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História The True Story Of Nat - Semelhanças.


Escrita por: flowerstarks

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 26 - Semelhanças.


 
Batidas na porta.

Olhei novamente no relógio era meia noite. Não era possivel que havia dormido tanto.

Ao me levantar, notei que Lobão também dormia. A febre finalmente havia abaixado.

A casa estava escura, liguei as luzes enquanto me conduzia até a porta. A pessoa que batia parecia impaciente.

— Já vai! — ainda estava atordoada.

Quando abri, senti apenas um abraço.

— Meu deus, Nat! Quer me matar de susto? Fica o dia inteiro fora e não me avisa nada? —Gael falava muito rápido.

— Desculpa. O Lobão passou mal da gastrite aí fiquei com ele.

— E porque não me ligou? Fiquei com medo de ter acontecido algo e o maldito não me avisar nada. Mas o que ele teve?

Gael olhava dentro dos meus olhos, buscando respostas. Jamais conseguiria mentir com ele me encarando daquela forma.

—Enjôos e febre. — técnicamente  não era mentira. Ele havia sentido aquilo mesmo.

— Melhor não seria levá-lo ao hospital? — Gael disse baixinho, talvez para Lobão não ouvir.

— Já levei. — menti. — E é a gastrite.

Saí de perto dele. Só assim conseguiria mentir sem ele desconfiar.

— Você acha que ele pode ficar sozinho?

— Acho melhor não. Eu vou ficar aqui. Tenho medo que ele piore.

Era verdade! E se Lobão voltasse a se sentir mal e estivesse sozinho? Não teria ninguém para socorrer.

—Então ficamos nós dois. Não irei sair daqui sem você que também está  debilitada. Seria um doente cuidando do outro.

— Nem pensar! Imagina só se o Lobão acorda e te ver aqui? Vai ser uma briga dos diabos. Vai embora e  amanhã vou pra sua casa.

— Nada disso, mocinha! Se ele quiser que brigue. Não tenho medo dele e não deixaria você sozinha. E se um de vocês passa mal?

Não convenceria Gael a desistir! Era extremamente teimoso e obstinado. Ele parecia muito comigo.

Escutei um barulho vindo do quarto, Lobão havia acordado. Mais rápido do que eu, Gael foi na frente pra ajudar no que fosse necessário.

—O que você está fazendo aqui? — a voz de Lobão saía rouca e incerta.

— O que acha? A Nat sumiu o dia todo, já passa da meia noite e eu vim atrás dela. Ela me disse que você está mal do estômago.

Lobão me agradeceu de forma discreta para que Gael não percebesse.

— Estoubem! Já podem ir. Cuida da Nat que eu me viro.

— Não se vira, não! Eu vi o estado que você ficou e o médico no hospital falou que você precisa se cuidar.

Joguei aquela para Lobão não me contradizer no futuro.

— Então está resolvido! É aqui que tem cobertor? — Gael disse já abrindo o guarda-roupa.

— Ei! Está fazendo o quê!? — Lobão tentou se levantar mas ainda estava tonto.

— Eu vou dormir aqui. Alguém  precisa cuidar dos doentes.

— O QUÊ VOCÊ NÃO VAI FICAR AQUI! FORA! —Lobão gritava a pleno pulmões.

— Acho melhor você ir embora, Gael. Eu cuido do Lobão, até porque eu já estou bem.

— Qual desses travesseiros é o de visitas? — Gael nos ignorava totalmente.

— Se você não sair daqui agora eu te mato.

— Têm faca na cozinha, quer que eu pegue? Acho melhor a de carne porque a de pão vai demorar muito pra me matar.

Não consegui conter a risada. Gael sabia como provocar e com o Lobão fraco ele podia pintar e bordar.

— Vou fazer uma coisa pra o neném comer, você quer filha?

— Se for sopa, esquece! É a única coisa que você sabe fazer e eu não quero!  —  Lobão esbravejava tentando levantar.

— Vai tomar a sopa todinha e sem reclamar até porque a minha sopa é ótima.

Gael saiu do quarto sorrindo enquanto pegava o celular do bolso. Provavelmente iria dar satisfação a Dandara.

