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História The Tiny Dancer - Feliz Navidad


Escrita por: BrightBend

Notas do Autor


Oi, tudo legal? Curtindo a copa? Independente disso, segue mais um capítulo fofis! ❤️
Gostaria de dizer que finalmente teríamos o hot Camren, mas o cap iria ficar longo demais, então dividi em dois, desculpem por isso, mas prometo não demorar muito com o próximo.
Acrescentei umas fofuras pra compensar vocês 😁❤️
Boa leitura 😘😘😘

Capítulo 22 - Feliz Navidad


Fanfic / Fanfiction The Tiny Dancer - Feliz Navidad

Lauren

Eu não estava nas melhores condições para sair de casa depois de tudo que aconteceu nas últimas semanas, não bastasse a visita inesperada da minha mãe, aqueles... Aqueles homens horríveis fizeram aquilo comigo, eu não consigo entender, o que eu fiz de errado?! Porque eles me atacaram do nada e ainda destruíram o presente do meu irmão? Não faz sentido.

Eu tive um ataque de pânico e não era para menos, o Harry até tentou me acalmar, mas eu só consegui um pouco quando Camila chegou, ela me traz paz, em meio a todo caos que as vezes se instaura na minha cabeça quando estou quase me perdendo.

Nos primeiros dois dias eu tomei o antidepressivo mais forte por recomendação da minha psiquiatra, mas depois voltei para o remédio antigo, só que na véspera de Natal eu ainda não me sentia bem o suficiente para sair de casa, eu até coloquei a roupa que Mani escolheu pra mim e vesti o Chris também, na esperança de que eu me sentisse mais animada, mas eu não conseguia sair do quarto.

Então ela mais uma vez me surpreendeu, me fez me apaixonar por ela pela milésima vez desde que a conheci, e estava tão, mas tão linda, e de vermelho! Mesmo que eu estivesse pior do que eu estava, eu iria com ela, eu não penso direito quando Camila está por perto, eu só quero ir para ela, sempre, é como se ela tivesse uma espécie de imã.

E tive até um pouco de vontade de rir quando vi os três seguranças que ela trouxe para me proteger, tão linda... Eu não podia negar um pedido assim, mesmo ainda ansiosa e morrendo de medo, eu não podia recusar passar o Natal com minha namorada, ela devia ter planejado e organizado tudo com tanto carinho, o mínimo que eu podia fazer era me esforçar para estar com ela.

- Você não quer vestir o sobretudo verde? – Ela me perguntou quando hesitei quase na porta do apartamento.

- A Mani d-disse que não combina. – Cutuquei um fiozinho solto do meu vestido meio sem jeito.

- Você pode pôr só até chegarmos no meu apartamento, está bastante frio.

- Ok, mas... E o s-seu sobretudo? – Olhei para ela enquanto colocava meu sobretudo.

- Esqueci no carro, você vai ter que me esquentar até lá! – Camila piscou para mim e eu tremi um pouco, mas assenti, se minha namorada estava com frio eu tinha que protegê-la.

- Ei, qual o seu nome? – Chris perguntou para o maior dos seguranças.

- É Arnold, e o seu amiguinho? – Ele abaixou um pouco para falar com meu irmão enquanto eu o agasalhava.

- Christopher! E você? – ele olhou para o outro.

- Jason! – o rapaz sorriu.

- E Vin! – o terceiro completou, eles estavam encantados com meu irmão, e Camila e eu sorriamos com a interação deles.

- Legal! Qual dos três vai me carregar?! – E nós rimos, Chris é uma figurinha mesmo.

- Eu posso fazer isso! – Arnold pegou meu irmão no colo brincando de aviãozinho e ele ria feliz da vida.

Fomos para o carro sendo muito bem escoltados pelos seguranças, Chris todo feliz no colo do Arnold, enquanto eu, apesar de muito agoniada com a possibilidade de algum daqueles homens aparecer do nada, coloquei minha namorada dentro do meu sobretudo, para ela não passar frio.

Ao chegarmos tomei um susto ao ver que o carro na verdade era uma limusine, as vezes Camz exagera quando quer me agradar. Ok, eu sei que ela tem bastantes recursos e não faz falta, mas não é por isso que estou com ela, é pela pessoa maravilhosa e linda que ela é, eu não quero que pareça que estou me aproveitando do dinheiro dela, de jeito nenhum, eu amo Camila, e estaria com ela mesmo sem nada disso.

Vin assumiu o volante e Jason foi ao lado dele, Arnold entrou na limusine conosco e prendeu Christopher na cadeirinha, ele sentou ao lado do meu irmão no banco que ficava de frente para Camila e eu, e Chris adorou poder ficar ao lado do segurança e fazer inúmeras perguntas, como qual é a altura dele, quantos quilos ele consegue levantar, se conseguia arrastar um carro, entre tantas outras coisas, Arnold tinha a maior paciência e parecia se divertir com o entusiasmo do meu irmão.

- V-você não deveria ter pedido um c-carro tão grande, e ter contratado t-três seguranças. – Falei ajeitando minha mochila e a de Chris ao meu lado, não consigo sair de casa sem absolutamente nada, além disso os presentes de Camila e da família dela estavam na bolsa, pena eu não ter tido condições de comprar outro presente para meu irmãozinho...

- Eu só queria te mimar um pouquinho. – Camz fez uma voz dengosa e me abraçou me dando um beijo delicado.

- M-mas uma limusine não é um pouquinho demais?

- Não, você merece muito mais.

- Camz, eu não quero ficar m-me aproveitando do fato de você ter dinheiro.

- Mas você não está bobinha, eu estou. – Ela riu sapeca e me deu mais um selinho.

- Ok... – Ela sempre tem um contra argumento pronto, impressionante.

