História The Twilight Saga - Velocity

O Domingo deu as caras nublado, como sempre. Bells e Triz deviam estar no décimo quarto sono e Charlie saiu cedo para pescar com Harry Clearwater e Billy Black. Apesar da manhã cinza, não estava frio como de costume, então Anna tomou a liberdade de separar uma roupa não muito quente. Tomou um banho bem demorado, usando todos os produtos que tinha direito e voltou para o quarto colocando sua roupa: uma camiseta do Nirvana, uma saia de couro preta com cintura alta e uma jaqueta de couro também, da mesma cor que a saia. Ela estava sentindo-se um pouco roqueira esta manhã, quem nunca, não é? Causou seu all star– sendo essa a primeira vez que usava um sapato para sair que não fosse bota – e fez sua maquiagem habitual. Uma buzina soou em frente a casa, Jasper, sempre pontual. Rapidamente, Anna escreveu um bilhete avisando que iria sair com o loiro e que voltava antes de Charlie chegar para ajudar Bella com o jantar. Pegou as chaves e destrancou a porta, avistando Jasper encostado em seu carro. Ele estava de tirar o fôlego com sua postura séria e seu sorriso sedutor, mas Anna não sabia se fixava os olhos no loiro ou na Mercedes em que ele estava encostado.

- Uau, que belezinha hein...- disse ela, aproximando-se.

- Obrigado.

 Jasper abriu um sorriso.

- Não falei de você, falei do carro.- debochou e ele revirou os olhos. O loiro levantou a mão e balançou as chaves na frente de seus olhos azuis.

- Eu deixo você dirigir se me der um beijo.- provocou, passando a mão livre em sua cintura e a puxando para si.

- Só um? Como você é modesto.- brincou, passando os braços em volta do pescoço dele e juntando seus lábios. 

Não foi um beijo calmo, como na picape. Foi um beijo quente, cheio de desejo e tentador demais para ficar só nele; Anna brincava com os cachos do loiro, como sempre, nunca se cansaria de admira-los e ambos exploravam a boca um do outro com a língua. Eles estavam grudados, mas ela o puxava mais para si, como se houvesse um abismo entre eles. A mãos de Jasper estavam firmes em sua cintura e ele controlava-se para não aperta-la demais. O beijo foi perdendo a rapidez e Anna finalizou puxando o lábio inferior do loiro com os dentes, olhando no fundo de sua imensidão dourada. Tirou a mão de sua nuca e a desceu pelo seu braço, chegando na mão e pegando a chave dele antes que o mesmo mudasse de ideia. Ela sorriu brincalhona quando Jasper percebeu o que fizera e ele revirou os olhos, sorrindo.

- Você é uma diabinha, senhorita. E está muito bonita... E muito cheirosa.- o loiro falou, passando o dedo nos lábios da garota.

- Obrigada, cowboy. Agora, se me da licença, tenho uma Mercedes para dirigir.o

Sorriu sapeca e saiu correndo para o lado do motorista. Após entrarem e colocar o cinto– não que ele fosse necessário para Jasper– Anna girou a chave e acelerou com o carro parado, apenas para ouvir o ronco do motor.

- Ah, isso sim é música para meus ouvidos.

 Disse jogando a cabeça para trás e com os olhos fechados, um sorriso apareceu em seus lábios quando ela voltou a pisar no acelerador, e ao ouvir o barulho novamente, mordeu o lábio inferior. Jasper a observava com excitação, ela estava incrivelmente sexy e ele não conseguiu desviar o olhar de suas coxas. Por Deus, essa mulher será a perdição dele. Anna voltou a abrir os olhos e seu sorriso iluminava seu rosto; ela olhou para Jasper o pegando no flagra examinando suas pernas e mesmo não querendo, chamou sua atenção.

- É melhor se segurar.- disse divertida e com muita agilidade, Anna soltou o freio de mão e acelerou pela estrada deserta. 

