História The Trip - Choni - Capítulo 27 - Toni Topaz

Pov. Toni 

Eu havia acabado de contar o que tinha acontecido com Cheryl no Chalé. Penélope estava a ponto de entrar em pânico, ela não parecia que sabia de muita coisa que envolvesse o relacionamento da sua filha. Por outro lado, Nana Rose que nem ouviu toda a história não chegou nem a ficar surpresa por tudo. 

-Me fala. O que você precisa minha filha? -Nana falou se sentando em minha frente. 

-Eu só quero saber se alguém conhece, ou tem uma mísera pista sobre esse cara. -falei nervosa. 

-Cheryl nunca se abriu por completo sobre ele comigo, sempre que ficava íntimo ela mudava de assunto. -Penélope falou e eu pude sentir um pouco de dor em sua fala. 

-Uma vez, alguns anos atrás ela me ligou no meio da noite. Ela estava completamente atordoada. Muito nervosa com alguma coisa que aconteceu na cidade, e quando eu falei o nome dele ela entrou em pânico. Começou a falar coisas como "Ele vai achar que eu quero me entregar" ou então "Ele vai me entregar se eu contar alguma coisa". -disse Nana Rose fazendo aspas com os dedos. -Até hoje eu nao entendi o que foi que aconteceu naquela noite. Depois daquela ligação a minha neta nunca foi a mesma. Ela me ligava todo dia antes daquele, depois as ligações passaram a acontecer uma vez na semana, depois uma vez no mês. 

-A senhora se sempre, ou já ouviu Cheryl falar sobre uma mulher chamada Penny Peabody? -perguntei. 

-Penny? -foi a vez de Penélope se manifestar. -Aquela louca está na cidade? 

-Você conhece ela? -perguntei curiosa. 

-Eu conheci… -falou e se levantou. -Se ela conhece a minha filha, então Cheryl está com problemas. E não digo nada se a culpada não foi Penny. 

-Mas o que ela fez? Quem é essa mulher? -perguntei tentando entender. 

-Penny Peabody era quase que líder da gangue da cidade quando mais nova. 

-Ela era dos Serpentes? Como eu nunca ouvi falar o nome dela antes? -eu estava completamente confusa, como que essa mulher fez parte dos Serpentes, e como ela chegou na Cheryl? 

-Eu me lembro que ela andava pela escola e pela cidade se achando com aquela jaqueta ridícula. -tentei não levar para o pessoal, talvez Penélope não deve se lembrar que eu faço parte dessa gangue. -Ela sempre arrumava alguma briga com alguém. Ou fazia a cabeça de alguma pessoa pra arrumar confusão no nome dela. Eu era do último ano, e ela do primeiro. Existia boatos de que ela era a mais inteligente do lado sul, e por conta disso ela acabou avançando algumas séries. Ela tinha uma cara de santa que ninguém desconfiava dela, por isso ela aprontava com qualquer um. 

-Vamos descobrir se ela fez alguma coisa com Cheryl. E eu vou cuidar disso pessoalmente, podem ficar tranquilas. -falei e me levantei. 

-Espera Toni… -Penélope falou segurando minha mão. -Toma cuidado. Ela não bate bem das ideias. E… antes do ano acabar ela fugiu por causa de um boato que ela tinha matado alguém. Ela é perigosa demais. 

-Não se preocupem. Eu não vou atrás dela sozinha. E se ela fizer alguma coisa com a Cheryl quem mata ela sou eu. Antes que ela tente qualquer coisa. -falei e sorri, tentando passar um pouco de tranquilidade para aquelas duas mulheres que agora estavam mais preocupadas que eu. -E se você se lembrar de alguma coisa, de lugares que ela gostava de ir, ou onde ela morava. Por favor me manda mensagem com os endereços. 

-Eu vou procurar direitinho e mando pra você. -falou e soltou minha mão. 

-Cuidado minha filha. -Nana falou assim que eu me aproximei da mesma para lhe dar um beijo rápido. 

Sai da mansão e já mandei mensagem para FP. 

"Me encontre nos trailers. Tenho informações sobre Penny." 

Não demorou para ele me responder com a seguinte mensagem: 

"Estou aqui, também tenho informação sobre ela. Se apresse que a coisa é pior que imaginávamos." 

Ok. Isso foi incrivelmente assustador, talvez FP tenha descoberto o lado mais sombrio da Peabody.

Com a curiosidade a mil, não demorou para chegar nos Trailers. Estava tudo meio deserto, acredito que por conta do horário. Passava das 6h e não tem muita gente acordada esse horário. 

Caminhei até chegar no trailer em que FP me avisou que estaria e entrei sem bater. Encontrando FP, Jug, e o pai do FP. Reconheci o senhor pelas fotos que Jug me mostrou quando pequeno, ele não havia mudado nada.

-Toni, você chegou, finalmente. -falou Jug vindo me abraçar. 