- Você está tão linda. – Camila passou a mão suavemente pelo tecido do meu vestido por cima da minha perna, enquanto me admirava. Eu me arrepiei inteira e tremi dos pés a cabeça.

- V-você também está muito l-linda Camz... – respirei um pouco mais fundo.

- Só pra você... – Ela sussurrou e beijou minha bochecha arrastando os dentes sobre ela delicadamente.

- C-camila, o-os... – tentei alerta-la, com muita dificuldade, sobre a presença de Chris e do segurança.

- Eu sei cariño, não se preocupa. – Ela riu e me abraçou deitando a cabeça no meu ombro.

O caminho foi tranquilo, eu até me sentia um pouquinho menos ansiosa, mas levei meu remédio de qualquer forma e tomei um dentro do carro, e me distraí olhando as luzes de Natal.

- Admirando as luzes? – Camz sorriu e acariciou minha bochecha.

- Sim, está tudo tão bonito... – Eu olhava para cima encantada. – Nem lembro direito quando foi a última vez que vi a cidade assim. – Eu dizia distraída e Camila suspirou profundamente me dando um beijo apertado na bochecha. – O que foi? – Sorri para ela.

- Nada, eu só estou muito feliz. – e me roubou um selinho.

Chegamos e Camila vestiu seu sobretudo creme muito elegante, saímos do carro e novamente os seguranças nos escoltaram até a portaria, desta vez Chris estava no meu colo, quando algo nos surpreendeu.

- Peter? – Camila franziu o cenho e ele nos olhou, parecia mais surpreso que nós.

- O-olá! – Ele tentou um sorriso, mas os seguranças aparentemente o deixaram desconfortável.

- O que faz na porta do meu prédio? – Ela perguntou com cara de poucos amigos.

- Ei, você não é a única que eu conheço aqui sabia? Vim apenas desejar Feliz Natal a um amigo e lhe dar este vinho de presente. – Ele mostrou um embrulho. – Mas parece que ele não está em casa.

- Sei. – Camz falou com uma expressão desconfiada.

- Bom, já que ele não está eu vou indo, Feliz Natal Camila... – Ele já ia tocar o ombro dela, mas Arnold segurou o braço de Peter, que ficou parecendo um graveto na mão enorme do segurança.

- Não toque na senhorita Cabello. – Já ouviram falar em “voz de trovão”? Foi o que acabamos de ouvir agora, e Peter ficou mais branco do que já era quando o segurança disse algo no ouvido dele, mas Arnold soltou seu braço educadamente e o homem se recompôs, ou tentou.

- Bem, Feliz Natal a todos vocês, até mais! – saiu andando apressado e estranhamente jogou o vinho numa lixeira pela qual passou.

Os seguranças nos acompanharam até a porta do elevador e Camila os chamou para conversar.

- Vocês estão dispensados por hoje, podem ir passar o Natal com suas famílias, só peço que não exagerem muito, pois provavelmente precisarei dos três em breve.

- Não seria melhor nós ficarmos, para o caso daquele sujeito aparecer novamente senhorita? – Jason perguntou.

- Oh não, não se preocupe Jason, temos os vigilantes do prédio, mas vocês foram de grande ajuda no caminho até aqui de qualquer forma. Obrigada e Feliz Natal pra os três!

- Feliz Natal senhoritas, e Chris!

- Feliz Natal, Arnold, Vin e Jason! – Christopher sorriu.

Depois de desejarmos Feliz Natal a todos, eles nos entregaram minha mochila e de Chris e nós subimos, Camila morava na cobertura, ou seja, muito, mas muito alto! Eu estava um pouco nervosa dentro do elevador e pus meu irmãozinho no chão, não gosto muito de espaços confinados, mas ela percebeu e segurou minha mão, eu relaxei um pouco.

Aos sairmos do elevador me surpreendi ao perceber que ele foi direto para o hall de entrada do apartamento dela, e Chris e eu ficamos boquiabertos com o luxo do lugar, eu nunca estive aqui e me senti um pouco intimidada com toda aquela pompa.

- Vou guardar suas bolsas... – Ela tirou meu sobretudo. – E esses sobretudos no armário, esperem aqui um pouquinho? – Eu assenti e ela me deu um selinho, indo rapidamente até um corredor e voltando de lá pouco depois. – Vamos? – Ela enlaçou meu braço.

- C-camila? – Chamei baixinho.

- Que foi meu bem?

- E-eu, eu... – Respirei fundo. – Estou nervosa. – Mordi o lábio inferior e ela se aproximou do meu rosto.

- Não precisa, eu estou aqui com você, o Chris também, e minha família já te adora, vai dar tudo certo, não se preocupe. – E com alguns beijinhos na bochecha eu fui me acalmando.

Caminhamos para o que provavelmente era a sala de estar, belíssima com todos os enfeites de Natal, e eles estavam lá, o pai, a mãe e a irmã de Camila, os dois primeiros muitíssimo elegantes, pareciam aquela gente rica que nós só vemos em filmes, já a Sofia estava um pouco mais a vontade, mas não menos elegante.

- Família, quero que conheçam minha namorada, Lauren Jauregui! – Camila falou sorrindo, parecia sentir muito orgulho do que dizia, e isso me fez sorrir também.

- Encantada Lauren! Nossa, que olhos magníficos você tem! – a mãe dela sorriu e veio ao meu encontro. – Sinu Cabello! – Ela não apertou minha mão, ou beijou meu rosto, apenas segurou meus ombros e me deu um abraço delicado. Talvez Camila tenha alguma coisa a ver com isso.

- Lauren e aí?! – Sofia fez o mesmo que a mãe. – A Kaki fala muito de você! – Kaki? Olhei para Camila e ela deu de ombros sorrindo.