Ela sempre gostou de dirigir rápido, mas o trânsito de São Paulo não permitia tal feito. A garota estava super relaxada, dirigia a quase 100km/h sem nenhuma preocupação; uma mão estava no volante e a outra trocava a marcha do carro, com muita rapidez. A velocidade aumentava a cada segundo e no velocímetro marcava 150km/h, ela estava nas nuvens, sem duvidas.

- Acabei se perceber que não sei para onde estou indo.- Jasper riu.

- Na velocidade em que estamos chegaremos em dez minutos. Isso tudo é pressa para ser a bonequinha da Alice?- ela ultrapassou três carros e foi a 155km/h.

- Muito engraçado. Mas caso não tenha reparado, eu não tenho diversão nenhuma dirigindo a banheira velha que minha prima chama de carro.- ele gargalhou e Anna acelerou mais. Em seu rosto dava para ver o prazer que ela sentia com a alta velocidade e seus sentimentos estavam num misto de diversão, alegria, encantamento, luxúria e excitação. - Falta muito para chegarmos?- ele negou.

- Mais uns cinco minutos, por quê?

O carro perdeu velocidade e freou bruscamente. Anna foi para frente assim como ele, mas o cinto os segurou. Ele a encarava com a expressão confusa, mas tudo que a garota tinha era um sorriso nos lábios. Ela soltou seu cinto e pulou de seu banco no colo do loiro, sentando de lado.

- Temos uns dois minutos antes daqueles três carros que eu ultrapassei passarem por nós. Aproveite bem.- ela sussurrou e o beijou com voracidade. 

Jasper pousou sua mão esquerda na coxa da garota e a apertou de leve, fazendo-a soltar um gemido abafado. As mãos dela brincavam com os cabelos e o pescoço do loiro, o arranhando, não que ele estivesse sentindo alguma dor. Muito pelo contrário. A mão direita dele subiu pelas costas de Anna e pousou em sua nuca, a puxando mais para si. Ele queria sentir cada cantinho de sua boca e ela não estava diferente; Jasper sentiu o quadril da garota mexendo-se em seu colo e parou o beijo, tombando a cabeça para trás.

- Você vai me matar de novo, Senhorita.- sua voz soou rouca e carregada. 

Anna deu uma risadinha. Aproveitou a oportunidade e atacou o seu pescoço exposto, beijando e dando chupões que não ficariam marcados. Jasper soltou um gemido baixo e com a mão direita, segurou o banco em que estava sentado com força. Anna abriu as pernas, apenas alguns centímetros e a mão do loiro subiu pelo interior de sua coxa; seus dedos sumindo, sendo cobertos pelo tecido da saia. Ela subiu os beijos do pescoço para a mandíbula bem marcada, a beijou e Jasper abaixou a cabeça, olhando-a nos olhos como se pudesse ver sua alma. As bocas encontraram-se novamente e o que parecia ir longe, foi interrompido pela buzina dos carros que passaram rapidamente, desviando da Mercedes parada no meio da rua. Anna deu um pulo, assustada e Jasper caiu na gargalhada. Ela deu um tapa em seu ombro e voltou para o banco do motorista, e em menos de seis segundos já estava a 100km/h.

- Você é incrível, sabia? Me surpreende cada dia mais...- Jasper falou, soltando o cinto e aproximando-se do ouvido da garota.

- Você ainda não viu nada.- ela falou, travessa. O loiro traçou uma linha imaginária com seu dedo frio, subindo pela perna da garota e a fazendo ficar arrepiada.

- E depois você diz que eu sou a diabinha, cowboy .- ele riu, dando um beijo no pescoço dela.

- Não devia me chamar assim, eu sinto o desejo por trás desse apelido.- sussurrou.

- Que bom, é sinal de que ele está surgindo efeito.- Jasper riu e voltou para o seu lugar.

- Em um quilómetro você vai ver uma estrada de terra, em direção a floresta, é só dobrar em seguir em frente. - Anna concordou. 

