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História The Unknown Girl - Temptations - Part.1


Escrita por: KatyQueen_

Capítulo 18 - Temptations - Part.1


Fanfic / Fanfiction The Unknown Girl - Temptations - Part.1


“O único jeito de se livrar de uma tentação é ceder a ela.”

– Oscar Wilde (O retrato de Dorian Gray)


Diabolik Lovers
Noite

 

A limusine estacionou.

Um por um foi saindo do grande carro e, dessa vez, Kanato não estava presente. Assim como de costume, Amy foi encontrar suas amigas, que aguardavam desesperadas já na entrada.

Amy! Amy! Vem aqui, agora! – Mary puxou a morena bruscamente para outro lugar, animada.

O que foi?! Meu deus, estou sendo sequestrada, Mei me ajuda. – brincou. Mary parou de "arrastá-la", chegando a um corredor mais isolado do colégio.

— Você sabe quem está aqui hoje?!

— Não... Quem? – parou para pensar por uns segundos. — Lucy Haguchi?

— Aquela vadia também, mas alguém mais interessante... – no rosto da ruiva, fez-se um sorriso malicioso.

Bem grande.

— Quem?!

— É... – Mary iniciou um suspense.

— Os Tsubakis.

Mei falou diretamente, tirando toda a brincadeira da ruiva para vê-la se contorcer de agonia em ter estragado sua novidade.

— Ahh, tá... – Amy suspirou fundo. — E o que tem nisso? – deu de ombros.

— Como assim "o que tem nisso?"?! Eles são lindos e maravilhosos!

Mary poderia ter um sangramento nasal ali mesmo, se Mei não a controlasse.

— Vocês já viram eles? – Amy arriscou perguntar.

— Sim! Estavam andando no corredor agora a pouco e... Kami-sama!

Era vez de Mei de quase desmaiar.

— Okay, suas safadas. – riram. — O que voc-

O sinal do início às aulas ecoou no corredor irritantemente, levando-as tampar o ouvido de tão alto.

— ARG! Por que o sinal toca nos melhores assuntos?! – Mary gritou no corredor mesmo, irritada.

— Bom, eu vejo vocês depois.

Mei se separou delas, mandando um beijo no ar.

— Até! – retribuíram a despedida.

E foi assim, cada uma foi para a sua respectiva classe, desanimadas para ter um período de aulas.


* * * 
 

— Quero apresentar o novo colega de vocês aqui na classe. Sr. Tsubaki, entre, por favor. – o professor avisou a classe formalmente, abrindo a porta para que o suposto aluno entrasse. — Peço que recebam o Sr. Dylan.

O estudante entrou na sala, atraindo vários gritos e suspiros das meninas, que ficaram apaixonadas de primeira vista, por tamanha beleza do garoto.

— Olá. – o menino deu uma piscadela, assistindo as meninas pirarem e corarem violentamente. Ele foi passando seus olhos por cada um da classe até parar o seu olhar na única garota que não havia aprestado atenção de sua entrada triunfal ali...

Ao lado de um Sakamaki.

— Alguém tem alguma pergunta? – o professor iniciou. 

Um estudante da frente levantou a mão.

— Você tem quantos anos?

— Dezoito. – Dylan respondeu.

Uma menina se levantou um pouco da carteira, corada.

— V-Você tem namorada?

— Pretendo ter uma. – o garoto respondeu pervertido, lançando um olhar profundo contra Amy, que ainda não havia olhado para ele, enquanto as outras meninas deliravam.

— Já chega, classe. Sente-se para começar a aula e seja bem-vindo.

— Obrigado, Sensei.

Sorriu encantador mais uma vez, andando para onde estava a menina que o chamou mais atenção.


Dylan Tsubaki’s POV
Diabolik Lovers
07:13 P.M

  

Eu já sabia que teria o coração de todas aquelas meninas bobas em um piscar de olhos em minhas mãos.

Parei a minha atenção em uma garota que estava nas últimas carteiras, com o vampiro sangue-puro loiro que já o reconheci pelo cheiro. Já ouvi falar dele. E em como ele é desprezível com uma presa da melhor qualidade ao seu lado.

Afinal, ela é bem gata.

Ela estava com a cabeça apoiada em sua mão, olhando para qualquer paisagem na sala distraída. Talvez não tenha notado minha presença... Até agora.

