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História The True Story Of Nat - Descobertas.


Escrita por: flowerstarks

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 16 - Descobertas.


Senti um cheiro maravilhoso de café fresco vindo da cozinha. Levantei me espreguiçando. Fazia tempo que eu não dormia tão bem.

— Bom dia, Mestre! — Cléo estava pondo a mesa. - O senhor dormiu bem?

— Melhor impossível. — disse bocejando.

— Então vem tomar café. Luís disse que viria aqui depois e eu não vou cozinhar pra ele não.

Cléo fez um bico. Ela não gostava do Luís porque ele nunca tinha muita paciência com o jeito doce dela.

— Não precisa cozinhar pra ele. Ele que coma na rua.

— Como se o senhor fosse deixar seu bebê com fome.

— Está louca!? Ele não é meu bebê. No máximo faz uns serviços pra mim.

— E por falar nisso como anda as investigações? Já descobriu alguma coisa?

— O Luís é que vai me dizer. Do jeito que eu estou tinindo de ódio é bom ele vim com notícias.

A campainha tocou. Meu coração automaticamente ficou acelerado.

Abri a porta. Luís me olhava assustado, como se estivesse visto alma penada.

— Tem notícias, Luís? - disse preocupado com a expressão dele.

— Descobri, Mestre! E é melhor o senhor sentar.

Me apavorei. Luís nunca fora de enrolação e pra ele me mandar sentar é por que o caso era grave.

— Desembucha! — esbravejei.

Cléo veio até mim com um copo de água com açúcar e com a cara bem preocupada.

— Prefiro falar com a Cléo primeiro.

— Como é que é!? Está doido moleque? O assunto é meu e não dela.

— É! Mas a Cléo sabe acalmar o senhor melhor que eu.

— Eu sei mesmo. Por favor Luís, me conta!

— FALA DIRETAMENTE PRA MIM! —disse apertando o pescoço dele com força.

— Calma, Mestre. Se o senhor o matar como vai contar? — Cléo me olhava pedindo clemência.

Fui soltando Luís devagar. Precisava controlar os meus nervos. Seja o que fosse, eu teria que lidar com aquilo.

Ele respirava com força procurando o ar que havia perdido. Deu dois goles generosos na água com açúcar que Cléo segurava.

— Fui até Macaé procurar o que o senhor me pediu.- ele falava baixo segurando a garganta.

— E você achou!? -perguntei afoito.

— Nos mínimos detalhes. Eu demorei porque queria ter certeza que as informações batiam.

— Fala logo, seu traste!

Luís pegou uns papeis amassados no bolso com uma foto e me entregou.

— Melhor o senhor ler.

Desamassei os papéis rapidamente e acabei rasgando alguns sem querer.

A medida que ia lendo as informações que Luís adquirira eu perdia as forças. O meu coração me dava sinais de que iria parar a qualquer instante. Eu tremia tanto que nem vinte litros de água com açúcar me acalmaria. De repente tudo escureceu.

Acordei com a cabeça apoiada no colo de Cléo. Luís estava a minha frente com a cara de pânico. Segurava meu braço e percebi que ele media minha pressão.

— Cléo, vamos levar ele no médico. A pressão dele está muito alta.

— Eu não vou à médico nenhum! - disse me levantando.

— Ei! Pé firme aí, Mestre! Quer morrer!?

Ri de Luís. Ele falar de morte pra mim era ironia.

Olhei para Cléo. Ela havia chorado muito e me abraçava forte também.

— Não faz mais isso! O senhor Sabe que tenho medo.

— Eu já disse que estou bem. E essa história não sai daqui até eu falar com quem interessa. Aliás eu vou fazer isso agora.

— Não, Mestre. Não vou deixar. E se o senhor passa mal da pressão de novo? — Luís realmente se preocupou.

— Quem é você? A minha mãe? -disse batendo amigavelmente no ombro de Luís. - Preciso ir e você sabe disso.

— Então eu vou com o senhor. Vou está pra segurar as pontas, caso o seu coração decida picotar.

Cléo me olhava com súplica. Sabia que ela pediria pra eu deixar Luís ir e que eu não o convenceria do contrário.

— Está bem! Vamos logo. Preciso detonar essa bomba.

Luís pegou o volante. Ele não me deixaria dirigir, ainda mais depois do meu chilique.