Ao avistar a estrada de terra, ela diminuiu o suficiente para fazer a curva e não capotar o carro, logo voltando a acelerar. No final da estrada era possível ver uma rua asfaltada, a um quilómetro e a garota podia apostar que era por ali a casa dos Cullen.

- Acho melhor você diminuir, essa estrada é para 40km/h e você está a 120.

- Que boa observação, vou guarda-la no cantinho mais escuro do meu cérebro para ter certeza de que nunca vou a encontrar.- debochou, tirando uma das mãos do volante e trocando a marcha do carro. O loiro riu.- Esquerda ou direita no final da trilha?

- Esquerda, você vai ver só uma casa, é lá. 

Ela concordou, indo a 150km/h. Fez uma curva fechada perfeita, digna de velozes e furiosos, e seguiu em linha reta pelo asfalto. Mais a frente estava uma enorme casa de três andares, marrom e cinza, com enormes janelas. Ela sorriu deslumbrada. Viu os irmãos de Jasper e o Doutor Cullen ao lado de uma mulher– provavelmente a Senhora Cullen, pensou– parados na entrada da casa, rindo e observando o carro a 170km/h vindo pela rua.

- Essa daqui é para 40km/h também, Anna.- Jasper falou, a provocando. Ela revirou os olhos e estacionou de forma brusca, porém perfeita, diga-se de passagem.

- Você está muito chato, está parecendo a Bella!- mostrou-lhe a língua e abriu a porta do carro, ouvindo a gargalhada tão conhecida vinda de Emmett. Jasper abriu a porta também e saiu; apoiou-se no teto do carro, virado na direção da garota que fechava a porta.

- Agora eu entendo sua prima, você realmente dirige como se estivesse fugindo da polícia.- zombou. A família do loiro estava toda parada atrás deles, observando a "discussão" com sorrisos no rosto.

- Deixa de ser exagerado, eu sou um exemplo de motorista!- ela rebateu e foi a vez de Jasper rir.

- Você literalmente parou o carro no meio da rua a 155 km/h, com três carros vindo na nossa direção.- debochou. Anna mediu as próximas palavras, para ganhar a "discussão" e ainda por cima encerrar o assunto.

- Foi por um motivo de força maior, aquela tensão toda estava me sufocando. Fora que os carros não estavam nem perto de nós e você não pareceu se importar muito com isso.- ela sorriu de lado, cruzando as mãos abaixo do peito e o encarando vitoriosa. O loiro abaixou a cabeça, negando, enquanto sorria.

- Ok, mas lembre-me de fazer um seguro de vida contra acidentes para você. - ele debochou, usando sua velocidade sobre-humana e aparecendo ao lado dela, que nem piscou. Anna estava ciente de que ele faria o possível para tentar assusta-la, mas ela já estava mais do que acostumada com aparições vampirescas ao seu lado. Ela lhe deu um tapa no ombro pelo comentário, o fazendo gargalhar.

- Me respeita ou eu jogo fogo em você, já falei que sou uma ótima motorista.- ele revirou os olhos dada a ameaça e passou o braço em volta dos ombros da garota. - E para o seu governo, eu já tenho um seguro de vida conta acidentes.- completou. Jasper a guiou até sua família, que ainda sorriam com a cena que presenciaram e Rosalie tentava acalmar Emmett.

- Mãe, essa é Adria...- a garota lhe deu uma cotovelada e ele reformulou a frase.- Anna, essa é Anna.- olhou para a garota que sorriu, concordando.

- E Anna, essa é Esme, minha mãe, para todos os efeitos.

 A vampira abriu um sorriso maior que o rosto e esticou os braços na direção da garota. Anna empurrou o braço de Jasper e abraçou a matrona da família.

- É um prazer conhecê-la, querida!- Esme falou, radiante.

- O prazer é meu. - sorriram uma para a outra.

- Como vai, Anna? Gostou do carro?- Carlisle perguntou, sorrindo e abraçando a mulher.

- Adorei!- disse empolgada. 

