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História The Supernatural, At Deaths Door - Capítulo VI


Escrita por: Brokenharrys

Notas do Autor


E aí, como vão Divas? *-*

Demoreeeeeei demais kkk’. Sim eu sei u.u, mas estava muito ocupada com as coisas da escola e tal, aí não tinha muito tempo para escrever o capítulo, quando sobrava um tempinho eu mandava a ver na digitação rápida (ficou meio estranha essa frase, mas tudo bem kkkk’).

A demora compensou: pra quem gosta mesmo da Fic, vai ler mais um pouco (6.000 palavras). Ainda tô pensando em como consegui escrever tudo isso, mas acho que é porque minha criatividade subiu (SIM, É MEIO ESQUISITO, MAS ELA SUBIU O.O). Tipo assim: WHAT?!

Outra coisa: como eu havia dito no Capítulo anterior, que iria acontecer coisas inesperadas... Ah, sei lá, depende de vocês, não sei o quê vão achar, mas na minha opinião... Ficou muito bom *u*

Tá bom chega de conversa, eu sei que vocês não querem ficar lendo as Notas da Autora, então... VAMO LER O CAPÍTULO! *O*
BOA LEITURA, PARA TODAS!

Beijos ;3 #Biih

Capítulo 7 - Capítulo VI


Fanfic / Fanfiction The Supernatural, At Deaths Door - Capítulo VI

— Posso entrar? — ele disse e um arrepio ruim percorreu minha espinha.

— Ahn... — Assim que eu ia pensar em uma resposta decente, em um segundo, num piscar de olhos ele estava ao meu lado da porta, dentro de casa.

Zayn a fechou cuidadosamente, enquanto eu dava alguns passos para trás, arfando com a rapidez dele.

— Você... como... como fez isso?

Ele deu de ombros.

— Fiz o quê?

— Isso... — Aparecer ao meu lado de repente!

— Isso? Eu não fiz nada. Você acabou de me deixar entrar.

— Eu não falei nada!

— Falou sim.

— Quer saber... Esquece! — digo e deu de ombros, novamente.

Porque ele não falou a verdade? Esse cara acha mesmo que eu sou burra!

— O que veio fazer aqui?! — Eu mesma pude perceber o tom arrogante em minha voz.

— Deixa eu ver... — Ele fingiu pensar por um segundo. — Ah sim, vim lhe entregar isto — Zayn se aproximou de mim, tirou de dentro da jaqueta um envelope de cor prateada e me entregou.

— Nunca vi um envelope assim... É de quem? — perguntei, analisando o pequeno papel.

— Acho que você já sabe — respondeu e deu um sorriso fraco.

Ergui uma sobrancelha e perguntei outra vez com voz mais firme:

— De quem é?

— É do Harry.

— De quem?! — Minha adrenalina subiu, me fazendo rapidamente soltar o envelope e ele cair no chão.

— Nossa não sabia que o Styles podia fazer uma garota ficar tão assustada dessa maneira, por causa de um simples envelope — Malik riu, pegou o papel e deu de novo para mim.

— É mesmo do Harry? — perguntei só para ter certeza.

— É sim.

— O que tem dentro? Não é nenhuma droga não né?!

— Ele não usa drogas.

— Sério? Alguma coisa me diz que eu não posso acreditar em você — falei engolindo em seco. Não entendo porque eu havia ficado tão agitada por saber que o Styles tinha enviado um envelope para mim. Talvez porque eu não quisesse descobrir o que tinha dentro. — Sabe o que tem aqui?

— Não. Ele só me pediu pra lhe entregar.

— Porque Harry não veio pessoalmente?

— Ah, então você queria vê-lo, é? — Ele gargalhou pateticamente de mim.

— Não, eu não quis dizer isso. Porque ele mandou você vir para cá?

“Para te matar”.

Estremeci quando tive esse pensamento.

— Acho que ele queria que você conhecesse um dos quatro amigos dele. Nesse caso, eu — Zayn sorriu outra vez.

Pisquei.

— É só isso? — perguntei mais uma vez.

— Bom... Não sei. Talvez você possa me dizer.

— Se foi você quem veio aqui, não significa que sou eu quem deverá falar se tem mais alguma coisa que quer dizer.

— É tem razão.

— E então... — Tentei fazer com que ele continuasse.

— Tem algo pra beber? Uma cerveja?

Meu queixo quase caiu. Como esse cara tem a maior cara-de-pau de perguntar uma coisa dessas?

— Ah deixe-me ver... Eu não sou alcoólatra, minha mãe também não é e nem minha avó, isso significa que... Não. Não temos cerveja.

Ele riu novamente.

— E o seu pai? Aposto que ele bebe.

— Eu não tenho pai — minha voz falhou.

— Todo mundo tem um pai.

— Todo mundo exceto eu.

— E eu também — ele sorriu, como se fosse à coisa mais normal do universo.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Até que ele tentou mudar de assunto:

— Devem ter alguma coisa pra comer.

— Isso é óbvio.

— Ah que legal, porque não estou com fome.

“Problema seu!” — pensei com raiva. — “Quem esse cara acha que é? Um otário? É. Talvez isso”.

Mais silêncio.

— Olha só, uma colecionadora de livros... — Zayn disse, desviando-se de mim e indo para a região leste da sala, onde ficava minha estante de livros. — Deixa eu dedurar: quer ser escritora, não é?

— Não. — Ele não precisa saber nada sobre o que eu gosto, o que eu quero, e o que eu desejo fazer, ou seja, ele não precisa saber nada sobre minha vida.