-Por que você não está curtindo com Betty? -perguntei curiosa. 

-Voltamos pra cidade, você precisa mais da gente do que um chalé. Depois tiramos alguns dias de folga pra poder curtir uma lua de mel. -explicou e eu quis socar a cara dele por um momento. Mas não faria isso, ele está apenas pensando em me ajudar. 

-Obrigado por isso. -falei e sorri. Olhei para FP e o homem mais velho que ali estava, muito parecido com FP e Jug juntos. 

-Bom, esse é meu pai e ele tem algumas coisas que você precisa saber sobre a tal Penny. -falou FP tendo a nossa completa atenção. 

-Ola. -falei e acenei. FP foi buscar informação na fonte mais antiga dos Serpentes, e aposto que para trazer esse homem até aqui. Já que ele mora em outro canto e nunca é visto por ninguém. -Eu sei que ela era uma Serpente, e que vivia se metendo em confusão. 

-Quem contou isso pra você não deve saber a metade do que aconteceu. Penny sempre foi altamente fria e calculista. Quando ela entrou para os Serpentes, muita gente criticou. Posso dizer que ela era odiada pela cidade antes mesmo de fazer parte da gangue. Era uma adolescente completamente problemática, psicopata. Ligava para as pessoas e dizia que era trote, corria por aí como se não houvesse amanhã. A gente nunca pensou que chegaria no nível que chegou. Ela arrumou tanta briga e colocou o nome dos Serpentes em praticamente em todas, e eram brigas bestas por conta de homens que ela ficava e depois de uma semana largava pra ficar com outro. 

-Uma piranha. -falei já me irritando mais por ela. 

-Até que teve um dia, onde ela tentou fazer a mesma coisa com alguns Serpentes, e nesse meio estava envolvido o Líder da época. Você deve lembrar dele. -o pai de FP falou olhando para mim. -Antes do seu pai se envolver sério com a sua mãe, eles meio que namoraram. 

-Como é que é? -perguntei. Como isso pode acontecer? Fazendo as contas meu pai era mais novo do que eu. Pouco, mais era. 

-Ela sempre teve atração por homens mais velhos, barbudos, e bem brutos. Mas eu nao sei, com seu pai foi diferente, eles ficaram juntos uns meses antes dele conhecer a sua mãe e se apaixonar por ela. Eu dou graças a Deus por ela ter encontrado o seu pai, Penny não era a mulher certa pra ele. 

-Eu quero tanto socar essa mulher. -falei bem exaltada. 

-Muita gente aposta que ela ficou com ele por conta dos Serpentes, ela tinha uma ideia idiota de que quem namora com o líder vira rainha. Talvez toda a relação deles tenha sido baseada nisso. Mas ela tentou não o machucar, ela tentou ser fiel com o seu pai. -falou ainda me olhando. 

-Por que ela foi expulsa? -foi a vez de Jug perguntar. 

-Depois que saio a maior treta na escola com a mãe de Toni. Seu pai viu que não tinha espaço nos Serpentes para aguentar os shows, barracos, e todas as brigas que ela arrumava. Então ele juntou o conselho, e juntos decidiram mandar ela embora da cidade, removeram sua marca dos Serpentes e a mandaram embora sem chance de voltar. -explicou. -Seu pai era muito novo, mas já tinha uma mente brilhante. E quando ele encontrou sua mãe ele teve certeza que ela era a mulher da sua vida. Ele queria proteger sua mãe daquele mundo. Por isso que no mesmo dia, com o mesmo conselho reunido ele decidiu que iria sair do cargo de líder, iria passar para seu melhor amigo e fiel escudeiro que havia chegado nos Serpentes duas semanas antes. -dessa vez ele olhou para FP que sorria. 

-Eu nao me lembro dela. Eu só ouvi histórias e boatos. Queria ter ajudado seu pai melhor em relação a ela. -falou FP se levantando e vindo até mim. -Vamos atrás delas, e seja lá o que ela quer com a sua garota, vamos impedir. 

-Obrigado. Por tudo que você fez com a minha família. -falei e lhe dei um abraço apertado, me permitindo deixar algumas lágrimas caírem. 

-Depois disso eu nunca mais ouvi falar dela, até hoje. -o pai de FP continuou a falar. -Seu pai ainda participava de algumas atividades dos Serpentes, participava dos conselhos, e muitos iam atrás dele para pedir ajuda. Quando você nasceu, e ele teve a certeza que estávamos mais cuidadosos, e que era mais seguro frequentar o bar, ele começou a levar você. E meu neto vivia na sua casa. Era impossivel voce nao ter contato com a gente. 

-Por isso que quando eu completei 17 anos ele me perguntou se eu queria fazer parte da liderança. Mesmo eu não frequentando muito eu sabia de tudo, ele sempre me treinou para assumir o lugar que ele teve que abandonar. -falei quando tudo se encaixou na minha cabeça. Todas as novas informações estavam se completando e eu não sabia se chorava, se corria para achar Penny e matar a desgraça humana, ou se eu ia pra casa e dormia. -Ele estava com tudo planejado! 