Ri fraco, já me atraindo pela aquela garota misteriosa. Se ela está com o sangue-puro, é provável que seja uma das noivas de sacrifício, e bom, acabei encontrando o meu alvo.

Como precisava de alguma oportunidade para me aproximar dela, o velhote pediu para que me sentasse com alguém em uma carteira vazia e como estavam alinhadas em duplas...

Caminhei com passos lentos até ela, vendo que os olhares estavam concentrados em mim. Parei em sua frente, notando  que agora me encarava um pouco corada.

— Quer me fazer companhia? – sorri, estendendo a mão.

— Ahn? – ela finalmente olha para mim. Pude notar suas bochechas ganharem um tom avermelhado. — É que... – ela olhou para o loiro que estava de olhos fechados, um pouco apreensiva.

— Vamos, é apenas por algumas aulas.

Finalmente o idiota abriu os olhos, me encarando sério, como se dissesse para me afastar. Apenas pelo cheiro, ele conseguiria saber quem eu sou. Mas não iria desistir tão facilmente do meu alvo e muito menos de perder oportunidades. Diria que sou alguém que adora...

Desafios. 

— Claro. – ela pegou na minha mão, sorrindo tímida, enquanto eu a levava para duas carteiras vazias.

Óbvio que aproveitei para mostrar vitória para aquele molengo.

Comecei a guiá-la pelas mesas, até chegar ao outro lado da classe. Para demonstrar boa impressão, até puxei a cadeira educadamente para que ela possa se sentar, vendo que ela agradecer.

Eu era um cavalheiro de qualquer jeito. E isso é tudo o que uma mulher quer e exige: ser tratada devidamente como uma dama.

— Peço que abram seus livros na página 45.


Amy Evelyn Moon’s POV
Colégio
07:20 P.M

 

Eu não vi problema em acompanhar o aluno novo. Ele possui cabelos negros que alcançam sua mandíbula e olhos da mesma cor. Possuía um brilho em seu olhar, mas era um brilho estranho. Perigoso. Seu sorriso é dos deuses, sem contar que deixava a camisa do uniforme mais aberta, para justamente mostrar seu peitoral definido.

E é objetivo no que realmente deseja.

— Claro. – levantei-me da carteira, deixando que me guiasse. A mão dele é quente.

Então não era um ser sobrenatural... Né?

Várias meninas começaram a cochichar. Algumas me olharam com raiva e outras de canto. Confesso que fiquei incomodada em relação a isso... Mas até chegarmos à uma mesa vazia do outro lado da sala, Dylan me fez esquecer disso quando  foi cavalheiro em puxar a cadeira para me sentar. Posso dizer que ele é extremamente lindo, charmoso e atraente, mas...

Alguém já está ocupando meu coração.

— Peço que abram seus livros na página 45.

O professor mandou, quando percebi que o olhar dele acompanhava o meu rosto a todo o momento.

— O que te fez mudar para esse colégio? – puxei assunto, para não ficar um clima estranho entre nós dois.

— Estou à procura de uma pessoa.

Fiquei curiosa, arriscando a perguntar.

— E você já achou essa pessoa?

— Estou crendo que sim. – lançou-me mais um de seus sorrisos encantadores, me deixando mais tímida e sem graça.

— Sem conversas, classe. – o professor chamou a atenção de todos, fazendo-nos ficar quietos. Mas isso não significava parar de se comunicar. Vejo que Dylan pegou um lápis, arrancou um pedaço de papel e começou a escrever um bilhete, para depois me passar.


"Qual é o seu nome?"

O respondi no mesmo instante, passando o papel para o lado.


"Amy.”

"É tão bonito quanto você.”

Embaixo havia:
“Você está com aquele cara loiro?”.
 

Assim que li, demorei um pouco para responder já que não sabia uma resposta concreta para tal pergunta. Fiquei tão apreensiva com apenas essa pergunta que comecei a roçar a ponta do lápis em meus lábios, para pensar em como responder.


"Você fica tão sexy fazendo isso... Por acaso está tentando me seduzir, Amy?"
 

Ele complementou atrás, antes que me deixasse responder a pergunta inicial. Senti as minhas bochechas se esquentarem quando li a próxima frase.

