História The Seven Kingdoms - The Apologies

    A festa não durou mais muito depois dos Lordes dos outros reinos se fazerem presentes. Harry, como bom anfitrião que era, reservou quartos para que os homens descansassem, bem como para seus amigos de longa data, os outros reis. Ainda não era noite, mas o céu já tornava-se alaranjado pelos raios do sol quase se escondendo no horizonte.

    Liam olhava pela janela do quarto em que estava, no castelo de Styles, e pensava em como as coisas mudariam na sua vida em cerca de duas semanas. Ele comandava o reino de Kent junto com seu pai desde os quinze anos, pois o velho rei sempre fora muito doente. Muitos diziam que era durão e que Liam era a única razão pela qual os rebeldes tinham esperança de tempos melhores, pois o rei Geoff era conhecido pela autoritariedade, pela pouca tolerância e o temperamento forte. Liam cresceu ouvindo histórias sobre como seu arqui-rival, Yaser Malik, havia trazido forasteiros do oriente para comandar as terras anglo-saxãs.

    Payne, por outro lado, tinha todas as características de sua mãe, que era o total oposto de Geoff. Era bondosa, tolerante e costumava inclusive visitar o povoado e conversar com os aldeões quase todos os dias. Por muitas vezes, usou vestidos feitos por costureiras da vila e aceitou presentes de viajantes e carpinteiros, mesmo vivendo coberta de jóias e de luxos no castelo. Era uma mulher do povo, mas morreu jovem, em consequência da tuberculose, quando Liam tinha apenas dez anos de idade. O rei amargara ainda mais depois da perda da mulher.

    O que o jovem príncipe via à frente acerca de seu futuro era justamente a oportunidade de começar um reinado um pouco diferente, talvez se tivesse costumes um pouco mais parecidos com os do povo de Wessex, tudo fosse mais fácil. Os agricultores de Kent eram os mais famosos e competentes e Liam fazia absolutamente questão que o nome de sua família continuasse associado a isso. Mas existiam outras regulamentações a cumprir, mesmo que ninguém nunca o tivesse pressionado a nada. Igualmente precisava de uma esposa, era hora de começar a ter herdeiros, o reino de Kent teria que continuar seguindo com a monarquia e ele era o último na linha de sucessão ao trono.

    Pensou algumas vezes em falar com Harry e aproveitar a oportunidade de que estava praticamente em família e pedir a Gemma que se casasse com ele. Apesar de admirá-la pela beleza e graciosidade, não conseguia vê-la como mulher, era apenas uma irmã mais nova, a qual tinha grande afeição. Por algum motivo, sentiu que seus caminhos estariam ligados em determinado momento, mas Liam não a amava.

    Pensou em Zayn e todos aqueles casos que o moreno colecionava em seu reino - era bem possível que tivesse filhos pela aldeia, bastardos de mulheres que ele engravidava sem nem saber direito. Não sabia até que ponto as histórias que ouvia sobre Malik eram verdade, mas sentiu-se extremamente mal por tratá-lo daquela forma durante o almoço do rei. Não estava em seu lugar julgar ações de outro monarca já que, Liam também não queria ser julgado se estivesse em seu lugar. Ambos eram soberanos e fariam o que bem entendiam, as explicações não eram necessárias.

    Girou nos calcanhares e abriu a porta do quarto para sair. Seus guardas o protegiam do lado de fora e, antes que pudesse continuar andando, meio que sem querer, verificou as próprias roupas que vestia. Ele ainda tinha parte da armadura sobre os ombros e peitoral, mas tirou ficando apenas com a malha de metal e a camisa branca por baixo. As calças de couro preto eram quase totalmente cobertas por suas botas, que tinham os canos logo acima dos joelhos e eram totalmente ornamentadas com um grosso tecido marrom. A espada mostrava duas pedras roxas nos punhos e estava do lado esquerdo de sua cintura.

    - Sir Roger. - Liam disse olhando para um dos soldados que fazia sua guarda na porta.

    - Pois não, Majestade? - O homem baixou os olhos em respeito.

    - Sabe onde fica os aposentos de Malik? - Liam franziu o cenho para perguntar quando se deu conta que já tinha esquecido a maioria dos caminhos daquele castelo.

