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História The Ride of Battle - O Jogo


Escrita por: BuzzAnaoDoidao e Megitsune97

Notas do Autor


Bom pessoal, aqui está o segundo capítulo, finalmente acabado!!
Deu um trabalhão fazer tão rápido (menos de 24h, uau) e espero continuar recebendo todo o apoio de vocês!!
Espero que gostem, boa leitura e Whiskas!!! See you later minhas crianças

Capítulo 2 - O Jogo


Cap 2- O Jogo
...

Aquele era o campo mais bonito que Ana havia visto em toda sua vida. O verde vívido da grama e o azul aconchegante do céu fazia a cena ser digna de pertencer ao plano de fundo de um desktop qualquer. Ana não fazia ideia de como foi parar ali, mas sua cabeça estava ocupada demais admirando a vista para pensar nisso. Aquele era um lugar calmo e silencioso, o único som que podia se ouvir era o dos passarinhos que se encontravam em volta de uma árvore ao pé de uma colina. Foi então que Ana ouviu uma voz. Sim, uma voz humana, que não combinava nada com o clima quieto daquele momento. "Vêm", era o que dizia a voz, voz essa que Ana conhecia de algum lugar, a voz certamente pertencia a alguém conhecido. Foi então que Ana viu seu colega Paris, colega este em que ela tinha uma certa quedinha, correndo em direção a uma cabana. "Desde quando aquela cabana estava ali?" foi a única coisa que Ana conseguiu pensar, ignorando o fato daquele lugar estar começando a se tornar um tanto quanto estranho.

Sem saber o que fazer, Ana correu até Paris afinal ele deveria saber de algo, provavelmente tinha sido ele que a chamara anteriormente. Quanto mais caminhava, mais longe parecia a cabana e seu colega. O céu começou a fechar-se, nuvens surgiram junto a relâmpagos e trovões, Ana começou a correr, seu colega havia sumido de vista, provavelmente já tinha entrado na cabana. A cabeça dela se encheu de medo e desespero, Ana correu o mais rápido que pode, seu coração parecia querer pular para fora da boca. Foi então que Ana ouviu um forte estrondo vindo de suas costas, um som metálico e angustiante que a forçou a parar e olhar para trás em busca da origem do som. Ana não podia acreditar no que via. Do chão saiu um braço esquelético gigante e brilhante, aparentemente feito de metal, seguido de outro braço igual e este. Ana apavorou-se, aquela cena havia gelado sua espinha, porém mesmo querendo ela não poderia correr, seus pés estavam enrolados em uma quantidade absurda de arame farpado, qualquer movimento cortaria suas pernas feito manteiga. Foi então que um crânio gigante feito de metal saiu do chão e as mãos metálicas, que agora seguravam Ana com uma força absurda, começaram a se aproximar cada vez mais da grande boca feita de metal e seus dentes afiados feito facas. Ana esperneou, gritou, bateu e xingou mas nada adiantou, ela conseguia sentir o bafo da morte soprar em sua face.

Foi então que Ana acordou do pesadelo no chão frio e duro de uma sala estranhamente quieta e escura.

– Hey, hey, cara, acorda. -- disse Dani enquanto dava tapinhas na cara do Sapi tentando acordá-lo -- Você tem que acordar pra me ajudar a entender o que ta acontecendo.

Sapi se segurou na mão de seu amigo que o ajudou a sentar-se. Sua cabeça podia ainda estar zonza mas ele não deixaria de ajudar seu amigo. Dani estava com uma cara de sono, provavelmente também tinha acabado de acordar. E não era só ele, ao olhar ao redor, Sapi percebeu que todos seus colegas estavam ali naquela sala escura, uns ainda dormindo e outros passando por algo semelhante ao desespero, enquanto tentavam acordar seus amigos. Ao olhar com mais atenção Sapi concluiu que aquele lugar onde estavam era muito semelhante a uma sala de aula, porém relativamente maior. Havia um quadro branco, diversas cadeiras e mesinhas escolares que se perdiam no meio de tanta gente dormindo. As cores da sala podiam até lembrar a sala da turma 21, mas com certeza aquela não era a mesma sala.

