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História The Soul of a Killer - Nem um pouco convencional


Escrita por: Quorra_Rider

Notas do Autor


POR FAVOR EU IMPLORO QUE NÃO ME MATEM!!!!!! (de novo)
Eu tive bastante trabalho para escrever esse capítulo justamente porque não tem nada de interessante nele e eu sou péssima quando se trata de enrolação, mas SINTO MUITO, às vezes a enrolação é necessária por mais que o capítulo fique uma bosta.
Eu estava com tanta pressa de postar que não consegui fazer uma capa decente então vai sem capa mesmo, talvez eu coloque depois.

Capítulo 6 - Nem um pouco convencional


Sarah acordou com a pior dor de cabeça que já foi capaz de ter, estava deitada no chão olhando para o teto e sentia o cheiro doentio de sangue juntamente com o gosto metálico em seus lábios. Ela suspirou e piscou algumas vezes antes de se sentar, já havia sentido a mesma sensação vezes demais para não estar acostumada a lidar com ela por si própria, não que alguém fosse ajudá-la de qualquer forma...

Ao ficar em pé sentiu a cabeça latejar, “pelo menos não quebrei nada dessa vez” pensou, ao se lembrar do porquê a cabeça doía, “exceto um carro e alguns finados, claro”.

Caminhou até o banheiro do quarto, a luz do sol indicava que havia passado a noite inteira apagada. Então olhou-se no espelho e entendeu de onde veio o sangue que a impedira de enxergar na noite anterior, um corte cruzava seu olho esquerdo, não era profundo e já não sangrava tanto, mas o suficiente para deixar uma cicatriz no lugar.

Sarah lavou o rosto e tirou os fragmentos de vidro ao redor dos pequenos cortes que adquirira, então reparou que seus cabelos estavam soltos, as mechas em tons de vermelho vivo caindo sobre os ombros como filetes de sangue, os cachos provavelmente haviam se desmanchado durante a noite.

“Seu cabelo ficava bonito quando era curto e liso” a voz de Lisa ressoou em sua mente, fazendo-a lembrar da perda.

- Lisa se foi. – Sussurrou para si mesma, como se fosse outra pessoa tentando consolá-la.

Olhou de volta para o espelho, pensou em cachear os cabelos de novo e prendê-los como sempre fazia, mas então mudou de ideia e deu de ombros, “agora estou de férias, sem falar que todo mundo que se importa comigo já sabe que eles são lisos, se é que alguém se importa”.

Então se virou para sair do banheiro, a primeira coisa que viu foi o dito cachecol listrado e verde no pescoço do “visitante indesejado”.

- Você é estranha. – Liu fala, sem a menor reação.

- Você é que é estranho aqui! Qual é o seu problema?! – Ela pergunta, um tanto alterada.

- Transtorno bipolar. Mas eu não acho que exista um nome para uma pessoa com mutações genéticas como as suas. – Ele respondeu, pegando uma das mechas do cabelo de Sarah e a observando de perto. – Isso não parece tinta.

- Não é, e existe um nome sim, mas você não teria paciência de ouvir. – A ruiva deu um tapa forte na mão de Liu, fazendo-o se afastar e aproveitando a deixa para passar pela porta. – Ou melhor, Sulley não teria paciência. – A garota se referia à segunda personalidade de Liu enquanto se dirigia ao computador e o ligava.

- Ah, você sabe sobre ele, então, acho que não preciso lembrar que ele nunca pede desculpas não é?

- Se ao menos houvesse algo a ser perdoado. – Sarah se senta na frente do computador e começa a olhar as mensagens não lidas que possuía.

