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História The Selection - Pillowtalk


Escrita por: fecasanova

Notas do Autor


Queria dizer que, até o fim desta temporada, não teremos capas para os capítulos porque eles seriam como um mini Spoiler.

Nos vemos lá embaixo.

Capítulo 31 - Pillowtalk


Point of View – Ambre Schreave

16 de Agosto

Suíte da Princesa; Palácio de Illéa – 01h24

 

– Doí? – Ri enquanto mordia a mão de Adam com força. Ele havia entrado no quarto do meio da noite. Era estranho, mas parecia que ninguém o tinha visto pelo corredor. Era exatamente como Nick costumava fazer. Por mais que eu não quisesse admitir... Eu sentia falta de Nick e talvez por isso eu havia deixado Adam entrar no meu quarto.

– Não muito. – Ele resmungou enquanto afastava meu rosto com uma das mãos. Estávamos deitados, minha cabeça apoiada em seu braço enquanto a mão dele deslizava pelas minhas costas. Adam aproximou os lábios da minha testa e me beijou ali, sem pressa. Em menos de um mês, ele havia se tornado uma das coisas mais importantes na minha vida.

– Amanhã é um dia importante. – Sussurrei. Vi Adam fechar os olhos rapidamente. – É a festa que o grupo do Scott preparou para a Hiro.

– Hm. – Era uma resposta pouco eloquente vinda de Adam. Ele que costumava ter argumento para todas as coisas.

– Não está animado? – Sussurrei, pouco animada depois da reação que ele tinha tido.

– Sei lá, eu não tenho bons pressentimentos com nada que envolva o Scott e os caras que estão com ele. – Adam deu de ombros, mas não me olhou. Estava com os olhos escuros fixos no teto sem graça do meu quarto. Talvez ele estivesse procurando o céu, mas não havia nada ali.

– Alex parece legal. Ele me deu um anel. – Sussurrei enquanto rolava sobre Adam para alcançar o meu criado mudo, pescando o anel de ouro de Alex havia me dado como presente no nosso último encontro. – Ele disse que era da sua avó.

– E você acreditou? – Ele riu de lado, o que me fez ficar ainda mais séria. O que estava acontecendo com ele? Por que estava tão distante? Por que estava sendo um puta babaca?

– Sei lá. – Falei e me sentei na cama. Se ele queria ser um babaca, eu também podia ser uma. Podia ser a pior das babacas.

– Desculpa. – Ele sussurrou e puxou uma das almofadas para cima de seu rosto. Ele disse algumas coisas incompreensíveis, mas logo parou e respirou fundo. – Acho que não gosto quando você fala dos outros caras comigo. Sério. Eu me sinto mal.

– Tem ciúmes de mim? – Aquilo não mudou a minha expressão por fora, mas dentro de mim, uma pequena Ambre dançava, vitoriosa.

– Talvez eu tenha, um pouco. – Ele deu de ombros e logo sorriu para mim. – Mas eu disse talvez. – Adam passou os dedos nos cabelos muito lisos, jogando-os para o outro lado e respirou fundo. – Venha aqui.

  Me aproximei de Adam, afastando o meu vestido das coxas para conseguir me sentar sobre o colo dele. As mãos de Adam alcançaram a minha cintura. Eu já havia sido tocada ali mais de mil vezes, mas nenhum cara tinha me tocado como Adam. A maioria deles haviam me tocado como se eu fosse uma princesa, mas Adam me tocava como se eu fosse uma mulher. Apenas uma mulher.

– Eu preciso te contar uma coisa, Bre. – Ele sussurrou, enquanto apertava a minha cintura com carinho. Respirei fundo.

– Você pode me falar isso amanhã. – Sussurrei de volta. Eu não queria conversar com ele sobre nada que nos levasse longe dali, daquele lugar. Aproximei os lábios dos dele, mas não o suficiente para que se tocassem. – Podemos fazer coisas mais interessantes juntos, não acha?

– Não me provoque, Ambre. – Ele deixou um sorriso torto escapar de seus lábios. Apesar do que todas as outras pessoas falavam, eu achava Adam lindo. Ele subiu uma das mãos para o meu pescoço, deslizando as pontas do dedo pela minha nua, lentamente.