— Mentirosa — ele riu e me encarou por um segundo.

— Não estou mentindo.

— Não existe ninguém no mundo que faz coleção de todos os tipos de livros, praticamente tendo uma biblioteca em casa, e que não queira se tornar escritor ou escritora. A resposta pra você é: não sabe mentir.

“Talvez porque eu nunca tivesse mentido” — penso novamente.

— Você não sabe nada de mim — respondi e sorri irônica.

— É aí que você se engana. — Quando ele falou isso, senti um arrepio gelado na nuca.

Ele não podia saber alguma coisa sobre mim. Ou podia?

Mas primeiro eu queria descobrir como ele sabia algo que vem a ser relacionado à minha pessoa:

— Me diga alguma coisa em que eu gosto.

— Livros.

— Aff, todo mundo sabe disso.

— Não. Eu quero dizer de outra maneira. Os livros pra você são como uma forma de se livrar dos problemas da vida. Se tranca no quarto a tarde inteira e fica lendo livros de aventura. Não é?

Eu não iria responder “sim”, mas ele havia acertado.

— Engraçado, vários amigos meus já disseram a mesma coisa que você disse agora. — Tentei inventar outra mentira.

— Vários amigos? Que eu saiba você só tem a Megan de melhor amiga.

Tudo bem, ele estava respondendo certo.

— Você não sabe quantos amigos eu tenho. Não existe só a Megan.

Existia sim. Era a Megan que eu tinha de amiga.

— Mentirosa. — Ele riu outra vez.

Porque ele gosta de caçoar as pessoas? Talvez porque não gosta de levar a vida a sério.

Eu não podia falar nada. Eu também não gostava muito de levar a vida a sério. Bom... Nem sempre.

— Me diga, o que eu gosto de comer?

— Não é igual à Meg, eu sei. Sempre tem um dieta balanceada.

Ele estava rindo por dentro. Caçoava da minha cara. Era lógico isso, praticamente estava escrito na testa dele: “Você é muito idiota! Estou achando graça de você. Sua palhaça”.

O brilho de seus olhos cor de mel denunciava isso: ele debochava de minha pessoa. Com a mais absoluta certeza.

— Errado. Ela faz dieta, eu não.

— Talvez porque ela finja que faz dieta na sua frente. Porque o resto...

— Como sabe disso?

— Eu não sei. Estou deduzindo.

— Você não fica a espionando né? — Não era um exagero perguntar isso.

— Espionar? Nunca fiz uma coisa assim, mas... Olha você me deu uma ótima ideia. — Riu.

“Mantenha essa tua maldita boca fechada Emilly Edward Grey!” — Qual é, ele não ia passar a espionar Megan só porque eu havia dito, só era uma pergunta... Eu não sabia que ele não a espionava.

Mas o que eu posso dizer... Zayn não sabe onde ela mora.

Suspirei um pouco aliviada.

— É... eu já volto — falei, ele assentiu e sai em disparada escada à cima.  

Tá, ele ia achar estranha minha reação. Mas... Não se comparava nada de esquisito ao comportamento dele.

Cheguei à porta do meu quarto e em vez de entrar, fiquei escorada nela pensando no que ia fazer depois.

“Você é louca Emilly?! Deixou aquele cara sozinho lá embaixo, sem ninguém por perto! Daqui a pouco ele rouba alguma coisa sua e sai sem você saber!” — pensei, um pouco aflita. “Você nem conhece o cara direito! Volta lá pra baixo agora!”.

Aquele Zayn não me parecia uma pessoa boa. Talvez ele não fosse, ou eu estava exagerando demais. Nem o conhecia por completo, e ele me parece ser tão diferente como o Harry. Talvez porque os dois eram amigos. Mas amigos também podem ser diferentes um do outro, como eu e Meg, por exemplo...

Entrei no quarto, peguei o envelope e o deixei em cima da cama.

— Qualquer coisa que esteja escrito em você que seja até coisa boa, eu não irei lhe abrir. Nem mesmo se me obrigarem. Aposto que deve ser alguma armadilha, uma droga, não sei. Só sei que não vou te abrir, de maneira nenhuma — pronunciei sozinha, fitando o envelope prateado, brilhar sobre a claridade da luz fluorescente do quarto.

E se esse papel não fosse do Harry? E se o Zayn estivesse mentindo a respeito do Styles ter o mandado entregar isso a mim?

Primeiro, eu precisaria de respostas, depois viriam às conclusões.

Respirei profundamente, contando igual uma criança, até o doze.

Minha cabeça começou a doer e as mãos tremiam. Aquela noite estava esquisita, não fazia frio nenhum, mas eu me arrepiava constantemente, como se estivesse doente.

Sentei na cama e fitei o relógio digital. Era a primeira vez em que eu percebia que ele mudava de cor...

Vermelho. Azul. Amarelo. Verde. Laranja. Roxo. Rosa... Tá bom, isso não vem ao caso, agora.

Levantei em um pulo, peguei meu casaco preto que estava pendurado na porta, o vesti e desci para o andar de baixo.

Zayn não estava mais na sala, onde quando ele se encontrava perto da estante de livros, antes deu subir. Estava na cozinha, sentado na cadeira, com uma mão apoiando o queixo, fitando o nada, ou seja, a janela.

Soltei um pigarro e entrei na cozinha.