Alice apareceu ao seu lado e a abraçou, seguida de Rosalie e Emmett, que a tirou do chão. Edward a cumprimentou com um sorriso, assim como Josh, sempre muito cordiais. Todos entraram na enorme casa, vendo a garota admirar cada cantinho.

- Está com fome, querida? Fizemos comida brasileira para você.

- Estou sempre com fome. E sua casa é linda.

- Muito obrigada, venha, vamos para a cozinha. 

 Esme e Carlisle foram na frente, mostrando o caminho e o resto dos Cullen subiram a escadaria atrás de Anna e Jasper, que passou o braço pelos ombros da garota. Ela o encarou, curiosa.

- Que intimidade é essa que eu não te dei? Eu virei apoio para braço, por acaso?- brincou, o fazendo sorrir.

- Que mau humor.

- Acordei faz três horas e ainda não comi nada, vai ver é por isso, cowboy. E já falei que sou difícil, pode tirar essa mão daí.

- E eu já falei para não me chamar assim...

- É exatamente por isso que eu chamo, cowboy. - piscou. Ao chegarem na cozinha, o cheiro de strogonoff invadiu as narinas da garota, fazendo sua barriga roncar.

- Quem ligou o carro?- Emmett provocou e ela revirou os olhos.

- Ha ha, hilário. Eu disse que estava com fome.- Esme serviu o prato da garota, a chamando para sentar-se na ilha. Quando viu a comida posta à sua frente, seus olhos chegaram a brilhar.

- Acho que ela nunca vai te olhar do modo que olha para o prato.- Emmett “sussurrou” para Jasper em voz alta e Anna se meteu.

- Ai depende, se ele usar uma fantasia de coxinha, talvez eu olhe. - debochou e deu uma garfada. Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto da garota.

- Anna, está tudo bem? Você não gostou? Eu posso fazer outra coisa ou de repente pedimos uma pizza e...- Anna a interrompeu.

- Não, Esme. Está perfeito. - falou, dando outra garfada.

- Então por que está chorando?- quis saber, curiosa.

- Porque seu strogonoff está melhor que o meu!- todos deram uma risadinha e Esme sorriu, aliviada.- Doutor, espero que não se importe de eu raptar a sua esposa, troco minha irmã por ela, se quiser.

- Esme é realmente uma ótima cozinheira, é uma pena que não possamos degustar seus pratos.- Carlisle elogiou a esposa.

- Viu só, mais um motivo. Talvez possamos chegar em um consenso, o que acha de eu ficar com Esme de segunda a domingo e a devolvo no tempo que sobrar? - brincou, arrancando uma gargalhada do médico.

- Me parece justo.- disse ele, entrando na brincadeira. 

Para não deixa-la desconfortável, Jasper, Rosalie, Emmett , Alice e Josh sentaram-se com ela na ilha, Edward sentou de frente para a garota. Esme guardou o que sobrou da comida em um pote para Anna levar quando for embora e Carlisle lavava a louça, mostrando que além de belo, também é recatado e do lar.

- Você gosta de Nirvana, é sério?- Edward perguntou. 

Ele definitivamente não gostou da década de 80 e início da de 90, sendo para ele a época mais insuportável desde então, ele era um homem antigo que gostava do clássico e nunca entendeu o porquê das pessoas gostarem tanto de Rock.

- Sim, por quê?

- É só barulho, como você consegue gostar?- perguntou, brincalhão. Anna revirou os olhos, sorrindo.

- Escuta, alguém já te falou que apesar da carinha de adolescente você é um velho rabugento? - provocou, vendo o Cullen abrir um sorriso. Emmett deu uma gargalhada, assim como Jasper e Josh... Nem o Doutor deixou de zoar o filho.

- Me dizem isso o tempo todo, acredite. Mas sério, como você consegue gostar de ouvir isso?

- Do mesmo modo que você consegue gostar de passar uma hora se enchendo de laquê em frente ao espelho.- ela terminou de comer e Edward fechou a cara. Ela logo completou:

- Desculpa, eu falei sem pensar... Na verdade, acho que são duas horas.- Ele revirou os olhos, mas sorriu. Já estava acostumado com essas piadinhas vindas de seus irmãos e agora, eles teriam outra parceira para o crime, Edward teria de se acostumar com isso.