– Então também não me provoque. – Sussurrei. Encostei minha testa no peito de Adam e deixando que ele acariciasse meus cabelos. Ficamos sem silencio por alguns minutos. Não precisava mais palavras. Não precisávamos de nada. Mas eu mal conseguia me conter. Eu queria tirar de Adam o máximo que eu pudesse enquanto estávamos apenas nós dois. – Adie...

– O que foi? – Ele sorriu, meio de lado, mas com os olhos pequenos bem fechados. Os dedos dele deslizavam pelos meus cabelos sem pressa, desfazendo os pequenos nós que tinham se formado. Era simples o modo como ele se portava e como ele me tinha por perto. Eu gostava daquilo. E tinha que admitir que gostava dele também.

– Gosto de você. – Sussurrei enquanto me aninhava em seu peito e deixava meus olhos se fecharem. Eu nunca havia estado tão tranquila em toda a minha vida e nem tão certa do que estava fazendo ali, com Adam.

– Também gosto de você. – Ele admitiu, sussurrando baixo junto ao meu ouvido. – Só espero que não me odeie depois de descobrir coisas sobre mim...

– Confio em você. – Sussurrrei, mas já não estava tão atenta ao que ele estava dizendo. Estava começando a dormir, mas tudo o que eu ouvi foi. – A família nunca nos abandona.

 

- }{ -

 

– Ambre, acorde. – Olivia berrou, me empurrando da cama. Acordei em um pulo e só então notei que Adam tinha sumido. Fiz uma careta instintivamente e cruzei os braços junto ao peito. – O que foi? Está procurado por um dos seus namoradinhos, Ambre?

– Olivia, você não acha que anda muito interessada na minha vida? – Atirei uma almofada nela, que acabou acertando em sua cabeça. Ela riu baixo, mas a touca acabou caindo e deixando os cabelos compridos dela a mostra. Olivia era bonita. Bonita demais para ficar escondida debaixo daquela roupa estranha.

 – Céus, minha touca. – Ela correu para procura-la no chão enquanto eu me levantava, com a  minha cabeça cheia de ideias loucas. Mordi meu lábio com força enquanto Olivia enfiava os cabelos na touca mais uma vez.

– Liv, você gostaria de ir ao baile comigo?

– Ir ao baile? Meu deus, eu não tenho nem mesmo um vestido.

– Isso nós duas podemos resolver. Eu tenho certeza que há no closet algum vestido que eu não usei e... E nossos corpos são quase iguais, então você não tem mais desculpa.

– Eu não me sinto bonita a maior parte do tempo, Ambre. – Olivia desviou-se de mim e do assunto e acabou por se embrenhar no meio das minhas roupas. Eu corri atrás dela, passando por entre as araras aonde os meus vestidos criavam uma cortina.

– Você é linda. Só não se permite ser bonita de verdade. – Gritei enquanto a seguia no meio das roupas. Senhor, para que eu tinha aquele monte de roupa mesmo? A Achei enfiada no meio de alguns vestidos, segurando um cabide para mim. Era um vestido sóbrio, curto em um tom de creme que me deixaria parecendo um fantasma. Bufei.

– Petúnia que escolheu. Mas não se preocupe, eu quem escolhi seu vestido para a festa. – Olivia sorriu e me entregou o vestido.

– Sabe que você não é só uma criada para mim, não sabe? Que eu vejo você como uma irmã, como uma amiga. – Sussurrei enquanto abraçava o vestido e a olhava. – E esses dias serão os dias que eu tirei para comemorar com as minhas amigas... Venha, por favor.

  Sorri enquanto pescava um vestido vermelho na arara e colocava nas mãos de Olivia. Pisquei para ela em cumplicidade enquanto voltava correndo para o quarto, aonde Juno e Petúnia me esperavam para me banha e me vestir.

  Não demorou muito até que eu estivesse pronta. E menos ainda para que eu saísse daquele quarto correndo, procurando as garotas com quem eu passaria o dia. A primeira noite seria dedicada a Hiro e a festa estava sendo providenciada por Scott e seus garotos.

