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História The Soulless - Pegue sua vingança. -Parte 2.


Escrita por: BestInPotions

Notas do Autor


Parece que vão ser 3 partes,não 2.
Aqui vai a parte 2,espero que gostem!

Capítulo 8 - Pegue sua vingança. -Parte 2.


Eles viajavam agora por terra,pela floresta e não pelas estradas. O rei Eccbert provavelmente sabia que eles estavam vindo e á essas horas já teria um exército.

Hel estava viajando á algum tempo com Ivar,na carruajem dele,ao que ele não pareceu se importar.

-Ivar,acho que devemos tomar cuidado.- Ela disse baixinho para que só ele escutasse.

-Com o quê?- Ele perguntou sem tirar a atenção do caminho.

-Com a batalha,quero dizer,só porque foi fácil com o rei Aelle não quer dizer que será igual aqui. O exército de Wessex é muito maior e amam mais ao seu rei.- Hel disse tirando o cabelo do rosto.

-Acho que está certa.- Ivar disse com um sorrisinho arrogante.- Mas também acho que damos conta.

-Não disse o contrário,esmagaremos eles de qualquer maneira.- Deu de ombros.

 Um de seus homens se aproximou dali depressa. Ivar,assim como os outros pararam por um instante para ouvir oque tinha a dizer.

-Os saxões estão a menos de um dia de caminhada.- O homem disse ofegante.- E tem um grande exército.

-Vamos acampar aqui.- Björn disse.- E amanhã lutaremos em nome de nosso pai e venceremos.

Todos concordaram e começaram a cumprir suas ordens.

-Podem montar acampamento. Queremos dar uma olhada no lugar onde vamos lutar.- Ivar disse gesticulando para ela.

Hel arqueou uma sobrancelha na direção dele.

-O que quer dizer com isso?- Ubbe perguntou.

-Eles esperam que a gente lute de uma certa forma.- Ivar afirmou.- Por que faríamos isso? Por que não lutamos de um jeito diferente e surpreendemos eles?

Hel começava a compreender oque ele falava.

-Nossos homens não vão compreender oque está acontecendo.-Hvitserk disse,parecendo incomodado.- Lutamos na parede de escudos,é oque fazemos.

-Mas temos um exército maior agora. E eles também. Não podemos lutar do mesmo jeito.

-De qualquer maneira é muito tarde agora.- Sigurd disse.

-E quem é você para dizer isso? Cale a boca.- Ivar disse.

Hel deu uma cotovelada nele de onde ninguém poderia ver,fazendo com que ele olhasse para ela irritado.

-O que Ivar quer dizer é que não irá fazer mal nenhum investigar o campo de batalha,ampliar nossa área de combate.- Hel explicava para todos os irmãos.- Usar a paisagem á nosso favor. Não seria maravilhoso? Usar de suas terras para leva-los á morte?

Ela não se virou para olhar,mas sabia que Ivar sorria ao lado dela,ele adorava quando ela falava coisas assim.

Björn pensou por um momento,depois se virou para os dois com sua típica expressão de superioridade.

-Se funcionar,é um bom plano.- Disse.- Se não,é um mau plano.

-Conclusão genial,irmão.- Hel provocou dando um puxãozinho na trança de Björn. Que lhe mostrou a língua.

Ele subiu no cavalo e deu a volta neles.

-Estão esperando o quê?- Ele disse quando já se afastava deles. Ivar deu partida atrás dele.

 

 

-Vou ver o que consigo no leste,vocês vão para oeste.- Björn disse e se afastou dele.

Ivar desceu da carruajem e os dois começaram a analisar o ambiente,era realmente bom para seus propósitos. Ela conseguia pensar em mil maneiras de usar aquele terreno para surpreender os cristãos.

-Fique abaixada.- Ivar disse puxando o braço dela,a fazendo ficar deitada no chão ao lado dele.- Não quer que algum guerreiro saxão nos veja aqui.

-Fácil pra você falar,já vive assim o tempo todo.- Ela disse irritada se ajeitando na grama molhada.