- Você já pode se sentir membro do clubinho para zoar o Edward.- Emmett falou, abraçando a loira.

- Ele tem quantos membros?- perguntou, curiosa.

- Com você, oito.

- Espera, oito? Até você, Esme?- a matrona assentiu, sorrindo.

-O que posso fazer, se não pode detê-los, junte-se a eles. E Edward realmente demora muito arrumando o cabelo. - ela gargalhou.

- Vamos, Anna. Vou te mostrar a casa e depois ela é toda sua, Alice.

A fadinha bateu palmas com o comentário de Jasper. Ele e Anna levantaram-se e seguiram pelo corredor, o restante da família vampira voltou para suas atividades, como se estivessem sozinhos em casa.

- Sala, cozinha...- Jasper apontou para onde haviam passado e subiram para o terceiro andar.- Aquele é o quarto de Edward, Alice e Josh, Rose e Emmett, o Escritório do Carlisle e o quarto dele e de Esme é aquele ali, do outro lado.- Andaram mais um pouco pelo enorme corredor- E aquele é o meu. Quer conhecer?

- Muito tentador, mas eu preciso urgentemente ver outra coisa no momento.- ela falou, com duplo sentido e ele sorriu, confuso.- A garagem. Para de pensar besteira.

Ele concordou, sorrindo e desceram novamente até o primeiro andar. Passaram por Emmett e Rosalie na sala e atravessaram a porta branca que dava para o paraíso. Jasper tapou os olhos da garota antes de entrar e acendeu a luz, andou com ela alguns passos e depois tirou a mão de seus olhos.

- Cacete!- falou, observando a coleção da família.- É oficial, cowboy, eu estou completamente apaixonada...- ele sorriu, já sabendo o que ela falaria em seguida.- Por aquele jeep! Meu Deus, eu vou ter sonhos com ele, não é possível! - Emmett deu uma gargalhada da sala.

- E esse conversível? É da Rosalie, né?- o loiro concordou. - Estou apaixonada por ele também. Rosalie, você não quer largar o Emmett e ficar comigo? Acho que daremos um casal maravilhoso, imagina só: a gente acelerando essa belezinha ao máximo rumo a felicidade? 

 Anna falou mais alto, mesmo sabendo que todos na casa escutaram perfeitamente. Ouviu a risada da loira.

- Eu topo!- falou da sala, logo agarrando Emmett e distribuindo beijos em seu rosto, o fazendo rir.

- Não se preocupe, cowboy. No meu coração sempre tem espaço para mais um...- ela aproximou-se dele e lhe deu um selinho, logo sussurrando em seu ouvido:

- Carro. - brincou. - Agora vamos, quero conhecer seu quarto.- ele concordou. Subiram novamente todos os degraus das escadas e adentraram o corredor de portas brancas. Chegando na última, Jasper a abriu.

- Uau, estou impressionada. Você não tem um caixão.- ele riu da piadinha.

- Não, mas você já sabia disso.

- Eu sei, mas não me surpreendo com mais nada. E então, o que você faz com tanto tempo livre?

- Eu leio, ouço música, irrito o Edward, faço apostas com o Emmett, jogo xadrez...

- Xadrez? Por essa eu não esperava.

- Pois é. Obviamente é impossível de ganhar de Alice, ela prevê tudo que faremos, Josh também, ele sempre consegue ganhar. Rose não joga, e com Emmett é divertido, eu sempre ganho, mas com Edward... Podemos passar horas jogando, nosso recorde foram dois dias.- Anna arregalou os olhos.

- Dois dias, jogando xadrez? Me diz, é falta do que fazer?

O loiro jogou-se no sofá e a puxou consigo. Anna deitou por cima dele, apoiando a cabeça nas mãos e as mãos no peito de pedra dele.