— O que faz aqui? Achei que gostaria de olhar os meus livros... — falei irônica, ficando na outra ponta da mesa, de frente a ele. Era óbvio que eu havia sido irônica, porque como um cara assim, com pinta de bad boy bonitão, que usa jaqueta preta de couro e cheira a cigarro, estaria interessado em livros?

— Aquelas porcarias? Não me passam de um bando de folhas comuns, com letras miúdas imprensadas nelas, e além de tudo, que contenham histórias extremamente sem graça. O que tem de interessante em ler um livro? E ler uma história? É só apenas uma ficção, isso não existe na realidade.

— Nossa talvez porque você nunca leu um mísero livro sequer. Pra mim, mesmo sendo coisas fictícias, são histórias emocionantes que às vezes fazem até você confundir com a vida real. Eu gosto de ler e se você não gosta, o problema é seu. Não quero saber nada da sua vida. — Ah, que ótimo, falando como uma completa nerd.

— Por acaso Emilly, já se imaginou numa história? Já pensou se tudo o que você faz, não faça parte de algum livro, resenha que alguém escreveu ou que escreve nesse exato momento? — E ele ria outra vez.

— Aff, não seja tão... — Tentei guardar a última palavra a mim mesma. Foram inúmeras às vezes, em que me peguei imaginando uma história em que eu fazia parte dela.

Tudo bem, isso me parece muita criancice. “Quanta imaturidade Emilly!” — penso, percebendo o quão estava sendo idiota naquele momento.

— Isso não faz diferença nenhuma. — Dessa vez, seu tom de voz foi sério.

— Bom, acho que devo concordar contigo, agora — digo, assentindo com a cabeça.

Ficamos bons minutos em silêncio absoluto, até parecer que algo começava a fechar em minha garganta. Tonteei por um segundo.

— Nossa que tempo seco — pronunciei essas palavras levemente, por conta da pouca força de voz que me faltava.

Ele não disse nada.

Andei até a geladeira, peguei a jarra d’água, mais dois copos na pia que estavam límpidos e voltei para a mesa. Enchi um copo e comecei a beber. Depois enchi outro e entreguei a Zayn.

— Está com sede não é? — eu disse, estendendo o copo de vidro a ele.

Negou.

— Qual é pega, eu sei que está. — Arrastei o copo dele por sobre a mesa, deixando-o perto o suficiente com que pudesse alcançá-lo.

Peguei a jarra e fiz com que a água gelada quase transbordasse o meu copo de vidro, azul.

— Bebe caramba — falei outra vez e Zayn negou.

— Não bebo água. Nunca bebi. — Quando ele pronunciou essas palavras, meu coração foi a mil.

Então, aconteceu em um segundo: a jarra deslizou de minha mão, junto com o copo, fazendo-os caírem em cima da mesa e se espatifarem em vários pedaços de vidro.

O maior deles fincou em minha perna direita, na coxa, aproximando-se ao joelho, rasgando meu jeans.

— Ah droga! — exclamei, em um grito.

Zayn rapidamente veio me acudir.

Por um momento achei tê-lo visto com as Íris dos olhos vermelhas e ele ter prendido a respiração.

Parecia que tudo agora se movimentava em câmera lenta...

— Me ajuda, porcaria, minha perna tá sangrando — exclamei novamente, sentindo o sangue quente, ultrapassar o vão de meus dedos.

— Foi um corte profundo você não vai conseguir andar, deixa eu te carregar até a sala — respondeu quase me erguendo.

— Não, não precisa, só pegue alguma coisa pra parar o sangramento — falei bem depois dele começar a tirar a jaqueta, ficando só com uma camiseta branca. Em um piscar de olhos, ele tirava a camiseta branca, mostrando as várias tatuagens no torso definido por inúmeros músculos.  

Pegou ela e a enrolou em minha perna, com movimentos rápidos dos braços e das mãos.

Sim, eu estava impressionada.

Assim que Zayn terminou de dar o nó na blusa, ele me pegou no colo. De início, fiquei um pouco envergonhada com a situação, mas depois percebi que não ia mesmo conseguir andar, e que precisaria de ajuda, de qualquer maneira que fosse para me carregar.

A dor era absurda. Era a primeira vez eu que eu ganhava um corte profundo, ainda mais na perna.

Quando chegamos à sala, ele me colocou no sofá, e sentou ao meu lado:

— Não está doendo, está? — Ou ele brincava, ou não sabe o que é ser cortado.

— Imagina, só parece que perdi metade da perna — digo, fazendo uma voz irônica. Bom, eu tentei fazer uma voz assim, porque a minha situação estava complicada agora.

— Na próxima vez, tome cuidado quando usar uma jarra de vidro.

— Qual é! O que você disse sobre nunca ter bebido água era mentira, né?!

— Não. Eu nem sei que gosto ela tem — ele ergueu as duas sobrancelhas e deu de ombros. Ainda continuava sério.

Parecia tudo uma mera brincadeira. Porque ele achava em que eu ia cair nela?

— Cara, eu não sei o que é pior: saber que você está mentindo praticamente dizendo que sou uma imbecil, ou a dor insuportável que tenho na perna — talvez ambas as coisas.

— Já disse pra você que não estou mentindo.

— Eu sei, mas é difícil acreditar em que você nunca bebeu água. Nenhum ser humano consegue viver sem água. No mínimo três dias, e depois ele morre de desidratação.

— E você acha que eu não sei disso?!

“Pelo modo como você está falando...” — pensei, e senti novamente uma forte pontada de dor.

