História The two sides of the game - Cap. 38

Angel: O QUE?!

Eu não tô acreditando no que os meus ouvidos acabara de escutar. Foi a proposta mais sem noção que já me propuseram na minha vida.

Armin: Vem pra turnê comigo.

Angel: Eu ouvi da primeira vez.

Armin: Mas foi você quem pediu pra repetir.

Angel: Foi uma pergunta retórica. - eu passei as mãos no rosto. - Não tem a mínima possibilidade de eu aceitar isso.

Armin: Porque?

Angel: Como porque? - eu fiquei na sua frente a pouco centímetros de distância, olhando para cima pra poder olhar nos seus olhos. - Eu tenho uma vida formada aqui, um emprego, uma casa…

Armin: E tudo vai estar aqui quando você voltar. Seu pai é o dono da empresa em que você trabalha e de metade de Londres, trabalho é o que não vai te faltar. - isso me ofendeu, que tipo de garota ele pensa que eu sou?

Angel: Eu não sou o tipo de mulher que aceita ser sustentada pelo papai rico ou qualquer outra pessoa. Eu sou independente preciso estar trabalhando e conseguindo o meu próprio meio de conseguir o meu dinheiro.

Armin: Eu sei disso, é uma das coisas que eu mais admiro em você.

Angel: Então você sabe que eu não posso aceitar.

Armin: E se você continuar trabalhando enquanto estiver com a gente.

Angel: Como assim?

Armin: Eu conversei com o Nathaniel hoje quando você sumiu, eu perguntei se tinha como você administrar a banda junto com ele.

Angel: Você o que?!

Armin: Isso não é incrível? - ele sorria - Ele disse que já se sentia sobrecarregado e já pensava nisso, mas não tinha alguém de confiança a vista. A Melody o ajuda mas só com o que ele manda, ela não sabe administrar como você. - eu fiquei incrédula.

Angel: Quem te deu o direito de fazer isso? Essa é a minha vida Armin, sou eu quem decido o que faço com ela.

Armin: Eu? Eu estou tentando salvar porra de relacionamento que mal começou e você já quer fuder com tudo! - é a primeira vez que eu o vejo tão nervoso. Os seus olhos azuis estavam tão claro que pareciam brancos.

Angel: O que você quer que eu faça? Eu entendo que você não pode parar com toda sua vida pra ficar aqui comigo e esperava que você entendesse o meu lado também.

Armin: Se dependesse só de mim eu largava tudo pra ficar aqui com você. Mas outras pessoas dependem de mim. Já você não.

Eu não tinha mais argumentos para discutir com ele, na verdade eu não queria brigar. Já tinha me dado por vencida, não adianta discutir em vão.

Angel: Eu não posso ir e ponto. A empresa está prestes a fechar um grande contrato, contrato este em que eu estou a muito tempo trabalhando nele e não posso dar as costas pra isso por uma aventura.

Armin: Isso! Uma aventura, é disso que você precisa. Você passa o dia inteiro presa dentro de um escritório sem se arriscar verdadeiramente. Isto não é saudável pra ninguém. Pare por um instante de agir de forma velha e ultrapassada.

Angel: Eu não posso largar tudo por uma bobagem. - ele arregalou os olhos incrédulo. No mesmo instante eu me arrependi do que eu disse.

Armin: Isso é uma bobagem pra você? Os meus sentimentos que algumas horas atrás eu confessei para você não vale nada.

Angel: Armin, não foi isso que eu quis dizer…

Armin: Sem clichés. Eu já entendi tudo. Acabou! - ele estava tão perdido quanto eu - depois de amanhã eu vou embora e os seus problemas acabam.

Ele não me deixou dizer nada, apenas se virou em direção a porta e saiu. Eu poderia ir atrás dele e tentar me explicar mas algo em mim me paralisou e fiquei ali parada sem me mover um músculo. Por mais que eu quisesse correr atrás dele e pedir desculpas pelo o que eu disse, o meu orgulho falou mais alto. Me sentei na cama, tudo parece que estar pra dar certo tem que dar errado no final. Pouco tempo depois escutei batidas na porta, com um pingo de esperança de que fosse o Armin eu sai correndo pra abrir a porta. Não deu pra disfarçar a decepção quando vi o meu pai do outro lado.

Richard: Oi…

Angel: Oi. - sai da porta pra que ele entrasse e me sentei de novo.