Entre as mensagens de propagandas e avisos de seu blog e de outros sites sociais a garota encontra uma especialmente interessante, enviada por Rick, com o assunto “Cuidado”. Sarah abre a mensagem e a lê:

“Hey Roxxe,

“Se liga nisso, são algumas regras para lidar com os assassinos de todas as histórias famosas de creepypastas, encontrei isso hoje, quer dizer, foi o Jonathan que encontrou, mas eu que mandei ele procurar então dá na mesma. Olha só:

“1- Nunca olhe para o Slender;

“2- Nunca deixe as janelas e portas de sua casa abertas quando for dormir;

“3- Nunca veja vídeos suspeitos ou com dígitos estranhos no YouTube;

“4- Nunca veja imagens com códigos estranhos na internet;

“5- Nunca se mude para uma casa antiga sem verificar se alguma criança viveu lá e morreu recentemente;

“6- Nunca entre em sites com links estranhos sem ter um antivírus muito bom;

“7- Nunca pesquise demais sobre um assassino que custou a ser preso e fugiu da prisão;

“8- Não ande por um bosque durante a noite sem ter os devidos equipamentos;

“9- Não aceite doces de estranhos (mesmo que o estranho seja seu amigo imaginário);

“10- Não fale mal de NENHUM assassino de creepypastas que você conheça, não importa o quão estranha seja a história dele, não importa o quão absurdo ele pareça ser e JAMAIS fale mal do Zalgo, porque, se fizer isso, vai se arrepender.

“Louco né? Cuidado para não quebrar alguma regra, pode ser perigoso.

~Rick”

- Você vai acreditar nisso? – Liu pergunta.

- Você acreditaria? – Liu dá de ombros em resposta.

- É uma questão de bom senso, eles costumam matar qualquer testemunha de sua existência, então se quer sobreviver é bom acreditar. Na verdade é por isso que a maior parte da humanidade ainda pensa que não são reais.

- Já ouvi falar de pessoas que morreram por falarem isso. – Sarah comentou.

- Só porque o Jeff ou o Slender estavam escutando, já deu para perceber que eles não pegam leve com ninguém que levante esse tipo de assunto, não é?

- É.

- Você faz alguma mínima ideia de para quem essas regras são designadas afinal? – Liu começa a folhear o caderno de anotações da garota, obviamente sem ler nada do que estava escrito.

- Sim, a primeira é para o Slenderman e para os irmãos dele. A segunda para Jeff e Eyeless Jack. A terceira para o Jeff e Ben Drowned. A quarta para o Smile Dog. A quinta é para a Sally a suja. A sexta também é para o Ben. A sétima também é para o Jeff. A oitava é para todos, mas principalmente para o The Rake. A nona é para o Laughing Jack. A décima é para todos e para o ...você deve saber, prefiro não falar o nome.

- Sei, só perguntei para saber se você ia falar o nome, mas eu já deveria saber que não iria, a cruz dá a dica. – Liu indica o colar de cruz no pescoço de Sarah, então se vira e começa a sair do quarto, mas para de repente e se vira de novo. – A propósito, por que não gosta de seu nome?

- Não vou te responder Sulley. – A ruiva não se vira para responder.

- Você é rápida Samarah. – Sulley responde com um riso de escárnio. – É até rápida demais para alguém que foi esfaqueada pelo próprio pai.

Havia um canivete em cima da escrivaninha de Sarah no momento em que Sulley disse a frase, mas cinco segundos depois a lâmina do objeto estava cravada na parede atrás de Liu, suja com o sangue do mesmo após desferir um corte de aviso no lado direito do pescoço do jovem.

- Eu disse. – Sulley falou. – Você é tão rápida que não há um nome para sua doença genética, percebi pela ficha médica em cima da mesa do quarto de seu irmão, se não leu deveria dar uma olhada. Foi por culpa disso que você deixou sua amiga morrer noite passada, e foi por culpa disso que Jeff não conseguiu te alcançar, e foi por culpa disso que você sobreviveu todos esses anos passando pelo bosque sem ser morta pelo Slenderman ou pelo The Rake, quebrando uma dessas suas regras estúpidas.

- Como pode saber disso? – Sarah perguntou, um pouco desconcertada com a quantidade de informação contida pelo Woods.

- Eu sei de todas as coisas que se passam aqui. Eu sei, por exemplo, que seu nome é Samarah, mas foi um nome escolhido por seu pai, então sua mãe te chamava de Sarah, mas não era um nome suficientemente diferente para você, então você gostava quando te chamavam de Roxxe graças à sua fama na escola. Mas você detestava quando seu psicólogo te fazia visitar seu pai no hospício, ele te lembrava da cicatriz de um círculo com um X em cima em suas costas, feita com uma faca em brasa, você só tinha três anos, não sabia o significado da invocação que ele disse ao lhe chamar de demônio.