— É claro que eu sei que você sabe — respondi, apertando a blusa contra a perna, fazendo-me sentir outra dor, mais aguda.

— E se eu te dissesse que não sou humano?

Aquele comentário me faria sair correndo dali. Só que: como?

Ri, tentando disfarçar o pânico.

Seria isso mais uma piada? Sim. Tinha, deveria ser.

— Não teve graça.

— Não era pra ter.

Ah, eu iria sair correndo dali.

— Ai! — exclamei, quando senti como se tentassem abrir o corte da perna. Doía. Doía muito.

— É pior que levar um tiro? — Zayn perguntou, com o tom de voz meio abafado.

— Não sei. Nunca levei um tiro — essa resposta me fez lembrar do som do disparo da arma, contra a cabeça de meu pai. — Mas tenho certeza de que deve ser pior.

Ele riu.

— Bom, é sim. Mas no momento você só sente a bala atravessando sua pele. Queima demais, é como colocar a mão no fogo e deixá-la ali.

— Como sabe disso? Já levou algum tiro, por acaso? — Tentei não falhar minha voz.

Ele riu de novo.

— Já levei mais de 103 tiros.

Dessa vez, fui eu que gargalhei:

— 103 tiros? Nunca que alguém sobreviveria a tudo isso!

— É por isso que não sou humano.

Tá... Fazia sentido, mas... Não. Isso é brincadeira.

— Para, isso não tem graça.

— Não estou contando nenhuma piada.

E eu estou tentando não acreditar nisso.

— Se você não está brincando, está mentindo.

— Mentiroso? Não tanto quanto você.

Ah que ótimo! Isso foi um insulto.

— Não sou uma mentirosa! — Fiz o possível para não gritar.

— Não é o que parece.

— E quem é você para dizer alguma coisa de mim?! — Ele queria me ver irritada... É isso o que teria.

— Sou um alguém de quem você deveria manter a maior distância possível.

Dessa vez, ele falava sério.

— Engraçado, obrigada pela dica, mas... se for assim... tenho que te expulsar daqui. Afinal é minha casa.

— Não, você precisa de ajuda, então vou ficar.

Eu nunca iria entendê-lo, porque, em um momento ele é legal, outro momento é chato. Um é besta o outro é sério. Seria impossível decifrar que personalidade ele tinha, ou melhor, o quê ele era.

Mais alguns minutos de silêncio, e eu mordia o lábio inferior, para não gritar. Era uma dor terrível, nunca pensei que um simples corte poderia doer tanto.

— A dor é psicológica. Ela só piora se você imaginar que ela irá piorar — ele deu uma de professor.

— Eu sei disso.

— É? Parece que não.

Eu ia mata-lo.

— Por que não vai lavar o corte? A água faz parar o sangramento — e novamente deu uma de professor.

— Eu sei tá?  Mas como eu vou? Olha, eu cortei a minha perna, e ainda tem um caco de vidro nela!

— Não vai querer que eu te dê um banho, né? — Ele riu maliciosamente.

Idiota.

— É lógico que não — respondi revirando os olhos.

— Passa álcool então.

— Você é louco?! Passar álcool?! Quer me matar?! Obrigada, mas sou muito nova pra morrer.

— Nossa se com um cortezinho você já fica dessa maneira, imagina se alguém lhe atropelasse ou ainda mesmo sofresse de caso de uma bala perdida? Você morreria só de saber que aconteceu isso contigo — ele suspirou sorridente.

É. Zayn gostava mesmo de ver os outros sofrerem.

Ele virou para me encarar:

— Fica quieta — falou, e então, pegou a camiseta que estava enrolada na minha perna, e começou a tira-la.

Dei uma tapa forte no braço dele:

— Para caramba, não tira a blusa!

— Vai passar o resto da vida com um maldito caco de vidro fincado na perna?!

Olha só, você me deu uma ótima ideia!

— Sim — nossa que resposta de tirar o fôlego.

Estreitei os olhos, a fim de jogar a ele um olhar ameaçador... coisa que não deu muito certo, porque simplesmente sorriu vitorioso.

— Aff... — revirei meus globos verde-claros, enquanto ele continuava a tirar a camiseta branca, que agora estava completamente vermelha, cheia de sangue, assim como meus jeans.

Quando o corte apareceu, junto com o enorme caco de vidro, meu estômago revirou. Dava para ver a carne. Sim, estava em carne viva!

— Vira pra lá — não fiz o que ele pediu. — Vira a cabeça pra lá! — ele disse um pouco mais firme.

— Pra quê?! — perguntei.

— Vou tirar esse pedaço de vidro, e creio que não vai querer ver — Zayn sorriu novamente.  

O encarei incrédula por alguns segundos, finalmente virei à cabeça para o lado e fechei os olhos. Eu sabia que iria doer. Bom, isso é óbvio.

Senti a ponta dos dedos dele roçar levemente minha calça, quase tocando a pele, e então, começou a puxar o caco de vidro. Eu podia sentir o objeto — maldito — saindo aos poucos de dentro da minha perna. Era uma sensação ruim, extremamente ruim e dolorosa. Minha expressão estava em uma careta, porque era impossível ficar normal. Eu segurava um grito que poderia quebrar as janelas de casa, e até mesmo as dos vizinhos — tá bom exagerei.

— Pronto — ele pronunciou lentamente, enquanto eu abria os olhos e voltava a olhar para o corte.

Tapou-o com a blusa.

— Ei! — exclamei empurrando o braço dele. — Me deixa ver!