Ele riu,então olhou pra ela com uma expressão séria.

-Eu tenho um plano.- Ele disse se deitando de barriga pra cima e colocando os braços para apoiar a cabeça.- Um que vai nos fazer vence-los e ainda vai ser divertido.

-E qual seria seu grande plano,ó sábio desossado?- Hel disse se virando na direção dele.

Então ele lhe explicou oque pretendia fazer. Hel depois de certo ponto desistiu de arregalar os olhos toda vez que ele dizia algo muito inteligente,porque o plano inteiro se parecia genial.

-Por Odin,Ivar.- Ela disse sorrindo quando ele terminou.- Eu vou adorar fazer isso,é genial.

-Quero que você fique do meu lado,na batalha.- Ivar disse,olhando nos olhos dela.- Quero que aqueles malditos cristões nos vejam lado a lado e pensem que é o fim.

No momento,Hel não soube dizer se teria sido o jeito como o sol fazia o cabelo dele clarear,se foi oque ele disseram ou o tom de voz que usou,mas de qualquer maneira,nessa hora,Hel o beijou. Sem se importar se Björn voltaria e os veria ou se algum guerreiro saxão estaria por ali.

-Hel...- Ivar tentou dizer,mas ela colocou os dedos sobre seus lábios,o impedindo de falar,depois segurou o maxilar dele.

-Fica quieto.- Ela disse,ele então deu um meio sorriso e tomou a boca dela de novo. Puxou os quadris dela com força á fazendo se sentar por cima dele.

Ivar fazia um movimento gostoso com a língua na dela,que fazia a garota ter uma vontade estranha de se movimentar sobre ele. Ele alternada entre apertar as coxas e a cintura dela,enquanto as mãos dela se ocupavam massageando os cabelos dele. Hel não sabia o porque daquilo,mas ela estava gostando muito e queria mais. Ele colocou as mãos por baixo da blusa da menina,passeando os dedos por sua barriga lentamente até chegar no seio direito dela,apertando ali e massageando o mamilo sensível,fazendo com que Hel soltasse um gemido entre o beijo e desse uma rebolada sobre ele.

-Sabe que não podemos continuar,certo?- Ivar disse ofegante quando puxou o rosto dela com os dedos para longe dele.

-Sei,Björn pode chegar.- Hel disse,tentando acalmar a respiração.- Não vai gostar de ver dois dos irmãos dele se agarrando no chão.

-Não ligo para oque Björn pensa.- Ivar disse.- Só que quando eu finalmente for possuir você,não quero que ninguém me interrompa.

Aquelas palavras causaram uma confusão em Hel. Era uma mistura nauseante de raiva,excitação,frustração e vontade de correr. Ela concentrou tudo isso no soco que desferiu no rosto dele.

-Por que fez isso!?- Ele perguntou indignado quando viu que ela havia lhe tirado sangue da boca com o golpe.

-Porque você é um idiota.- Ela disse se levantando e sacudindo a poeira das roupas.

-Eu deveria te devolver isso,não sobraria um dente nesse seu rostinho.- Ele disse mal humorado.

-Então se levante e quebre a minha cara.- Hel disse revirando os olhos. Sabia que ele não o faria,por motivos óbvios,como o fato dele não ser capaz de realmente levantar,mas também porque ele nunca bateria nela,nem que quisesse. Ela mesma se condenava muitas vezes quando não conseguia controlar os acessos de raiva e surrava-o,mesmo que ele não parecesse se incomodar com isso. 

-Ainda vai seguir meu plano?- Ele perguntou quando ela já estava adentrando a floresta de novo.

-Claro que vou,é genial.- Ela disse depois de alguns instantes.

 

 

 

O plano de Ivar era fazer os saxões de bobos,literalmente faze-los ficar correndo em círculos. Quando ouviu pela primeira vez Hel pensou que de início seria fácil,mas que não duraria muito,afinal eles logo perceberiam oque eles estavam tentando fazer,mas Ivar tinha pensado nisso também.

