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História The Roadtrip - Capítulo Único


Escrita por: hz9009

Notas do Autor


Uma Short com devaneios da madrugada, espero que gostem!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Eu havia acabado de desligar o chuveiro e colocado o roupão do hotel preguiçosamente, me lembrando que ainda nem eram 5 da tarde e que ainda teria horas até que tivéssemos que sair dali para ir até a festa. Respirei fundo. Era a primeira vez que viajámos juntos e tenho que admitir que um arrepio de nervosismo passava por minha espinha e eu sentia as famosas borboletas do estômago revirarem só de pensar no que me aguardava do outro lado daquela porta.

E então eu a abri.

A luz do sol tingia o quarto de dourado, deixando as paredes creme e o frigobar branco com um pouco mais de vida do que deveriam para um hotel. Os lençóis ainda estavam bagunçados, como os havíamos deixado e, bem no meio da cama, coberto até a cintura, com o tronco branco sendo tocado docemente pelo sol, estava ele.

Seus olhos se abriram um pouco e ele sorriu quando me viu e, de repente, alguma coisa no quarto brilhou mais do que o sol. Os dentes eram brancos e alinhados, com o canino esquerdo ligeiramente maior do que o direito, a boca era vermelha emoldurada por uma barba negra por fazer e cabelos igualmente negros e bagunçados, ligeiramente úmidos do banho e por mais que eu olhasse, por mais que eu repassasse as últimas horas mentalmente eu não conseguia acreditar que, pelo menos naquele dia, pelo menos naquela viagem, até que entrássemos no carro e dirigíssemos de volta para nossas vidas cotidianas, ele era meu. Só meu.

- Vai ficar aí que nem uma estátua ou vai me fazer companhia? – Perguntou ele em um tom divertido, o meio sorriso e a voz rouca, o que me fez sorrir também, um pouco de felicidade, um pouco de incredulidade, mas ele não tinha que saber. Me aproximei e me deitei, recostando minha cabeça um pouco acima de sua clavícula e sentindo seu braço me envolver, estava calor e ele estava quente, mas eu não conseguia me importar menos.

-... – Eu queria dizer alguma coisa, mas o odor fresco e amadeirado que exalava dele me roubou as palavras com precisão cirúrgica, eu me aproximei mais de seu pescoço para sentir todo o corpo dele se contorcer levemente. Eu ri contra sua pele e pude sentir seu corpo rindo em silêncio junto comigo. Ele tinha arrepios, eu tinha usado aquilo para minha vantagem mais cedo. E usaria outra vez. Mais tarde.

- Bem... – ele disse, depositando um beijo rápido em meus lábios quando levantei minha cabeça, a barba roçando gentilmente em meu rosto.

Era para ser só um selinho, eu tenho certeza, mas quando me dei conta ele estava por cima, pressionando seu corpo contra o meu, o beijo se intensificou, a pele dele exalava um calor quase febril e eu começava a ficar sem ar. Mas a boca dele tinha gosto de chiclete de menta e isso bastava. E parecia que sempre bastaria.  

Nos permitimos prolongar o beijo por mais alguns minutos. Tínhamos tempo, afinal. Minhas mãos redescobriam cada centímetro de seu corpo e, enquanto a mão direita traçava cuidadosamente cada centímetro de suas costas, minha mão esquerda contava os fios de cabelo que haviam em sua nuca. Ambas as respirações ficaram mais pesadas e então ele se deitou ao meu lado novamente, dessa vez ele ficou de lado e recostou sua cabeça próxima ao meu ouvido e, a cada vez que ele respirava, eu estremecia de leve. Era bom então não me mexi.

Uma de suas mãos começou a acariciar meus cabelos, ele estava tentando falar alguma coisa, eu conseguia sentir, mas não me atrevi a quebrar o silêncio, até que ele pareceu reunir forças suficientes para produzir algum som compreensível.

-Bem... Eu sei que você deve achar que isso – ele indicou a cama com a cabeça – foi só uma paixão de verão... algo que aconteceu nas férias e que nós vamos voltar e fingir que nada disso aconteceu. – Eu fitei seus olhos com intensidade, mas ele não sustentou o olhar e passou a focar em alguma dobra do lençol.

‘Você deve achar que isso aconteceu por que eu estava sem opção e queria me divertir... Merda, você me conhece, sabe que é o tipo de coisa que eu faria.  – Ele continuou e eu já não sabia se queria ouvir até o final. Eu não queria discutir aquilo, ao menos não agora.’

-... – Abri a boca para falar, mas ele me interrompeu antes que eu produzisse qualquer som.

- Não. Me deixe terminar. – Ele disse, aparentemente decidido em relação ao que iria dizer, mas sem ainda conseguir me olhar nos olhos. – Você sabe que eu não sou uma pessoa de relacionamentos longos e que eu geralmente só tenho casos de uma noite só. Você até me ajudou a conseguir alguns – Ele completou com um sorriso sem graça e eu já sabia para onde aquela conversa estava se encaminhando.

Eu queria que ele calasse a boca ali mesmo, eu quase me levantei e saí. Mas eu estava de roupão e todas as minhas roupas estavam espalhadas pelo quarto. Esperei que ele terminasse.

-Eu não quero que isso aconteça com a gente. – Ele finalmente retribuiu meu olhar, apenas para encontrar uma expressão completamente surpresa. – Eu não quero que você seja um caso de uma noite só. Eu gosto de você e... E você tem todo o direito de querer sair do quarto agora porquê tem um estranho em um quarto de hotel se declarando no primeiro encontro mas...

Ele se calou quando nossos lábios se encontraram, buscou ar por alguns segundos e, desta vez, eu estava por cima dele. Suas mãos hábeis desamarraram o roupão e o jogaram para um canto do quarto.

No breve intervalo em que interrompemos o beijo, ele deu um meio sorriso, do tipo que me desconcertava. Do tipo que ele sabia que me desconcertava e disse.

-Vou considerar isso como um sim. – E voltou a me beijar.

E mesmo durante o beijo, mesmo durante todos os beijos. Aquele desgraçado ainda sorria de um jeito fofo.



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