— Não, é capaz de você desmaiar só de olhar o corte.

— Já vi coisa muito pior — falei e sorri sarcástica, erguendo uma sobrancelha.

— Aham, sei... — Zayn disse, revirou os olhos e sorriu.

— Sabe o quê? Você não sabe nada! — digo, o empurrando de leve.

— Eu não falei nada.

— Aham, sei... — repeti o que ele havia dito antes.

— Tá, para, agora uma pergunta: onde tem álcool por aqui?

— Já disse que não temos cerveja — respondi, afirmando a voz.

— Não quero cerveja, estou pedindo álcool. Vai me dizer que não sabe o que é isso?

— É claro que eu sei o que é um álcool! — exclamo.

— Tá, onde tem um? — Ele levantou do sofá.

— Pra que quer ele?!

— Onde tem um álcool, porcaria?!

— Ui, a Donzela ficou irritada... — provoquei.

— Que eu saiba, é você que está no sofá, com um corte profundo na perna, tendo que alguém cuidar de você, nesse caso, eu, ou seja, a única “Donzela” aqui, é você.

Era impressionante como ele conseguia me deixar irritada.

— Vou considerar a “Donzela” com aspas como um elogio.

— Não considere, isso não foi um elogio. — Ah, mas eu iria estrangula-lo. — Vai me fala logo, onde tem um álcool por aqui?

— Na cozinha. — Ele foi até a cozinha e perguntou de lá:

— Em que lugar?

— Acho que em cima do armário. — Eu não recordava muito dele. Faziam semanas, acho que até mesmo meses, em que eu não usava aquele frasco. Talvez minha mãe tenha o jogado fora.

— Achei! — exclamou e veio correndo da cozinha com o frasco de álcool em uma mão, enquanto a outra segurava um pano branco.

— O que você vai fazer com esse maldito álcool, Zayn?!

— Simplesmente, limpar o corte da sua perna.

Quando ele disse isso, eu quase cai do sofá:

— Você tá louco?! — exclamei. — Passar álcool na minha perna cortada?! — gritei, quando ele sorriu e deu um passo a frente. — Não, eu não vou passar isso! Você não vai me matar, eu não quero morrer tão sedo! — Malik gargalhou pela forma em que minha voz soou tão dramática.

Ele andou mais para frente:

— Fica aí! Não chega perto, porcaria! — Peguei uma almofada cor de musgo, e taquei nele. Acho que eu estava vesga, porque ela passou tão distante... Ou ele desviou rápido o suficiente com que eu não pudesse perceber.

Mais um passo, e com outro, ele poderia sentar no sofá.

— Fica longe de mim! — Ergui um pouco o corpo, ficando quase em pé. Minha perna doeu. — Eu vou correr... — Fiz um tom ameaçador.

Riu novamente.

Aproveitei a deixa e amarrei rapidamente a camiseta branca dele, que agora estava toda ensanguentada, em volta da perna, a fim de sair correndo. Não quero saber se vou precisar amputar, andar de cadeira-de-rodas, só sei que não quero sentir a pior dor da minha vida! O álcool, se com um simples corte, ralado, qualquer machucado de for, se passar ele já dói demais, imagina num corte enorme  e profundo?! Isso não é drama da minha parte, é na verdade uma maneira de se livrar da dor de garganta que sentirei depois.

Tá, era criancice.

— Não vai doer, Emilly... — ele começou.

Ah frase dele não me comoveu: sai correndo para as escadas, enquanto eu percebia que Zayn vinha atrás. Era uma dor terrível que sentia na perna, uma queimação constante, mas... Fazer o que.

Parei na ponta do primeiro degrau e olhei para ele. Estava tão próximo... Quando eu ia começar a subir, correr para o quarto e trancar a porta dele, Malik me agarrou pela cintura e tapou minha boca com uma das mãos.

Arfei.

O que deu raiva é que ele riu vitorioso e falou no meu ouvido:

— Você nunca vai conseguir escapar de mim. — Aquilo me deu um arrepio ruim na nuca. Se outro momento ele havia me falado para manter distância dele, porque agora falava que eu “Nunca” escaparia? O “Você” no início se referia a mim ou “Você” em geral, assim, todas as garotas...?!

— Rum rum rum rum rum...?! — falei, mas não deu para entender nada, porque ele ainda tapava minha boca.

— O quê?

Tirei a mão dele:

— Eu falei: “Pode me soltar?!”.

Ele riu e me ergueu do chão.

Dei um soco nele, mas não adiantou nada. Era como se Zayn não sentisse toque algum.

— Me larga, seu... — Tentei chutá-lo. Foi em vão. Ele segurou minhas duas pernas e me carregou até o sofá. — Eu... odeio... você... seu... metido... — A cada palavra, eu dava um soco mais forte nele.

Todo esse tempo, ele ria. Ria amargamente causando em mim uma raiva extrema.

Zayn praticamente me jogou no sofá (na verdade, ele não fez isso, mas quando as pessoas ficam irritadas, gostam de exagerar em tudo).

Sentei, Malik fez o mesmo. Uns minutos depois, nós estávamos conversando normalmente...

[...]

— Porra, esse negócio dói. — Toquei levemente o curativo com gaze, que Zayn havia feito em mim.

— É lógico que dói — respondeu dando de ombros.

— Não é lógico, isso não deveria doer  — falei e ele riu. — Preciso tomar um banho. Minha roupa está inteira manchada de sangue. — Levantei do sofá.