— Manda esse desgraçado embora, Nat! Eu juro que acabo com ele. Como pode se meter na minha casa e mexer nas minhas coisas?

— Eu disse pra ele ir embora. — disse sorrindo. Ainda me lembrava da pirraça do Gael. —Mas você sabe que ele não vai. Acho melhor você ir tomar um banho.

— Você toma comigo? — Lobão sorriu malicioso. — Estou fraco.

— Está louco? Você acha mesmo que eu vou tomar banho com você com o Gael aqui?

— Ah! Então se o papai não tivesse aqui, você tomaria?

— Eu não disse isso! Eu não tomaria banho com você de jeito nenhum.

Lobão se levantou, pegou a toalha e uma roupa. Achei que ele fosse sair, ao invés disso se aproximou de mim.

—  Um dia é da caça e o outro é do caçador, meu anjo. E nesse jogo, o caçador sou eu!

Senti um arrepio.

Saímos do quarto e o cheiro bom de sopa já invadiu minhas narinas.

Enquanto Lobão estava no banho fiquei vendo Gael cozinha e conforme ele se movimentava, eu fiquei procurando algo nele que se assemelhavam a mim. E eu encontrei!

Enquanto picava as cebolas, ele ia mordicando os temperos. Quando eu cozinhava fazia isso também.

— O que foi? —tive um sobressalto. Gael me sorria.

— Nada. Estva só pensando.

— Deve estar me achando louco, não é? Eu sou péssimo na cozinha mas se não for assim nem essa sopa eu faço.

Lobão saiu do banho com uma cara muito melhor. Ele nem parecia aquele homem destruído daquela tarde.

Coloquei a mesa enquanto Gael terminava a sopa. O silêncio era muito incômodo.

Pra minha surpresa, Lobão tomava a sopa sem reclamar. Aliás ele nem poderia, já que estava muito boa, como sempre

— Então, bebê. Que gastrite é essa que te dá até febre? — Gael quebrara o silencio.

— Não te interessa! Você não é meu médico e nem meu marido. — Lobão raspava o prato se é que era possível não comer tudo.

— Você tem razão. Não sou seu médico e nem o seu marido mas sou o pai da sua amada namorada. E eu acabo com esse namoro, chantagem ou sei lá o que acontece em  dois tempos se eu quiser. Então eu vou perguntar com toda a paciência que me resta. O que você têm e não me venha com gastrite porque eu não nasci ontem.

Olhei para Lobão, torcendo que ele contasse o que estava acontecendo. Quem sabe Gael ajudasse?

—Nada demais. É gastrite e pronto!

— Está bem! Não vou perguntar mais. Quer continuar tentando me fazer de trouxa? Ótimo! Vamos ver quem engana quem.

Lobão me olhou. Pude ver que ele estava apreensivo. Temia que Gael descobrisse tudo.

— Vocês dois são ridículos, sabia?

Lobão me olhou tenso, enquanto Gael me olhava com supresa.

— Porque vocês dois não procuram saber quem armou para vocês dois se separarem? Alguma coisa aconteceu.

— Ninguém armou, meu amor. Foi o papai aí que me deu as costas.

— Juro pela alma da minha mãe que eu não te deixaria sozinho.

Lobão levantou abruptamente.

—Você não devia meter sua mãe nas suas mentiras.

— Não estou mentindo! —Gael também levantou o encarando.

—Nenhum dos dois está mentindo. Eu sei que não! Só acho que ao invés de ficarem brigando entre si feito dois trouxas, deviam ir atrás da verdade! Na minha opinião foi a Ana mas ela não fez sozinha, teve ajuda.

— Ana!? — pude sentir o ódio na voz de Gael.

— Posso estar sendo injusta mas acho que foi ela! Quem mais teria interesse nisso? Mas não vou levantar falso contra a mãe das meninas sem certeza mas em todo o caso, vocês deviam ir atrás disso.

—Não quero mexer nisso. Nada vai mudar.

— Também acho, inútil! Já nos ferimos demais.

Percebi uma tristeza enorme nos olhos de Gael. Ele sofria por ter perdido o amigo.