O canivete novamente se dirigia ao pescoço do Woods, mas desta vez parou, roçando no pescoço de Liu, muito bem contido entre os dedos da ruiva, que estampava ódio em seu olhar ao dizer:

- Vá embora. – Disse, Sulley pareceu voltar a ser Liu ao ver a lâmina.

- O quê?

- Saia. Vá embora e não volte ou eu vou enfiar um garfo no seu olho.

Sarah empurrou o Liu para fora do quarto e fechou a porta, trancando-a em seguida. Então pegou sua mochila e colocou lá sua câmera, seu celular, seu caderno e seu soco-inglês andou até a janela, a abriu e pulou para fora. É desnecessário dizer que se arrependeu logo ao pousar apenas pela dor que passou por seus pés, talvez o Woods estivesse certo, talvez ela fosse rápida demais até para si mesma.

Começou a andar em direção à estrada com pressa enquanto ligava para Rick no celular.

- Hey Roxxe!

- Oi Rick, não vou perguntar como conseguiu descobrir que era eu sem ter meu número, mas vou direto ao ponto: preciso de um favor seu.

- Que tipo de favor? – Naquele momento Rick estava no jardim de trás de sua casa, “reformando” alguns equipamentos que encontrara dando bobeira no porão.

- Preciso que me traga a foice que encontrou no porão do seu pai afiada o suficiente para cortar um braço.

- É mesmo? Acho que posso pensar, apesar de que eu queria usar ela para matar o cachorro do meu vizinho. – Rick riu ao observar a arma sobre uma mesa, recém afiada e pintada. Ele estava mentindo sobre matar o cachorro, mas pretendia dar a foice para Sarah no fim das contas sabendo do fascínio que a garota tinha por armas, apesar de que a foice estava, sim, afiada o suficiente para cortar um braço e até uma cabeça talvez.

- Depois eu posso fazer isso por você, me encontre perto do prédio abandonado.

- Certo.

Sarah desligou o celular e se apressou ao andar pelas ruas estreitas dos limites da cidade, o prédio abandonado era uma construção originalmente destinada a escritórios, mas, por problemas no terreno, nunca chegou a ser terminado e no momento só servia como tela de pintura para marginais.

Logo que chegou ao lado do prédio Sarah viu o amigo segurando algum tipo de embrulho, sentado em um degrau e encostado na parede.

- Chegou rápido. - A ruiva disse, sorrindo para o garoto.

- É. - Ele disse, estendendo o embrulho para Sarah. - Sua foice.

- Já estava pronta não é? - Sarah abriu a ponta do embrulho para ver a lâmina da arma, brilhante e mortal.

- Não, não, eu reformei ela em três minutos para não decepcionar minha cliente. - Rick disse, sarcástico e sorrindo.

- Isso aí é um violino? - Sarah apontou a maleta triangular perto da parede, sabendo que a pergunta iria constranger Rick.

- É...não, digo... mais ou menos... - O garoto respondeu, deslocado, fazendo Sarah rir. - É da Lisa, ela deixou na minha casa um dia e eu nunca devolvi, achei que fosse melhor se ele ficasse com você agora.

Sarah parou de sorrir no mesmo segundo e observou a expressão de Rick, ele não olhava diretamente para ela, como se soubesse da morte.

- Ela está morta - Ele disse. -, encontraram o corpo decapitado hoje de manhã e já está na TV, você não sabia?

- Sim - Sarah respondeu, secamente. -, eu sabia, eu sei melhor do que ninguém porque eu estava lá.

Rick a encarou, estupefato, analisando cada detalhe da expressão de Sarah até encontrar o corte sobre o olho esquerdo da mesma, escondido sob a franja, só neste momento reparou no fato de os cabelos da garota estarem lisos.

- Bem, então vou embora, obrigada pela foice. - Sarah se virou para  ir embora, mas Rick se levantou segurou seu pulso com força.

- Quem matou ela? - Perguntou, mas a ruiva não deu sinais de que iria responder. - Responda, Sarah, quem matou ela?

- Como você quer que eu responda? - A garota perguntou, pela primeira vez com a voz trêmula, à beira de um ataque de nervos.