- Nós gostamos, Ed é um bom adversário. Ele lê meus pensamentos e eu sinto as emoções dele, sempre sei quando ele está pensando em trapacear porque suas emoções oscilam demais. Por isso demoramos tanto.

- Muito interessante, mas acho que as meninas estão me esperando.- ele concordou, a puxando para si e selando seus lábios. Separaram-se sorrindo e quando Anna abriu a porta, a baixinha já a esperava, parada do outro lado.

- Vamos nos divertir muito.- Alice falou, a puxando para o seu quarto, onde rose já se encontrava, deitada em uma cama. Alice e Josh, dois safadinhos, pensou a garota, visto quê a cama não serve para dormir.

- O que faremos primeiro? - a loira perguntou.

- Quero fazer umas fotos com vocês vestindo as roupas que eu criei, então vou arruma-las.- ela bateu palmas, empolgada.

- Sorte sua que eu amo um desfile.- Anna brincou, examinando as peças no closet.

- Isso é fantástico, Rose, me ajude a arruma-la e depois nós arrumamos você.- ela concordou. 

Enquanto a maquiava, Alice contou sua história para a garota– não que ela lembrasse de muita coisa–,de como se tornou vampira e de como conheceu Josh, Rose optou por não contar a sua, por ser pesada demais para um momento tão descontraído. Anna entendeu e disse que ela não precisava contar se não quisesse, ela também tinha coisas que não queria contar, sobre ser Major, por exemplo. Ainda era um segredo e mesmo confiando nos Cullen, o Coronel a fez prometer que não espalharia a menos que fosse extremamente necessário. Sem falar que, ela ainda queria que isso fosse surpresa. Alice terminou a maquiagem, que destacou seus olhos claros e Rosalie ondulou as pontas do cabelo da garota. Falaram sobre moda, escola, mais moda e então, começaram a tocar em assuntos mais pessoais.

- Não querendo ser intrometida, mas já sendo... E você, Anna, o que planeja fazer depois da escola? No futuro? Pretende ter filhos? Comprar uma moto e sumir no mundo?- Anna gargalhou com as perguntas nada discretas da loira e Alice a encarou, repreendendo a irmã. Emmett e Josh estavam jogando videogame, enquanto Edward e Jasper jogavam xadrez, mas todos estavam bem atentos para o que acontecia no andar de cima.

- Não sei, quero aproveitar um pouco o Frio de Forks antes de tomar qualquer decisão. Não sei se pretendo fazer faculdade, mas quero estar por perto para manter Triz na linha.- ela sorriu sem jeito, olhando para o chão e depois encarando as duas, que as observavam atentamente. - E para falar a verdade, eu sempre quis ter filhos, desde pequena, mas o destino as vezes tem um humor bem ácido, então, eu não posso. - deu de ombros, mas Rosalie parecia interessada no assunto.

- Como assim, não pode?- Anna suspirou, lembrando-se da tragédia.

- Quando eu tinha sete anos, sofri um acidente de carro com minha mãe. Eu estava no banco de trás, sentada bem no meio e vendo a tempestade que caia; durante uma curva, minha mãe perdeu o controle do carro e ele capotou duas vezes. Nós demos sorte, para falar a verdade, nada de muito grave aconteceu com ela e eu, ao que parecia, só tinha alguns arranhões... Mas ai, eu senti uma pontada na barriga. O para-brisas estava estilhaçado e eu sangrava demais. O carro que estava atrás da gente parou e nos levou até o hospital, que por sorte era perto de onde capotamos. Depois da cirurgia que veio a bomba.

- O que aconteceu?- perguntou Alice, sentando ao lado da irmã.