Hel estava preparada para a batalha. Aquela era uma batalha real e extremamente importante e isso fazia com que ela sentisse uma corrente de gelo correndo por suas entranhas. Ela sabia que precisava de foco,então tratou de tirar Ivar de sua mente,poderia resolver o problema com ele depois,porque agora tudo que importava era fazer com que aquilo desse certo. Ela observava atentamente os guerreiros se colocando em suas posições enquanto checava pela quarta vez se estava com todas as armas que queria. Algumas facas. Dois machados de uma mão presos ao cinto. A espada. O escudo. Tudo estava no devido lugar,menos sua mente.

Tem que funcionar,do contrário pode ser tarde para retomar a estratégia original.

 

Ivar estava pronto para aquilo,e nenhum nervosismo passava por sua cabeça. Ele sabia que seu plano daria certo,porque havia sido ele á pensar nele. Porque Ragnar havia escolhido ele. Porque seria ele a vingar a morte do pai,acima de todos os irmãos. Porque Hel confiava nele. Porque ela o havia beijado de novo sem ele ter que pedir. Porque se aquilo desse certo a admiração dela por ele aumentaria e talvez ela desistisse dessa ideia de irmãos. Porque ele a queria desde a primeira vez que percebeu que mesmo sendo a guerreira mais habilidosa e a irmã mais dedicada,ela também era a mulher mais maravilhosa que ele conhecia. 

Por isso o plano daria certo. Muita coisa dependia disso.

O viking observava com um sorriso travesso nos lábios o exército saxão se aproximar deles pelo campo. Quem os liderava era seu príncipe. O que havia mandado que batessem em Ragnar. Ivar se lembrava dele,se lembrava muito bem.  Eles avançavam com segurança enquanto os guerreiros viking ficavam parados,esperando o sinal,e quando ele veio,eles todos se viraram e correram dali. Os saxões foram atrás deles,deixando suas costas livres para serem atacadas pelos arqueiros que haviam se escondido na floresta ao leste,isso lhes deu tempo de adentrar a floresta. Enquanto isso outro grupo apareceria e correria deles novamente.

Era isso,fazer com que eles se cansassem e se sentissem idiotas. E conseguiram,pois quando o grupo que Ivar estava levando chegou até a vista do príncipe saxão novamente,depois de atravessar a floresta sem que percebesse,ele estava muito irritado,gritando com seus homens,provavelmente,Ivar percebeu pelo jeito como ele movia os lábios rapidamente.

Ivar desviou os olhos deles por um minuto e viu Hel,com o cabelo bagunçado. Ela faz as tranças muito mal. Ele concluiu de repente,mas ela nem parecia suar depois de toda aquela corrida,mesmo com seu rosto semelhante ao de alguém de irritou Odin e tem que dar satisfações. 

- Que estão fazendo?- Ivar foi tirado de seus devaneios pela voz de Floki.- Pra onde estão indo?

Ivar olhou para frente. O exército saxão se movia rapidamente na direção contrária á deles. Ivar sorriu.

-Para Repton,imagino.

Floki arregalou os olhos para ele,que fez com que seu sorriso se alargasse mais ainda.

-Para os navios? Estão indo para os nossos navios?- A voz de Floki era eufórica e orgulhosa.- Seu aleijado bastardo! Você tinha razão!- O homem subiu na carruagem,abraçando Ivar com entusiasmo,que recebeu aquela abraço alegremente. Floki era como um pai para o viking,quem havia o ensinado tudo sobre seus costumes e seus deuses. Ivar o amava por isso. - Você tinha razão! Seu gênio maluco,você estava certo!

Logo ao lado deles,uma garota murmurava um "Desgraçado" mas seus lábios se curvavam em um sorriso orgulhoso.