 

“1º É complicada a minha relação com ele. 
2º Talvez."

 

Passei o papel para o mesmo, nem acreditando o que escrevi, vendo que ele fez um sorriso safado na minha direção.


"Entendo." – escreveu.

"Bom... Se aquele preguiçoso não te quer... Tem quem queira.”.
 

Eu fiquei estática com a resposta.

— O que vocês estão fazendo?! – o professor chamou nossa atenção, batendo a mão na mesa e trazendo vários olhares para nós dois.

— Não se preocupe... – Dylan sussurrou no meu ouvido. — Ela está apenas me explicando a matéria que vocês estão revendo. – ele falou de forma alta e clara, o que me surpreendeu de certa forma por ter uma desculpa na ponta da língua.

— Ah, claro. Me perdoe, senhorita.

E voltou a dar aula.

— Viu? Não precisa se preocupar. – ele pegou o bilhete da mesa, guardando em seu bolso.

— O-Obrigada.

Pelo menos agradeci, por ter me livrado de uma bronca. E de, quem sabe, outra suspensão.

— Não desperdice o seu fôlego agradecendo... – se aproximou do meu ouvido novamente. — Poderia usá-lo... Chamando pelo o meu nome. – quando parou de se aproximar, pude sentir a sua respiração se bater contra o meu ouvido, que obrigatoriamente me trouxe vários arrepios. Isso foi interpretado na minha mente por dois sentidos: gemendo ou gritando de pavor.

Por que ele é tão misterioso e tão sedutor?

Não sei se o caso era especificamente comigo. Ou se Dylan era tão mulherengo quanto o próprio Rei da Malícia, Laito Sakamaki.

— É-É... Você entendeu a m-matéria? – o afastei, empurrando levemente o seu peito para longe, até Dylan repousar a sua mão por cima da minha.

— Você não gostaria de me explicá-la?

Ele mexeu em seu cabelo de um jeito sexy.

Meu.

Deus.

Que pecado.

— Eu n... – tentei me explicar, mas fui interrompida no mesmo momento.


* * *
 

AI. MEU. DEUS. – Mary e Mei ficaram de boca aberta, enquanto Amy falava tudo o que havia acontecido na sua sala com o aluno novo. Já era horário do intervalo, e as três, sentadas em uma mesa mais para o fundo, compartilhavam fofocas.

— Migaaa, pega ele logo! – Mary bateu as mãos na mesa, inconformada.

— É, vai logo Amy. – Mei concordou. — Não é nem um pouco impressionante que todos os meninos te querem.

— Mas... Gente, tem o Shu e...

“Eu gosto dele.”

— Sem "mas". – Mary a interrompeu. — Vocês estão namorando por acaso?

Não, mas...

— Então pronto! Fique com o Dylan logo, antes que aquela puta pegue primeiro. – a ruiva apontou para Lucy, que estava tentando jogar um de seus "charmes" para cima de Dylan... Até ele ver que a morena estava o fitando, não escondendo um sorriso perverso.

— Vai com tudo gata, ela não tem uma chance... – resmungou. — Graças a Kami-sama que eu estraguei aquele narizinho horrível dela.

— Ele é muito lindo, mas... – Amy sabia que não podia ficar com Dylan. Porque de qualquer modo, tinha Shu e por isso, não conseguia. Completou, virando o rosto: — Se Dylan realmente cair aos encantos da Haguchi, isso só nós prova que ele não vale a pena...


Mary’s POV
09:58 P.M

 

— Você está bem?

Eu e Mei ficamos preocupadas, vendo o estado dela: rosto pálido, lábios secos e piscando várias vezes.

— S-Sim. – Amy confirmou.

— Você não está bem, não!

Briguei com ela, vendo que estava começando tremer e suar frio.

— N-Não é sério, eu estou bem... – Amy se levantou da mesa massageando as têmporas. — Só preciso ir ao banheiro...

Amy tem ficado estranha ultimamente. O que ela está escondendo? Da última vez, tinha dito que ia ao banheiro e não a vi mais, assim como disse que não quer pegar o Dylan, porque está com o Shu, mas o que está acontecendo? Ele está tratando ela bem? Sério, se eles realmente estivessem juntos, Shu ficaria louco agora...