  Parte de mim estava animada para ver o que eles tinham inventado e outra parte estava nervosa. Scott podia ser imprevisível.

  Corte os corredores correndo. O barulho das minhas sapatilhas sem salto era quase inaudível e isso era uma das coisas que eu mais gostava nelas. Passei rapidamente pelo corredor do quarto dos garotos: pude ver que Ed e Harry estavam afinando um violão e ensaiando baixo uma canção. Enquanto atravessava outro, pude ver a silhueta de Kodi enquanto ele abraçava Kodi, eles sussurravam o que eu quis acreditar que eram promessas de amor.

  E quando atravessei o terceiro corredor, vi algo que os meus olhos se recusaram a acreditar que era verdade. De trás de uma das pilastras, aonde eu resolvi me esconder, pude ver que Adam estava inclinado no parapeito da imensa janela, com os cabelos caindo sobre o rosto e a princesa de Portugal estava atrás dele, com as mãos espalmadas em seu ombro. Eles conversavam baixo, comentando sobre algo que parecia um segredo.

  Dificilmente eu me irritava verdadeiramente com algo, mas meu sangue ferveu assim que os vi se abraçar, com uma cumplicidade que me fez sentir inveja e ódio. Mordi meu lábio com força até sentir o gosto do sangue na minha boca e só então me aproximei, com o meu sorriso mais falso no rosto.

– Gabriella, vejo que conheceu o Senhor Driver. – Resmunguei, entredentes, semicerrando meus olhos. Ela pareceu ter notado que eu não tinha gostado muito de vê-los tão “íntimos”.

– Claro que sim. – Ela disse com um sorriso enquanto olhava para Adam, que tentava se recompor do que tinha acabado de acontecer. O fuzilei com os olhos. – Ele é um garoto maravilhoso. – A vi deslizar os dedos compridos pelos braços dele.

– Ah, que bom que pensa assim. Por que não fazem um par no baile desta noite, hum? Já que se entenderam tão bem. – Disse, irônica, enquanto exibia meu melhor sorriso. – Bom, já que você está bem acompanhada, irei procurar as outras garotas. Elas não têm o costume de escolher as coisas antes da anfitriã, mas eu entendo que em Portugal as coisas devem funcionar diferente.

  Não a esperei responder. Fiquei admirando aquela cara de chocada por alguns instantes antes de dar as costas e tomar o caminho do quarto de Catelyn como se eu fosse a dona do mundo. E era exatamente assim que eu me sentia naquele momento.

– Ambre. Espere. – Lá estava ela. A maldita Gabriella, correndo em minha direção, com os cabelos ao vento e um sorriso no rosto. – Me desculpe, eu não sei o que você imaginou que estava...

– Eu não imaginei nada. Sei o que vi. – Resmunguei e continuei andando, sem olha-la nenhum momento.

– O que viu foi uma conversa entre amigos. – Ela disse enquanto me seguia. Aquela era a princesa mais estranha que eu já tinha visto: não usava joias, não tinha sotaque, nem mesmo parecia se portar como uma princesa diante das outras pessoas. Ela era um poço de esquisitices. Talvez os caras gostassem daquilo.

– Então vocês acabam de se conhecer e já são melhores amigos? – Bufei, sem parar de me mexer. – Olha, Maxine disse aquilo de brincadeira e mesmo que fosse verdade... Deveria me perguntar se eu não tinha sentimentos por Adam, ok? E não ir lá e flertar com ele como uma... Como uma...

– Acha que eu estava flertando com ele? – Ela riu da minha cara. Como tinha coragem de vir até a minha casa e rir de mim daquele jeito?

– Eu sei quando uma mulher está flertando.

– Parece que não sabe, Ambre. – Ela segurou meu braço com força, me impedindo de andar. Olhei para as unhas dela enterradas na minha carne e depois para o rosto. Ela parecia teimosa, mas eu podia ser muito mais. Puxei meu braço com força e respirei fundo. – Você tem que aprender a observar melhor as coisas, princesa. Nem tudo é como você quer enxergar. Existem coisas maiores que você e que esse seu mundinho de castelos, vestidos e desejos concedidos. Não vivemos em um conto de fadas.