 

 

Os barcos vikings não estavam desprotegidos,pelo contrário,manda-los para lá era tudo parte do plano de Ivar. Atrai-los até lá e os pegar de surpresa. Os arqueiros estavam esperando e derrubaram muitos até que eles conseguissem uma parede de escudos defeituosa e afetada. Isso deu tempo para que todos os grupos da floresta chegassem ao local e montassem uma grande parede. Hel tomou uma posição a frente e esperou que um dos irmãos dessem sinal para os arqueiros,que pararam de atirar.

O príncipe saxão se virou para eles,havia raiva em seus olhos,ela percebeu. e ele mandou que atacassem.

Björn deu um sinal,e eles também atacaram.

Hel matou facilmente o primeiro homem que se jogou contra ela,o segundo foi mais difícil pois ela teve de derruba-lo do cavalo primeiro com um golpe da espada. A maioria dos combates era rápido,ela bloqueava o primeiro ataque e acertava um fatal em troca,mas um dos saxões era um pouco mais habilidoso e conseguiu jogar a espada dela longe,machucando seu pulso e a derrubando no chão,ela num movimento rápido puxou o machado nas costas e o cravou no rosto do homem com toda força. Credo. Ela pensou quando o sangue da cara deformada do homem espirrou em seu rosto. Ela o tirou de cima dele e recuperou o machado,cuspindo o sangue no chão e olhando em volta. A batalha era sangrenta e pendia para o lado deles e isso porque Ivar nem havia chegado ainda com a última linha de ataque.

Ela se virou para trás e viu Hvitserk,que tinha acabado de derrubar um saxão e tinha sangue por todo o corpo. Ela sorriu maldosamente para ele,que correspondeu no mesmo nível. Hel atirou seu machado,acertando em cheio um guerreiro que ia na direção dela,apenas para se exibir.

-Olhe isso,irmã.- Hvitserk disse apontando uma figura sobre os próprios joelhos no meio do campo de batalha. Era o príncipe deles. Seu rosto agora não tinha mais raiva. Transparecia apenas o conhecimento da derrota.

-Se renda,cristão!- Hel gritou debochadamente para ele.- Não pode nos derrotar,sabe disso.

Hel mostrou os dentes pra ele,que a olhou de um jeito estranho e se levantou do chão. Ótimo,ela pensou,vou lutar com ele e mata-lo por sua grosseria. Mas o príncipe em vez de se lançar contra ela,começou a dar ordens para que seus guerreiros se retirassem enquanto ele próprio subia em seu cavalo e saia dali.

Os guerreiros viking agora comemoravam. Eles ganharam,triunfaram sobre os saxões que haviam matado seu rei. Mas ainda havia um homem a ser derrubado.

Hel sorriu quando viu os irmãos comemorando a vitória. Ivar,Ubbe,Hvitserk e até Sigurd estavam ali,rindo juntos pelo sangue dos inimigos. Mas Björn se aproximava deles e não estava tão animado,sua expressão era séria.

- Que estão fazendo? Ainda não ganhamos.

-É verdade.- Hel disse,tentando disfarçar a vontade de sorrir.- O rei Eccbert ainda está vivo.

 

 

 

 

Então eles avançaram,correram em direção ao castelo do rei e quando chegaram,pararam por um instante,oque deu a Hel a oportunidade de olhar em volta por um segundo. Estavam todos ali: O rei Harald; todos os irmãos; Floki,além de muitos guerreiros e escudeiras que ela conhecia a vida toda. Todos teriam a vingança por Ragnar.

-Ataquem!- Björn gritou.

Então eles correram, Hel podia sentir a vibração dos milhares de pés que se moviam atrás dela no mesmo ritmo,era uma sensação boa e assustadora ao mesmo tempo. Eles derrubaram os portões,mas lá dentro,não parecia ter ninguém. Não que fosse um lugar abandonado,pessoas claramente viviam ali,mas não havia sequer uma pessoa por ali.

-Uma armadilha,talvez?- Hel disse se aproximando de Björn.

-Talvez.- Ele respondeu olhando em volta.- Tomem cuidado!

O rei Harald e seu irmão comandaram um grupo e foram olhar o que os esperava mais á frente. Enquanto isso Hel observou que havia comida no chão e objetos pessoais largados á sorte,como que esquecidos. Eles provavelmente fugiram agora,as pressas.

