História The Secret - Capitulo 44

- Eu sei o que parece - ela estava visivelmente desesperada para explicar - mas eu posso explicar.

- Não sei se ainda quero ouvir - a morena está cansada - sempre tem mais alguma coisa escondida, sempre tem um algo a mais - seus olhos estavam vermelhos estava segurando as lágrimas - acho que isso foi um erro é melhor..

- Não - a loira gritou - eu não vou perder você de novo, nada foi um erro e não ouse dizer para esquecermos isso - a latina olhou um pouco assustada - agora por favor você pode me escutar? - falou respirando descompassado, Callie não contestou apenas acenou para que ela continuasse - quem me deu essas fotos foi April.

- Você pediu para ela me seguir? - falou com raiva dessa vez.

- Claro que não - falou incrédula - fiz muitas coisas erradas Calliope mas não sou um a perseguidora.

- Desculpe - mostrou as fotos - mas quer que eu pense o que com essas fotos na sua gaveta.

- April é chefe de redação de um jornal grande, você uma pessoa conhecida tanto pela firma que trabalha quanto pela sua família - se aproximou e sentou na outra ponta da cama - essas fotos foram vendidas para ela, para serem publicadas na coluna de escândalos, mas quando ela viu que era você nas fotos ela as comprou para que ninguém mais pudesse usá-las - respirou fundo - então quando eu voltei ela achou que deveria me dar essas fotos - a latina apenas escutava atenta - eu as guardei aí desde então, nem me lembrava mais delas, deveria ter destruído, mas como eu disse me esqueci.

- Estou envergonhada - abaixou a cabeça - eu estava passando por uma fase difícil, acho que preciso agradecer Kepner por isso - mexeu as fotos no ar - eu perderia meu emprego e até meu prestígio como advogada se alguém visse essas fotos.

- Por isso ela não deixou que fossem publicada - estava de cabeça baixa.

- Eu devo desculpas a você - olhou para a loira - eu só não sabia o que pensar vendo fotos minhas transando com um cara na sua gaveta.

- Eu entendo que isso possa ter te abalado - estava triste - e eu sei que preciso reconquistar sua confiança - ela olhava para as mãos e não para a morena - mas Callie você precisa me dar um voto de confiança eu não estou escondendo algo de você a todo momento, eu não estou conspirando contra você - olhou para ela agora - eu amo você, mas pra isso funcionar você tem que confiar em mim.

- Me perdoe - se aproximou e segurou as mãos da loira - eu me precipitei - estava realmente envergonhada - é que pra mim está sendo difícil ainda, tenha paciência por favor, eu sofri muito e essas fotos são a prova do buraco que eu estava quando você partiu - a loira ia falar mas ela continuou - eu só tenho medo, medo de perder vocês de novo, não sei se suportaria.

- Calliope - puxou o rosto dela para que a olhasse - não vamos a lugar nenhum e eu já te prometi isso.

- Eu sei - segurou o rosto da loira nas mãos e beijou seus lábios delicadamente - só me perdoe.

- Vamos esquecer isso ok? - sorriu fraco pra ela - pode fazer o que quiser com essas fotos, são suas - se levantou - você vai se atrasar.

- Tem razão - o clima estava um pouco pesado - ainda posso levar os documentos do divórcio?

- Claro - foi em direção a porta.

Desceram em silêncio as escadas, realmente aquelas fotos acabaram com o clima entre elas, a morena mais uma vez se precipitou, mas como julgá-la depois de tudo que aconteceu ela passou pela sala se despediu do filho, quando estava saindo pela porta as coisas estavam ainda mais estranhas não sabia como despedir, se ainda poderia voltar a noite como havia dito antes a loira mal olhava para ela, com certeza estava magoada.

- Tchau - falou meio sem graça.

- Tchau Calliope - a loira estava distante.

Alguns segundos ficaram apenas se encarando, a latina não sabia se dava a mão, beijava ela ou simplesmente saia, a situação estava um tanto constrangedora. Então ela acenou e saiu em direção ao seu carro, quando entrou abaixou a cabeça e se xingou por ser tão estúpida e fazer uma besteira atrás da outra. Sem ter como reparar seu erro por agora, ligou o automóvel e saiu em direção a sua casa, ainda precisava se trocar para ir trabalhar, mais tarde pensaria em como se desculpar com a loira.