- Eu ouvi o médico conversando com a minha mãe, estavam só me esperando acordar. Ele disse que eu tinha uma pré disposição genética que dificultava, caso eu quisesse ter filhos no futuro. Minha avó materna também era assim, ela passou a vida toda tentando engravidar e só conseguiu uma vez. O doutor disse que pulava uma geração e eu fui a afetada. Mas isso não explicava o porquê de eu estar sangrando quando cheguei ao hospital, então quando acordei, eles me disseram que os estilhaços do vidro atravessaram meu abdômen e romperam um dos meus ovários. E o doutor foi muito claro, mesmo que no futuro eu conseguisse engravidar, meu corpo não conseguiria manter o feto. Por isso, quando fiz 18, conversei com meus pais e eles me apoiaram na minha decisão de fazer laqueadura. - ela finalizou.

- Eu sinto muito.- Rosalie falou, a abraçando.- De verdade.

- Está tudo bem, não se preocupe. Já aceitei o fato de que vou ficar para titia.- Anna sorriu. - E em todo caso, acho que eu seria mais parecida com a mãe da Bella do que com a minha. Quarenta anos na cara e ainda agindo com uma adolescente.- a loira gargalhou, quebrando o clima tenso do quarto.

- Mas de qualquer forma, não é como se eu não tivesse uma responsabilidade com outra pessoa. Depois que meus pais morreram era somente eu pela Triz e ela por mim. A maioria das pessoas não sabe, mas Charlie não tem a nossa guarda. Eu sou a responsável legal por minha irmã, por isso sou tão protetora. Então de certa forma, além de irmã mais velha, também faço o papel de nossa mãe.

- Isso é lindo, Anna. Ela tem sorte de ter você.- Alice falou, a abraçando.

- Obrigada. Agora vamos mudar esse astral depressivo, Alice. Temos uma Barbie para arrumar.- referiu-se a loira. 

As três passaram a tarde rindo e tirando fotos. Esme vez ou outra aparecia no quarto para levar um lanche à Anna e a garota continuava a falar que levaria a matrona da família para sua casa. Jasper não poderia estar mais apaixonado. Ele estava admirado com tudo que ouviu a garota dizer, com a força dela, mesmo tendo passado por momentos horríveis. Ela era uma lutadora e mantinha-se forte, para qualquer situação. Após a sessão de fotos, as três arrumaram a bagunça que fizeram, mas estavam longe de ficarem satisfeitas.

- Ei, Edward ainda está aqui?- Anna perguntou, recebendo um aceno positivo de Alice.

- Por quê?- a loira quis saber.

- O que vocês acham de atormenta-lo um pouquinho?

- O que você tem em mente?- Rosalie perguntou.

- Vocês tem um karaokê?

 As vampiras sorriram uma para a outra e com sua velocidade vampírica, Alice deixou o quarto, empolgada. No andar de baixo, Jasper conseguiu segurar Edward antes que ele fugisse pela porta e Emmett ajudou a mantê-lo preso no sofá, até que as garotas descessem.

[...]

- "Hello, hello, hello, how low; Hello, hello, hello, how low; Hello, hello, hello, how low; Hello, hello, hello...- Anna e Emmett cantavam, olhando um de frente para o outro, super empolgados pelo último refrão da música. Enquanto Edward resmungava no sofá, tentando inutilmente soltar-se do aperto de Jasper.

- With the lights out, it's less dangerous, Here we are now, entertain us; I feel stupid and contagious, Here we are now, entertain us...

 Viraram de costas um para o outro, como se estivessem no palco em seu próprio show de rock.

- A mulatto, an albino, a mosquito, my libido; A denial, a denial, a denial, a denial, a denial; A denial, a denial, a denial, a denial.

 Finalizaram, fazendo pose e depois bateram as mãos, cúmplices. Esme e Carlisle gargalhavam com a irritação do filho mais velho e agora era a vez de Alice e Rosalie cantarem. Anna sentou-se ao lado do loiro, que soltou Edward e enfim conseguiu fugir pela porta, antes que suas irmãs começassem sua canção.

- Você é muito malvada, senhorita. - Jasper a abraçou, puxando-a mais para perto de si.

- Faz parte do meu charme, cowboy.- provocou, o vendo revirar os olhos. - E como não posso bater no seu irmão, acho que tortura psicológica surge mais efeito.- Emmett gargalhou.

