em meu pescoço. 

- Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. - Diz ele com uma voz extremamente rouca. 

- Mesmo com eu lhe rejeitando a toda hora? - Pergunto-lhe em um tom de brincadeira. 

- Mesmo com você me rejeitando a toda hora. - Diz ele retirando seu rosto de meu pescoço  e girando meu corpo para que eu ficasse de frente para ele. - Se você me rejeita foi por que eu mereci Tris. - Diz ele passando uma de suas mãos por dentro de meus cabelos.  

Fecho meus olhos e apoio uma de minhas mãos sobre a bancada da pia – na tentativa falha de conseguir manter-me em pé. Tobias aproveita o meu momento de fraqueza e deposita seus lábios em meu pescoço. Ele começa distribuindo beijos pequenos e lentos, mas logo começa a distribuir chupões em vez de beijos. O toque de seus lábios carnudos sugando a minha pele, era enlouquecedor e completamente entregue ao momento acabo soltando um gemido e envolvo uma de minhas mãos em sua nuca. 

Tobias começa a descer os seus beijos para o meu colo e enfia uma de suas mãos dentro de minha blusa. Meu corpo parecia que ia entrar em combustão á qualquer momento, mas a minha velha consciência/razão voltou rápido demais. 

- Tobias? – Digo baixinho quase que gemendo quando sua mão encontra o feixe de meu sutiã. – Não! – Complemento com o pingo de força que havia me restado. 

- Tudo bem. – Diz ele suspirando. Ele retira cuidadosamente sua mão de dentro de minha blusa e afasta um pouco o seu corpo do meu encarando-me um tanto chateado. 

- Eu sei que você quer. Eu sei que você tem as suas necessidades mas, eu não estou pronta para isto. – Digo com sinceridade. 

- Eu sei. – Diz ele abaixando a sua cabeça. – Eu só me empolguei, um pouco. – Complementa ele soltando uma risada. 

- Eu sei. – Digo mordiscado meu lábio inferior.

- Eu irei me trocar. – Diz ele desgrudando nossos corpos por completo e saindo de meu quarto em seguida. 

Solto um suspiro pesado e abro novamente a torneira para molhar um pouco de meu pescoço que estava pegando fogo. 

Eu queria entregar-me a ele, eu queria sentir os seus toques, os seus lábios. Mas quem estava sentindo essas sensações, a velha Beatrice ou a nova?

Se fosse a velha, isso significaria que a minha memória iria voltar? 

Se fosse a nova, eu me arrependeria depois por ter agido no impulso? 

Abaixo a minha cabeça e solto um suspiro novamente, travando a minha guerra mentalmente diária. 

Tobias

Saio do quarto de Beatrice com o meu corpo pegando fogo. Eu tinha que ter cuidado e calma com ela. Eu podia sentir que ela estava ficando mais maleável as minhas investidas, porém eu não podia ir com tudo de uma vez só, eu tinha que ir com calma, com cuidado e só avançar quando ela permitisse. 

Entro dentro de meu quarto e apanho uma blusa polo verde escura. Visto-a e dou uma leve ajeitada em meu cabelo. Saio de meu quarto e começo a descer as escadas quando escuto o barulho de um carro parando em frente á minha casa. Caminho em direção á porta e encontro Evelyn saindo do carro com uma feição preocupada. 

- Eu quero que você saia de minha casa agora. - Digo descendo os degraus e aproximando-me dela. 

- O que? - Pergunta ela encarando-me completamente confusa. 

- Eu quero que você pegue a sua bolsa, dê meia volta e suma da minha vista. - Repito tentando manter a calma. 

- Tobias você esta ficando louco? - Pergunta ela com um tom de voz desesperado.

- Louco? – Digo soltando uma risada falha em seguida. - Louco eu estava quando eu permiti que você entrasse dentro de minha casa. – Digo literalmente cuspindo as palavras.

- Você não pode fazer isto comigo! – Diz ela jogando-me um olhar desesperado. - Eu sou sua mãe Tobias! - Diz ela elevando o seu tom de voz. 

- Minha mãe? - Pergunto em tom de deboche. - Uma mãe de verdade que a felicidade do seu filho  e não o sofrimento que nem você e a Natalie armaram para cima de mim e de Beatrice.

- Então você descobriu? - Pergunta ela espantada. - Quem lhe contou? 

- A pessoa que me contou esta a essas horas atrás de uma cela na cadeia. Se você não quiser o mesmo futuro que o dele eu acho bom você sumir da minha vista agora. - Digo nervoso.

- Tobias, por favor! – Diz ela aproximando-se de mim com a maior cara de pidona deste mundo. – Você não pode fazer isto comigo. 

- Eu não devo nada para você Evelyn. – Digo afastando o meu corpo do seu. 

- Eu sou a sua mãe Tobias, eu errei e eu admito isto mais eu estou tentando me redimir. – Diz ela humilhando-se á minha frente. 

- Mãe? Faça-me rir Evelyn. – Digo gargalhando. – Você nunca foi a minha mãe, você só colocou-me no mundo e depois me largou com a pior pessoa que você poderia me deixar. Você vem atrás é do meu dinheiro e não do seu filho. 

- Tobias...- Ela começa a dizer porém eu não permito ela de continuar. 

- Pegue o resto da sua dignidade e saia da minha casa. Eu não irei repetir. – Digo dando-lhe as costas. 

Entro dentro de minha casa e encontro Beatrice com a Sophie em colo paradas no meio da sala. 

- Você está bem? – Pergunta ela preocupada. 

- Não é a primeira vez que minha mãe me decepciona. – Digo com a voz falha. 

Beatrice aproxima-se de mim e deposita um beijo em minha bochecha. Rodeio a sua cintura grudando seu corpo ao meu e deposito um beijo na testa de Sophie estava com a mãozinha enterrada dentro de sua boca e encarava-nos com os olhos explodindo de expectativa.

- Eu tenho você e a Sophie, vocês duas são a minha família e é só isso que me importa. – Digo abrindo um sorriso fraco. 

Beatrice abre um sorriso fraco e deposita o seu rosto em meu ombro. Sophie abre um sorriso e encara nós dois com os olhinhos brilhando de felicidade. Eu estava indo no caminho certo, eu estava colocando os eixos em minha vida e eu iria conseguir reconquistar Beatrice novamente, ela seria minha e finalmente poderíamos criar a nossa família em paz.

Eu só precisava ter calma.