- Está vazio! Eles se foram.- O rei Harald comemorou quando voltou.

Seus guerreiros comemoravam,Hel queria estar feliz como eles mas a lembrança de que sua vingança não havia se completado ainda assombrava sua mente.

Os irmãos e todos os vikings começaram a entrar no castelo. Levando tudo que valia algo e destruindo o resto. Hel geralmente participaria,mesmo que não fosse sua atividade favorita,mas dessa vez ela apenas se sentou em um canto e tentou tirar o sangue seco de seu rosto,sem sucesso. Se levantou,saiu do castelo e foi até onde Ivar estava,se apoiando na carruagem e fazendo uma careta.

-Isso não está certo. Ele tinha que estar aqui.

-Eu sei.- Hel suspirou.- Pelo visto não confiam tanto assim no Deus deles á ponto de ficar e nos enfrentar.

Mas no mesmo instante em que ela disse isso,o rei Eccbert surgiu,muito mais velho e sorridente por entre os guerreiros vikings. Sozinho e aparentemente satisfeito com todas aquelas apontadas em sua direção.

 

 

-Precisamos decidir o que fazer com o rei Eccbert!- Björn afirmou,olhando de um para o outro enquanto o próprio rei estava pendurado na mesma gaiola que Ragnar havia ficado a tanto tempo atrás. E ele estava muito sereno,Hel pensou.

-Eu não entendo. O que mais temos que discutir?- Ivar protestou.- Faremos o ritual da águia. Ecbert é tão culpado quanto Aelle,então devemos fazer o mesmo com ele. Eu disse isso a vocês muitas vezes,ele foi quem entregou nosso pai ao rei Aelle.

-Todos entendemos esse sentimento,Ivar! Ninguém está negando o que você está dizendo.- Björn perdeu a paciência.- Mas as vezes,temos que considerar além de nossos sentimentos. E pensar no que é melhor para o povo.

-Eu sei o que nosso povo quer,Björn.- Ivar disse. Sua teimosia as vezes cansava. Hel não sabia o que o irmão planejava,mas ele sempre foi bom em pensar no povo e mesmo que quisesse estripar o homem com as próprias mãos,aceitaria oque ele tivesse em mente.- Eles querem oque eu quero.

-Temos que considerar nossa posição de força e usá-la em nossa vantagem!

Ivar começou a rir. Ele parecia ter essa necessidade de debochar de quem discordava dele.

-Você gosta de complicar as coisas,Björn.- Ele provocou.-  Acha que o faz ficar mais inteligente.

-E se matarmos Ecbert,Ivar? E daí?- Ubbe entrou na discussão.

-Bem,então ele estará morto.- Ivar deu de ombros.

Hel desviou os olhos deles e os focou por um instante no rei engaiolado. Ele olhava diretamente pra ela e a fez se sentir estranha. Ela não baixou os olhos diante dele. E os olhos dele,velhos,cansados e calmos,pareciam saber quem ela era.-Pior que isso.- Pareciam saber todos os segredos dela. Até mesmo aqueles de que ela própria não sabia. Ela desviou os olhos.

-Estamos no meio do território inimigo!- Björn esbravejou.- Quanto tempo levará até que as forças saxãs montem outro exército e nos expulsem?

-Exatamente! Fazemos o ritual da águia com Ecbert e depois seguimos.- Ivar disse.- Atacamos essa terra toda,para que nunca tenham a chance de montar outro exército! Por que iríamos ficar aqui?

-É oque nosso pai queria. Não apenas batalhas aqui,mas terras também.- Ubbe afirmou.- Queria fazer acordos para viver e trabalhar aqui.

- E todos sabemos oque aconteceu.- Ivar disse. Se referindo aos vikings que foram massacrados em terras saxãs mesmo depois de feitos acordos de paz entre eles.

-Naquela época não tinham o rei como refém.- Hel concluiu,mais como um pensamento alto do que como opinião. Mas Ivar a encarou com uma raiva mortal.