-Ele confiava em você, e com toda a razão. Você é uma mulher incrível, e merece o posto de líder por tudo. Você mantém a paz entre todos, enquanto cuida de um jornal, e ainda tem tempo para fazer resgates. -falou o pai de FP. -Não tenho dúvidas de que tanto seu pai como sua mãe, onde quer que eles dois estejam agora, eles estao com o maior orgulho de voce, e de quem você se tornou. 

Já não tinha mais estruturas para aquela conversa. Ouvir aquilo foi a gota d'água pra mim. Eu acabei me desmanchando em lágrimas. Logo Jug veio e me abraçou, me dando o famoso ombro amigo para chorar a vontade. 

FP e seu pai acharam melhor sair e deixar que eu entendesse tudo que havia acontecido, todos as informações antes de continuarmos. 

-Ele tem razão. Tio está mais que orgulhoso de você. E eu também estou. -falou Jug sorrindo. -Estou surpreso também por descobrir que você tem um coração bom ai. Um que você usa para salvar as pessoas. 

-Idiota! 

Pov. Cheryl 

Lá estava eu, sendo jogada dentro de mais um quarto. Para a minha sorte, eu conhecia o prédio, e já estava com um plano formado para pedir ajuda. 

-Esse prédio é lindo. Olha essa vista amor, muito linda. -disse Nick olhando a janela. 

-É linda mesmo. Agora eu queria saber por que você vai me manter aqui, sendo que podemos ir para a casa. -perguntei tentando fazer ele falar alguma coisa de seu plano. 

-Simples. O casamento da sua mãe vai acontecer daqui uns dias. E vamos estar presente. Seu vestido chega amanhã. Pedi para fazer combinando com o meu terno. -falou e se virou pra mim. -Você quer comer alguma coisa? Vou pedir serviço de quarto. 

-Pode ser panquecas. -falei me lembrando que em uma das manhãs com Toni eu comi e estava uma delícia. Será que ela está no andar de cima? 

-Vou pedir. Você pode tomar um banho pra relaxar. Vamos ver filmes mais tarde. -falou saindo do quarto. 

-St. Clair? -chamei, ele me olhou com um sorriso no rosto. Ele sempre amou que eu chamasse ele assim, segundo ele parecia que era poderoso. -Obrigado por me trazer pra cá. Não fui com a cara de Verônica. 

-Sem problemas Cher. -ele caminhou até mim, e me deu um beijo na testa. Nojento. -Agora vai tomar banho. 

Assenti e ele saiu. Já pude respirar mais tranquila. 

Me pergunto, como que a Verônica não se lembrou que Toni mora aqui? Ou será que ela fez isso de propósito, para que gerasse briga? Difícil tentar entender a mente de psicopata dos outros. 

Tomei um banho demorado, eu não queria sair dali por nada. Mas com Nick batendo na porta e dizendo que as Panquecas haviam chegado foi um bom momento para sair. 

Comemos sem qualquer discussão. Para o meu plano dar certo eu tinha que ganhar a confiança dele, ele precisava sentir que eu estava entrando na dele, e que iria sair da cidade com ele. 

-Eu estou muito cansada, vou dormir um pouco. Me acorda mais tarde para vermos o filme. -falei e o encarei. 

-Tudo bem, eu vou tomar um banho e já deito com você. -falou Nick e me puxou para um beijo rápido. 

Fui me deitar e mesmo não confiando em tudo que estava acontecendo eu consegui dormir. Pouco, mas consegui. Sempre acordava assustada pensando que ele iria fazer alguma coisa comigo. Mas por um milagre divino ele só dormiu de conchinha. Apesar de não o amar, era sempre bom dormir ao lado dele. 

Acordei durante a tarde e Nick ainda dormia como um bebê. Quem o via naquele estado acabaria achando que ele não tinha problemas. 

Levantei e fui atrás do meu celular. Acabei o encontrando na bolsa de Nick. Previsível. Abrir no contato de Toni e enviei uma mensagem a ela. 

"Eu estou bem. E estou mais perto do que você imagina. Tenho um plano é preciso que você vá até o casamento da minha mãe. Não se preocupe comigo, ele não vai me fazer mal algum. Te amo, estou com saudade." 

Ela respondeu quase que na mesma hora. 

"Pelo amor de Deus me diga onde você está. Eu já sei de tudo sobre ele. Me deixa resgatar você." 

"Não preciso de resgate, apenas que você compareça ao casamento. Também não posso falar agora. Se cuida Tee-Tee." 

Apaguei as mensagens e desliguei o celular para que ela não ligasse. E fui pedir o nosso almoço. Se eu tinha que fingir estar ao lado dele, então eu iria fingir da melhor forma possível. 

Quando o almoço chegou eu o acordei e comemos. Até parecíamos um casal novamente.