Sapi se levantou e decidiu que ajudaria seus colegas a tentar acordar os que ainda dormiam. Ana, Dani, Ricardo e ele mesmo eram os únicos acordados e todos foram tentando acordar seus colegas um a um. Sapi não podia negar o desespero e preocupação que passavam em sua cabeça, era visível a aflição do garoto. Onde estamos?, como isso tinha acontecido?, por que todos estão dormindo? e será que a Horst está bem? eram as dúvidas que martelavam em sua cabeça. Ao tentar acordar Vicente, Sapi percebeu um estranho colar em seu amigo, algo semelhante a uma coleira moderna e metálica em que ele tinha certeza de que seu amigo não estava usando na viagem. Isto não atormentaria tanto a cabeça dele se não fosse o fato de Dani também estar usando uma coleira igual à do Vicente. Aos poucos ele foi percebendo, todos os seus colegas possuíam o estranho colar em seus pescoços, inclusive ele mesmo! Sapi entrou em desespero, segurou seu colar e tentou tirar com todas as suas forças, o que foi o suficiente para fazer Dani perceber a presença do colar nele mesmo e em seus colegas.

Os dois estavam prestes a gritar, quando uma luz clara e forte se ascendeu no teto da sala, fazendo os dois ficarem cegos por alguns segundos. Foi então que ouviu-se uma voz desconhecida falar em um tom doce e suave:
-- Boa noite minhas crianças, dormiram bem?
...

A cabeça Milena parecia que iria explodir. Ou uma manada de elefantes tinha atropelado ela, ou ela tinha tomado o porre mais pesado da sua vida. Sua visão estava embasada e a única coisa que conseguia ver com clareza era a forte luz que batia em seus olhos, se ela fizesse qualquer teste de visão naquele momento, o resultado diria que ela é quase cega. A visão foi se recuperando ao tempo em que Milena tentava reconhecer os elementos que estavam à sua volta. Os sons eram assustadores, gritos de pavor ecoavam por toda a sala, o choro alto da pessoa que estava ao seu lado fazia sua cabeça doer mais do que qualquer Neosaldina fosse capaz de curar.

Foi então que, com todos os sentidos recobertos, Milena foi capaz de perceber o horror do meio em que estava. Ela estava em uma espécie de sala de aula, porém maior, acompanhada de todos os seus colegas. Uns gritavam, outros choravam, alguns esmurravam as mesas e tinha até gente que ainda dormia, assim como ela vinha fazendo até pouco tempo atrás. Milena estava confusa demais para fazer qualquer uma dessas coisas, ela até queria chorar, mas simplesmente não conseguia, então começou a observar. Olhando melhor ela notou que não eram só seus colegas que estavam na sala, lá estavam todos os presentes no ônibus da viagem, duas garotas das quais não lembrava de conhecer e na frente de todos, se encontrava de pé uma série de militares armados de fuzis. Foi aí que Milena percebeu a gravidade daquela situação, alguns dos militares apontavam as armas para seus colegas que tentavam falar com eles. Um dos militares chegou ao ponto de socar o rosto de Ricardo quando o aluno tentou se aproximar, o que fez a pavor tomar conta do corpo de Milena.

E então, do meio daqueles militares, surgiu um homem asiático desajeitado e desengonçado, que seria uma figura engraçada em qualquer situação que não fosse a que ela se encontravam agora. O sujeito começou a exigir silêncio dos alunos, e quanto mais ele tinha de gritar por silêncio, mais altos ficavam os berros de horror dos colegas de Milena. RATATATA, foi o barulho que saiu das armas dos militares enquanto fuzilavam o teto.
-- Eu mandei ficar em silêncio!! -- berrou o desconhecido.

A sala ficou completamente silenciosa e imóvel. Nesse momento o único movimento visível era o da fumaça que saía do cano das armas dos militares.
-- Ótimo, ótimo, é assim que eu gosto que vocês fiquem meus amorzinhos!! -- disse o estranho.

Milena não sabia dizer o que mais lhe dava asco naquela cena, o cheiro de pólvora que impregnara na sala ou a voz nojentamente doce do desconhecido em meio a uma situação tão desesperadora. Talvez se Milena se esforça-se um pouco ela lembraria de que aquele homem não era um desconhecido, aquele era Joel, o estranho homem que visitara  sua turma no dia do anúncio da viagem. E se ela se esforça-se um pouco mais, ela lembraria de que aquele era o mesmo Joel secretário de segurança e defesa da nação, o mesmo homem que propôs e aprovou  o Ato 5 da Reforma Educacional do Milênio, também  conhecido como Batlle Royale.
...