- Lauren, seja muitíssimo bem vinda! Alejandro Cabello. – o pai dela também me abraçou de leve.

- O-obrigada, estou muito feliz e encantada em conhecer t-todos vocês. – Sorri ainda um pouco sem graça e Camila me lançou um olhar derretido.

- Ei, não esqueçam de mim! – Chris falou e todos sorrimos para ele.

- É claro que não meu lindo! – Camila o pegou no colo. – Essa coisinha mais fofa do mundo é o Chris, irmão de Lauren.

- Ai meu Deus do céu, que coisa mai gotosa! – Sofia se derreteu pelo meu irmãozinho.

Ele riu tímido, mas logo fez o que eu ensinei. – Muito prazer senhorita Sofia, Christopher Jauregui. – estendeu a mãozinha para ela e Sofia olhou para Camila que assentiu, então apertou a mão dele.

- Ai Jesus, que lindo! – Dona Sinu pôs as mãos no rosto encantada.

- Encantado senhora Cabello. – Ele estendeu a mão para a mãe de Camila.

- Encantada estou eu com esse menino! – Ela apertou a mãozinha dele.

- Prazer em conhecê-lo senhor Cabello.

- O prazer é todo meu, meu jovem. – Seu Alejandro usou um tom formal, mas divertido.

Dona Sinu nos conduziu a uma outra sala, e nós sentamos em volta da pequena mesa redonda, Sofia logo pegou Chris para ficar em seu colo, ela gostou muito do meu irmãozinho. Havia apenas algumas taças e copos, e uns pãezinhos e petiscos, Camila e Seu Alejandro foram até o bar e trouxeram de lá uma garrafa de vinho, eu acho, e uma jarra com suco amarelo. O pai de Camila serviu a ele e a esposa e quando foi servir Camila ela recusou.

- Eu vou acompanhar a Lauren, a Sofi e o Chris no suco de laranja papa, obrigada. – Ela sorriu e começou a nos servir de suco.

- V-você não precisa Camz. – Falei baixinho. – S-se for por minha causa...

- Não estou com vontade de beber hoje. – Ela me interrompeu e me deu um selinho, eu quase tive uma vertigem, ela fez isso na frente dos pais dela! Fiquei muito envergonhada.

- Então Lauren! – o pai dela falou, e eu arregalei os olhos e engoli seco.

- P-pois não?!

- Camila disse que você é uma pianista incrível!

- E-eu me esforço.

- E ela disse que você é autodidata também! – Ele sorriu.

- Eu tive ajuda d-de uma pessoa no início, mas grande p-parte do que aprendi foi s-sozinha. – Ufa! Consegui falar.

- Quem sabe não possa tocar algo para nós mais tarde? Camila tem um piano lindo, mas quase nunca toca.

- Mesmo? – Sorri para ela.

- Sim, mas eu não esqueci completamente dele, mandei afinar semana passada. – Camila se defendeu.

- Eu p-posso tocar pra vocês, com certeza. – sorri e eles também.

- Como se conheceram? – Sofia me encarou sorrindo de repente.

- Eu já te falei várias vezes bobinha, foi no dia da audição! – Camz sorriu para ela.

- Mas eu quero ouvir do ponto de vista da Lauren ora! – Ela respondeu divertida e eu tremia um pouco. Respirei fundo.

- B-bom, como a Camila disse f-foi no dia da audição, eu estava m-muito nervosa, porque a Camz quase me atropelou antes disso...

- Epa, essa parte você omitiu! – Dona Sinu riu. – Como foi isso Camila? – Minha namorada ficou muito vermelha e eu contei tudo, até mesmo que foi apenas há pouco que descobrimos que foi ela quem quase me atropelou e a meu irmão.

- Isso não me surpreende sabe, Camila sempre foi muito estabanada! – Seu Alejandro riu.

- Papa! – Camila o repreendeu, ela estava adorável com o rosto todo vermelho.

- É sério, não sei como nunca caiu no palco! – todos riram e ela fez uma carinha brava.

- É porque a d-dança faz parte de quem ela é, está na alma dela, assim como a música está n-na minha. – Divaguei sobre o assunto.

- Own modeuso, sua namorada é muito fofa Camila! – Sofia fez uma voz infantil e eles riram, inclusive meu irmão, eu fiquei mais vermelha que a Camz, mas já estava começando a me sentir à vontade.

- Bem, nós já conversamos o bastante, acho que já podemos comer a ceia! – Dona Sinu anunciou olhando seu pequeno relógio de pulso, e todos levantamos, nos acomodamos e ela, Camila e Seu Alejandro foram buscar o jantar.

Me deixou feliz saber que eles não são aquele tipo de rico que exige ser servido por empregados em plena noite de Natal, eles são muito gente boa e humildes, gostei de todos. Depois de terem trazido tudo, Camila veio por fim, toda orgulhosa com uma travessa nas mãos, ela a pôs na minha frente e sentou ao meu lado me dando um beijinho na bochecha.

- Eu fiz esse pra você cariño, suflê vegetariano. – Ela sorriu tímida ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

- P-puxa Camz, obrigada. – Sorri abobalhada para ela.

- Eu não sou muito boa na cozinha, mas mama aprovou, espero que goste. E também tem rabanada, alguns tipos de queijo, trufas e seus croissants preferidos.

- Obrigada, s-se foi você que fez com certeza está muito bom.

- Lauren, você gostaria de fazer a oração antes da ceia? – Dona Sinu perguntou simpática.

- E-eu?

- Sim, é uma tradição nossa, sempre que temos convidados para o Natal nós oferecemos para fazer a oração. – Ela explicou e eu ponderei um pouco, olhei em volta, seria muita falta de educação negar? Mas e se eu gaguejar e não conseguir fazer direito? Vou passar a maior vergonha.