-Até você?- Ivar disse e sua voz era cheia de mágoa e irritação.- Pensei que fosse mais do que isso,Hel.

-Ela tem razão,Ivar.- Hvitserk o interrompeu. Hel agradeceu internamente por não ter que responder.- Também temos um grande exército que eles não tinham.

-E você,Sigurd? Está tão quieto até agora.- Ivar disse tirando sua atenção dos dois.- Sei que tem uma opinião.

Sigurd revirou os olhos,trocou o peso de um joelho para o outro e encarou Ivar.

-Concordo com você,Ivar.- Hel teve que encara-lo depois dessa,aquilo era estranho demais e ela pensou ter ouvido errado.

-Perdão?- Ivar parecia confuso.

-Façamos a águia de sangue com ele.- Disse simplesmente.

-Finalmente! Obrigado!- Ivar disse olhando para eles,como se dissesse " Viu,estou certo".

-Mas não tenho certeza do que estão falando.- Sigurd disse.

- Estou dizendo para fazermos oque nosso pai sempre quis.- Björn explicou. Hel conseguia ver nos olhos do irmão que ele estava cansado daquilo.

O rei Ecbert começou a fazer barulho em sua gaiola,como que para lembra-los de que estava ali.

-Sim?

-Gostaria de falar.- Disse o rei. Björn deu sinal para que continuasse.- Eu entendo a maioria do que vocês falam. - Ele parou por um instante,depois continuou.- Eu amava o pai de vocês. Ele era meu amigo,e eu sei mais do que tudo que ele queria construir uma comunidade agrícola aqui.

-Você matou todos os colonizadores.- Hel disse com ironia.- Quanto amor.

-Sim,matei. Mas agora é diferente. Podemos fazer um novo acordo.

-O que está propondo?

-Bem assim como já concluíram,é uma questão de tempo até serem expulsos daqui.- Ele continuou.- Sem direito legítimo não tem como ficar. Bem,eu sou o rei dos reis,e posso dar-lhes o direito. Lhes darei direitos sobre toda Anglia Oriental. Ninguém contestará isso. Vocês parecem ter homens suficientes para cumpri-la. Deveriam considerar minha oferta.

E Hel considerou,não queria confiar nele,sentia que aquilo era um erro. Via nos olhos do homem que ele parecia esconder algo,alguma coisa perigosa. Mas os irmãos já estavam inclinados demais a aceitar e se conseguissem entrar em um consenso nessa história,ela de maneira nenhuma seria a pessoa a discordar. Então ela fez a pergunta que faltava.

- O que você quer em troca?- O rei olhou para ela,aquele olhar novamente.

-Só vou dizer quando aceitarem a proposta.- Ele deu de ombros. Hel revirou os olhos. Saiu dali,não queria mais ficar sobre aquele olhar,ele sabia de alguma coisa que nunca contaria a ela,e a sensação de alguém saber algo sobre ela que a própria não sabia lhe causava um arrepio desconfortável na espinha.

 

 

 

No final,Björn acabou convencendo Ivar a aceitar a oferta do rei,sendo assim,com todos os filhos de Ragnar em acordo,um documento foi assinado pelo rei. Hel não pode evitar de se inclinar para ver as letras escritas,ela não sabia o que significavam,mas sabia que usavam esses símbolos para quase tudo e que eram muito importantes para os cristãos. De qualquer maneira,acabaram com um bom acordo,toda aquela terra e Ecbert ainda aceitou morrer de bom grado,afinal,nunca poderiam apenas perdoa-lo pelo que havia feito. A única coisa que pediu em troca,era escolher como seria sua morte,oque deixou Ivar muito irritado,ele parecia ansioso para fazer a águia de sangue no homem. Hel,por outro lado,ficou aliviada com aquilo.

 

 

 

 

-Vai mesmo ficar com raiva de mim?- Hel questionou Ivar quando chegou onde ele estava,algum tempo depois do rei ter assinado aqueles documentos. Não fez questão de ficar para vê-lo morrer..