— Ah, só porque acabei de fazer esse maldito curativo, você resolve tomar um banho? Tá de brincadeira né?!

— Não. Eu não vou ficar aqui, dessa maneira, até minha mãe chegar! — exclamei. Merda, porque ele não entende o quão minha mãe é cuidadosa demais comigo?! São 22h07 p.m., se ela chegar essa hora e me ver nesse estado, vai achar o quê? Ela infarta.

— Vou tentar não me estressar. — Ele apertou a ponte do nariz e contou até dez, de propósito, me fazendo rir.

Era engraçado isso. Em apenas uma hora, nós praticamente viramos “amigos”. Tá, não amigos, amigos, mas assim, amigos.

Zayn parecia ser daquele tipo chato, grosseiro e mal-humorado, mas na verdade, ele é o contrário. Em várias coisas ele é bem estranho, diferente, e em outras é quase “normal”. Eu deveria me manter afastada, mas em outra opinião, algo me falava que eu estava só exagerando. Talvez não deveria acreditar em tudo o que ele dizia, até porque eu nem o conheço muito bem. Mas por outras circunstâncias ele não deveria ser igual ao Harry. Bom, eu torço para que não seja igual.

— Vai ficar aí em pé, parada que nem uma estátua, ou vai tomar um banho? Aproveita que tô de bom-humor e vou arrumar aquela bagunça na cozinha. — Sorriu e me empurrou de leve.

— Tá, já estou indo. — Andei até a escada, até que parei no quarto degrau e falei: — Se minha mãe chegar, fala pra ela que... Você é um colega da universidade, e que veio aqui pra...

— Ajudar em um trabalho.

— Isso! — Depois, subi correndo para o andar de cima.

Quando cheguei à porta do meu quarto, corri em direção ao banheiro, a fim de jogar uma água quente no meu corpo.

Tranquei a porta. Tirei a roupa, e o corte debaixo da gaze, doeu novamente. Minha calça jeans estava horrível, com um enorme rasgado no meio da coxa. Com toda certeza, minha mãe perguntaria o que havia acontecido com ela. Mas isso, eu contaria mais tarde.

Entrei no Box e liguei o chuveiro. Agora eu não estava sentindo nenhum pouquinho de frio, como antes.

Quando a água gelada caiu sobre a pele das costas, senti um rápido choque na nuca. Meu corpo fervia, mas eu não entendia o porquê.

 

Quase vinte minutos depois, eu saia do banho.

Ainda no banheiro me enrolei na toalha, e fui pentear o cabelo encharcado d’água. Assim que cheguei ao espelho, um som de algo se rachando preencheu o local.

Olhei rapidamente o vidro dele todo embaçado. Limpei-o, peguei a escova e comecei a pentear os cabelos. Tudo estava normal, até que...

Uma garota monstruosa apareceu atrás de mim. A mesma em que eu tinha visto dentro do carro do Harry. O rosto dela no espelho parecia de uma velha senhora que foi violentada por alguém.

Gritei, olhando rapidamente para trás, largando desesperadamente a escova. E me assustei, com outra coisa:

Não havia ninguém ali.

Minha respiração estava agitada demais, assim como meus batimentos cardíacos.

Fechei os olhos e pronunciei baixinho:

— Não foi nada Emilly, é só sua imaginação... Para de pensar bobeiras...

“Emilly... Emilly... Emilly...” — a voz rouca dela pronunciou. Arfei, pois ela havia soado de dentro do espelho.  

Continuei com os olhos fechados e virei para ficar de frente ao vidro, como se ela tivesse controlado meu corpo.

“Olhe para mim, Emilly...” novamente ela disse.

Não obedeci. Permaneci com eles fechados. Eu não queria, não podia olha-la.

Então, ela me tocou.

As pontas de seus dedos eram geladas e ásperas. De início eles começaram nos meus ombros, depois foram subindo, passando pela clavícula. Quando chegou ao meu pescoço, a garota fechou as duas mãos em torno dele e começou a apertar fortemente.

Minhas mãos automaticamente tentaram tirar as dela, que me enforcavam sem dó. Eu já sentia o ar de meus pulmões ir embora aos poucos.

A menina riu amarguradamente.

“Eu mandei você olhar para mim!” exclamou com raiva.

Com uma força absurda, meus olhos foram abertos sozinhos, e então, eu a encarava. Cara a cara, eu podia ver a feiura extrema dela.

Eu iria morrer. Ali. Agora.

Mas, em um piscar de olhos, alguém bate na porta do banheiro, fazendo aquela garota me soltar e desaparecer misteriosamente.

Arfei.

— Emilly?! — Era minha mãe.

Suspirei aliviada, colocando a mão no coração.

— Sim? — Fiz o possível para minha voz não soar tão tremula.

— Que grito foi esse? Aconteceu alguma coisa? — Ela parecia estar preocupada.

— Ah, é que... — Olhei para a primeira coisa que apareceu na minha frente: o chuveiro. — É que... Eu tomei um choque quando fui... ligar o chuveiro.

— Meu Deus, menina, que susto você me deu, hein!

Ri, tentando disfarçar o ocorrido sinistro de antes.

— Mãe acho que o chuveiro queimou.

— Tudo bem, depois eu compro outro. Agora, desce logo porque eu quero conversar com você sobre uma coisa importante! — A voz dela, alterou-se rapidamente.

“Ah, deve ser sobre o Zayn... Droga ela vai me matar pela bagunça!” — pensei.

— Eu já vou sair...

Inspirei pesadamente.