- Você não precisa se não quiser meu bem, nós apenas oferecemos, não é obrigatório. – Camila sorriu carinhosa, e eu estava inclinada a recusar quando lembrei de algo.

- E-eu, eu vou fazer.

- Mesmo? – ela sorriu e eu assenti, então respirei fundo, eu espero apenas não gaguejar muito.

A vós correndo vou, braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertos,

Que, para receber-me, estais abertos,

E, por não castigar-me, estais cravados.


A vós, divinos olhos, eclipsados

De tanto sangue e lágrimas cobertos,

Pois, para perdoar-me, estais despertos,

E, por não condenar-me, estais fechados.


A vós, pregados pés, por não deixar-me,

A vós, sangue vertido, para ungir-me,

A vós, cabeça baixa, pra chamar-me.


A vós, lado patente, quero unir-me,

A vós, cravos preciosos, quero atar-me,

Para ficar unido, atado e firme.(*)

(*) Buscando a Cristo – Gregório de Matos

- Lauren que coisa mais linda! – Dona Sinu enxugava umas lágrimas discretamente com seu lencinho, acho que agradei.

- Obrigada, é u-um poema que aprendi no orfanato.

- Você cresceu num orfanato? – Sofi perguntou.

- Sim, O Angel Guardian Home, n-no Brooklyn.

- Eu não acredito! Sério amor?! – Camila sorriu.

- Sim.

- Nossa, eu entregava presentes de Natal para as crianças de lá até o ano passado!

- V-você nunca me disse! – Sorri surpresa.

- E você nunca disse que tinha crescido lá! – Ela riu. Era realmente uma coincidência incrível.

- Parece que vocês duas ainda têm muito que descobrir uma sobre a outra, mas vamos comer? Meu estômago está roncando! – Sofi choramingou e nós rimos.

- Feliz Navidad! – Seu Alejandro ergueu uma taça de vinho sorrindo e todos responderam da mesma forma, eu também, porque sei um pouco de espanhol, Irmã Isabel me ensinou.

A ceia correu muito bem, Christopher estava sentado numa cadeirinha infantil e era constantemente paparicado por Sofia e dona Sinu, elas estavam completamente derretidas por ele, enquanto eu estava sendo muito bem tratada e porque não dizer paparicada também? Só que pela minha namorada. Seu Alejandro de vez em quando perguntava algo sobre o musical e nós respondíamos entusiasmadas, falar sobre o espetáculo nos deixava radiantes.

Já passava das duas da manhã e nós conversávamos na sala de estar, os pais de Camila juntinhos num sofá pequeno, ela e eu no maior, Camz tirou os sapatos e encolheu as pernas em cima do sofá, e se aconchegou em mim deitando a cabeça no meu ombro.

Sofi estava sentada numa poltrona com Chris em seu colo dormindo, foi quando eu resolvi ir pegar os presentes que comprei para Camila e a família dela, eu já havia conversado com meu irmão antes e prometi que assim que possível compraria o dele, assim que lhes entregasse os presentes eu iria para casa, mas Camila nos parou no meio do caminho, porque tinha outros planos.

- Lo, você não precisa ir para casa, pode dormir aqui.

- M-mas e sua família?

- Meu apartamento tem quatro quartos, não se preocupe. – Ela sorriu segurando minhas mãos e ficando de frente para mim. – Dorme aqui, por favor. – Eu tinha como negar?

- T-tudo bem...

- Vai dormir no meu quarto! – Ela sorriu sapeca e eu me alarmei.

- C-camila seus pais!

- Lo, não é como se eles não soubessem o que duas namoradas fazem a sós. – Ela revirou os olhos sorrindo.

- Camila! – Arregalei os olhos. – Agora m-mesmo que não vou conseguir dormir no quarto com você! – E ela gargalhou. – É sério, n-não com seus pais dormindo no quarto ao lado, m-mesmo que não iremos fazer nada, e-eles podem achar que sim, eu não vou ter cara de olhar para eles, achando que eles pensam que n-nós duas, nós, você s-sabe...

- Lolo... – Ela me interrompeu carinhosamente.

- Oi!

- Está discursando cariño.

- D-desculpe... – soltei o ar.

- Não precisa se desculpar. – Ela beijou minha testa. – Eu preparei o quarto de hóspedes pra você e o Chris, os lençóis estão limpinhos, coloquei umas toalhas que mandei lavar na mesma lavanderia que você, e também comprei o sabonete que vocês usam, e tomei a liberdade de trazer seus pijamas.

- Q-quando fez tudo isso? – me surpreendi.

- Ontem! – ela sorriu e me roubou um beijo. – Digo, seus pijamas eu peguei antes de ontem.

- Você não existe Camila... – encostei a testa na dela fechando os olhos e segurando bravamente a vontade de chorar.

- Eu te amo Lauren, faço qualquer coisa por você.

- Eu também te amo Camz, e eu q-quero ser mais pra você, quero um dia p-poder retribuir tudo que faz por mim.

- Você já retribui, apenas sendo você mesma, apenas existindo.

Depois de dar boa noite e Feliz Natal para Camila e a família dela, fui para o quarto de hóspedes e dei um banho morno no sonolento Chris, pus o pijama dele e não precisou de mais nada, assim que o coloquei na cama ele adormeceu.

Tomei meu banho e pus o pijama, e quando ia deitar na cama algo me fez quase pular de susto, um trovão, alto e assustador.

- Ah! – Sentei na cama rapidamente tapando os ouvidos, eu odeio trovões, raios e chuva forte, mesmo assim me certifiquei de que meu irmão estava bem, ele nem se mexeu com o barulho. Mais um trovão, que droga!