- Por que você quer torturar ele?- o grandão quis saber, desviando os olhos de sua esposa.

- Para compensar a tortura que é escutar minha prima reclamando da bipolaridade dele. É sério, se continuar assim eu vou precisar de um psiquiatra. - sorriu. 

O resto da tarde foi tranquila e lá pelas quatro horas, Anna teve que ir embora. Se despediu de todos e entrou no carro bufando, pois Jasper não a deixaria dirigir e seria impossível tirá-lo do banco do motorista. Ela sentou-se ao lado dele, emburrada e assim que passaram a estrada de terra e voltaram para a via principal, ela descobriu os benefícios de ser a co-pilota.

- Sabe, você não devia ter me deixado aqui, com as mãos tão livres.- falou, provocadora e inclinou-se na direção do loiro.

- O que quer dizer com isso?

Seus olhos dourados encontraram com a imensidão azul dela, que sorriu sapeca.

- Quero dizer que foi um erro você não me deixar dirigir...- sussurrou mordendo o lóbulo do ouvido dele e colocou a mão em sua coxa, subindo-a lentamente.

- Anna...- ele suspirou, enquanto ela beijava seu pescoço.

- Hum?- fez-se de desentendida.

- Você é realmente uma diabinha.- ela sorriu, contente. Continuou subindo sua mão, mas antes de chegar ao zíper da calça do loiro, ele a segurou.

- Sua ideia é tentadora, senhorita. Muito tentadora.- a voz dele saiu rouca, a arrepiando. - Mas já estamos chegando e eu ainda posso acabar me descontrolando.- ela revirou os olhos.

- Agora você é o velho ranzinza.- falou, voltando para o seu lugar e arrancando uma gargalhada do loiro. Ela fez um bico, emburrada.

- Não faça assim, você está me deixando louco...- ele passou a mão no rosto dela, aliviando seu fogo. - A propósito, eu sinto muito... Sobre o acidente.- ela sorriu de lado, assentindo.

- Não se preocupe, está tudo bem. Juro.- ele concordou, parando o carro em frente a casa do xerife.

- Vejo você amanhã, senhorita. E use uma roupa mais decente, você está completamente irresistível assim, não quero aqueles assanhados da escola cobiçado o que é meu.- provocou, mordendo o lábio inferior da garota.

- Então, nesse caso, vou estar muito mais indecente, cowboy. Não se deve revelar seus pontos fracos para o inimigo, ele pode usar isso contra você...- o loiro negou com a cabeça, sorrindo e a beijou, com desejo. Assim que se despediram, Anna entrou em casa e tirou a jaqueta. Foi diretamente para a cozinha ajudar sua prima que começava a preparar o jantar e a abraçou.

- Oi, como foi?- Bells perguntou, pegando um pouco de molho com a colher e levando em direção a boca da prima.

- Foi tudo incrível, a tia de Jasper é uma mulher maravilhosa. Você vai gostar dela, e a Alice não parou de falar que estava ansiosa para conhecer você.- soprou a fumaça do molho e provou. - Está perfeito, Bella. Ah, Esme mandou um pouco de comida também, pode ficar para o jantar de amanhã. Tem o bastante para todos.- a castanha confirmou, sorrindo.

- E o que fizeram a tarde toda?- estava evidente em sua frase que ela queria saber de Edward.

- Alice me botou para fazer uma sessão de fotos com Rosalie e depois eu e Emmett torturamos seu namorado.- Bella arregalou os olhos.

- Você o que? Ele não é meu namorado.- falou, tímida e ruborizando.

- Ainda não, Bellinha, ainda não. E não se preocupe, eu o deixei inteiro. Descobri que Edward não gosta de rock e nem nenhuma música dos anos 80, então Alice ligou um karaokê. Eu e Emmett ficamos cantando Nirvana enquanto Edward tentava fugir da sala. - elas gargalharam.

- Você é impossível.- Anna concordou com a prima, arrumando a mesa para jantar.