    - No fim do corredor, Majestade. - Sir Roger respondeu prontamente.

    - Não preciso que me acompanhem. - Liam esclareceu antes de sair, pois estava acostumado a ser seguido para todos os lados.

    Ele andou pelo frio corredor de pedra do castelo e, mesmo que não fosse do seu feitio fazer aquilo, ensaiava o que dizer e não era relativo apenas a se desculpar, mas pensava em pedir uma trégua naquela relação tumultuada entre os dois reinos. Liam seria rei em breve e não queria ter que lidar mais com aquele tipo de coisa, estava na hora de estreitar os laços com Essex e tentar uma aliança madura e racional.

    - Desejo falar com seu rei. - Liam disse aos dois guardas de Zayn assim que chegou a porta do quarto dele. Aqueles homens claramente não gostavam de Liam e não faziam questão de disfarçar

    Ambos os guardas se entreolharam e pensaram por um segundo se deveriam mesmo chamar Zayn para aquilo ou não. De dentro do quarto, Liam pode ouvir gemidos femininos e apenas fechou os olhos impaciente. Era bastante óbvio que alguém estava fazendo sexo ali dentro e Liam teve certeza que era Zayn, com pelo menos umas duas mulheres. Mas não, ele não arredou o pé. Suspirou, segurou as duas mãos em frente ao corpo numa clara posição de que não estava indo a lugar nenhum. Toda aquela calma e senso de tranquilidade estavam, aos poucos, se esvaindo. Ele já estava enfezado e agora queria mesmo atrapalhar de propósito.

    Os guardas, percebendo que Liam iria mesmo ficar ali, titubearam antes de abrir a porta, mas o fizeram. Um deles, inseguro, chamou por Zayn e os gemidos cessaram. Malik estava pronto para dizer ao guarda que mandasse, quem quer que fosse, embora dali. Porém no momento em que ele avisou que se tratava de Liam, Zayn praticamente pulou da cama onde estava, pedindo a moça que se vestisse e saísse dali.

    Liam, que mal ouviu a conversa ou sequer viu o que estava acontecendo, apenas viu uma moça passando por ele ainda vestindo-se, com os cabelos desarrumados e com o rosto brilhando de suor. Não era uma das dançarinas de Malik, parecia mesmo mais uma camponesa de Wessex. Liam encarou-a com o canto dos olhos mas ela não se atreveu a olhar pra ele, passou tão rápido, que Liam pensou que provavelmente se a visse de novo, não a reconheceria.

    Payne não esperou Zayn vestir-se propriamente, ele entrou no quarto passando pelos guardas mesmo quando ambos tentaram impedí-lo.

    - Deixe-o entrar. - Zayn gritou ao perceber que seus homens estavam prontos para arrastar Liam para fora dali. Malik vestia apenas as calças ainda abertas, mal colocadas, deixando à mostra parte de seus pêlos pubianos. Payne evitou olhar, mas não conseguiu, olhou Zayn dos pés a cabeça meio que inconscientemente, mas era obvio demais para Malik deixar passar.

    Os dois se encararam por breves segundos e Payne ficou ligeiramente constrangido ao dar-se conta pela forma invasiva com que olhava para Zayn, desviou o olhar e pigarreou antes de ouvir a voz de Zayn novamente se manifestar assim que seus guardas fecharam a porta.

    - O que você quer? - Não era pretensão de Zayn soar grosseiro, mas ele não conseguia pensar em motivos para Liam estar ali.

    - Gostaria de pedir desculpas. - Liam disse extremamente educado. - Pelo que eu disse no almoço, passei dos limites. Peço que me perdoe.

    Zayn franziu o cenho ao ouvir aquilo, pensou que fosse algum tipo de brincadeira ou ironia do rei de Kent, mas Liam permanecia sério, ligeiramente incomodado talvez pela forma que Zayn estava pouco vestido.

    - Desculpas aceitas. - Malik disse sem emoção, andando pelo cômodo grande, como se buscasse as próprias roupas no chão. Passou por Liam, que apenas o seguiu com o olhar sem dizer nada. - Mais alguma coisa? - Zayn segurava a camisa branca em mãos antes de vestir e olhava Liam um pouco confuso.