Desde o início do novo milênio, a Grande República do Leste Asiático vêm aplicando um experimento social conhecido como O Programa. Este O Programa é uma espécie de jogo televisionado para toda a nação que visa a coleta de dados sobre o comportamento humano em situações extremas. O Programa ocorre uma vez a cada ano e os participantes são os alunos de uma turma de ensino médio do país, que é escolhida de modo aleatório pelos militares.

Porém o que não contam ao público é que coleta de dados não é o único objetivo do O Programa. Com a decisão do Japão formar a República do Leste Asiático e de tentar dominar militarmente os outros países do Leste Asiático, surgiram diversos conflitos armados entre o Japão e o Estados Unidos, que desejava manter relações comerciais com os países do Leste Asiático, coisa que o Japão visava impedir. Visando vencer a guerra, a agora República do Leste Asiático implantou um regime ditatorial fascista e investiu fortemente nos setores militares do império. A falta de verba para investimento na população e a má distribuição do capital fez uma enorme crise surgir. A crise gerou uma enorme onda de desemprego, onde mais de 10 milhões ficaram sem trabalho e nesse período 800 mil estudantes boicotaram a escola. Os adultos perderam a confiança no futuro da nação e decidiram aprovar o Ato 5 da Reforma Educacional do Milênio que instituía a aplicação do O Programa.

Era por entender tanto de geografia política que Paris sabia o real objetivo do O Programa, aterrorizar os jovens fazendo com que as classes mais desleixadas e rebeldes do país fossem escolhidas para participar desse jogo macabro, assim forçando os jovens a melhorar suas condutas para tentar não serem escolhidos para O Programa. Paris parecia ser o único que sabia disso e de quem realmente era Joel. Joel é o secretário de Segurança e Defesa do Império Brasileiro, ele tem descendência japonesa e foi o sujeito que sugeriu e aprovou o Ato 5 da Reforma Educacional do Milênio quando o Brasil decidiu se tornar império e se unir à Grande República do Leste Asiático na luta contra o Império Americano (Estados Unidos). Ele ganhou votos devido sua grande campanha militar que tomou 95℅ das terras da América Latina para o domínio do Império Brasileiro. Hoje havia se tornado um político de quinta, o afastamento das forças militares tirou todo seu prestígio.

Paris sabia que aquela não era uma boa hora para entrar em pânico, não se ele estivesse mesmo envolvido no que pensava estar. Ele engoliu um seco, sentou-se em uma cadeira qualquer, assim como estavam fazendo seus colegas e decidiu deixar o pânico para depois.
...
-- Okaaay, agora que estão todos quietinhos, acordados e sentados eu posso começar. -- Disse Joel tentando ser o mais amigável possível -- Bom, vou começar me apresentando, meu nome é Joel e eu sou o novo professor conselheiro de vocês. <3

Joel esperou ouvir um coro dizendo "olá professor Joel!" Mas teve apenas alguns cochichos de "quem é esse cara?" e "que maluquice está acontecendo?" como resposta. Para Joel crianças mal educadas dão nos nervos. Joel estampou um belo sorriso no rosto e começou a falar:

-- Bem, estamos todos reunidos aqui para participar de um evento muito especial. Todos vocês vão participar de um jogo muito legal!!
Alguns alunos cochicharam perguntas como "como assim um jogo?" e "que tipo de jogo?" e, aparentemente, Joel os ouviu.
-- Sim, um jogo bem interessante. Um jogo onde provavelmente cada um jogará de uma forma diferente. -- disse Joel andando em direção à classe onde estava sentado Matheus Trapp -- alguns agirão com coragem, outros não. Alguns formarão bandos enquanto outros bancarão o lobo solitário. -- nesse momento Joel estava sentado na classe de Trapp e passava a mão na cabeça do garoto apavorado, uma versão macabra da professora da educação infantil -- Alguns desconfiarão de tudo! Outros insistirão em acreditar nos outros -- Joel deu uma risada interior e disse -- Ah, é claro. Não podemos esquecer dos que ficarão loucos!

Neste momento todos os alunos estavam abismados, nervosos e sem reação.
-- Incrível, não? -- continuou Joel empolgado -- Vocês 34 foram selecionados para um jogo...em que só pode haver um vencedor...e para isso... -- Joel fez uma pausa e de um instante para o outro sua face alegre se tornou séria e ameaçadora -- Vocês vão matar...
uns...
aos outros.
...