Fechei os olhos com força e deitei na cama, eu diminuí o volume dos meus aparelhos, mas ainda assim conseguia ouvir o barulho, e para piorar, raios, que acendiam o quarto inteiro, olhei para Chris de novo, como consegue dormir tão profundamente? Fui até a janela para fechar melhor a cortina e pelo menos impedir que as luzes dos raios acendessem o quarto todo, mas quando vi a chuva caia forte demais lá fora e minha respiração ficou rápida.

Eu precisava me acalmar, senão teria uma crise de ansiedade a qualquer momento, só que fazia pouco tempo que tinha tomado meu remédio, e eu poderia deitar com Chris, mas fiquei com medo de acabar o apertando demais e o acordar, aí seríamos nós dois com medo. O que eu faço? O que eu faço?!


Camila

Deitei na cama e ainda demorei um pouco para sentir sono, é claro que eu sabia que Lauren não dormiria comigo com meus pais no quarto ao lado, por isso organizei o quarto de hóspedes com todo carinho para ela e Chris, mas sabe aquele fiozinho de esperança que não quer te deixar, mesmo você tentando ser o mais racional possível? Eu tive isso, imaginei como seria se ela aceitasse dormir comigo, será que aconteceria finalmente, ou apenas dormiríamos juntas como sempre?

Mas não adianta ficar pensando nisso agora, Lo já deve estar no sétimo sono, ainda mais com esse chuvinha gostosa caindo lá fora, só dá vontade de se encolher debaixo do edredom bem quentinho e curtir o barulhinho de água batendo no vidro, se bem que hoje também temos raios e trovões, eu gosto, acho lindo quando as nuvens acendem e os padrões aleatórios que os raios desenham no céu, é magnífico!

S.M.: Esconderijo – Ana Cañas

Me virei de lado para dormir já sentindo o sono chegar, quando um raio acendeu meu quarto e por uma fração de segundos eu pude ver uma figura extremamente branca e de cabelos negros parada ao lado da minha cama, meu coração quase saiu pela boca, mas uma voz chorosa me fez ver que era apenas minha namorada.

- Camz?

- Lo? O que foi? – Ergui um pouco meu tronco.

- O-oi, desculpe se te assustei, e-e também por entrar no seu quarto sem permissão, é que... Ah! – Ela choramingou quando ouviu o trovão. Eu levantei rapidamente e acendi a luz do abajur, quando olhei o rosto de Lauren senti um aperto no peito, estava banhado em lágrimas.

- Oh meu amor, vem aqui... – A trouxe para minha cama e deitei de frente para ela debaixo do edredom. Mais um trovão e ela me abraçou apertado escondendo o rosto no meu pescoço.

- Hum... – Laur choramingou agoniada.

- Shiiii, está tudo bem cariño, é só chuva... – Afaguei seus cabelos e beijei sua cabeça.

- E-e raios, t-trovões...

- É a natureza... Não tem o que temer, estamos bem aqui.

- E-eu tenho medo de chuva forte, n-não gosto. Destrói a-as coisas, desmancha tudo... [N.A.: este é um medo desta autora que vos escreve 😅]

- Mas a chuva também traz coisas boas, é ela que enche as barragens que trazem água para nossas casas, é ela que alimenta as árvores que purificam o ar que respiramos, mata a nossa sede e dos animais...

Enquanto eu dizia essas coisas bem devagar e calmamente afagava os cabelos de Lo, e beijava sua cabeça de forma suave, a respiração dela ia ficando mais tranquila. – E depois da chuva que lava a cidade, tudo fica mais bonito e brilhante quando o sol chega. Não é?

- É... – Ela respondeu sonolenta.

- Precisamos da chuva, chuva é vida. Não há do que ter medo.

- Eu te amo Camz...

- Também te amo cariño.

E ela dormiu, eu não sabia se o sol viria realmente, afinal estávamos em pleno inverno, mas fiquei feliz ao constatar que eu sempre consigo acalma-la.

E minha pergunta de minutos atrás foi respondida, nós apenas dormimos juntas, mas eu não estou reclamando, pelo contrário, eu sei que a cada minuto que passa nós duas ficamos mais íntimas e à vontade uma com a outra, sei que no momento certo, sem pressões desnecessárias, e com muito carinho, vai acabar acontecendo, eu só peço que dê tudo certo e ela se sinta confortável e segura comigo.

Na manhã seguinte acordei com a cena mais linda que meus olhos já puderam presenciar, Lauren estava agarrada em mim como um bebê coala, os cabelos quase cobrindo o rosto e os lábios rosados entreabertos, fiquei um tempo apenas admirando o ressoar tranquilo dela, quando aquelas orbes verdes clarinhas surgiram por detrás das pálpebras sonolentas.

- Oi, bom dia coisa linda... – sussurrei e ela sorriu tímida voltando a esconder o rosto no meu pescoço.

- Bom dia anjo. – Sua voz saiu abafada.

- Dormiu bem? – Ela assentiu e de repente cheirou meus cabelos.

- Seu cabelo é m-muito cheiroso. Eu sonhei que estava c-comprando flores, acho que foi p-por causa desse cheiro. – Deus do céu, como essa pessoa pode existir e não ser apenas fruto do minha imaginação?! Eu sorri e a abracei apertado, enchendo sua cabeça de beijos.

Virei um instante para ver as horas no relógio do criado mudo, dez da manhã, quando surpreendentemente, em pleno inverno rigoroso de New York, eu pude notar algo extremamente raro.

- Ei, vem ver uma coisa? – Chamei a atenção de Lauren e sentei na cama, ela sorriu para mim e eu a levei até a janela do meu quarto, abrindo um pouco a cortina.

- Raios de sol... – Ela sorriu meio boba olhando para o céu.

- Está nublado e ainda assim, de algum modo, ele encontra uma forma de nos mostrar que está sempre lá. – Os raios eram muito fracos e poucos, mas foi suficiente para deixar o sorriso dela ainda mais bonito.