— Engraçado! Na hora de vocês dois bancarem o detetive se uniram pra descobrir sobre minha paternidade mas quando é pra descobrir uma acusação dessas, são dois frouxos.

Lobão e Gael se mexeram. Minhas palavras surtiu efeito. Eles jamais iriam ser tratados como molengas! O ego de macho deles era maior.

— Eu acho que vocês só terão paz, quando souberem a verdade tintim por tintim.

Lobão foi para o quarto sem dizer palavra. Provavelmente para processar o que foi dito.

— Vou pensar sobre isso, filha. Eu prometo. — Gael depositou um beijo em minha testa. Ia me desvencilhar mas não consegui.

— Vou dormir. — não conseguir dizer mais nada.

Fui para o quarto. Lobão estava largado na cama olhando para o nada. Peguei uma toalha e uma camisa dele já que tinha mais nada que eu pudesse usar para dormir.

Enquanto tomava banho, fiquei processando as coisas. Lobão não podia morrer sem resolver essa questão e Gael jamais se perdoaria se Lobão morresse sem saber a verdade.

Quando saí do banho, Gael já estava dormindo no sofá. Seu celular estava com a tela acesa e eu não resisti em olhar. Tinha mensagem de Dandara desejando boa noite e dizendo que estava com saudades e na tela de bloqueio tinha uma foto de toda a familia reunida. Até mesmo Duca estava presente.

Entrei silenciosamente no quarto achando que Lobão estava dormindo, mas não. Ele estava na mesma posição que eu o deixei.

— Você está bem? — perguntei com medo de que ele passasse mal de novo.

— Você acha que devo mexer nesse vespeiro? — ele disse baixinho como se fosse um segredo.

— Eu acho sim. Você quer morrer sem saber o que aconteceu?

— Não mas também não quero sentir aquela dor de novo.

Ele estava sendo sincero. Na academia de Gael eu percebi que ele estava sofrendo.

— Nunca vi Mestre de Muay Thai com medo de sentir dor. — brinquei.

Lobão sorriu pra mim e acariciou o meu rosto e pela primeira vez não senti vontade de fugir.

— Não acho que foi a Ana. Ela parecia amar o Gael e ela não iria tão baixo assim.

— Posso te falar uma coisa? Você vai ficar com muito ódio. — avisei.

— Você me chifrou duas vezes e me enfiou na cadeia e eu não sinto ódio de você. Acha que algumas palavras vai me fazer te odiar? — ele sorria.

— Você e o Gael são muito parecidos. Teimosos, ficam bancando o homem de ferro o tempo todo mas são dois sensíveis. — disse já esperando a bronca.

No começo, Lobão apenas me encarou sério. Talvez pensando em como me esculachar por tê-lo comparado a Gael.

— Agora quê você falou da minha semelhança com o Gael pude ver que você sim se parece com ele. O jeito que você cozinha, a marra, a vontade de fazer justiça a todo custo. Você é seu pai em tudo.

— Não sou nada. Eu não tenho nada dele a não ser o DNA. A Karina sim parece com ele.

— As duas parecem o Gael. Talvez seja por isso que eu quis namorar você e fingir ser o pai da Karina. Vocês matavam a saudade e me traziam um pouco do meu melhor amigo que eu tanto amava e que perdi.

Tive um choque! Nunca tinha ouvido Lobão falar tão abertamente assim que amava o Gael, nem mesmo naquele dia na academia. Por isso ele gostava da Karina e de mim, como eu nunca pensei nisso!

Imaginei Lobão sendo feliz com a amizade de Gael e como ele poderia ter sido outro homem. Talvez ele tivesse sido uma boa pessoa. Mas espera! E se ele ainda fosse um cara legal? Pensando bem, ele salvou a minha vida, sempre cuidou da Cléo e até mesmo do Luís.

Talvez, ele não fosse esse monstro todo. E se no fundo Lobão fosse uma boa pessoa? E se aquele amigo que o Gael também sentia falta ainda estivesse lá, só que adormecido pela dor e pelo rancor? Era isso! Não iria descansar enquanto não esclarecesse toda essa história. Não iria deixar que eles se perdessem novamente.
 


Notas Finais


Será que a Nat está se iludindo ou está correta?


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