Amy saiu da mesa, andando lentamente para fora do refeitório. Passei os meus olhos pelo local, vendo que Dylan havia dado um fora naquela vadia e estava indo atrás de Amy.

Vai com tudo homem! 

Ela tem muita sorte em poder pegar qualquer um nessa escola. E isso seria desanimador pra mim se eu não tivesse uma relação com Laito. Nem que estejamos ficando.

— Hum, Bitch-chan... Aconteceu algo? – o meu ruivo apareceu do meu lado, passando uma de suas mãos pelas as minhas pernas.

— Amy está estranha ultimamente.

Deitei minha cabeça em seu ombro.

— Ah, ela está gastando energia demais com o meu irmãozinho~ Nfu. – ele me olhou de um jeito que entendi o que quis dizer com essa frase.

— Você acha que é possível que ela esteja...

— É uma pequeníssima possibilidade. Quase impossível. – passou a acariciar as minhas coxas, subindo um pouco minha saia embaixo da mesa. — Mas vamos falar de outras coisas...

Fiquei curiosa em relação a isso. Amy também disse que eles estavam transando sem camisinha, então como era "quase impossível" que estivesse grávida? Preciso ajudá-la. Já sei até o que fazer exatamente para conseguirmos tirar essa dúvida e acabar com todo esse mistério.


~ /// ~
 

Enquanto Mary conversava com Laito, Mei já havia saído da mesa para deixá-los a sós. Tinha que resolver um assunto no grêmio e partiu correndo, enquanto Amy andava cambaleando pelos corredores.

— Minha cabeça... – a garota reclamou, repousando-se contra a parede do corredor.

As pessoas passavam por ela a encaravam, comentavam e ficavam um pouco preocupadas. Ela não conseguia nem respirar direito que sua visão começava a embaçar e a girar... Até perder todos seus sentidos e apagar completamente.

 — Opa...

Antes que o seu corpo encostasse no chão, Amy foi pega por Dylan que apenas a segurou no colo sem esforço algum.

— Não se preocupe... Eu vou cuidar de você.

E começou a carregá-la pelos corredores até chegar a uma sala separada e mal iluminada. Empurrou a porta com as costas com a garota em seu colo, entrando ali. Nem passou na cabeça dele em levá-la para a enfermaria, já que essa poderia ser uma oportunidade perfeita para que... Conseguisse se aproximar dela.

E como havia dito, não era de perder oportunidades.

O sinal das voltas às aulas ecoou novamente, fazendo com que todos os estudantes retornassem às suas salas... Menos Dylan e Amy.

 


* * *
 

 

— Hm...

Amy começou a acordar, gemendo um pouco até estar consciente.

— Onde... Onde eu estou?

Shh... – ele a deitou em seu peito, encostada de costas para o mesmo, dentre as suas pernas. — Você vai ficar bem... – abraçou a cintura dela.

D-Dylan?! – Amy estranhou inicialmente, pensando ser Shu, até algo estranho começou tomar posse dos seus sentimentos. Era uma sensação desconhecida por ela. Como se não devesse estar fazendo aquilo... Mas ao mesmo tempo, era algo bom, porque nunca tinha provado do sentimento de estar sendo cuidada e querida.

— Você deve estar com sede. – Dylan pegou uma garrafa de água ao seu lado, colocando gentilmente na boca dela. Ela deu longos goles, já retirando a garrafa de sua boca.

— P-Por que você está fazendo isso?

Ele riu fraco.

— O quê? Cuidando de você? – respondeu meio irônico.

Ele deitou a sua cabeça contra a dela, fechando os olhos.

— Acho que é isso...

— Nunca cuidaram de você? – Dylan beijou a curva do pescoço dela descaradamente, enquanto a garota apenas movimentou a cabeça em sinal de "não", encolhendo-se em seus braços, com vergonha do rapaz.

— Quero dizer, já costuraram as minhas costas e tudo mais... Mas... Agora eu sinto que é diferente.

Amy nem acreditou no que havia falado. Não poderia se envolver com ele. Com certeza não poderia.

— Você está se sentindo culpada?

Aquilo atraiu a atenção dela.

— Sobre...?

— O seu "caso complicado". – complementou. — Não vai me impedir?