A mente de todos estava completamente de cabeça para baixo agora. Vitória sempre foi uma garota calma, porém na situação em que se encontrava era impossível não perder a cabeça, na verdade, todos os alunos estavam embasbacados, boquiabertos e perdidos em pensamentos. Foi então que ouviu-se o som de cadeira se arrastando.
-- Não pode ser! -- gritou Camila Scheid enquanto se levantava e dava um murro com a mão cerrada na mesa -- A nossa classe não pode ter sido escolhida para O Programa! Alguns alunos aqui são filhos de militares de alta patente... não pode ser... não pode ser.
-- Hmm, a garota ariana da turma...pelo que dissem os relatórios está sempre dando xilique... você é a Camila, não? -- disse Joel, já com a cara alegre retomada, sem resposta da garota apavorada -- Bem, não sei se a senhora já ouviu falar nisso, mas existe uma coisa chamada igualdade. Igualdade significa que todo ser humano tem os mesmos direito e os mesmos deveres desde seu nascimento. Independente de trabalho, patente ou cultura, não há razão para alguém receber tratamento especial, e isso inclui seus filhos. Todos vocês possuem habilidades diferentes, alguns são ricos, outros pobres e isso não muda nada o modo no qual o estado vê vocês. Por isso Camila, essa coisa de achar que a descendência de vocês vai mudar a escolha do nosso soberano supremo, pode esquecer!
-- Ahhhn... -- Camila não tinha palavras, por isso sentou-se e ficou olhando, abismada, para a própria mesa.

Vitória não sabia o que pensar. Queria perguntar muitas coisas, mas o medo a impedia, Joel poderia ser inteligente o suficiente para destruir qualquer argumento dela.
-- Ok, ok. Antes de começar a explicar as regras do jogo, deixem eu falar um pouco sobre vocês, participantes. -- disse Joel mais animado do que o comum -- a classe 21 do colégio militar xyz da Província do Sul do Império Brasileiro foi escolhida pelo nosso soberano supremo, o grande Presidente, para participar do O Programa. Vivaa! Que honra hein pessoal!

Cada frase que aquele homem soltava aumentava ainda mais o nojo que Vitória sentia por ele. Achar aquela situação boa? era coisa de maluco!, foi o que ela pensou. 
-- Mas como a turma de vocês é um tanto quanto pequena... -- continuou Joel -- ... tivemos que adicionar alguns participantes a mais. O primeiro que escolhemos foi o ex aluno Lucas, também conhecido como "Selfie" que é um belo exemplar de garoto problema. Adicionamos também alunos de outras turmas da mesma escola que vocês, os alunos Lucas Costa, Millene, Yasmin Muniz e Isabela.
Neste momento todos, inclusive Vitória, olharam em volta, tentando localizar os alunos citados.
--Oh, oh, não se dispersem, ainda tenho mais duas alunas para apresentar. Como nosso excelentíssimo Presidente achou melhor manter o padrão de 34 alunos por edição do O Programa, adicionamos mais duas alunas conhecidas por alguns da turma para, quem sabe, apimentar um pouco o jogo. Lá bem no fundo da sala, Gabrila e Carol.

Vitória olhou para trás e viu as duas garotas. Carol tinha feito o primeiro ano na mesma turma que Vitória, por isso ela a conhecia, já a outra garota ela nunca havia visto antes. Por baixo dos cabelos morenos da tal Gabrila não era possível ver reação nenhuma em sua face. Vitória sentiu-se desconfiada ao olhar a garota, quem garantia de que ela não era uma assassina profissional contratada pelo estado para espalhar o caos entre os alunos e fazer eles matarem uns aos outros? 

Joel observou a sala de ponta a ponta, todos os alunos estava quietos e completamente embasbacados.
-- Pelo jeito ainda não caiu a ficha de vocês, né? -- disse Joel -- vocês jovens de hoje em dia, são tão no mundo da lua.
Joel bateu duas palmas e disse "podem trazer homens", para os militares da sala. Vitória observou os militares saindo da sala e voltando com um grande saco preto nos ombros. Parecia um saco de lixo, porém Vitória nunca havia visto um que fedesse tanto à carniça. Os militares soltaram o saco em cima da mesa do professor, onde todos da turma podiam vê-lo com clareza.
-- Okay pessoal, mostrem o que temos aí dentro.-- ordenou Joel para os militares.

