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História The true story - Four


Escrita por: jubaarruda

Notas do Autor


Não aguentei e vim postar mais um. Agora só semana que vem, de verdade. APROVEITEM!!!

Capítulo 5 - Four


- Os senhores preferem acabar com os seus problemas aqui, ou na diretoria? – fala o srº Haldez

- Desculpe professor. É que, eu não aguento certas coisas. Ou certas pessoas- falo voltando a me sentar.

- Muito menos eu. Principalmente quando são garotas, estúpidas- Drake fala e também volta a se sentar.

- Estúpido é você- retruco.

-Não, querida. Não sou eu.

- Ou, ou! Vão começar de novo?- Srº Haldez nos repreende. Ele já esta impaciente com nós dois.

- Não Srº Haldez- diz Drake.  

O resto do dia passou se arrastando. Maldita hora que a Bess foi faltar. E, maldita hora que o Greg, também, foi faltar. Sem eles por perto o dia é apático, sem graça.

Assim que cheguei em casa, fui direto para o meu quarto ligar para a Bess. Ela me contou que havia faltado, porque foi à festa com o Greg. Bom, eu deveria ter adivinhado. Sempre vamos os três, a qualquer festa que rolar. Começo a fazer perguntas de: como foi a festa? Havia muitos gatos? Havia muitas vodkas? Você ficou com alguém? E o greg, ele ficou com alguém? Então, ela começou a me responder de acordo com a ordem das minhas perguntas. SIM, havia muitos gatos. SIM, havia centenas de vodkas. SIM, a festa foi um absurdo de tão boa. SIM, ela ficou com um moreno lindo, musculoso, alto, mas tão alto, que foi preciso eles sentarem para poder se beijarem. Mas NÃO, o Greg não ficou com ninguém. Segundo a Bess, foi ele que não quis. Porque muitas garotas se jogaram pra cima dele. Nesse momento fiz um “ARG”, mentalmente.

Depois de, mais ou menos, uma hora ao celular, nós desligamos. Passei o resto do dia no quarto. Estudando e escutando músicas. Sai só para jantar e depois retornei ao meu estado de inércia, total. Foi assim, durante duas semanas inteiras. Eu ia para a faculdade com o Greg. Voltava da faculdade com o Greg. E passava o resto do dia com o meu iphod, livros e o celular ao lado, para o caso de alguém me ligar. Os dois finais de semana que se passaram, foram ótimos. No sábado, do primeiro final de semana, fui a casa da Bess. Foi legal. Porque além da tia Daina fazer o brigadeiro que eu amo, o irmão da Bess é um espetáculo. E espetáculo com o ‘e’ maiúsculo. Uma vez, eu fiquei tão desorientada admirando Richard- esse é o nome do seu irmão- que, derramei café sobre a linda toalha de linho da tia Daina. Eu fiquei desesperada, pensando na bronca que levaria dela por ter manchado sua toalha. Automaticamente, comecei a me xingar, a xingar o café, a xingar minha mão e a xingar minha boca que não parava de xingar. Foi um completo desastre. Richard percebeu, é claro, toda confusão e veio me ajudar. Ele me mandava ter calma, enquanto, entre risos, falava que sua mãe não iria reclamar comigo e tudo ficaria bem. Só que sua aproximação piorou o meu estado e acabei derrubando a xícara, que eu estava segurando. Então, ele começou a rir mais ainda e disse que eu poderia deixar a arrumação por sua conta. Eu, claro, obedeci. Afinal, eu só havia feito besteira naquele espaço de tempo. Mas o pior de tudo foi ele ter percebido que toda aquela bagunça, foi só porque eu estava o admirando. Depois disso, quando vou para sua casa passar à tarde com sua irmã, ele fica rindo. Como se, ao me ver, passasse todo um filme, e eu  também não contenho um risinho. Porque além de ter achado constrangedor, também achei engraçado.

