História The reason of my smile – Drarry; (HIATUS) - Intrusa.

E mais uma vez, Draco estava perdido em meio aos corredores de Hogwarts. Andava meio cabisbaixo e ranzinza — mais que o normal — por seus fiéis amigos Crabe e Goyle terem saído das dependências da escola. O Torneio Tribruxo havia terminado recentemente, e a partir daí começara a interagir decentemente com Harry. Era algo estranho para si, para o Potter e principalmente para as outras pessoas que os viam conversando nos corredores, nas aulas de poções e até mesmo na porta da sala comunal da Grifinória. Recentemente Malfoy também descobrira que também se atraía por rapazes. Havia chegado àquela conclusão ao sentir o aroma fresco e cítrico de Potter, por vê-lo se trocando após um treino de quadribol. Por que justo ele?

O estranho era que, as vezes, percebia que Harry sorria para si, segurava sua mão e até havia chegado ao ponto de passar os dedos nos lábios do Malfoy, alegando que o canto dos mesmos estava sujo de recheio de tortinhas de creme com caramelo. O que diabos estava acontecendo? Se sentia extremamente tentado a questionar.

Havia uma aula de Herbologia acontecendo na estufa um, aula essa exclusiva de Grifinória e Corvinal, entretanto os alunos de Sonserina foram encaixados também devido à um horário vago. A maioria dos sonserinos haviam arranjado lugares, restando apenas um Malfoy atrasado e sem lugar. Olhou para os lados, tentando localizar algum tamborete de madeira disponível, mas não havia nenhum. Um olhar de desprezo logo adornou a face pálida, e então viu uma mão ascenar para si; reconheceu logo pelos óculos redondos. Foi até Harry, recebendo olhares, e o moreno o puxou para ficar com o ouvido na altura de sua boca.

– Professora Sprout ficará o olhando… Podemos dividir o banco.

Falou em voz baixa ao ouvido do loiro, que imediatamente arregalou os olhos. Não iria dividir um banco minúsculo com aquele que um dia fora seu inimigo. Não tivera tempo para reclamar; foi puxado e sentiu as costas se chocarem com o peito do Potter  Aquilo não estava acontecendo. Os ruídos das mandrágoras só podiam ter enlouquecido Harry.

Alunos da Grifinória — lê-se Rony e Hermione — haviam notado a aproximação, começaram a jogar bolinhas de papel no amigo, que lançou um olhar curioso por trás dos óculos de armação fina  

– Você vai nos explicar o que está acontecendo?! - disse Hermione em linguagem labial, claramente chocada. 

O garoto deu de ombros e voltou a olhar a Sra. Sprout, encostando o queixo no ombro do Malfoy. Passaram-se minutos, horas, aquela aula não acabava; iriam ser três tempos de Herbologia acompanhados de puro tédio. Os dois amigos já não ligavam muito para a aula, aproveitaram que estavam no fundo da estufa e bateram papo. Jogaram xadrez de bruxo, conversaram sobre diversos assuntos, e foi naquele momento que Draco se lembrou: Será que Harry também gostava de garotos?

— Gostaria de perguntar algo. - mesmo após tanto tempo, as expressões de desdém não deixavam a face do sonserino.

— Sim? - sorriu discretamente. 

Estava em um conflito mental. Seria uma vergonha eterna se Harry fosse totalmente hétero, e Draco desejava Harry mesmo sem saber. 

— Curte garotas, não é? - tentou manter a normalidade no tom de voz.

— Sim…? - estava confuso com o rumo que a conversa estava tomando.

— E garotos?

Um arrepio percorreu todo o corpo do jovem grifinório. Não via sentido em tal conversa — ou não queria ver. — Tinha receio dessa “parte” de si mesmo, medo de admitir que gostava de homens, ou melhor, tinha medo de admitir que sentia coisas pelo Malfoy. Aquele momento entre os dois poderia ser o primeiro e último. Ouviu o sinal tocar e tiveram que sair da posição em que estavam. Harry enfiou a varinha na parte interna das vestes e Draco já andava um pouco a frente, já não havia ninguém na estufa. Malfoy sentiu a cintura ser abraçada, um arrepio subiu à espinha quando a respiração quente se chocou com a pele de seu pescoço. 

— O que porra você ‘tá fazendo?!

Não houve tempo para reclamações, Harry fora mais rápido ao colar os lábios nos do Malfoy. Ambos haviam realizado seus sonhos de apenas encostarem os lábios um no do outro. As mãos de Harry passeavam pelo corpo do outro, que mantinha as mãos na nuca de Harry, porém logo se separaram por falta de ar. Harry encarou os olhos prateados uma única vez antes de descer os lábios até o pescoço de Draco, beijando a pele macia e segurando-o próximo a si, como se fosse escapar a qualquer momento.

A porta da estufa foi aberta e Harry sentiu o seu corpo gelar ao ver quem era.

— Harry, eu estava te esperando na sala de... - a garota imediatamente parou de falar quando viu a cena do menino de seus sonhos aos beijos com Draco. Sentiu o coração falhar uma batida. Não podia ser real.