Um soldado que estava próximo a mesa começou abrir lentamente o zíper que mantinha o grande saco fechado. Pelo pequeno buraco aberto pelo soldado começou a escorrer um líquido vermelho e gelatinoso. Foi quando o soldado abriu o saco até a metade que todos perceberam do que se tratava.
-- Professor Régisnaldo!!! -- os alunos gritaram desesperados.

Vitória não podia acreditar no que via. O líquido vermelho que escorria do saco era a massa encefálica que saía de um rombo na cabeça do seu professor de sociologia, o mesmo professor que acompanhava a turma na viagem. A ferida e os olhos estáticos do professor deixavam óbvio que ele estava morto. O pânico tomou conta de todos os alunos, alguns gritavam assustados, outros vomitavam no chão por causa do cheiro forte e do teor macabro da cena. Vitória só queria saber de sair dali o mais rápido possível.
-- Bom, bom, pelo visto vocês são realmente muito inteligentes! -- disse Joel -- Eu mesmo acho que não conseguiria reconhecer seu professor com o rosto tão desfigurado!

As tentativas dele de transformar tudo em piada era o que mais enojava Vitória.
-- Sabem como é né -- retomou Joel -- o professor de vocês não gostou muito da ideia da turma de vocês ser a escolhida para O Programa. Tudo aconteceu tão rápido, foi tão de repente e todos estavam tão exaltados que, bem...isso foi o resultado... -- Joel pausou para respirar e então voltou a falar -- Ok, alguém tem alguma pergunta antes que eu comece a explicação???

Vitória estava assustada demais para perguntar qualquer coisa, na verdade o silêncio passava a ideia de que todos estavam assustados o suficiente para não querer perguntar nada. Foi então que Cecília se levantou.
-- E-e-eu...-- gaguejou a menina.
-- Pode falar queridinha! -- exclamou Joel.

Cecília não gostava nada da ideia de ser tratada daquela forma por um homem tão nojento, por isso o pavor do seu rosto logo foi substituído por uma expressão séria que mais remetia ao ódio do que ao medo.
-- Eu quero saber dos meus pai -- exclamou em um tom forte de ordem -- eles sabem o que está acontecendo conosco? 

Joel abriu um sorriso no rosto, parecia que ele estava esperando por aquela pergunta. -- Bem, err... Cecília, os pais de todos vocês foram avisados sim sobre o grande recrutamento de vocês. Saibam também que eles, junto de toda nação, acompanharão as atualizações do jogo pela tv aberta. -- Joel fez uma pausa e então voltou a falar em um tom de entusiasmo -- Claro, alguns pais agiram como seu professor, reagiram violentamente a notícia, nesses casos tivemos que "eliminar" as ameaças, entende querida?

Vitória não podia crer. Sequestrar ela e forçá-la a fazer coisas terríveis era uma coisa, alguém fazer mal a sua família era outra. Seus olhos encheram de lágrimas só de pensar em seu pai reagindo contra os militares do governo e os militares acabando executando friamente seu pai e toda sua família. Seu, coração, sua alma, estava tudo enérgico demais, ela costumava ser calma, mas essa situação era intolerável.
-- Seu cuzão maldito!! Quem te deu o direito de tirar vidas como bem entender seu fascista imundo!!!! -- os nervos de Vitória dilatavam enquanto ela gritava contra o professor -- Vocês são nojentos e hipócritas, gente como vocês têm mais é que morrer!!!!
Vitória nunca se exaltara tanto em sua vida. O medo havia sumido completamente, tudo o que ocupava seu corpo era o ódio e um forte senso de justiça.
-- O-ou, acho que temos um problema aqui. -- disse Joel com uma cara de desaprovação -- Creio que só nessas suas duas frases podem ser localizados uns cinco crimes contra a honra do estado. É por causa de jovens como você que nosso país não vai para frente, é muito desaforo para uma garota taxada como calma e controlada pelos relatórios escolares.

Joel começou a se preocupar, se todos seguissem o exemplo da colega, ações como a da jovem Vitória aconteceriam aos montes e o jogo nunca começaria. Já era quase meia-noite, hora de começar o jogo, Joel precisava tomar uma providência.
-- Hmmm, se bem que você me deu uma ideia, minha pequena rebeldezinha. -- disse Joel fazendo um sinal que apontava para a garota -- Homens, por favor...

