1. Spirit Fanfics >
  2. The Stairway (Cancelada) >
  3. I - Píer da praia - Part. 3

História The Stairway (Cancelada) - I - Píer da praia - Part. 3


Escrita por: AsleepHylian

Notas do Autor


(Toquem Fire Coming Out The Monkey's Head)
Ok...eu devia saber publicar mais religiosamente e fazer episódios mais longos, é por isso que vou tentar a partir de agora ._. .

Capítulo 3 - I - Píer da praia - Part. 3


Durante a noite o prédio era coberto por uma garoa fina e incessante.Número 1 passava as noites pensando sob suas cobertas.De vez em quando ela gostava de deitar virada para a janela e observar os respingos que rolavam como lágrimas ressentidas por ali, e a fazia sentir muito bem.Você pode nunca ter pensado desta forma, mas o lugar onde as crianças dormiam tranquilamente era bastante isolado, na verdade, seu âmbito era um bosque denso e úmido de magnólias, kitos e cerejeiras, e, nas noites mais escuras ela sentia um medo primitivo transbordando de dentro de si.Ela fez o que sempre fazia quando sua curiosidade era demasiado avassaladora, suspendeu suas pernas silenciosamente e prendeu uma extremidade de suas cobertas sob os dedos dos pés, com algum esforço conseguiu sentar-se de canto na cama sem muitos empecilhos.

Observou todos os lados e tudo que podia ver eram aqueles retalhos de pano remendados que escondiam crianças indiferentes e melancólicas, estava tudo bem.Se apoiou nos minúsculos corrimãos que haviam na escadinha de madeira porcamente lixada, transpassou seu pé esquerdo ao primeiro degrau, deixando que ele fizesse um movimento de apego, como uma concha, e desta vez apenas esticou completamente a perna até tocar seus nós nas lajotas frias e pouco convidativas.Não havia sido um momento tão bem calculado a partir do momento em que ela praticamente foi arremessada ao chão, tendo como única salvação suas mãos esguias que a seguraram, ineptas.Aquela ação fizera um som pegajoso no chão.Esfregou os olhos com o antebraço esperando desesperadamente que quando voltasse a abrir seus olhos o quarto permanecesse estático ou quase isso.

De fato, todos permaneciam com os cabelos desgrenhados como gramíneos definidos pelas sombras e dobras de seus travesseiros.Estava completamente certa de que a porta estaria trancada, mas isso não a impedia de perambular ali, em uma analogia que era exatamente o que ela era: uma criança caminhando no escuro procurando por uma fagulha, voluptuosa, lasciva e libidinosa que a retirasse de uma vida obrigatória sem maiores satisfações ou certezas de que o simples é o motivo do complexo.Seus olhos se acostumaram ao escuro e fitaram as infiltrações das paredes, parasitando de dentro para fora as camadas de cimento e formando cavidades rasas e feias.Respirou fundo e sentiu o cheiro de terra(era um tanto estranho, porque era quase farináceo, quase podia sentir na pele a textura daquilo).

Repentinamente, Número 1 ouviu um balbucio agudo porém doce, que denunciava uma dúvida, incerteza ou talvez curiosidade.Como se alguém caminhasse sobre cascalho, escutou o roçar de tato macio dos lençóis e o ranger do colchão, eram pequenas, finas canelas amarelas e ruborizadas pela temperatura que se estendiam e assentavam em um lugar favorável para a investigação eminente.Sua laringe sibilou e contorceu agoniada, rapidamente ela tampou sua boca com as duas mãos, suas unhas fincadas nas bochechas.O outro gesticulou com pressa jogando os pulsos no ar.As maçãs do rosto de 1 queimaram e produziram um formigamento que lembravam beliscões grotescos, colou o queixo na clavícula e esperou pacientemente que seu companheiro viesse cutucar-lhe o ombro com as unhas carcomidas irritantes cheias de farpas e lhe fazer perguntas.

Ele realmente não era atraente, mas tinha uma aparência dócil.De nariz adunco, a dobra do côncavo especialmente inexistente, lóbulos das orelhas longos e bastante franzino, o desafortunado ser acocorou-se e pronunciou com todo o cuidado que existia em seu ponto de vitalidade algo como "H-hey?".

-Q-Que foi?-Disse ela encolhida em uma invisível carapaça calcária-.

-Qual é seu número?-Sussurrou inclinando-se mais próximo a ela-.

-É 1...E o seu?

-14.O que está fazendo?Se todos os outros te vissem assim poderia ser punida...

-Eu não me importo...apenas não estava com sono.

-E-entendo.-Falhou, um pouco constrangido.-O que acha que teremos amanhã?

-Não sei, mas disseram que seria um teste.

-Mais um?Nunca sei pra quê eles nos mantêm aqui.

-Existem outros números?-Se sentia muito leiga agora, mas não tinha motivos para se inibir.-.

-Acho que sim...uma vez no horário de almoço eu achei uma sala cheia de papéis e livros, peguei um sobre outro menino, seu nome era Tom Sawyer, eu vi na capa;Não tinha nenhum número, como o Senhor Kyuzo.

-Creio que nos chamamos assim porque somos coisas.

-Não...eu não sei o que fazem as coisas serem vivas, mas tenho certeza de que estou vivo.

Por um momento ela se distanciou completamente dos devaneios que se dispuseram a compartilhar, deixando sua mente fluir débil para lugares rarefeito.Por outro lado os breves momentos em que conversara foram tranquilos, era o primeiro diálogo não-metódico de sua tenra e casta vida.Despediu-se pouco a pouco de seu novo amigo ao compasso segmentado de que os bocejos se intensificavam e não conseguiam mais se manter despertos, o céu foi sendo pincelado por cores quentes.

De manhã, ambos não tinham plena disposição.


Notas Finais


Nesse cap...eu disse que o Número 14 era desafortunado por sua aparência, e resolvi usar essa nota pra dizer que isso é uma babaquice das grandes, o que eu disse.Não é isso que diz nada, quem ele é, e inclusive, pretendo mostrar como ele foi um amigo importante para a Noods, é isso que o título significa.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...