…

A manhã que tinha começado perfeita para Arizona, se transformou em algo chato, uma situação delicada e ela já estava cansada disso, estava bastante frustrada com sua vida parecendo uma montanha russa que sempre que atinge o alto a queda vinha logo em seguida. Apesar de entender os motivos de Callie para estar sempre desconfiada e insegura em relação a ela é doloroso não conseguir provar que as coisas eram diferentes e que ela estava disposta a lutar contra tudo e todos para que nada ficasse entre elas, às vezes era frustrante sempre perder as batalhas.

Ficar lamentando também não ajudaria então deixou os problemas de lado para cuidar do seu filho, seu dia seria cheio e ela precisa focar nas prioridades. Passou a manhã vendo filmes com Nick, todas as vezes que tentou fazer outra coisa com como brincar com seus bonecos acabou se distraindo e não dando tanto atenção a ele, sua mente acabava indo para Callie era inevitável queria que a manhã tivesse terminado de outra maneira, ver filmes deixa menos espaço para sua falta de atenção com o menino. Depois do almoço a babá chegou, ela iria ficar com o garoto enquanto a loira resolvia algumas coisas.

- Boa tarde Mary - comprimentei a menina quando chegou, ela tinha apenas quinze anos e morava na casa ao lado, mas desde que Arizona retornou ela tem ficado com Nicolas sempre que a loira precisava.

- Boa tarde senhora Robbins - sorriu docemente, Mary é uma menina muito branquinha de cabelos castanhos claros e olhos cor de mel.

- Nada de senhora já disse apenas Arizona - a repreendi.

- Desculpe Arizona - ficou levemente corada, a loira apenas assentiu.

- Maryyyy.. - Nicolas veio correndo quando escutou a voz da menina.

- Oi Nick - se abaixou para abraçá-lo e sentiu o impacto com seu corpo quase caindo - senti sua falta.

- A gente vai brincar hoje? - ele falou animado.

- Vamos sim - ela sorriu levantando e arrumando sua bolsa no ombro.

- Se precisar de alguma coisa já sabe meu número - a loira foi pegando seu casaco e sua bolsa - eu vou tentar não demorar ok?

- Não se preocupe nós vamos ficar bem - olhou para o menino.

- Tchau filho - o abraçou - se comporte e obedeça a Mary.

- Tá bom mamãe - deu seu sorriso sapeca.

A loira saiu de casa um pouco apreensiva, era hora de dar início a próxima etapa do seu plano pensou em falar sobre isso com Callie quando acordaram mas não queria quebrar o clima com um assunto pesado desses, depois pensou em dizer antes que ela fosse trabalhar mas aí veio toda aquela história de fotos e ela não lembrou desse assunto, agora lá estava ela dirigindo até o escritório da latina para conversar sobre o que ela precisava fazer, não deixaria mais um omissão ficar entre elas, as coisas já estavam estragadas demais pra ela fazer mais estragos com bobagens. Mas ao mesmo tempo ela estava precisando de um tempo pra ela, depois que a morena a acusou naquela manhã ainda não tinha tido tempo de absorver toda a situação, ainda estava magoada, só queria resolver isso de uma vez sem ter que contar para Calliope, ao mesmo tempo sabia que seria um enorme erro, então fez o que sua razão mandou dessa vez, já que seu coração ainda pedia um tempo longe de latina, na verdade seus sentimentos sempre eram controversos quando se tratava de Calliope Torres, no entanto era algo que a deixava feliz.

O que sente pela latina é muito diferente do que já sentiu por qualquer outra pessoa, é algo sempre inusitado, em uma hora a ama incondicionalmente, na outra quer matá-la por lhe deixar com irritada, isso é empolgante e emocionante, não cai na monotonia, não fica exagerado é um amor na medida certa, um amor que ela pode garantir que é para vida toda.

…

Quando chegou ao escritório Callie se afundou em vários processos atrasados em sua mesa, que mal teve tempo de pensar na merda que havia feito pela manhã. Desde que começou a passar as tardes com Nicolas elas deixou muito trabalho acumulado, mesmo fazendo algumas coisas em casa, não tem o mesmo rendimento de quando estava no escritório onde sua concentração é toda direcionada ao trabalho e não dividida com a criança mais doce e adorável do mundo. Ela havia dado instruções a sua secretária para não passar nenhuma ligação, sua manhã seria dedicada aos documentos que estavam em sua mesa. Já estava tarde e ela ainda não havia almoçado e também não queria sair do escritório enquanto não atingisse sua meta de trabalho, a latina era assim desde de criança se impunha metas e não fazia outra coisa enquanto não tivesse terminado o que se propôs a fazer antes e com o trabalho não era diferente.