- Você estava lá, você deveri~

- SIM - Sarah interrompeu. - SIM, Rick, EU ESTAVA LÁ, e SIM, EU DEVERIA TER SALVADO ELA, mas eu NÃO VI QUEM MATOU ELA PORQUE SE EU TIVESSE VISTO ELA NÃO ESTARIA MORTA IGUAL AO MEU IRMÃO!

Rick recuou diante da demonstração de desespero da garota, algumas lágrimas se acumulavam nos olhos de Sarah quando ela voltou a falar:

- Lisa está morta, meu irmão está morto, minha mãe está morta, meu padrasto está morto e logo eu também vou estar morta se eu não tomar nenhuma medida. Eu não escolhi vingança, eu fui levada a ela. - A voz da ruiva era muito mais baixa e fria do que Rick jamais tinha ouvido. - Eu achei que você pudesse me ajudar sem que eles soubessem, mas pelo jeito é impossível conseguir algo assim.

- Por que é impossível?

- As paredes têm ouvidos. - Sarah falou, tristemente.

Se mantiveram em silêncio por pouco mais de um minuto até Rick dizer:

- Você precisa dormir.

- Não preciso não. - Sarah respondeu.

- Precisa sim, você está com uma cara péssima, onde é sua casa?

- Eu sei ir para minha própria casa. - A ruiva lançou um de seus famosos e comuns olhares desafiadores ao garoto.

- Vou te levar para lá. - Rick disse, pegando Sarah com uma mão e o violino com outra e a levando para a rua de onde ela veio.

- Ei, não ouviu o que eu disse? Eu sei ir para casa sozinha, não preciso de um punk de cabelos brancos me levando para lá. - A garota reclamou.

- Se eu não te levar para lá, como vou saber se não vai usar essa foice para me matar? - Rick perguntou, com um meio sorriso no rosto.

- Ei, e como eu vou saber se você não vai ME matar quando souber onde é minha casa? - Sarah tentava se manter no lugar enquanto o outro tentava puxá-la.

- Não vai, e na verdade, é isso que eu vou fazer se você não vier agora. - Rick a olhou com uma expressão mais séria e a garota se pôs a andar.

- O que foi? - Ela perguntou depois de andarem duas quadras.

- Estamos sendo seguidos, obrigado pelo aviso de “as paredes têm ouvidos”. - Rick respondeu baixo o suficiente para que apenas ela ouvisse. - Acha que tem a ver com quem quer te matar?

- Deve ser algum encrenqueiro qualquer. - A ruiva disse, não muito preocupada.

- Como assim?

- Nós devemos estar sendo seguidos por algum encrenqueiro qualquer porque pessoas convencionais seguem os outros e os assassinos que eu vi não eram convencionais nem de longe.

- Você já os odeia tanto assim para chamá-los de assassinos? - Rick riu um pouco.

- Não, assassinos é como o público os chama.

Rick parou de andar diante da resposta de Sarah.

- Público? São Serial Killers? - Perguntou.

- Cada um deles, sem exceção.

- Você está ferrada. - O garoto disse.

- E você que está tão ferrado quanto eu? Olha, não é como se eles fossem invencíveis, eles tem certos medos ou fraquezas.

- Por exemplo?

- Um deles tem aversão a água, outro tem medo de luz, outra é um fantasma, outro é cego, outro é um cachorro, outros dois são seres humanos e outro é ... bem, ele atualmente não tem nenhuma fraqueza conhecida, mas não é nada que nós não possamos dar um jeito. - “Slender Man maldito” a garota completou mentalmente.

- Eu captei no mínimo metade do que você falou e continuo na conclusão de que você está ferrada. - Rick disse. - De qualquer forma vamos logo, nem sei como você está se aguentando em pé e está tão ruim que dá para deduzir só de olhar na sua cara. - Ambos voltaram a andar a passos determinados.

- Rick. - Sarah o chamou em um sussurro ao virarem uma esquina.

- O quê? - O outro sussurrou de volta.

- Estamos sendo seguidos por uns caras nem um pouco convencionais.


Notas Finais


Até o próximo capítulo e feliz ano novo para todos!


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