Engoliu em seco. — Não sei. Q-Quero dizer, Shu nem se importa comigo... – balançou a cabeça, livrando-se de pensamentos negativos. — Eu quero te impedir e muito, mas... Algo não está me deixando fazer isso. – o mesmo arrepio que tinha passado por seu corpo quando ouviu o nome “Tsubaki” pela primeira vez, voltou. Amy permaneceu imóvel, ainda um pouco tonta. Um silêncio permaneceu ali onde estavam e sem querer deixar o clima ruim, perguntou: — Me conte mais sobre você.

— Sobre...?

Ele queria algo mais específico.

— Depoimento.

Os dois riram fraco.

— Bem, meu nome é Dylan Tsubaki, tenho 18 anos. A minha família se divide em mais três pessoas: Natsume, de 22 anos, Aiko de 19 e Yuu de 5 anos. Eu vim para essa escola à procura da pessoa que está sob os meus braços neste momento.

Amy congelou, arregalando os olhos.

— À minha procura? – queria confirmar. — Você veio me matar ou alguma coisa?

Ele riu fraco mais uma vez.

— Se eu viesse te matar... – sussurrou, indo contra o ouvido dela. — Não acha que eu já o teria feito?

Mais arrepios percorreram o seu corpo. — N-Não sei... Talvez. Você ainda tem tempo para isso. – afirmou, respirando fundo. — Por acaso tem alguma habilidade especial? – sorriu de canto.

Sentia-se confortável aos braços de um tremendo desconhecido.

— Não sei se seria habilidade, mas... Eu sou um híbrido.

Dylan ficou apreensivo com a reação dela: seus músculos contraíram e a sentiu parar de respirar por um instante. Sabia que humanos não lidavam tão facilmente com o sobrenatural, mas será que estava com medo dele?

— Híbrido... – Amy, na verdade, estava surpresa e sem reação. — Eu já ouvi falar sobre isso... Quer dizer que você é lobisomem e vampiro ao mesmo tempo?

— Exatamente.

“Como Shin e Carla.”

— E... Vocês bebem sangue?

Ela não se segurou em perguntar, mesmo sendo uma questão óbvia.

Sim. E o seu... É o que mais me atrai por alguma razão. – o garoto passou a fitar o pescoço dela por longos segundos, vendo grandes marcas nele. Aquela visão de sua pele que guardava um grande tesouro em suas veias só o fazia imaginar... Até vê-la retirar algumas mechas de cabelo, abrindo uma visão aberta daquela área...

Que o fez salivar.

— E você quer prová-lo?

Ele apertou o corpo dela contra o seu, diante da provocação. — É o que mais quero desde quando entrei naquela sala... – lambeu os lábios. — Quero deixar a minha marca em você.

Levemente, passou sua língua naquela região lisa, evitando seus “machucados”. Antes de admitir:

— Mas não vou fazê-lo, porque não é apenas o seu sangue que me interessa... É você.

Amy ficou estática. Tinha sido pega de surpresa, mais uma vez, e não sabia o que falar. Afinal, quando uma sanguessuga recusa sangue? Quando que em eternidades ouviria aquilo de um homem como... Ele?

— D-Dylan... Eu-

— Não precisa falar nada. – ele respirava forte. — Não farei algo para te machucar.

Era um sentimento bom: não se sentir submissa ou fraca comparada à força e capacidade dele. Quando na realidade, era um sentimento bom ficar ao lado de alguém que não se importa com o que você tem, apenas com você...

— E sobre você?

Ele a virou rapidamente e a deitou cuidadosamente contra o chão, com a cabeça ao lado de seu ouvido, arrancando alguns suspiros dela enquanto movimentava as pernas, tímida.

— Não há nada de interessante para saber sobre mim. – Amy admitiu, de olhos arregalados, ainda envergonhada. Dylan segurou seus pulsos ao topo da sua cabeça, olhando fixamente em suas íris azuis.

— Ah, não? – sorriu. — Nós estamos apenas nos conhecendo, e você pode se abrir comigo. Não foi à toa que me admiti híbrido de primeira. – levou uma de suas mãos à camisa dela, retirando sua gravata vermelha.

— Você é sádico ou algo assim? – sussurrou, curiosa.