- Ei Torres - a latina quase saltou da cadeira com o susto que levou.

- Sloan - pois a mão no peito sentindo as batidas aceleradas do seu coração - quer me matar?

- Jamais mataria um mulher bonita - deu seu melhor sorriso cafajeste enquanto entra na sala - eu bati você não respondeu - levantou as mãos quando recebeu um olhar intimidador da mulher.

- Estava concentrada - passou a mão arrumando os cabelos.

- Me informaram que você ainda não comeu - foi a vez dele de olhar reprovador para ela, e sentou na cadeira de frente a mesa - vim te convidar para almoçarmos juntos.

- Não tive tempo de parar ainda - esticou os braços alongando o corpo - mas vou pedir algo para comer aqui mesmo, preciso terminar isso.

- Sou seu chefe Torres - esticou as pernas, colocou as mãos cruzadas atrás da cabeça e se recostou na cadeira - isso não é um pedido é uma ordem.

- Isso é assédio sabia? - deu um meio sorriso.

- Por mais que seja difícil não te assediar - sorriu sacana para ela - só quero que saia um pouco para espairecer e conversarmos um pouco, sinto falta da minha amiga - fez aquela cara de cachorro sem dono - você me abandonou Torres não fala mais comigo, não me dá mais nada do seu tempo, estou me sentindo abandonado aqui.

- Como você pode ser tão dramático Mark? - deu uma risada mais alta - eu saio com você para almoçar se isso te faz feliz.

- Me faz muito feliz - colocou as mãos junto ao peito mostrando sua emoção por isso, o que levou a morena a mais risadas.

- Você é ridículo - revirou os olhos.

- Vamos então? - foi se levantando.

- Me dá um minuto, vou mandar uma mensagem para a Arizona - pegou o celular para digitar - fui uma idiota hoje de manhã e quero saber se está tudo bem entre nós.

- Espera - falou tão assustado que ela realmente parou olhando assustada para ele - você e a loira voltaram? E a ruiva? - soltava uma pergunta atrás da outra - você pega mais mulheres do que eu Torres, precisa me dar umas dicas.

- Para de ser idiota Mark - revirou os olhos - sim, estou com Arizona e me separei da Penny, longa história te conto no almoço - deu de ombros e continuou escrevendo.

- Ok quero mesmo saber que reviravolta é essa - sentou novamente - quanto a mensagem - puxou o celular da mão dela - e antes que ela proteste continuou - você não deve mandar, se fez merda Callie tem que pedir desculpa em grande estilo - viu a mulher franzir o cenho, não entendendo onde ele queria chegar - você pisou na bola, não sei o que fez mas pela sua cara foi algo sério então ela ainda deve estar chateada, mandar mensagem agora só vai deixá-la irritada com sua falta de delicadeza com o acontecido.

- Lógico que não Mark eu seria delicada na mensagem -  tentou pegar o celular de volta, mas ele puxou próximo a seu corpo o que a fez bufar.

- Aposto que você ia mandar: “desculpe por hoje, ainda estamos bem?” -  falou debochado.

- Eu ia mandar beijos e colocar coraçõezinhos também - fez bico cruzando os braços e ele ergueu a sobrancelha como se dissesse “eu sabia” - qual sua grande idéia então? sabe tudo de mulheres.

- Acho que ainda sou melhor com elas que você - cai na gargalhada.

- Sem gracinhas Sloan - tentou ficar séria mas acabou rindo também.

- Tenho uma idéia, vamos comer que eu te conto - levando novamente e estendeu o celular para ela - essa loira nem vai lembrar o que você fez depois disso.

- Ok - pegou o celular e sua bolsa e levantou - você venceu.

Os dois saíram juntos do escritório entre piadinhas e risadas, Mark sempre foi um bom amigo e Callie quando percebeu que era só isso que sentia por ele, uma grande e imensa amizade as coisas entre eles ficaram ainda melhores.

...