Os passos dela se afastaram. Olhei novamente para o espelho. No canto esquerdo, tinha uma rachadura que ia até o centro dele, acompanhado de um rastro de sangue, negro. Muito negro.

— Tá tudo bem Emilly... Vai ficar tudo bem... — falei.

Não. Não estava bem. Nada bem. Havia algo de estranho naquilo, na garota, em seu rosto, em tudo o que ela possuía.

Quem seria aquela menina? Porque ela não me deixava em paz? Eu tinha feito alguma coisa de errado? Mas se sim, o quê? Eu nunca vi nada parecido. Só em filme de terror. Mas... Eu não acredito em coisas do tipo.

Primeiro foi no carro... Depois agora.

O que ela queria de mim? Me ver morta? Sim. Talvez fosse esta a resposta.  

Com a gaze toda molhada, decidi tirá-la para não abafar o corte. Abri a porta do banheiro, e fui até a cama do quarto e sentei nela. Assim, comecei a tirar o curativo.

Na primeira volta minha perna não ardeu, mas quando chegou para o final, doeu demais.

Arregalei os olhos, pois novamente  aconteceu uma coisa louca:

Eu não tinha mais corte algum.

Fiquei fitando a perna lisa, comum, igual uma idiota.

— Devo estar ficando maluca... — digo, colocando a mão na testa, para ver se eu não estava com febre. Nada. Não era alucinação; tudo aquilo havia acontecido de verdade. Não era imaginação.

Pisquei várias e várias vezes, pois meus olhos estavam ressecando muito rapidamente, e, além disso, queria ter certeza de que o que eu via, era real.

Mas sim. Era completamente real.

 — Ah Meu Deus... — Passei as mãos no rosto, a fim de me concentrar.

Após longos minutos em silêncio, fui ao guarda-roupa e peguei uma calcinha, um sutiã, mais um short verde e uma blusa de seda azul. Vesti e desci.

Da escada vi que minha avó não estava na sala, e minha mãe, assistia a uma novela na TV. Seus olhos brilhavam ao reflexo dela. Olhei para a cozinha, e não tinha ninguém lá. Nem mesmo a bagunça e Zayn. Será que ele havia ido embora e arrumado toda a sujeira?

Era óbvio.

— Emilly, senta aqui preciso conversar contigo — mamãe exclamou batendo no sofá, ao lado dela.

— O que é? — Sentei, abraçando os joelhos.

— Que história é essa de você e a Megan ter perdido aula hoje, na universidade?

A que ótimo! Final da noite seria longíssima...

 

Na sexta-feira de tarde depois da aula, eu e Meg fomos para a biblioteca do centro, a Oxford Central Library. Eu e ela, ao aproveitar o tempo livre, decidimos desvendar as inúmeras coisas estranhas que havia acontecido comigo na noite de ontem, quando Zayn ainda estava lá em casa, do envelope que ele me entregou, dizendo que era do Harry; da menina horrível que apareceu no espelho do banheiro que quase me matou enforcada; do corte que sinistramente desapareceu da minha perna; e de minha mãe não ter falado nada sobre Malik. Eu ainda pensava de como ele teria conseguido arrumar toda aquela imensa bagunça, em apenas alguns minutos, sem que mamãe chegasse em casa e o visse.

Na verdade,  tudo estava completamente esquisito.

Ah, outra coisa que havia acontecido: o envelope prateado do Harry, não tinha nada escrito dentro dele. Eu até achei que era uma brincadeira sem-graça da parte dos dois, mas depois pensei bem e resolvi que seria melhor não dizer que era uma brincadeira. Afinal, aquilo... estava sendo bizarro.

Eu permanecia sentada na poltrona, da biblioteca, enquanto Megan não parava um segundo; andava de um lado para o outro na minha frente, como uma investigadora, pensativa.

— Sabe o que eu acho? — começou.

— O quê?

— Acho que o Harry é um psicopata, junto com os outros quatro amigos, principalmente Zayn. — Ela tocou a tampa da caneta nos lábios.

— Psicopata? Porque um psicopata entraria numa universidade?

— Ah, vai saber... — Deu de ombros. — Agora, ainda fico em dúvida do envelope.

— Eu também.

— Deveria ser uma brincadeira deles.

— Não sei Meg. Malik não parecia brincar quando me entregou ele — falei relembrando da expressão em que tinha no rosto.

— Ou talvez, ele quisesse que você acreditasse que não era uma brincadeira.

— Tá, faz sentido... — concordei. — Mas... E o que significa o corte da minha perna desaparecer misteriosamente?

— Sei lá... Você deveria estar muito abalada quando aconteceu da jarra ter escapado da sua mão, naquele momento na cozinha. Pensou que iria um caco de vidro em você e assim ele foi. E também pensou que ele iria lhe cortar.

— Zayn me ajudou com o curativo, então, não foi imaginação minha! — exclamei indignada.

— Não posso concordar e nem discordar. Não vi nada do que aconteceu ontem.

— Eu sei.

— Eu sei que você sabe.

Ficamos alguns minutos em silêncio.

— A menina do banheiro... Ela fez o que mesmo, contra você? — finalmente perguntou.

— Me enforcou quase me matando asfixiada.

Ela riu.

— Talvez você deva ter exagerado na criatividade.

— Porra, se você for lá em casa nesse exato momento, vai ver uma rachadura enorme no espelho, cheia de sangue! — exclamei outra vez, mais irritada.

— Nossa calma, só estava brincando.