Richard: É. Eu e sua mãe tiramos no impa ou par pra vê quem viria conversar com você.

Angel: Que coisa madura.

Richard: É eu sei. - ele se sentou do meu lado - Você está bem?

Angel: E porque não estaria?

Richard: Pela a discussão que acabou de ter aqui. - eu balancei a cabeça confusa.

Angel: Vocês ouviram? - ele concordou - Tudinho?

Richard: Vamos dizer que vocês são bem escandalosos.

Eu fiquei com tanta vergonha que nem discuti, abaixei a cabeça e encarei o chão. Não é pra menos, ter sua vida amorosa frustrada jogada aos quatro ventos para quem quiser ouvir.

Richard: Não é motivo para você se sentir constrangida. Isso já aconteceu ou vai acontecer com todo mundo. Assim que abrimos espaço pra mais alguém entrar no nosso coração entramos em conflito.

Angel: É eu sei disso.

Richard: Então vamos pra parte mais importante. - eu o olhei - Eu concordo com ele. - eu fiquei surpresa.

Angel: Concorda com exatamente o que?

Richard: Você  está perdendo grande parte da sua vida dentro da empresa e como o seu pai eu não posso deixar isso acontecer.

Angel: Não é possível! O que está acontecendo com os homens em minha volta? - eu estava bem mais nervosa do que eu queria aparentar. - Eu não preciso que ninguém tome as rédeas da minha vida!

Richard: Querida... - ele parecia bem desconfortável com assunto pelo modo que se mexia na cama. - Eu sei que você é adulta, vacinada e independente e eu me orgulho profundamente da mulher que eu ajudei a criar mas eu passei pelo que você está passando anos atrás quando conheci sua mãe. Eu era jovem e me apaixonei pela mulher mais linda que já vi, mas os meus pais tinham acabado de morrer em um acidente de avião, - ele quase nunca fala dos meus avós, é um assunto muito delicado - e eu tive que assumir todo o negócio da família como o único filho. Sua mãe foi fantástica, sempre me apoiava. Isso durou só nos dois primeiros anos, depois eu passava mais tempo no escritório do que em casa. - dava pra ver no seu rosto que ele se arrependia - Tudo quase foi por água abaixo quando sua mãe quis divórcio. Eu não aceitei fiz de tudo pra que ela mudasse de idéia, demorou mas eu consegui. É por isso que pra onde eu vou eu levo sua mãe comigo, tento fazer com que cada viagem mesmo sendo a negócio, vire como se fosse a nossa primeira lua de mel. O que eu quero dizer é que… Eu tratei aquele garoto super mal quando ele chegou aqui. Agi como um pai da idade das pedras mas quando sua mãe me acalmou eu percebi o quando ele gosta de você. Ele não parou por um segundo até você chegar aqui, ele ligou pra tanta gente que quase achei que ele fosse chamar o FBI. Teve hora que eu achei que ele fosse chorar. Eu vi nele o Richard apaixonado de anos atrás. Você pode curtir a vida por agora, tem muito tempo pra você ser a grande mulher de negócios que você sempre foi.

Angel: E o contrato que vamos fechar com aquela multinacional? É algo muito importante.

Richard: Você pode dar um jeito. - ele me abraçou - Você sempre dar um jeito.

                                   P.O.V  Armin

Eu dormi tão mal, que parece que fui atropelado por um trem. Minha cabeça, meu corpo dói até a luz que passa pela janela parece me torturar. Não quero levantar, minha vontade é de vegetar naquela cama, mas meu vôo é hoje a tarde e tenho que levar se eu quiser me manter vivo. Se por um acaso me atrasar de novo, é capaz que o próprio Lysandre me mate. Ele é super calmo, e  ultimamente ele anda com o pavio curto, acho que é por causa da namoradinha Nina, mas eu não perguntei, minha vida amorosa já está uma merda para que eu me preocupe com a relação alheia.

Depois de uma contradição interna comigo mesmo eu me levantei e fui tomar um café, eu preciso de cafeína para colocar todos os meus pensamentos no lugar.

Minhas malas estavam quase prontas quando eu escutei a porta do apartamento ser aberta e pouco tempo depois o meu irmão apareceu no quarto.

Alexy: Bom dia! - eu não olhei pra ele mas só pela voz eu sei que ele estava forçando um sorriso.

Armin: Bom dia. - respondi indiferente.

Alexy: É… quer ajuda com as malas?

Armin: Não. Já estou acabando.