Sentada em um poltrona branca no luxuoso salão de espera tomando uma taça de champanhe enquanto aguardava a liberação do seu jato particular Boswell atraia olhares de muitos homens que passavam por ali, não podia se negar que a mulher tinha uma beleza natural, loira, olhos claros, corpo escultural e uma elegância sem igual dentro de um vestido social branco sapatos Lamborghini vermelhos e jóias combinado com todo o conjunto, ela sorria com seus lábios vermelhos pelo batom. É uma mulher sedutora e alguns homens se atreviam a se aproximar, mas ela já não precisava mais deles para ter uma vida de riqueza, tinha o dinheiro de Arizona e agora se dava ao luxo de dispensar homens poderosos como aqueles sem nem ao menos se dar ao trabalho de olhar para eles. Ela estava feliz pois iria dar adeus aquele país e aquelas tramas em que se meteu com Alex.

Enquanto esperava ela observava as pessoas ricas em suas vidas medíocres comparando o tamanho de suas contas bancárias como homens medindo seus órgãos genitais, era engraçado ver que eles não percebiam que gastar o dinheiro sempre foi mais importante e prazeroso que tê-lo em si, em sua mente ela apenas despreza essas pessoas pois nunca conseguiriam o que ela tem, o prazer puro e pleno que o dinheiro pode oferecer. Exatamente às 14 horas uma das atendentes da área vip se aproximou de Lauren.

- Senhorita Boswell - sorriu como era costume nos funcionários de aeroportos - seu avião está pronto, pode se encaminhar para o embarque, seu piloto será o capitão Gillies.

- Obrigada - retribuiu o sorriso.

Levantou em toda sua elegância e caminhou para onde lhe foi indicado, nariz empinado e segurando sua bolsa Chanel, enquanto andava mais homens olhavam para ela que sorria ao reafirmar seu poder sobre os mesmos. Chegando próxima ao jato haviam duas comissárias de bordo lhe aguardando uma aos pés da escada e outra no alto, ao terminar de subir as escadas e comprimentar o piloto, se virou para o lado de fora.

- Adeus e até nunca mais New York - acenou para o nada enquanto se virava para entrar no avião.

Se acomodou em um dos assentos do jatinho enquanto a aeromoça lhe servia outra taça de champanhe francês, o piloto anunciava que em poucos minutos estariam prontos para a decolagem e ela não poderia se sentir melhor. Percebeu uma certa movimentação entre as comissárias que pareciam nervosas e apreensivas e aquilo já estava lhe incomodando.

- Posso saber o que está acontecendo com as senhoritas? - falou com impaciência - e porque esse avião ainda não decolou?

- Desculpe senhorita - uma delas começou mas parecia assustada -mas o FBI está impedindo nossa decolagem o capitão Gillies está conversando com eles através do rádio na cabine de comando.

- Mas qual o problema? - franziu o cenho realmente sem entender o que estava acontecendo.

- Ainda não sabemos, pode ser que estejam fazendo alguma operação no aeroporto - tentava gesticular para não transparecer o nervosismo - mas assim que eles liberarem vamos decolar.

- Resolvam isso rápido - estava irritada - pago caro para viajar quando eu quero e não gosto de esperar.

- Claro senhorita - respondeu sem graça.

Então a mulher voltou para a cabine e se juntou a outra comissária, passado alguns minutos Lauren já estava ficando impaciente com a demora quando a mesma menina que falou com ela antes se dirigiu a porta do avião e o abriu, dois agentes do FBI, entraram e andaram até Boswell.

- Senhorita Lauren Boswell está presa por sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e crimes contra a receita federal, além de acusações por extorsão - um policial foi retirando as algemas e puxando a loira enquanto falava - tem direito de permanecer calada, tem direito a um advogado, se puder pagar será de segunda um representante público.

- Isso só pode ser um engano - falou assustada - tire as mãos de mim - puxou seu braço sem resultado - eu vou processar todos vocês por isso.

- Senhora é melhor colaborar - colocou as algemas e conduziu a mulher até a viatura que estava parada próxima a pista de decolagem.

A mulher foi levada para a sede do FBI, para ser interrogada antes de ser levada para a prisão onde aguardará o julgamento, no caminho a loira permaneceu calada, pensando em como poderia ter ido parar ali, ainda mais por acusações como aquelas não fazia o menor sentido. A primeira pessoa que lhe veio à mente foi Alex, ele com certeza estava por trás dessa prisão, deve estar se vingando por Lauren não ter lhe dado no dinheiro que ela conseguiu de Arizona e ainda deixado ele para trás sozinho com seus planos para conseguir a herança da prima.

