História The Unholy Girl - Anotações em diário 2

Bem, bem, bem. Adivinhe quem voltou? Rick Manners, o garoto do sorriso simpático, do riso contagiante, dos encontros não-românticos, o novato. O melhor amigo.

Voltou... deixe-me explicar essa parte. Ele viajou para St Louis, uma semana depois do meu aniversário de 15 anos. E estava muitíssimo animado para ir, exceto pela parte em que teria que me deixar. Nos falamos por telefone, Skype e até email durante todo o tempo, diariamente. Sobrevivemos aos longos 11 meses, 1 semana e 2 dias.

E agora ele está de volta. Faltam apenas duas semanas para o meu aniversário de 16, e Rick era a única peça faltando no meu conto de fadas. Agora mesmo, enquanto escrevo isto, ele está deixando as malas em casa para vir me ver. Eu senti muita falta dele. Eu senti mais que saudades do Rick.

E agora ele está voltando para mim.
~//~//~//~//~//~

E aí, diário da Moni? Aqui é o Rick. A Moni tá dormindo, em meus braços, tão linda, minha ruiva. Eu não tenho nem metade da habilidade dela em escrita... mas não acho que isso importe agora.
Ontem foi sua festa de 16 anos. Já ia amanhecer quando a festa terminou e bem... seus pais deixaram eu dormir com você. Estava tão cansada, continua dormindo até agora. Debaixo do seu travesseiro, encontrei o diário. Não se preocupe, não o li. Me deu vontade de escrever para você, sabe?
Essa é a Monique. Arrancando de mim algo que eu nem sabia possuir. Me fazendo querer ser uma pessoa melhor. É por esse e outros motivos que eu digo e repito: Eu amo essa garota.
Mesmo que ela faça merda, sabe se redimir e ainda assim não baixa a cabeça para ninguém. Tão inteligente, linda, apaixonada e determinada...
É o meu amor.

~//~//~//~//~//~

5 meses depois.

Rolou. Aconteceu. Eu e Rick finalmente ficamos, nos beijamos, trocamos mais que doces palavras. E eu falo "finalmente", porque acho que já sentia algo romântico por ele antes, assim como ele confessou que sentiu por mim na época em que nos conhecemos.

Já naquele primeiro mês de aulas, ele teve uma queda por mim, que durou uns bons quatro meses. Mas como ele estava cada vez mais firme na friendzone, achou melhor suprimir esse sentimento. (Ele disse.)

Na época da viagem para St Louis, a saudade que senti foi um nível acima da amizade. Naquela época, eu já sabia que um sentimento florescia. É a verdade. (Mas eu não disse.)

Resumindo numa frase só: Passamos para a fase de uma amizade colorida.

Foi sim, difícil. A ex dele, Bia, estava sempre por perto, o abraçando e me olhando com desdém. Mesmo que ele nem sonhasse em voltar com ela, era como se nenhum garoto conseguisse dizer não à ela. Eu não entendia, já que ela nem era tão bonita assim e só andava se empinando toda. De qualquer forma... ele estava sempre me assegurando que só tinha olhos para mim, arrancando um sorriso tímido dos meus lábios, logo o escondendo com um beijo.

~//~//~//~//~//~

Antevéspera de Natal.

Rick vai passar o Natal aqui, com minha família, comigo. Não sei como poderia ser melhor, para nós dois. Comprei um porta retrato para ele. Preto, com alguns versos de uma das nossas músicas preferidas entalhada em toda a borda: "I don't wanna be needing your love, I just wanna be deep in your love, and it's killing me when you're away".

Esses três versos diziam muito mais do que se podia imaginar. Não quero estar precisando do seu amor, porque só nos serve se não dependermos dele para viver. Só quero estar profundamente no seu amor, porque quando nos aventurávamos nos lábios um do outro, ninguém mais nos traria à realidade. E está me matando enquanto você está longe. Ocasionalmente, ele ainda tinha que voltar a St. Louis, e era uma constante contagem regressiva esperar ele voltar.