Alexy: Sério? Você vai levar só isso? Tem certeza que não está esquecendo de nada?

Armin: Tenho Alexy. - eu olhei pra ele - E se eu esquecer eu compro. Porque você não se preocupa com a sua mala?

Alexy: Ah! Eu já resolvi isso, a Rosa e a Angel me ajudaram. Ops! - ele calou a boca quando tocou no nome dela. - Desculpa, eu sei que vocês não estão bem mas eu acho que vocês devam…

Armin: Já chega Lexy! Eu não quero conversar sobre isso.

Alexy: Mas você precisa.

Armin: Não agora nem hoje.

Alexy: Nossa, eu vou indo então, não quero ser contaminado pelo seu mau humor.

Achei melhor ficar calado e deixa-lo ir. Meu humor realmente não está legal e não quero descontar tudo no meu irmão que não tem nada haver com isso. Se ele tinha ficado com raiva eu resolveria com ele durante a viagem já que ele e eu teremos bastante tempo dentro do avião. A porta é fechada e trancada mas pouco tempo depois, enquanto eu fechava a minha mala a porta voltou a ser aberta. Escutei passos se aproximando pelo corredor deserto até chegar no meu quarto.

Armin: Esqueceu a cabeça Alexy?

???: É… O Alexy estava saindo e eu pedi a chave emprestada. - aquela voz. Eu olhei pra cima.

Armin: Angel?

Angel: Podemos conversar?

Armin: Fala.

Angel: É sobre ontem.

Armin: Imaginei. - falei seco.

Angel: Olha não precisa ser assim.

Armin: Claro que precisa. - eu levantei - Você decidiu sozinha que nós não temos futuro antes mesmo de começar, agora me deixar te esquecer em paz.

Angel: Eu não posso.

Armin: Porque?!

Angel: Porque eu te amo seu idiota. Não dá pra te deixar.

Armin: E o que você quer que eu faça? Eu também te amo mais tenho um compromisso com a SB.

Angel: Eu sei disso.

Armin: Então?

Angel: Então eu vou com vocês.

Armin: O QUE?

Angel: Eu vou com vocês.

Armin: Eu escutei da primeira vez.

Angel: Mas foi você quem pediu pra repetir. - nós fizemos igual a ontem.

Armin: Nossa por essa eu não esperava. - o meu sorriso é tão grande que aposto que da pra ver de costas. - Eu posso te buscar antes do vôo na sua casa se você quiser.

Angel: Só que eu não vou hoje Armin.

Armin: Não? - o meu sorriso sumiu - Quando então? Amanhã? - ele fez que não - Semana que vem? - ela discordou.

Angel: Daqui a seis meses a um ano?

Armin: Como assim?!

Angel: Calma, ok? - ela se aproximou. - Você lembra que eu te disse que tinha um negócio muito importante pra resolver? - concordei - Pois então, esse tipo de coisa é muito burocrático e leva certo tempo e eu não posso deixar tudo assim, pela metade. - ela escolhia muito bem as palavras - Como já te disse, eu tenho minhas responsabilidades por aqui e mesmo que eu queira largar tudo e ir com você eu tenho que acabar o que eu comecei. Você me entende? - ela fez carinho na minha bochecha.

Armin: Você vai me esperar? Quer dizer, quando você estiver louquinha de tesão, quem vai apagar o seu fogo?

Angel: Eu dou um jeito, talvez eu mande fazer um pênis de borracha idêntico ao seu e quando a vontade bater eu me viro com ele. Claro que não vai ser a mesma coisa mas eu dou um jeitinho. - ela piscou pra mim e veio me abraçar pelo pescoço - E te prometo que todo mês eu vou te visitar não importa o lugar do mundo que você esteja e quando isso acontecer eu não irei te deixar sair de dentro de mim nem por um momento. - ela sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar por inteiro.

Armin: Nossa… Você promete?

Angel: Claro - ela mordeu o lóbulo da minha orelha.

Armin: Assim eu nem vou aguentar. - rimos.

Angel: Deixa de ser bundão. - ela foi andando devagar em direção da minha cama só pra me provocar.

Armin: E por falar em bunda. - eu a alcancei e bate na sua bunda - Você nem imagina o que eu vou fazer hoje com a sua.

O fogo que eu vi em seu olhar eu já conhecia muito bem. Desculpem rapazes, mas o vôo vai atrasar.

                      FIM