Ela estava dentro de uma sala onde só havia um enorme espelho em uma das paredes provavelmente onde pessoas podiam vê la do outro lado, uma mesa pequena e duas cadeiras, tudo de metal. Haviam tirado as algemas mas ninguém falava com ela, ninguém vinha lhe dizer o motivo de estar presa, nem mesmo lhe interrogar ou algo parecido e isso estava deixando a loira cada vez mais irritada.

- Ei, tem alguém aí? - se levantou e começou a bater no espelho - eu tenho direito a uma ligação e quero fazê-la agora - mesmo naquela situação não abandonava sua pose.

Por mais uns 20 minutos ninguém apareceu a cada minuto sua inquietação aumentava pela falta de informações, até que um homem entrou na sala a assustando, era um um homem bonito alto, loiro de olhos verdes, vestido com uma calça social preta e camisa branca com os dois primeiros botões abertos, quando ela prestou mais atenção reconheceu como sendo um dos homens que estavam durante a sua prisão.

- Olá senhora Boswell - o homem foi se sentando de frente para ela - sou o agente Kaller.

- Olá agente Keller - falou sedutoramente, enquanto apoiava o queixo em sua mão e o cotovelo na mesa - eu queria falar com meu advogado, mas não me oponho que aconteça depois de nós conhecermos melhor.

- Senhora, pode ligar para seu advogado agora se quiser - continuou com sua postura séria.

- Lauren, não sou nenhuma velha para me chamar de senhora - sorriu, passando a língua sobre os lábios.

- O telefone está aqui - colocou um celular na sua frente, ignorando mais uma vez a mulher - pode fazer uma chamada, quando seu advogado chegar iniciaremos o interrogatório.

- Você é durão - pegou o telefone é começou a discar o número - eu gosto disso - sorriu maliciosamente enquanto espera chamar.

Ficaram algum tempo dentro da sala aguardando o advogado da loira, enquanto o agente Keller olhava para o relógio quase todo tempo, um pouco impaciente já que a mulher não parava de tentar seduzi-lo, ela tentava puxar assunto, cruzava as pernas a todo momento tentando lhe chamar atenção, passava a língua sobre os lábios de maneira sedutora, mas parece que o homem era imune a seu charme, passado cerca de uma hora um outro agente entra na sala e chama Keller que caminha até ele, os dois têm uma conversa em tom baixo e a loira por mais que se esforçasse não conseguia escutar o que eles diziam, em menos de um minuto ele retornou e se sentou frente a mulher novamente.

- Sua advogada chegou senhorita Boswell? - ele escrevia algo em um bloco de notas - posso pedir que entre?

- Advogada? - franziu o cenho - eu não tenho uma advogada e sim um advogado.

- Ela se apresentou como sua advogada - falou com certa impaciência - posso dispensá-la mas, então eu vou chamar um defensor público não podemos mais esperar por seu advogado.

- Sempre tão sério Mr. Keller - mostrou seu melhor sorriso cínico - e apressado também.

- Senhorita estou cansado dos seus joguinhos - falou sério - e não tenho tempo a perder.

- Ok - levantou as mãos em rendição - pode deixá-la entrar, estou curiosa para saber de quem se trata - sibilou enquanto cruzava as penas de maneira sensual.

…

Estacionou o carro em frente ao prédio onde fica o escritório de advocacia que a latina trabalha, estava lá parada olhando para o lugar sem saber ao certo a melhor maneira de agir, se ia até e procurava ela, se mandava uma mensagem dizendo que estava ali, se ligava e pedia para vir ao seu encontro. Nunca tinha ido ao trabalho de Callie, nem mesmo antes de todas as coisas desandaram e ela sair fugida do país, então chegar ali pra dizer, “oi Calliope, eu sei que as coisas ficaram esquisitas essa manhã, mas eu estou indo me vingar da minha ex mulher agora e achei que você gostaria de saber”, falou em voz alta para si e pareceu ainda mais idiota, segurou a direção com as mãos uma sobre a outra e encostou a cabeça respirando fundo, antes de tomar uma decisão. Passou alguns minutos ali na mesma posição, levantou a cabeça e olhou para frente, pegou sua bolsa no banco do carona e abriu a porta do carro, saiu, trancou e enquanto guardava a chave na bolsa, foi caminhando devagar, de cabeça baixa e distraída acabou esbarrando em uma pessoa.

- Desculpe - foi se desculpando sem levantar a cabeça para ver quem era, estava tão concentrada em sua meta de achar Callie e falar com ela que não prestava atenção ao seu redor.