Chegamos a praça José Wilker. Estava bem tranquila. A velha avó do Duca ainda estava com a banca aberta. Estava sentada em uma mesa onde a garota que tava fazendo sucesso, a tal de Sol, conversava animadamente com ela.

Decidi não me aproximar. A última coisa que eu queria era a velha me enchendo o saco. Eu poderia me irritar e passar mal e ela também.

Ficamos ali dentro do carro por meia hora até que finalmente vi Nat e Karina saírem da Academia de Gael.

Eu e Luís descemos do carro e nos aproximamos devagar para que elas não percebessem. Estavam conversando sobre o treino pesado de Gael.

— Cadê o seu pai!? - disse assustando Karina.

Nat desistira de subir na moto. Veio pra perto de mim em posição de defesa.

— O que você quer aqui!? Vai embora!- o ódio dela era palpável.

— Olha meu anjo, não estou com muita paciência e não quero ser grosseiro com você. Então seja uma namorada boazinha e não me enche. - disse me aproximando de Karina, que apesar de assustada não recuou.

— Cadê o frouxo do seu pai?

— Em primeiro lugar, meu pai não é frouxo e em segundo lugar não te interessa.

Olhei pra Karina e sorri. Sempre gostei dela. A atitude de não abaixar a cabeça pra ninguém.

— Bom já que você não quer me contar eu e Luís vamos levar as duas pra dar uma volta. Eu mato a saudades da Nat e você toma um sorvete, ok?

— Assim não vai ser justo, Mestre. Vamos fazer assim: O senhor mata a saudades da Nat e eu descubro o lado feminino da Karina.

Segurei Nat e cobri sua boca. Luís fez o mesmo com a Karina. Elas se debatiam ferozmente mas éramos mais fortes. Consegui-mos arrastá-las para dentro do carro.

— Então. Vão falar cadê o Gael ou vamos curtir essa noite?

— Olha aqui seu, desgraçado! Se quer fazer alguma coisa, faz comigo deixa a Karina em paz.

— Mas e eu, Nat? Vou ficar segurando vela? — Luís acariciou o rosto de Karina e ela lhe deu um soco no nariz.

Luís apesar de sangrando, gargalhava.

— Só não devolvo o soco, porque seria um desperdício nesse rosto bonito.

— Covarde! - Karina esbravejava.

— É! Elas não vão colaborar! Fica aqui amansando as duas que eu vou achar o Gael. Me espera meu anjo. A gente têm muito o que conversar.

Caminhei sorrateiramente até a academia do Gael. O ambiente estava praticamente escuro. Apenas a luz da sua sala estava acesa.

Ele estava de costas viradas pra mim e conversava amorosamente no telefone, provavelmente com a Dandara.

— Como assim ela não chegou aí? — Gael disse preocupado. —Provavelmente ficou de papo com a Nat. Eu já estou indo, beijo.

—Manda um beijo meu pra ela também.

Gael deu um pulo da cadeira.

— O que você ta fazendo aqui? — disse se levantando e vindo em minha direção.

— Conversar. E calma a Karina e a Nat estão bem. Luís está cuidando bem delas.

Vi Gael se alterar. Percebi o medo e o ódio tomando conta dele.

— Se você e aquele projeto de bandido tocarem um dedo na minha filha, eu mato vocês dois.

— Tem água, aí? Estou morto de sede. - sentei na cadeira em frente a sua. Nunca havia sentado ali.

Gael se controlava pra não enfiar aquele copo na minha garganta. Ele jogou o copo e a jarra de água fresca na minha frente.

— O que você quer!? — disse com a voz rouca. Eu estava testando os seus nervos.

— Que você se sente. Sabe muito bem que eu odeio conversar sentado quando se têm alguém em pé.

Gael sentou bufando de ódio. Olhava todo o tempo para os lados na esperança que Karina aparecesse diante de seus olhos.

— Calma. A sua caçula está bem. Luís é um rapaz respeitador. Você se surpreenderia com ele.

— Eu estou muito surpreso sim mas com a sua cara de pau! O que quer de mim Lobão!?

Meti a mão no bolso e mostrei os papéis e a foto para Gael.

— Leia! Qualquer dúvida pode me perguntar.

Gael fitou a papelada como se fosse drogas. A primeira coisa que ele olhou foi a foto. Percebi um brilho estranho em seus olhos.