– Quem você acha que é para falar assim comigo?

– Alguém que se preocupa com você e que sabe o que está dizendo. – Ela disse aquilo com segurança e só então abaixou o olhar. – Eu estou aqui para fazer o que muitos não fizeram, Ambre. Eu estou aqui para te dizer a verdade.

– Eu sei a verdade.

– Não sabe. Seus olhos estão fechados, ou melhor, você só vê o que acha que quer. – Ela respirou fundo e buscou um papel dentro do sutiã, colocando-o em minhas mãos com uma certa força. – Você está em perigo. Existem pessoas querendo tomar o trono e assassinar sua família. Sabe em quem pode confiar, Ambre? Inteiramente?

– Por que está me falando essas coisas sem sentido, garota?

– Sua vida corre perigo. A vida de todos que estão nesse castelo corre perigo. Os sulistas estão vindo e não vão demorar nada para chegar. Proteja quem você puder e nós lhe protegeremos.

  Desta vez, foi ela que me deixou ali, com a cara de espantada e saiu, correndo pelos corredores até seu quarto. Abri o papel lentamente e nele havia desenhado o símbolo de uma estrela do Norte.

  E eu sabia bem o que aquilo significava.

 

- }{ -

 

Point of View Harold Parks

16 de Agosto

Quarto do Conselheiro; Palácio de Illéa – 12h40

 

  Empurrei o corpo ferido da criada para o chão. Ela agonizou e tentou se levantar, mas eu fiz questão de colocar a bota por sobre seu pescoço magro e pressiona-la até que parasse de se debater e aceitasse sua morte.

  Depois fiquei olhando o que tinha feito: ela era uma boa criada e tinha os cabelos exatamente iguais aos de Ambre, iguais aos de Clarion havia tido um dia. Tinha sido quase impossível resistir e convencê-la a se tornar minha amante foi uma das coisas mais fáceis que tinha feito na vida. Mais difícil havia sido convence-la a usar os vestidos da princesa enquanto fazíamos sexo.

  Mas como tudo naquele castelo, ela havia me entediado. Tinha que admitir que ela me deu mais prazer enquanto morria do que todas as vezes que transamos.

  Pulei seu corpo sem vida enquanto buscava meu caderno. O dia estava finalmente chegando e eu tinha que estar com tudo na mais perfeita ordem. Estava planejando aquele momento desde que havia pisado no castelo, a trinta e cinco anos atrás.

  Joshua era um garoto mimado, acostumado a ter tudo como bem queria. Acostumado a ser o herói do povo quando queria. A memoria dele pulando em direção ao fuzil para defender uma das selecionadas ainda estava muito viva em minha mente. Eu podia mata-lo com um tiro. Com um único tiro. Mas eu escolhi poupa-lo. Fingi uma luta corporal com um dos meus parceiros e acabei ganhando mais do que a gratidão de Joshua, ele me deu sua amizade.

  Quanto mais tempo eu passava ao lado de Joshua, mais eu me entediava dele. Odiava o modo como ele tentava amar a todos, o modo como ele não sabia escolher o que era melhor, o modo como ele colocava seus desejos antes dos de todos os meus.

  Mas o dia em que eu realmente o odiei foi quando ele disse estar interessado na única selecionada que me agradava: Clarion. Ele não podia olha-la, não podia. Ela era minha, será que ele não havia percebido?

  Joshua queria tudo e teve tudo. Ele conseguiu o trono, conseguiu ser amado, conseguiu Clarion e conseguiu fazer um filho nela. Eu odiei aquela criança enquanto ela se formava e a odiei mais ainda quando fez o corpo de Clarion se deformar.

  E quando veio ao mundo, aquele pequeno monte de nada, eu não consegui sentir nada por ela além de desejo.

  Observar Ambre crescer havia sido a maior das torturas. Eu tinha visto os primeiros passos, os primeiros sorrisos, as primeiras palavras e a tinha visto desabrochar como uma bela mulher. Mil vezes mais bela do que a mãe havia sido.