— Eu não sou sádico... – Dylan levou sua boca no ouvido dela, sussurrando com uma voz rouca: — Eu diria que sou... Dominante. – voltou a segurar as mãos dela, encostando suas pernas ao lado de suas pernas. — Então não tem nada que eu deva saber...? Idade, onde mora, habilidades, se é... Virgem. – abriu mais o sorriso.

— Eu... – suspirou. — Tenho 17 anos e atualmente moro com os irmãos Sakamakis. – engoliu fundo. — Eu sei lutar e... – ela parou para recuperar o fôlego. Ou a vergonha na cara.

— É impressionante como tudo em você me atrai. – Dylan falou para si mesmo do que para a própria garota submissa em sua frente. — Hm? Você sabe lutar?

A garota assentiu.

— Então o que faria em um momento como esses? – pressionou mais os pulsos dela, sem machucá-la. Só estava garantindo que não saíssem dali tão cedo...

— O que eu faria...? – demorou algum tempo para pensar. — Primeiramente te distrairia com um beijo. E enquanto isso, provavelmente você afrouxaria suas mãos em meus pulsos e me soltaria das suas mãos. Talvez chutasse a sua costela direita que é a mais exposta, e que me daria tempo o suficiente para sair daqui e... – olhou no fundo de seus olhos. — Correr.

O híbrido alargou seu sorriso.

— E se eu dissesse que não é tão fácil o quanto pensa? Eu simplesmente poderia fazê-la minha agora mesmo...

Amy sorriu de canto.

— E o que lhe impede?

Era a vez dela de ser um pouco safada. Não deveria estar fazendo aquilo, mas quando as pupilas dele se dilataram, encarando-a cheio de desejo, não pode abandonar aquilo.

— A última pergunta. – diz, sério. — Você ainda não me respondeu.

— E se eu não quiser responder?

Não queria dizer que não era virgem. Ou mentir para ele.

— Terei que descobrir por mim mesmo. – se aproximou o seu rosto do dela, dando-lhe um beijo na sua bochecha por puro desvio dela, sendo que sua intenção era: tomar a sua boca.

— Você... – sua voz havia ficado falha com o beijo e a aproximação de seus rostos. — Acabou de chegar ao colégio e... Já pretende transar com alguém que mal conhece?

— Eu não disse que iria fazê-la minha agora... Poderia, mas não vou, por mais que essa vontade esteja me impulsionando caso se continuarmos assim. – seus olhos foram se passando lentamente pelo corpo dela, analisando-o. É claro que estava sob o uniforme, mas era como se ele conseguisse vê-la apenas de roupas íntimas. — O seu corpo é perfeito...

Amy virou o rosto mais uma vez, tímida com os comentários. Normalmente era chamada de pervertida, ingênua, suja, safada em momentos assim. E estranhou por como não se sentia tão excitada quanto era xingada...

— E... Você quer fazer algo com ele? – referiu-se ao seu corpo.

— Se eu te contasse, não teria tanta surpresa para a sua primeira vez.

Dylan passou a deslizar uma de suas mãos na cintura dela, largando um pulso, levantando um pouco a sua camisa. Amy permaneceu imóvel.

— Então você já está afirmando que irá f... – ela deixou um gemido escapar da sua boca quando ele passou a mão pelo quadril dela, descendo um pouco a sua saia. Seus toques eram gentis, mas necessitados. E Dylan sabia como tocá-la, ainda mais por ser tão...

Rebelde.

— Não vou conseguir me controlar.

Avisou respirando forte, abrindo vagarosamente os primeiros botões da camisa dela.

— Sobre tomar do meu sangue, ou sobr-

— Sobre te foder tanto, que não poderá nem sair da cama no dia seguinte. – deu uma pausa quando viu seu decote aparecer. — Mas não será uma má ideia se me permitir beber do seu sangue... – novamente fitou sua pele lisa do pescoço. — Então, me diga, o que você quer que eu faça?

— Eu quero... – parou para pensar, engolindo em seco. — Que você me diga quanto tempo se passou desde quando acordei.

Dylan sorriu de canto ao vê-la mudar de assunto, mas não poderia ficar mais interessante essa conversa. Sussurrou, prestes a mexer no zíper de sua saia:

— Duas aulas, 48 minutos e 9 segundos... 10... 11...12...