    - Não. - Payne, que parecia paralisado e, por alguma razão, um tanto decepcionado pela forma seca que Zayn o tratou, que achou estranho não ouvir nenhuma piadinha ou deboche, insinuações eram comuns por parte de Zayn, mas com Liam aparentemente ele evitava falar qualquer coisa.

    Zayn ouviu a resposta porém não entendeu porque Liam permanecia no mesmo lugar, sendo que era mesmo sua deixa para sair dali. Tudo parecia bem entre eles e Zayn, vestindo a camisa, continuou parado no canto oposto do quarto onde Liam estava.

    - Payne, precisa de alguma coisa, homem? - Zayn perguntou já que Liam parecia confuso sobre o que fazer.

    - “Desculpas aceitas”? É só isso? - Liam não resistiu, era quase impossível pra ele não iniciar uma discussão.

    - O que quer de mim, Payne? - Zayn abriu os braços realmente não entendendo o que aquele homem estava caçando ali em seu quarto que não ia embora nunca. - Diga logo de uma vez!

    Mas Liam não disse porque igualmente não sabia. Bufou passando uma das mãos pelo rosto, nervoso e, ao mesmo tempo, incrivelmente excitado com tudo aquilo. De súbito, uma vontade lhe correu pelo corpo como se quisesse jogar Zayn na cama e beijá-lo até que ele não conseguisse mais respirar.

    Mas tudo que Payne fez foi desanuviar aquela ideia insana de sua mente. Fez um gesto rendido com as mãos e andou até a porta, dando a ideia de que realmente iria sair. Quando pôs a mão na maçaneta, sentiu Zayn se aproximar dele pelas costas.

    - Tem certeza que não quer me dizer nada? - Malik perguntou fazendo Liam engolir a seco. - Porque se quiser, eu estou ouvindo, Liam.

    - Não, não quero dizer nada. - Liam respondeu rápido como se não quisesse dar chance à sua mente de repensar e acabar dizendo que sim, que tinha coisas que queria falar. De leve, ele abriu a porta, mas Zayn pôs uma das mãos por cima da dele e fechou-a novamente.

    - Liam… - Zayn insistiu chegando ainda mais perto de Liam e atrevendo-se a colocar uma das mãos em seu quadril. - Fale comigo.

    - Tire as mãos de cima de mim, Malik. - Liam disse num tom de ordem, o qual já estava bem acostumado. A diferença era que Zayn não estava acostumado a ouvir “não”.

    - Senão o que? - Malik provocou, colando seu corpo nas costas de Liam, empurrando-o contra a porta. Nunca antes Liam tinha sentido o cheiro de Zayn tão de perto e entendeu porque ninguém conseguia resistir a ele.

    Com a agilidade que tinha e seu sistema de defesa no nível mais alto em seu cérebro, Liam desvencilhou-se das mãos e do corpo de Zayn, empurrando-o para longe de si. Zayn insistiu no contato, voltando a tocar Liam nos ombros, que voltou a empurrá-lo. Mas Malik provavelmente ainda tomado pela excitação do sexo que fazia há poucos minutos, parecia querer possuir Liam de qualquer maneira. Jogou-o contra a parede numa tentativa de prender seus braços na parede, mas Payne era forte o suficiente para não se deixar domar com facilidade. Ele ainda vestia sua malha de metal que machucou suas costas quando Zayn o prendeu contra a parede.

    - Sei que pensa que pode ter quem quiser… - Liam começou dizendo quando Zayn aproximou seu rosto do dele, claramente mostrando que iria beijá-lo. - Mas a mim você nunca vai ter.

    - O que veio fazer no meu quarto então? - Zayn rebateu perto do ouvido de Liam. Estava prendendo-o contra a parede, mas não acreditando que ele, um rei forte como era, teria problema algum em sair daquela situação se realmente quisesse. - Quer mesmo que eu acredite que veio se desculpar?

    - Pois eu vim! - Liam gritou, empurrando Malik com tanta força que fez o rei de Essex cair sobre a cama desarrumada. Rindo, ele não levantou, apenas encarou Liam passando a língua pelos lábios. - E já estou arrependido também, porque você não merece mesmo qualquer gentileza vinda de mim.