  Eu a desejava como nunca havia desejado nada. E a teria de qualquer forma, nem que para isso, eu tivesse que derrubar um império.

– Por que você me chamou? – Clarion havia entrado pela outra porta enquanto eu estava distraído com o caderno. Eu sempre me distraia quando o pegava, já que estava cheio de fotos de Ambre em vários momentos. Haviam fotos dela que estampavam as capas dos Jornais, mas haviam fotos que apenas eu tinha, como aquela em que ela estava debruçada na banheira, com parte dos seios a mostra.

– Querida. – Ela deu um passo para trás enquanto eu me aproximava. Clarion tinha medo de mim, mas ela já não tinha muita coisa que eu quisesse. Nada que eu não pudesse tomar a força. – Venha aqui, temos coisas a discutir.

– Eu quero saber aonde está o meu filho, Harold.

– Em segurança. Está sendo bem cuidado e ele já é um homem, não tem mais que se preocupar com ele. A conversa que temos que ter é mil vezes mais importante do que com está o seu bastardo sujo.

– O que quer? Eu não tenho mais nada para lhe dar, Harold.

– Claro que tem, Clarion, querida. Se você ainda está viva é porque ainda tem coisas que eu desejo.

– Diga-me o que é.

– Sente-se, meu bem, há muito para resolvermos.

 

- }{ -

 

Point of View – Ambre Schreave

16 de Agosto

Grande Salão, Palácio de Illéa – 20h43

 

– Gosto quando ele a gira dessa forma. – Sussurrei para Barbara enquanto observávamos Logan conduzindo Natalie pelo salão. Eles estavam trocando sorrisos cumplices, se acariciando discretamente, vivendo um amor que eu ainda não tinha achado. Que nenhuma de nós duas tinha encontrado ainda. Corri os olhos até as outras meninas: Catelyn estava gargalhando enquanto era carregada por Robert, que já tinha tentado aparecer de tantas formas que já estava me dando nos nervos; Hiro, que era a homenageada da festa, conversava timidamente com Godfrey e os dois pareciam estar se entendendo bem demais; Olivia, que havia aceitado participar e era, de longe, uma das mais bonitas no salão, dançava animadamente com Evan que vez ou outra a fazia ter ataques que riso; Gabriella, que parecia embalada para presente, de tão gostosa, aceitava ser guiada por Adam, com quem mantinha uma conversa saudável; Arinna estava em um canto, trocando confidencias com Beau; Maxine já tinha sumido entre as garotas e eu também estava dando falta de Austin, o que era, no mínimo, suspeito; Jasmyn estava em um canto bebendo e brindando com Rafael, os dois pareciam mais animados do que era saudável; Delphine tinha se enrolado nos passos que Harry tentava fazer e vez ou outra, vi os dois caindo em gargalhadas compulsivas.

– Todas estão se divertindo. – Barbie sussurrou. Scott havia escolhido a primavera como tema da festa e enormes cerejeiras haviam sido colocadas do lado de dentro do salão. Suas folhas coloridas estavam rodopiando pelo ar, criando uma estranha sensação de magia enquanto todos se moviam delicadamente. – Menos nós duas.

– É que temos péssimos corações. – Murmurei

– Pretos como carvão. – Ela completou, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Justin se aproximou e a chamou para dançar. E Barbie, que não era idiota, aceitou.

  Me vi sozinha enquanto todas as minhas amigas se moviam graciosamente pelo salão, com enormes sorrisos e posturas perfeitas. Parte de mim sentiu inveja, o que era um sentimento bastante comum para mim, mas outra parte, bem menor, eu admito, estava se sentindo bem. Gostava de ver as minhas amigas felizes.

– Você deve ser mesmo uma ótima amiga. – Dylan sussurrou atrás de mim. Assim como eu, ele tinha optado por uma vestimenta clássica. Enquanto eu ostentava um vestido longo, colado em meu corpo, Dylan se escondia atrás de um terno perfeito. Sorrimos ao mesmo tempo. – Todas as suas convidadas estão se divertindo e dançando enquanto você está aqui... O que é que você tem?