- É muito bonito... – Ela disse olhando para mim.

- Não é? Os raios iluminando as árvores...

- Não. – Lo me interrompeu. – É muito b-bonito quando eles iluminam seus olhos. E-eles ficam claros, meio avermelhados, c-como a pedrinha do seu colar, é muito bonito. – Ela completou tímida e eu toquei meu cordão.

- Seus olhos também ficam lindos, bem clarinhos... – Lhe dei um selinho e ela se afastou de repente. – Que foi?

- E-eu ainda não escovei os dentes.

- Que é que tem amor? É só um selinho. – Sorri.

- Mesmo assim, eu vou escovar os dentes. – Ela me deu um beijo carinhoso na testa e saiu do quarto apressada, eu sorri negando com a cabeça e me joguei na cama sorrindo, mas logo tratei de fazer minha higiene matinal, pois sabia que logo minha namorada iria querer distribuir os presentes que comprou.

Quando cheguei na cozinha já estavam todos acordados tomando café da manhã, e Lo sorriu assim que me viu. Sentei ao lado dela e lhe dei um beijo de verdade, ela correspondeu, mas ficou extremamente vermelha e tímida, Chris, meus pais e minha irmã apenas riram levemente.

- Quer geleia de morango para passar na torrada Lauren? – Mama perguntou.

- Sim senhora, por favor. – Ela disse acanhada e mama colocou um potinho lacrado em sua frente, eu instrui minha família quanto a pequenos gestos que poderiam ser feitos pra deixar minha namorada mais à vontade.

- Ei, nada de senhora, sou sua sogra mas não sou tão velha assim, Sinu. – Minha mãe dizia simpática.

- Sim senhora, digo, Sinu! – Lo corrigiu rapidamente e eu sorri lhe dando um beijo na bochecha, ela riu tímida e abriu o pote para passar geleia nas torradas que lhe entreguei num saquinho lacrado.

- Então Lauren, passou bem a noite? – mama perguntou tomando um gole de suco, Lo arregalou um pouco os olhos e assentiu rapidamente. – Que bom, choveu bastante essa madrugada, trovejou... Você tem medo de trovões?

- E-eu tenho medo de chuva forte, e-e raios e trovões também, mas consegui dormir.

- Agarradinha com minha irmã né? – Sofia riu e Lauren se alarmou. – Eu vi você entrando no quarto dela. – Sofi piscou.

- M-m-mas eu não, eu... Eu não f-fiz, eu... – Ela respirou fundo e rápido, e eu repreendi minha irmã com o olhar, ela apenas riu.

- Ei, fica calma, Sofi só está brincando. – Acariciei o rosto dela. – Ela sabe que você só estava com medo da chuva, e foi apenas dormir comigo, nada mais, não é Sofi?

- Eu sei, foi mal Laur, era só brincadeira mesmo.

- Ei, onde está a neve?! – Chris olhava pela janela intrigado.

- Disseram no jornal que esse ano ela vai se atrasar um pouquinho amigo. – meu pai respondeu carinhosamente.

- Mas no Natal tem que ter neve, é tradição! – o pequeno fez bico e nós rimos.

- Bem, algumas coisas não são sempre do jeito que queremos, mas sabe uma tradição que nunca morre no nosso Natal? – Chris negou com a cabeça. – A troca de presentes pela manhã!

- Eu quero trocar presentes! Podemos Loli?

- Assim que você terminar seu café da manhã. – Lauren falou naquele tom sério que poucas vezes a vi usar, e confesso que me fez pensar algumas bobagens.

Mal terminamos de tomar o café da manhã, Christopher nos arrastava para a sala onde estava a árvore de Natal para trocarmos os presentes, talvez Lauren ficasse chateada comigo, afinal ela havia me dito ontem à noite que não queria se aproveitar do fato de eu ter dinheiro, mas presentes dados com tanto carinho não podem ser recusados.

- Bem, p-para Sofia eu comprei algo que acho q-que ela vai gostar bastante. – Lo entregou uma sacola muito bonita a minha irmã.

- Não precisava Laur, mas já que você comprou né? – Nós rimos e ela abriu o presente retirando de lá uma blusa com uma estampa muito bonita, mas que eu não fazia ideia do que se tratava. – Nossa, Lauren, que legal! – Sofi quase gritou e abraçou minha namorada afobada, que retribuiu meio sem jeito.

- E-eu imaginei que gostasse de Star Wars.

- Eu adoro! A princesa Leia é a minha preferida dos rebeldes, obrigada. E eu também comprei uma coisinha pra você! – Sofi pegou o presente de Lauren.

- Você comprou um p-presente pra mim? – Lo parecia surpresa.

- Sim ué, se chama troca de presentes! – Lauren abriu o embrulho, ela ganhou um bonequinho, digo, figura de ação do Hulk, nem preciso dizer que ela adorou, parecia uma criança ganhando seu primeiro presente de Natal.

Lo ainda deu uma linda gravata borboleta com minúsculos Mestres Yodas para meu pai, de longe era só uma gravata verde, mas de perto dava pra se ver os bonequinhos, coisas nerds não fazem o estilo de papa, mas ele adorou. Para mama Laur deu um lindo par de brincos de prata com pedrinhas brancas, minha mãe amou também.

Lo ganhou um par de tênis vans de cano alto da minha mãe e uma belíssima biografia ilustrada de Beethoven do meu pai. Chris também ganhou os presentes dele, em resumo brinquedos, minha família sabe que para uma criança é muito chato ganhar roupas no Natal, e após entregar e receber os presentes da minha família, eu fui buscar os da minha namorada e do meu cunhadinho.