— É a gente e daí!? - perguntou sem muita emoção, como se estivesse vendo a coisa mais óbvia do mundo.

— Ainda to esperando você ler.
Tentei não demonstrar tanta expectativa em relação aos papéis. Não queria que Gael pensasse que aquilo me abalava.

A medida que ele lia vi nele o que eu senti. Seus olhos saltavam das órbitas, a sua boca ficou roxa e eu sentia que o ar estava lhe faltando.

— Isso não é verdade! Não pode ser... É apenas coincidências.

— Quer tirar a prova dos nove? -disse tentando manter a frieza mas em vão, aquela história mexia comigo e com ele também.

— Quero! Mas não hoje e nem agora! Preciso respirar ou vou ter um infarto fulminante e não vou morrer sem não esclarecer isso.

— Bom! Então agora é com você.

— O quê!? Você vem aqui, rapta a minha filha, invade minha academia, bebe da minha água e solta uma bomba dessas no meu colo e agora se vira? Não senhor! Eu vou na sua casa amanhã e a gente vai resolver isso juntos!

— Juntos!? A gente não faz nada juntos a mais de vinte anos. Eu não vou fazer nada com você.

— Vai sim! Você mexeu nisso e agora vai comigo até a gente descobrir se é verdade o que está aqui.

Gael estava alterado mas não me agrediu. Ele sacodia o papel lendo e relendo sem acreditar.

O celular dele tocou.

Percebi que era Dandara. Ela não desistiria porque estava preocupada.
Gael digitou algo no celular para a esposa, provavelmente uma desculpa.

— Você vai soltar as meninas e eu vou na sua casa amanhã na hora do almoço e nem me vem com desculpas porque eu vou te caçar no inferno! Então, se adianta! Manda logo o Luís solta-las.

— Se você está indo na minha casa na hora do almoço é porque não vai contar a ninguém sobre essa conversa, acertei?

— É obvio que não! Só vou expôr isso quando eu e você tomarmos as providências.

Peguei meu celular e dei a ordem para Luís solta-las.

— Avisa para o seu moleque magirnal não tocar mais na minha filha, senão ele pode dizer adeus a esse campeonato.

— Fica frio, Gael! Não vai prejudicar o pobre rapaz. Ele merece participar e você é um grande Mestre e muito justo. Portanto, jamais iria misturar pessoal com profissional, né? - ri irônico.

Saímos tranquilamente porta a fora da acadêmia. A respiração de Gael estava afoita. Por mais que eu o tranquilizasse e sabia que Luís não ia se meter a besta de pôr a mão aonde não devia, ele não ia sossegar até ter a filha nos braços.

—Pai! — era Karina e corria pra Gael.

Ele a pegou no colo abraçou-a muito.

— Viu? Ela está inteira! — Luís cuidou bem de você, K?

Nat veio correndo também e com todo a força me acertou um soco.

— Seu filho de uma puta! A próxima vez que você fizer isso de novo, não vai dar nem tempo de você sentir a liberdade. Eu te meto na cadeia!

— Calma, meu anjo! Como é que você xinga a sua sogra desse jeito? Ainda mais por que ela já faleceu e além do mais, me falaram que visita íntima na cadeia não é tão bem aproveitada assim.

Nat avançou pra cima de mim me enchendo de socos, tapas e pontapés. Segurei- a com força. Gael me puxou para que eu a soltasse, enquanto Karina a segurava.

— Eu vou acabar com a sua raça! Me larga, Karina! Deixa ele vim, Gael! Eu quero quebrar a cara dele.

— Te bater eu não vou! Mas também não vou apanhar.

— Já chega! Lobão vai embora daqui! e Nat você não aguenta com ele, então respira!

Karina arrastou Nat para dentro da acadêmia enquanto ela bufava de ódio.

— Me larga! — disse me soltando de Gael. — Amanhã uma da tarde!

Luís estava no carro segurando a boca com a camisa. Eu também estava ferido.

Quando olhamos um para a cara do outro, não resistimos. Começamos a gargalhar feito loucos. Fazia muito tempo que eu não ria assim.

Antes de sairmos da praça, ainda pude ver a Nat secando suas lágrimas enfurecidas. Sumindo na noite na moto que um dia eu lhe dei.


Notas Finais


O que será que tem nesses papéis?


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