E por fim, o meu segundo final de semana. Que foi ainda mais legal. No sábado fui ao shopping com Ryan, e fizemos a festa. No domingo, fui a uma comemoração com a mamãe no Toronto Star. Foi muito divertido. E mais legal ainda, foi ter apreciado os deliciosos cupcakes com recheio de morango, que estavam servindo. Sem falar nos champagnes importados... Que delícia.

Na manha seguinte, segunda-feira, fui buscar o Greg e partimos para mais uma semana que se iniciava na faculdade. As horas se passavam lentamente, assim como os dias também se passaram. Até deixarmos para trás mais duas semanas, fazendo com que déssemos tchau a mais um mês. Um mês que, eu fiz tudo para não me atrasar. Um mês que eu discuti com o Drake. Mas um mês em que eu ainda aguentava as implicações do meu pai.

[...]

 

Quarta-feira, mais um mês se iniciando. Acabei de chegar da faculdade. Sinto um cheiro ótimo vindo da cozinha e instantaneamente sigo até lá. Jenny acabara de tirar um bolo do forno

-Que tortura Jen. Não vou aguentar ter de tomar banho primeiro, para depois atacar essa belezinha. - Digo, fazendo uma daquela cenas clichês, de colocar as mãos na barriga, para sinalizar que estou com fome.

 -Chuveiro ligado. Você debaixo. Agora, mocinha.

-Oh, não. Deixe-me comer, só um pedacinho!- suplico a Jenny

-Você escutou Hillary. Vá logo tomar o seu banho- Dessa vez foi o meu pai, quem ordenou.

-Ok, tudo bem. Me desculpem – ergo as mãos até a altura dos ombros- Eu vou tomar banho. Mas Jen, eu quero uma fatia enorme. Minha fome vai aumentar muito mais até eu voltar do banho.

-Esta certo, Lary. Agora ande logo, ou o bolo vai esfriar – ela avisa.

-Ou, também, eu possa ter comido tudo até lá- indaga meu pai, esfregando as mãos, olhando para o bolo e passando a língua nos lábios.

-Isso não é justo – protesto- Estou morrendo de fome, tenha compaixão pela sua filha. Pelo menos uma vez em sua vida.

Eu juro que quis, de verdade, que isso soasse engraçado. Porém, não tive êxito. Meu pai abaixou a cabeça, mudando de expressão, e apenas apontou a direção das escadas para mim. Subi apressadamente, até meu quarto, e assim que terminei o banho, tive uma desagradável surpresa. Minha menstruação havia descido. Droga.

Lembrei, que esqueci de comprar absorventes. E não vai ser agora, não nesse estado, que vou comprar. Então, tive uma ideia.

-JEEEN !! – Saí do banheiro, correndo, e gritei da porta do meu quarto, o mais alto que pude.

Voltei para o banheiro. Esperei uns 5 minutos e não foi Jen que apareceu. Mas o Ryan.

-Cadê a Jen? – perguntei

-Ela está ocupada-  ele respondeu- Então mandou eu vim ver o que você quer.

Coloquei a cabeça para fora do banheiro, para espiá-lo

-Preciso que você vá comprar absorventes para mim

-O quê?

-Absorventes, Ryan- digo, e ele faz uma cara feia- Ah, por favor, eu realmente preciso.

- O que vão pensar quando me virem, COMPRANDO ABSORVENTES?- ele faz outra cara feia

-Vão pensar que você é uma garota, idêntica a um menino, só que ainda não fez , o favor, de trocar a porra do órgão genital, e por causa disso, ainda menstrua. Eles vão pensar isso, Ryan – Falo sem paciência, enquanto o sangue segue escorrendo pelas minha pernas- PORRA! Para de falar merda e, por Deus, só compre o que pedi. DEPRESSA!

-Se eu não gostasse tanto de seus cafunés, eu deixaria você perder sangue, até morrer.

-Eu também adoro você, maninho. E prometo te encher de cafunés, se você for comprar meus absorventes, agora.