- E agora os meus presentes! – Sorri ao chegar na sala com uma sacola enorme e uma caixa maior ainda.

- N-nossa. – Lo se assustou com o tamanho deles.

- Pra você meu amor. – Lhe entreguei a caixa maior, pelo formato eu tinha certeza de que ela já sabia o que era.

- U-um violão Gibson... Camila, i-isso é muito... – a interrompi com um selinho.

- Você merece. E esse aqui é para você baixinho! – Entreguei a caixa para Chris e ele sorriu largo, acho que também já sabia o que era.

- Um PS4 pro! Obrigado Camila! – Ele agarrou meu pescoço e beijou minha bochecha várias vezes, todos sorriam, menos Lauren, ela parecia surpresa.

- Camila, isso tudo, e-eu não quero que sua família pense... – Ela dizia baixinho só para mim.

- Não está se esquecendo de nada? – sorri arqueando uma sobrancelha e ela pareceu confusa, mas logo lembrou do último presente, o meu.

- Oh, é-é claro. Eu vou pegar, só um instante. – Ela correu até sua mochila e tirou um pequeno embrulho de lá, me entregando logo em seguida. - C-com esse presente, e-eu firmo nosso compromisso mais uma vez, e-e comunico à sua família que minhas intenções com você s-são as melhores possíveis. – Ela disse alto, para mim e para minha família.

E eu sorri de orelha a orelha ao descobrir que ela havia me dado um belíssimo anel de ouro com uma pérola branca. – Lo, isso... Foi muito...

- Você merece. – Ela me interrompeu sorrindo, usando a mesma frase que eu usei há minutos atrás, estávamos quites, eu só pude sorrir e enche-la de beijos depois disso, Sofia e mama estavam com umas caras de bobas derretidas, Chris começou a pular feliz da vida e meu pai se aproximou.

- Lauren, saiba que nós todos estamos muito felizes por saber que Camila está com alguém tão especial como você, espero que o relacionamento de vocês seja muito feliz e duradouro. – Papa falou e Lo ficou vermelha, mas logo cumprimentou meu pai.

- Eu farei d-de tudo pela felicidade de Camila seu Alejandro, pode t-ter certeza disso.

- Eu tenho, mas... Alguém prometeu que tocaria piano para nós! – Ele sorriu.

- Claro, eu toco, p-pode deixar.

- Eu queria testar o videogame! – Chris fez bico.

- Eu jogo com você, vem! – Sofia chamou e Lo olhou para mim.

- Tudo bem, eles podem ir.

Na sala do piano Lauren ficou maravilhada com o lindo piano branco que eu mal toquei nesses três anos desde que o comprei. Ela começou com uma belíssima sonata de Beethoven, para agradecer o presente do meu pai, e depois foi tocando o que nós pedíamos, Lo também testou o violão que lhe dei de presente, e adorou, ela não parava de falar em como o som dele era bonito, e eu não parava de babar na minha namorada.

- Lo, toca aquela que você tocou no dia da audição, é tão linda. – Pedi.

- Claro, toco sim. – Ela sorriu e foi para o piano, e eu faltei me desmanchar ao ouvir aquela doce melodia. Nós aplaudimos com entusiasmo quando ela terminou.

- Belíssima Lauren! – Mama sorriu. – É sua?

- Sim. – ela respondeu tímida.

- Como se chama? – Meu pai perguntou.

- Bluestone Alley.

- Ruazinha de tijolos azuis?! – Me surpreendi.

- É, e-eu já sonhei b-bastante com uma rua assim, às vezes eu acho q-que é uma lembrança, mas não tenho certeza.

- Aqui perto de casa tem uma ruazinha de tijolos azuis! – sorri.

- Mesmo? Q-que coincidência. – Ela riu coçando a cabeça, meu pai parecia ainda mais intrigado.

- O que foi papa?

- Lauren, você cresceu no Angel Guardian Home não foi?

- Sim senhor.

- Isso seria muita, mas muita coincidência, mas eu encontrei uma menina perdida nessa ruazinha há muitos anos atrás, você estava junto Camila.

- Eu não lembro disso pai. – Franzi o cenho.

- Nem poderia, você só tinha três anos. O fato é que você se soltou da minha mão e saiu correndo, porque disse que ouviu alguém chorando, e realmente havia, você encontrou essa menininha de olhos verdes e cabelos pretos chorando na ruazinha de tijolos azuis.

- Meu Deus... Será que era você Lo? – Olhei para minha namorada, ela estava confusa, eu sabia.

- E-eu não lembro de já ter fugido do orfanato, m-mas eu tenho essa rua na minha cabeça, p-pode não ser só um sonho.

- O que aconteceu depois disso papa?

- Bom, a menina disse que tinha ido procurar o pai, mas não achou, e que morava num orfanato no Brooklyn, eu sabia que só havia o Angel Guardian Home na época, e a levei no Gran Torino até lá, você colocou a cabeça dela no seu colo e cantou para ela o caminho todo Camila.

- Lo! – chamei a atenção dela e Laur arregalou os olhos. – Você me disse que já entrou num carro antigo quando era criança!

- Eu... Entrei... – Ok, isso é simplesmente incrível!

- Tem uma forma de descobrir se você é a garotinha da rua de tijolos azuis Lauren! – Mama falou de repente.

- Como? – meu pai perguntou.

- Você tirou uma foto das duas no banco de trás Alejandro, você me disse que achou tão bonitinho o modo como Camila cuidava dela, que tirou uma foto na nossa Polaroid.

- É verdade, onde está essa foto?

- Em alguma álbum no escritório, talvez aqui, talvez em Miami, eu deixei algumas fotos nesse apartamento para Camila olhar de vez em quando.

- O que estamos esperando?! Vamos procurar! – Eu sorri largo, ideia de ter conhecido Lauren quando éramos crianças me trazia uma sensação diferente, como se estivéssemos predestinadas.