— Ultimamente não estou tolerando brincadeiras.

— Tá, não precisa ficar nervosa — ela olhou ao redor.

Metade da Oxford Central Library, olhava-nos de desdém. Sorte que não tinha tanta gente assim.

— Ótimo! O pessoal vai achar que somos loucas — Megan sussurrou, tentando disfarçar com um sorriso.

— Eles não acham... Têm certeza disso — respondi da mesma forma que ela.

— Então...

— É melhor darmos o fora daqui — completei a frase dela.

— Com toda  razão — assim que Meg terminou de dizer, pegamos nossas mochilas e o meu livro que eu havia pedido emprestado da biblioteca e sumimos dali.

Passando pela porta, sem ver tal pessoa que entrava, esbarrei nela, fazendo os livros que possuía na mão cair tudo no chão.

Era um rapaz. Alto, de cabelos raspados e olhos castanhos. Branco, usava um jeans azul, uma blusa verde e tênis All Star vermelho. Quando ele olhou para mim, meu coração disparou:

Outro amigo do Harry.

— Ah... Me desculpe. Eu... Não te vi. É sério, sou muito desastrada — falei e ele sorriu.

— Sem problemas. Também sou assim — respondeu.

“Olha só, um garoto normal”. — penso.

Ajudei ele a pegar seus livros, enquanto Megan nos observava.

— Obrigado — falou, quando entreguei o último livro caído no chão.

— Não foi nada — foi à única coisa em que consegui dizer.

— A propósito... Sou Liam. Você é a... Emilly, não é? — Assenti.

Porque o Harry gostava tanto de falar meu nome para os outros?!

Meg pigarreou ao meu lado.

— Ah Liam... Essa é a Megan. Minha amiga.

Ela sorriu e acenou a cabeça para ele.

— Prazer em conhecê-las... — começou e então olhou no relógio de pulso preto, que tinha. — É... Tenho que entrar. Tem gente me esperando. Agente se vê qualquer dia... — Acenou um “tchau” para nós duas e entrou.

— Quem deve estar o esperando? — Megan perguntou, olhando pela janela.

— Não sei. — Fiz o mesmo, e rapidamente, vi Liam se aproximando de dois rapazes.

Harry e Zayn.

— Olha quem é... — ela disse sorrindo.

— O que eles estão fazendo aqui? — perguntei meio surpreendida.

— O que uma pessoa faz na biblioteca, Emilly?! — indagou irônica. 

— Pessoas como os dois não deveriam vir para uma biblioteca. Zayn me disse que não gosta de livros — respondi.

— Ah, quem sabe do que eles gostam ou não.

— Olha a aparência dos dois, Meg! Isso indica que deveriam estar em bares, bebendo até ficarem tontos — exclamei.

— Eu sei.

— E então...?

— Então o quê Grey? — Ela fazia questão de me provocar.

— Esquece — continuei um pouco mais calma, antes que a conversa ficasse pior.

Miramos novamente ao mesmo tempo nossos olhares para os três, lá dentro, que conversavam sem parar.

E então, Harry olhou para mim, com suas esmeraldas.

Meu coração foi a mil, porque elas me encaravam com tanta intensidade, que ele parecia me explorar por dentro, como se estivesse dizendo: “Escondo uma coisa de você, e ela não é nada boa”. Seus lábios se curvaram para o lado esquerdo, fazendo aparecer uma covinha profunda na bochecha. Aquele sorriso não tinha um significado legal. Nada legal.

Assim que ele fez isso, os outros, Zayn e Liam olharam para nós duas ao mesmo tempo.

Arfei, empurrando Meg para longe da janela.

— Vamos embora! — ordenei, começando a puxá-la pelo pulso.

— Nossa que mão gelada Emilly, parece que viu um fantasma.

“Vi coisa muito mais assustadora”. — penso. O sorriso de Harry era tão sombrio, que me dava calafrios.

— Vamos embora — eu disse novamente, fazendo-nos desaparecer dali.

Implorei para mim mesma a esquecer do que o Harry havia feito.

Mas era algo impossível.

Porque ele me olhou daquela maneira? Porque sorriu de um modo que me fez sentir um aperto no peito, e até mesmo medo?

Eu precisava de distância.

Como Zayn tinha me dito antes.

Harry não era nenhum cara normal. Talvez um psicopata ou algo do tipo. Mas... O que queria de mim?

“Foco Emilly... Mantenha distância deles. Você não sabe o que podem lhe fazer de ruim. Eles não são normais, e nunca serão”...


Notas Finais


Oi, oi Cupcakes *o*

E então? O que acharam?
Viram praticamente o capítulo inteiro foi com o Zayn kkkk’, mas fazer o que, precisava contar mais detalhes *-*
Aí, aqui vem às perguntas:

a) Que parte vocês mais acharam Diva? (Na opinião de vocês).
b) Que parte vocês acharam mais chata?
c) Que parte vocês mais quiseram viram uma mosquinha pra estar lá e ver?
d) Porque o Harry reagiu daquela maneira na biblioteca? Ele esconde algo muito estranho, que ninguém imagina (e nem mesmo o Prólogo descreveu Haha’).

SUGESTÕES, OPINIÕES E RESPOSTAS! COMENTEM DIVÔNICAS! Isso é importante para mim... Ah é: O que acham que vai acontecer no próximo capítulo, hein?
Chega de perguntas, espero que estejam ansiosas para o Novo Capítulo, porque nesse promete MUITO!

Beijos, até o New Chapter ;33 #Biih


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