    Malik não respondeu, apenas olhava nos olhos de Liam percebendo aquele desejo, aquela luxúria toda que o outro sentia, conseguia perceber pelo cheiro que ele estava excitado e olhando para todas as partes do seu corpo sem pudores. Zayn, ainda deitado na cama e numa calma quase torturante, tirou de volta a camisa que havia vestido jogando-a no chão. Liam queria protestar, mas não conseguia. Malik, em seguida, pôs uma das mãos dentro da calça puxando seu membro pra fora, mostrando que estava duro e com pré-gozo na ponta, percebendo que Payne não conseguia olhar para outra coisa.

    - Eu acho que eu deveria mesmo retirar minhas desculpas. - Liam disse num tom de voz rouco, sussurrado. - Aparentemente eu não falei nenhuma mentira.

    - Fala de novo então? Do que é que você me chamou mesmo? - Zayn disse provocando, com um sorriso de canto enquanto tirava as calças vendo o volume de Liam crescer. - Prostituta dos Sete Reinos? - Zayn abriu o sorriso mostrando os dentes bonitos e Liam engoliu a seco ao vê-lo nu, bem ali a sua frente.

    Por mais que ele não pudesse mais negar o quanto estava excitado, sabia que nunca mais poderia voltar atrás se cedesse àquilo. Uma das coisas que Liam usava para gabar-se de si mesmo, mesmo em poucos aspectos, era justamente que nunca tinha caído na cama com Zayn, enquanto que muitos não conseguiam resistir e acabavam dormindo com ele. Mas não Liam. Não. Liam tinha princípios, era um homem com sua moral intacta, apesar de estar colocando tudo aquilo a prova no momento em que Zayn Malik e sem membro duro estavam ali, se oferecendo pra ele.

    Liam estava tomado por uma fúria que certamente não se direcionava à Zayn, mas sim a ele mesmo. De não conseguir segurar, se controlar, de realmente querer ir pra cama com aquele homem e foder com ele o resto da noite. Mas ele não queria ser mais um, ele não queria estar na contagem das conquistas de Zayn.

    - É, é exatamente isso que você é. - Liam confirmou entre dentes, tirando a própria camisa e ignorando completamente tudo que tinha acabado de pensar. Iria comer aquele homem para dar uma lição nele. - Você pode ter uma coroa na cabeça, mas não passa de uma puta barata! - Payne vociferou dando um tapa sonoro no rosto de Zayn, que apenas riu, como quem havia gostado muito da brincadeira.

    - E vai fazer alguma coisa quanto à isso, Majestade? - Zayn provocou com ironia, vendo agora Liam livrar-se das próprias calças deixando livre seu membro completamente duro e pronto.

    - Vira. - Liam ordenou mas Zayn não obedeceu. Ele estava gostando de ver Payne, sempre muito controlado, falar e agir daquele jeito tão grosseiro, era como se estivesse libertado um alter-ego que não fazia muitas participações em sua personalidade de fato. - Vira de costas agora! - Payne falou mais alto e, vendo que Zayn estava fazendo de propósito não fazer o que ele queria, o segurou pela cintura e o virou de costas. Deu um tapa forte da bunda de Malik fazendo ele gemer alto.

    Liam não era o tipo de homem que fazia sexo daquela maneira, era extremamente gentil e carinhoso, se tivesse real consciência naquele momento, provavelmente não se reconheceria. Aquela visão de ter Zayn de quatro pra ele, oferecendo-se e não mostrando resistência alguma a se deixar penetrar pelos dedos de Payne, tornava as coisas ainda mais excitantes para o rei de Kent. Ele enfiou dois dedos em Zayn, que rebolava e gemia pedindo por mais, enquanto que Liam, com a outra mão, continuava a distribuir tapas pelas nádegas do outro, deixando a pele avermelhada.

    Quando sentiu que Zayn já estava completamente relaxado, Liam ficou atrás dele de joelhos e imediatamente o penetrou com seu membro de uma vez. Não estava muito preocupado naquele momento com a porta não estar trancada ou com o quanto Zayn gemia feito uma cadela no cio enquanto empurrava-se contra o membro duro de Liam, que afundava entre as nádegas do outro, sentindo seus testículos baterem nos de Zayn.