Dois militares se dirigiram até a classe de Vitória e tentaram agarrá-la. Ela esperneou, debateu-se e gritou por ajuda de seus colegas mas os militares eram fortes demais e seus colegas estavam assustados demais para ajudar. Os dois militares levaram Vitória até a frente da mesa do professor.
-- Ok, vou usar sua colega para demonstrar uma coisinha muito legal para vocês. -- disse Joel em um tom alegre, como de costume -- Com certeza já devem ter notado esses colares que tooodos vocês estão usando, não?

Todos olharam para seus colares, os ocorridos estavam sendo tensos o suficiente para a maioria dos alunos ter esquecido completamente de seus estranhos adereços.
-- Bem, vocês devem estar se perguntando o que são eles e o que eles fazem, não é? -- Joel estava animado com a ideia de ter algo para ensinar a sua turminha -- Podem ficar tranquilos que o prof Joel vai explicar tudo direitinho! :) Estas coleiras foram feitas especialmente para vocês com a tecnologia mais avançada do país, sintam-se privilegiados! Estas coleiras servem para muitas coisas, desde monitorar vocês pelo áudio até checar seus estados vitais para verificar se estão vivos ou mortos, isso não é legal?! -- Joel fechou a cara e tomou.  um tom sério -- Bem, outra função importante das coleiras...é que elas são explosivas.

Cada palavra daquele homem fazia Vitória ficar cada vez mais amedrontada. Explosivas? Joel planejava explodir ela e seus colegas!? Vitória queria gritar, queria correr, mas seu corpo estava fraco demais para fazer qualquer coisa. Todos os alunos estavam ficando cada vez mais apavorados, a ideia de poder explodir à qualquer momento era assustadora. Vendo o pânico na face de seus "alunos" Joel decidiu se pronunciar:

-- Calma, calma, as coleiras não explodem assim, aleatoriamente, elas são controladas por este painel aqui. <3 – Joel apontou para um grande painel cheio de botões vermelhos. Acima de cada botão havia o nome de cada um dos alunos presentes. – Eu e o pessoal da organização do evento somos os únicos que podem fazer suas coleiras explodirem minhas crianças.-- continuou Joel -- Só iremos explodir os colares caso vocês desobedeçam alguma regra. Também explodiremos vocês se algum de vocês tentarem quebrar suas coleiras ou se fizerem como sua colega Vitória e decidirem se voltar contra nós do estado.

Um frio correu pela espinha de Vitória. Aquele homem nojento não parecia estar brincando, ele realmente iria explodi-la? Vitória não queria morrer, não ali, não daquele jeito.
– Bem, como eu havia dito antes, a colega de vocês vai servir para demonstrar uma coisinha...ela vai servir de exemplo para vocês saberem o que acontece quando se desobedece alguma regra aqui nesse jogo. -- falou Joel se aproximando do grande painel -- Depois de acionada a coleira dará a sua amiga cinco segundos para ela se despedir desse mundo...sugiro que fiquem longe dela meus queridinhos. :)

Os militares soltaram Vitória, que caiu direto no chão frio e duro da sala. CLICK. Joel tinha acionado o botão que se encontrava abaixo do nome Vitória. 
Bip...
-- Já se passou um segundo! -- anunciou Joel.
Bip...

Aquilo não podia estar acontecendo, Vitória queria que tudo fosse um pesadelo, queria acordar logo, perto de sua família, em uma cama quentinha e então continuar a viver sua vida normalmente junto de seus entes queridos e amigos.
Bip...

Vitória tentou se aproximar dos colegas, mas todos seguiram o conselho de Joel e a empurravam para longe, nem mesmo suas amigas a acudiram naquele momento de pavor.
Bip...

Não havia mais o que fazer. Vitória caiu de joelhos no chão, pensou pela última vez em sua família e amigos e então, chorou.
Bip

RESTAM 33 ALUNOS


Notas Finais


Bom, é isso ai, bem chocante mesmo. Espero de coração que tenham gostado.
Se você achar algum erro de digitação ou formatação, a culpa é do meu sono, srry.
Bom, dentro de uma semana vai estar saindo o cap 3, mas do jeito que anda a história eu vou ficar ansioso e terminar amanhã mesmo...whatever, espero que queiram continuar lendo minha história.
Good night, um whiskas e um see you later meus babys, fui!


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