-Não estou com raiva.- Ele disse,mas seu rosto o entregava.

-Então irá comigo procurar a bruxa?

-Ainda com isso?- Ivar levantou uma sobrancelha.- Bem,não importa. Vá sozinha,tenho mais o que fazer.- Ele disse emburrado.

-Sério? Vai mesmo agir assim?- Ela cruzou os braços.- Realmente,Ivar. Eu sempre fico do seu lado em tudo e quando discordo da sua opinião por uma vez,você faz um escândalo! 

-Você fala como se eu não ficasse do seu lado também.- Ivar disse,tinha algo diferente ali. Mágoa,talvez?- Você é a única pessoa a que eu confiaria minha vida e sabe disso,tem noção do quanto isso é perigoso? É horrível pensar que não estaria disposta a me seguir cegamente como eu faria por você.

-Ivar,isso não é bom. Se eu tomar uma decisão errada vou querer que você me diga isso.- Hel disse,sua cabeça era uma bagunça de emoções no momento.- Não que concorde comigo para alimentar o meu ego.

-É,disse a garota que precisa treinar até quase se matar para que as pessoas a vejam como filha de Ragnar.- Ele disse maldosamente.- Fala do meu ego enquanto você própria sai por ai exibindo seu nome como se significasse algo. Isso não te faz filha dele. Não te faz minha irmã. E quer saber o que mais não te faz minha irmã? Ficar se oferecendo pra mim feito uma vadia e depois recuar como se fosse boa demais para um aleijado!

As palavras dele a machucaram tão profundamente que ela não percebeu que estava chorando até que sentisse a lágrimas quentes escorrendo por seu rosto. Ele nunca tinha falado daquele jeito. Ele sabia que isso a machucava e por isso tinha dito. Ele não podia falar assim com ela,ninguém podia. Ela queria mata-lo.

Ela o encarou. Os olhos dele estavam mais escuros e cheios de arrependimento e ele pareceu perceber o quão ruim tinha sido,mas já era tarde. Algo dentro dela havia sido quebrado e ele não conseguiria consertar aquilo.

-Você vê, Ivar?- A voz dela era calma.- Você afasta as pessoas. Eu nunca tive pena de você. Agora vejo que deveria ter,não pelas suas pernas,mas porque você vai perder todos,todos os que se importam vão ir embora alguma hora.

Ela se virou e começou a sair dali,propositalmente depressa para que ele não tivesse chance de segui-la. Ele disse algo,mas o sangue de Hel fervia e havia um ruído dolorido em seus ouvidos.

 

Enquanto caminhava na direção da floresta em que a bruxa supostamente morava,a uma distância grande demais dali,ela não conseguia tirar as palavras do oráculo da cabeça.

Não deve sair do lado dele,mesmo que ele te expulse e parta seu coração. Porque você é a única capaz de entende-lo.

Bem,talvez não fosse tão forte quando o vidente achava. Talvez não conseguisse suportar ser destratada pelo garoto toda vez que discordasse dele. Era injusto que tivesse que faze-lo. Era injusto que ele dissesse aquelas coisas pra ela. Era injusto que Aslaug tivesse morrido. Era injusto que Lagertha a tivesse traído. Era injusto que Ragnar tenha morrido. Era injusto que Ivar não tivesse as pernas. Era injusto que ela não soubessem quem era seus pais biológicos. Tudo era extremamente injusto,mas naquele momento a pior das injustiças,para ela,era que Ivar não poderia nunca saber oque ela sentia por ele. Não por ele ser seu irmão ou nada assim,mas porque ele nunca seria capaz de se sentir da mesma maneira por ela se a desprezava tanto .

 

 

 

 


Notas Finais


-Olá,desculpem pela demora e pelo prolongamento do cap de 2 para 3,eu realmente não sabia que ia ficar tão grande,mas no próximo eu fecho esse arco,juro!
-Comentários e críticas são bem vindos!
-Até a parte 3.


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