    O ritmo das estocadas eram rápidos, urgentes e Liam não media exatamente sua força para aquilo. Zayn estava quase deitado na cama, apenas com o quadril levantado e liam pensou que nunca antes uma cena o excitou tanto quanto aquilo. Segurou os cabelos negros de Malik fazendo com que ele arqueasse as costas, urrando de prazer, dizia coisas que Liam não conseguia entender muito bem, mas não parou. Payne era um homem experiente com as mulheres mas nenhuma delas o fez sentir tão dominante quando aquilo.

    Zayn falava alto, pedindo a Liam que não parasse pois ele estava pronto para gozar. Repetia palavrões e mordia os lábios enquanto Payne puxava seus cabelos sem o menor cuidado. Payne, por sua vez, achou que não iria mesmo conseguir segurar o orgasmo que estava por vir, nada o impediria de marcar território dentro de Zayn, que parecia enlouquecido como se nunca antes tivesse feito aquilo. Liam gozou no momento em que percebeu que Zayn sequer precisou tocar seu membro para sujar os lençóis com esperma.

    Payne mal conseguia respirar, sentiu que todas as suas energias haviam saído junto com seu gozo e teve certeza que foi muito, pois ainda ficou dentro de Malik um tempo antes de sair completamente. seu corpo desfalecido caiu sobre o de Zayn, que tinha as costas molhadas de suor e a respiração ofegante.

~x.x~

    Louis voltou ao castelo acompanhado dos guardas que Harry pediu para buscá-lo. Sentia-se mal por ter ido embora com sua mãe sem nem dar explicações ao rei, mas quando os Lordes chegaram, as coisas pareciam sérias e a última coisa que ele precisava, era que Styles se preocupasse com ele.

    A noite já havia caído, mas a temperatura era muito agradável. Ele estava no jardim do castelo esperando por Harry, dentro de um gazebo de pedra branco, com uma estrutura gigantesca do deus-sol. A estátua de Apolo estava esculpida entre as flores e era tão grande que fazia Louis pensar que o deus provavelmente sentia-se honrado com tamanha homenagem.

    - Minha festa estava chata aparentemente. - A voz de Harry Styles era como música para os ouvidos de Louis. Surgido do caminho de pedras até o gazebo, Louis virou-se para encontrar o rei que não tirou os olhos dele enquanto andava.

    - De maneira nenhuma, Majestade. - Louis se ajoelhou quando Styles ficou há poucos metros dele.

    - Levante-se, Louis. - Harry pediu gentilmente, estendendo a mão para que o ferreiro o tocasse. - Não quero mais que se reverencie ao me ver, não é necessário. - O rei complementou e Louis segurou em sua mão.

    Para sua surpresa, mesmo em pé, Harry não soltou sua mão. Os dois estavam frente a frente e, apesar da escuridão que não cegava apenas pela luz da lua, Louis conseguiu ver o pequeno sorriso se formar no rosto de Styles ao vê-lo ali, tímido, apenas esperando por ele.

    - Desculpe ter ido embora. - Louis disse num sussurro. - Sua Majestade me pareceu ocupado e eu não quis…

    - Louis. - O rei interrompeu-o, ficando ainda mais perto. - Me chame de Harry, certo?

    - Majestade, eu não acho que seja apropriado porque…

    - Louis. - Harry o interrompeu novamente fazendo-o rir. - Só de Harry, certo?

    - Sim. - Tímido e sentindo aquele cheiro das flores ao redor, Tomlinson respondeu sentindo o rei tocar seu rosto, se aproximando devagar. Ele não se atreveu a mover-se de onde estava e mal conseguia acreditar que o rei estava beijando-o daquela forma tão terna, tão carinhosa, como se fosse ele quem pedisse permissão para fazer aquilo. Harry beijava os lábios de Louis como se fossem a coisa mais delicada que ele já havia tocado. Esperou até que o homem se sentisse a vontade com a situação e só então o abraçou pela cintura, puxando-o mais pra perto. Tomlinson não era de dizer ou pensar aquelas coisas e, talvez por estar influenciado pelo fato de estar sendo beijado pelo rei, teve certeza de que foi algo diferente, sentiu-se diferente e pensou que aquilo era algo único e especial.

    Passou os braços pelo pescoço de Styles enquanto continuava beijando-o, explorando cada parte de sua boca com a língua, aquele sentimento único e mútuo crescendo a cada segundo. Ele parecia mais humano e mais acessível sem aquela coroa e sem aquela capa, sendo apenas Harry, somente. Seu próprio rei particular, o qual não queria nunca mais soltar daquela boca.