Foram quase duas horas procurando, Sofia e Chris ficaram curiosos e se juntaram a nós, o pequeno não fazia muita ideia do que estávamos buscando, mas parecia se divertir, então o deixamos ajudar, eu não deixei que Lo procurasse por muito tempo, porque ela é bastante alérgica a poeira, e algumas caixas estavam bem empoeiradas, tenho que lembrar de mandar fazer uma faxina aqui depois.

- Achei! – Sofi quase gritou com uma fotografia na mão, assustando Lauren e Chris. – Ou pelo menos eu acredito que achei. – Ela sorriu sem graça e entregou a fotografia a papa.

- É essa mesmo Sofi! – Ele riu. – Bom trabalho filha! Veja Lauren, eu tirei essa foto pouco antes de descermos do carro.

Lauren observou e seus olhos se arregalaram no mesmo instante. – E-essa sou eu!

- Deixa eu ver. – Me aproximei para ver melhor, e me desmanchei inteira ao ver as duas lindas garotinhas na fotografia. Eu estava sentada sorrindo para a câmera, enquanto Laur tinha a cabecinha no meu ombro e os olhinhos verdes tristes olhando para um canto qualquer, e nós estávamos de mãozinhas dadas.

- Ai meu Deus, que coisinhas mais fofas! – Mama se derretia com as mãos no rosto e logo todos estavam querendo ver a fotografia.

- E que coincidência do cara... Do caramba! – Sofia sorriu.

- S-somos nós Camz! – Lo sorria boba, olhando entre mim e a foto. – Eu não lembro disso, de jeito nenhum!

- Vocês eram muito pequenininhas. – Papa falou. – Agora eu me lembro, tinha um cãozinho perto de você quando te achamos na rua de tijolos azuis, ele parecia te proteger e eu pensei que fosse seu, mas então uma moça de cabelos cacheados o chamou e ele saiu correndo, eu fiquei intrigado, até tentei chamá-la para perguntar se ela não te conhecia, mas a mulher simplesmente desapareceu das minhas vistas.

- Moça de cabelos cacheados com um cãozinho?! – Perguntei pasma.

- Sim, um cachorrinho branco com manchas marrons eu acho. – Meu pai tem um memória incrível!

- A Maria! – Chris sorriu.

- Maria? – papa olhou para ele e nós contamos sobre o dia em que Chris sumiu da escola com Jake e Bebel, e sobre como uma moça de cabelos cacheados e um cãozinho branco com manchas marrons os ajudaram.

- Olha, ou isso é muita coincidência, ou essa Maria é na verdade seu anjo da guarda Lauren. – Mama sorriu.

- Meu anjo da guarda...?

- Ou espírito protetor, eles estão sempre conosco, desde que nascemos, em alguns casos nos acompanham até depois da morte. – minha mãe falou naturalmente e Lauren arregalou um pouco os olhos pensativa.

- Ok mama, senão minha namorada não dorme mais hoje. – Sorri.

- Não precisa ter medo de nada Lauren, nossos anjos da guarda só querem nosso bem, fazem de tudo para sermos felizes, até usam pessoas das quais gostamos para isso.

- N-nesse caso eu acho que ele me deu coragem através d-da Doutora Moore e da Mani, pra ir ao teatro n-naquele dia.

- Então eu só tenho a agradecer à Maria, ou seja qual for o nome do seu anjo da guarda, porque ele te trouxe pra mim cariño. Era nosso destino, desde pequenininhas, ficarmos juntas... – Nos beijamos e ouvimos um sonoro ownnn. Nem preciso dizer que Laur ficou mais vermelha que a roupa do Papai Noel!

Depois de muito conversarmos sobre tudo que acabamos de descobrir Lo falou que queria ir para casa, pois tinha que tomar banho e pôr uma roupa limpa, já que não havia trazido nenhuma, eu ofereci umas minhas, mas ela queria mesmo ir para casa, eu entendia, ela já passou uma noite fora, acho que esse é seu limite por enquanto.

- Lo! – a chamei enquanto minha família se derretia se despedindo do Chris, eles amaram o menino, meus pais até já o tratavam como neto.

- Oi. – Ela sorriu.

- Você... Está livre depois de amanhã?

- Hum... – Ela fingia pensar. Tão linda. - S-sim.

- Então... Eu quero te convidar para ir a um restaurante. – mordi o lábio inferior com medo de uma resposta negativa, que não era muito difícil de vir.

- E-eu, eu não como e-em restaurantes que não sejam o do Louis...

- Eu sei, mas eu já combinei com minha amiga, que é a dona do restaurante, ela vai deixar você ver a cozinha e os ingredientes, e você verá que é um lugar super limpo. – argumentei. – Vamos amor, você pode até levar sua comida se não conseguir comer lá, Asami disse que não se importa.

- Asami?

- Sim, é um restaurante japonês!

- Mas e-eu não como carne, muito menos peixe cru.

- Não existe apenas peixe cru num restaurante japonês bobinha! – Sorri. – Asami vai mandar preparar um jantar vegetariano, especialmente pra você.

- Ok, s-só promete que não vai ficar com raiva de mim s-se eu não conseguir comer? – Ela fez um lindo bico triste.

- Nem que eu quisesse ficaria com raiva de você cariño... – encostei nossas testas fechando os olhos.

- Eu vou tentar, vou me esforçar anjo, p-por você.

- Não, por você.

-  Por nós então.


Notas Finais


Então? Gostaram? Preparem os corações, no próximo tem hot Camren, e vai ser muito lindo! 😍😍😍

Ansiosos? Eu também! 😘😘😘

Ps.: Quem tem palpites do que o Arnold disse no ouvido do Peter? 😏


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