– Não sou uma boa dançarina. – Menti enquanto olhava para frente, Scott estava subindo no palco e tomando o microfone das mãos do cantor, que saiu de cena irritado. – Sabe o que ele está aprontando?

– Não faço ideia, mas nada que vem de Scott parece ser uma boa. – Dylan argumentou enquanto segurava minha mão, me impedindo de chegar mais perto do palco. – Acho melhor você ficar por aqui, Ambre.

– Senhoras e Senhores, Majestades e Altezas, Amigos e Colegas, bem vindos a festa da primavera. Estamos orgulhosos em fazer esta belíssima festa para a princesa da Nova Ásia, Hiro Yamada. – Scott estava lindo. E como um anfitrião perfeito, iniciou uma salva de palmas longas direcionadas a Hiro, que sorria docemente e fingia uma timidez que eu sabia que não era real. – E, para entretê-los, cá está a nossa atração: Alexander, o magico.

  Todos caíram na gargalhada quando Alex subiu no palco, com uma fantasia ridícula de mágico. Tive que colocar as mãos na boca para não ir alto demais. Ele estava ridículo.

– Para o meu primeiro truque, eu irei precisa de um dos selecionados... Qual de vocês quer ser cobaia? – Alex estava firme, como sempre, mas algo nele parecia errado e eu não sabia bem o que era. – Que tal você, Adam?

  Adie deu de ombros e caminhou até o palco, sendo seguido por uma salva de palmas tão longas quando as que Hiro havia recebido. Alex rodeou Adam por algumas vezes e só então tomou a frente, com um enorme sorriso, apontando para ele.

– Como todos sabem, estamos participando de algo chamado “Seleção”. – Alex sorriu e então Scott e Stephen trouxeram um lençol branco estranho. – Neste evento milenar, a princesa ou príncipe escolhe seu marido, conhecendo trinta e cindo pretendentes. A Seleção pode durar anos. – Os dois jogaram o lençol sobre Adam. Todos nós podemos vê-lo de debater debaixo do mesmo. – Mas, as vezes, o que deveria ser um conto de fadas se transforma em um pesadelo.

  Algo projetou uma foto de Adam na parede, gerando uma comoção total. Ele estava pulando o muro de uma casa, na outra foto, estava roubando mantimentos e dinheiro e em uma terceira, estava entrando em uma casa abandonada e comemorando com alguns caras.

– Algumas vezes, Ratos tentam se passar por príncipes. – Alex continuou, sua voz ficava cada vez mais alta e violenta, assim como Adam, que se debatia e gemia cada vez mais alto. – Não se deixem enganar por sorrisos bondosos e falsas lideranças, princesa. Diante de você, está um traidor.

  Em um movimento rápido, Scott e Stephen soltaram Adam, que caiu no palco com certa força. Suas roupas haviam se transformado em trapos, exatamente iguais a aqueles que ele usava nas fotos.

  Fiquei observando enquanto Adam tentava se levantar, com muito esforço. E só quando ele caiu mais uma vez, notamos que haviam retirado dele a prótese que usava para se manter de pé.

  Tentei buscar apoio nos olhos de Dylan, e só então percebi que ele já havia saído dali e estava correndo em direção a Adam, assim como Justin e Harry. Os três o levantaram.

  Eu queria poder ter feito alguma coisa, queria ter gritado para que separassem a briga entre Justin e Scott, queria ter pedido alguém que impedisse Stephen de acertar um soco no rosto de Harry. Queria ter impedido que a festa de Hiro se transformasse em um grande ringue, aonde os meus selecionados se espancavam.

  Mas tudo o que eu conseguia pensar era “por que ele tinha mentido para mim”?


Notas Finais


Oi, Oi Brioches!

Estamos na reta final. E serão capítulos tensos de se ler (e de se escrever, acreditem!).
Estou postando este capítulo hoje, porque eu não terei tempo de postar o nosso amado capítulo de Domingo.
Então aproveitem. E obrigada!

Queria dizer, mais uma vez, que estou quase entrado de Férias e então terei mais tempo para vocês, ok? Me perdoem por estar sendo tão ausente.

Somos mais de 270 Príncipes e Princesas/Família Brioche!

Beijos, Khaleesi.


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