    - Você é a criatura mais linda de todos os reinos, Louis. - Harry disse quando soltou-se da boca do outro, deixando apenas suas testas coladas. Tomlinson nem sabia o que dizer, seu coração estava acelerado. - Nunca antes Apolo tinha brindado meus olhos com algo tão perfeito e tão delicado, mesmo que suas mãos estejam machucadas pelo ferro e sua pele castigada pelo sol.

    - Não sei o que dizer, Majestade. - Louis respondeu contido, esquecendo-se completamente que deveria chamá-lo apenas pelo nome.

    - Sua voz existe apenas como obra dos deuses, para que nossos destinos se cruzassem, para que eu fosse digno de ouví-la. - Harry continuava completamente sincero, mais apaixonado no que jamais pensou que estaria. - Sei que mal o conheço, sei que igualmente não me conhece, mas peço que me dê uma chance, conceda-me a gentileza de cortejá-lo, dê a esse humilde rei a presução de ser o único capaz de arrancar-lhe sorrisos e momentos ímpares. - Louis nunca encontraria palavras à altura para responder à tudo aquilo. Simplesmente voltou a beijar Harry de um jeito ainda mais entregue e apaixonado.

    Os dois pareciam unidos de uma forma quase única, realmente como se o encontro tivesse sido escrito, planejado, pois haviam se conhecido há poucas horas e Styles tinha uma certeza tão grande dentro de si, que mal conseguia conter-se ou pensar em outra coisa. Louis, que sempre nutriu aquela admiração pelo soberano, jamais pensou que pudesse estar tão envolvimento em tão pouco tempo, eles sentiam que estarem juntos, era algo certo, algo esperado, como se colocasse em cheque todas as constelações e os planetas voltassem a circular na sua órbita normal.

    - Seja meu esta noite, Louis. - Harry pediu entre beijos e sussurro, abraçando aquele homem com tanta força que achava que seus corpos iriam fundir num só.

    - Todas as noites que quiser. - Louis respondeu sem precisar sequer pensar a respeito. Styles o segurou pela mão e ambos andaram rapidamente de volta para dentro do castelo.

~x.x~

    Da janela alta de um dos cômodos, o Lorde Richard observava o rei correr de mãos dadas com o ferreiro para dentro do castelo. Suas feições não eram das mais amigáveis.

    - Aparentemente o rei lhe dará trabalho. - Ele disse com a voz grave para a menina loira, que nada lembrava a tímida moça que pareceu ser durante o dia.

    - Esses reis… - Ela disse arrogante. - Casam-se para ter herdeiros e apenas dormem com suas esposas quando precisam de filhos. Há séculos sabemos que deitam-se uns com os outros quando se trata de amor. - Ela ajeitou os cabelos, dando a si mesma um ar mais juvenil.

    - Não acho que essa história toda tenha sido uma boa ideia. - Richard disse começando a desconfiar dos próprios planos. - Se quiser se tornar rainha de Wessex, vamos precisar nos livrar daquele ferreiro.

    - Já disse que não quero concordar com os planos de Wellington. - Taylor respondeu quase gritando. - Eu ainda não descobri como despertar em mim a magia que minha mãe tinha, mas assim que conseguir, teremos nossos meios de fazê-lo se apaixonar por mim sem levantar suspeitas.

    - Desista! - Richard disse impaciente. - Não há magia em você, Taylor! Por alguma razão, os deuses puniram sua mãe por fazer pactos com humanos.

    - Não viemos até esse lugar para eu ter que ouvir você dizer que desiste, Lorde Richard. - Ela disse respirando fundo e parecendo extremamente ameaçadora. - Por que o rei esta interessado num simples ferreiro que mal conhece?

    - Eu não sei. - O homem respondeu encaminhando-se até a porta. - Mas acho que sabe muito bem que não será com você que o rei se deitará esta noite. - O homem disse convicto, não maldoso, mas racional. Deixou o quarto da moça e rumou para o seu.

    Mas não era mesmo do feitio de Taylor Swift desistir no meio do caminho. Ela teria a oportunidade perfeita para dar o sumiço necessário em Louis.