Por fim, ele acaba indo até o supermercado mais próximo. Até ele voltar, tenho a breve sensação, de que já perdi metade da quantidade de sangue, que meu corpo pode ter. Tomo outro banho e, finalmente, ele chega. Mando-o entrar no banheiro, deixar os absorventes encima da pia e me esperar no quarto, para atacar o meu vestido.

Saio do banheiro, já virada de costas e o mando atacar os botões.

-Belo corpo- fico imóvel quando percebo que não se trata da voz do meu irmão, e depois me viro devagar

-Joe?- falo surpresa- É... obrigada- dou um sorriso torto e olho repreensivamente para Ryan

 

Joe é o melhor amigo do Ryan. Ele estuda na mesma universidade que meu irmão e, sempre vem aqui em casa, então, estou acostumada em esbarrar com ele. Mas não em meu quarto. E ,muito menos, nessa situação.

-É, maninha. Você está melhorando- ele pega o meu braço e me faz girar.

-Se com melhorando você quis dizer, ficando mais linda, eu concordo- fala Joe.

-Ei, seu idiota- meu irmão da um tapa na cabeça do Joe- Não dê em cima da minha irmã.

-Qual é, Ryan? Você agarrou minha irmã, bem no meu lado.

-Eu não agarrei sua irmã.

-Eu ainda não estou ficando louco, seu mané- Joe retribui o tapa na cabeça do Ryan.

-Sua irmã estava afim, eu também... rolou. - Ryan se explica.

- Tudo bem- os interrompo- Vocês já podem sair do meu quarto.

-Já estamos saindo- Joe se encaminha até a porta e chama o meu irmão- Vamos mané.

-Ele é louco, para levar você até o quarto dele – Ryan sussurra no meu ouvido e ambos damos uma risada. Joe fica sem entender o que acabara de acontecer. Melhor assim.

Termino de me arrumar e desço as escadas correndo, ainda pensando no bolo, delicioso, que esta lá na cozinha. Ao chegar lá, só o meu pai está sentado à mesa. Nada da Jen. Nada do Ryan. Somente ele, e agora, eu.

Pego um prato no armário de cima, uma faca e depois parto um pedaço do bolo. Sento-me na outra ponta da mesa, de frente para o meu pai. Antes de começar a comer, dou uma olhada para ele, que apenas brinca com o que está em seu prato, e vejo que sua expressão é melancólica, sem algum resquício de seriedade. Devo admitir que, por um momento, pensei em lhe perguntar o que estava acontecendo, ou, até mesmo, lhe dar um abraço. Mas ai, eu lembro que não tenho tanta intimidade com meu pai. Já que só tiramos tempo, para discutir.

Ficamos assim, em um silêncio absoluto. Eu comendo e ele apenas brincando com a faca no prato. Em um determinado momento, quando levanto a cabeça para vê-lo de novo, ele está olhando para mim. E é nesse momento que uma lágrima escorre pelo seu rosto. Sinceramente, não sei o que fazer. Então, resolvo deixar para escanteio as nossas diferenças, e saio da cadeira para lhe dar um abraço. A princípio, ele não reage, mas logo em seguida me envolve em seus braços, com força. Começamos a chorar. Havia muito tempo que não fazíamos isso. Mostrar carinho um pelo outro, ser compreensivos.

Quando nos soltamos do abraço, meu pai enxuga minhas lágrimas, com o seu polegar. Ele me da um sorriso, e eu retribuo. Não falamos nada, até porque não precisava. Sabíamos que isso havia sido um pedido de desculpas, o mais silencioso, o mais cheio de verdade. Mas, ainda sim, isso me intrigava. Eu nunca soube, exatamente, o porquê de o meu pai ter sido sempre tão intolerante comigo. Embora, eu nunca tenha feito nada, ou apenas, não me lembro de ter feito. Tive muita vontade de pedir explicações, mas também tive muito medo de abrir um buraco negro entre nós novamente. Fiquei calada.



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