Amy ficou um pouco surpresa quando ele disse que havia ficado inconsciente por tanto tempo. Afinal, nem sabia o motivo de seu desmaio e PUM, estava agarrada com um belo homem em uma sala escura, tendo uma conversa suja e mãos bobas passeando por ali...

— Então você não tem tanto tempo até terminar a terceira aula.

Ela o encarou séria.

Você sabe o que um híbrido pode fazer em apenas dois minutos? – sorriu, percebendo-a esboçar pequenas reações, como por exemplo, corar violentamente e ainda estar frustrada. — Poderia fazer tudo o que quero e... Digo, se você aguentar andar depois.

— E se eu não permitisse?

— Eu não preciso de permissão. – ele afirmou. — Só preciso saber se quer...

— E se eu não quiser? – rebateu.

Você quer. – ele confirmou convencido e orgulhoso. — Posso sentir o seu sangue se esquentando... A sua temperatura aumentando... Você está ficando cada vez mais excitada.

— Não estou não.

Balançou a cabeça, negando.

— Pare de negar... O seu corpo está me dizendo que quer.

Amy soltou um suspiro tenso. Maldito híbrido que sabia como deixar uma conversa quente. Nem por todos os deuses poderia negar que aquilo tinha lhe excitado. E ficaria ainda mais, se não estivesse com uma pontada em seu peito pensando em...

— E se eu lhe dissesse que perdeu tempo demais falando sobre isso e vamos ter que parar por aqui?

— Eu diria que foi uma ótima tática de distração e... Se pararmos por aqui, não se esqueça de que um ano possui 365 dias e tenho todos os dias a partir de hoje para te lembrar de que é minha.

A garota sentiu aquela frase como um choque percorrendo o seu corpo.

— E se eu te dissesse que não sou sua?

— Você não é... – abriu ainda mais seu sorriso. — Mas vai ser.

O sinal toca e Amy respira fundo pela primeira vez em muito tempo. Não sabia se aquilo era alívio ou o simples fato de que ganharia um espaço entre seus corpos.

— Até amanhã, Dylan.

Ele continuou a encará-la em cima, dando uma risada atrevida, para só depois soltar seus pulsos.

— Até.

A garota saiu de baixo dele, ajeitando suas roupas enquanto se levantava. Ela abriu a porta, saindo primeiro e se misturando com os outros alunos em uma tentativa de voltar o quanto antes para a limusine, porque não sabia como encarar Dylan a partir de agora...

Até se esbarrar com Mary.

— Ai! – as duas reclamaram.

— Sua louca, para de fazer isso. – a ruiva reclamou. — E me diga, o que a senhorita estava fazendo? – ela apontou para o pescoço da amiga, que estava sem a gravata vermelha.

E seu rosto ficou da mesma cor que deveria ser o laço.

— Ah... É que eu desmaiei sem querer e... Acabei perdendo isso.

Mary novamente ficou preocupada: — E por que você está passando mal ultimamente Amy?

Deu de ombros.

— Eu não sei... Talvez seja normal.

As duas caminhavam para a saída.

— Não, não é normal uma pessoa ficar vomitando e desmaiando por aí... – estava inconformada. — Me fala logo, o que está acontecendo?

Amy continuava fingindo que não ligava, quando por dentro, se fazia a mesma pergunta. Não era normal e muito menos fácil fingir que não se importava, ainda mais quando se trata de sua saúde.

— Eu não sei.

Mary resmungou, emburrada, mas logo tratou de mudar de olhar quando viu que Dylan estava observando Amy ao seu lado. — Ei! Seu novo namorado está te comendo só observando.

Amy assustou-se com a fala.

— O Q-Quê? – ela procurou ao redor, até encontrar certo híbrido próximo a entrada, rodeado de meninas.

— Está vendo aqueles dois ali, acompanhando o Dylan? – apontou discretamente para uma menina loira e um garoto mais velho, também loiro.

— Sim... Quem são?

— São os irmãos dele. – falou. — Aquela é a Aiko e o outro é o Nitsime.

— É Natsume. – Amy a corrigiu.

Hã?! Você já conhece os seus cunhados?! Que rápida hein! – Mary bateu no ombro da amiga, brincalhona, rindo enquanto via uma gota de suor escorrer sobre a testa de Amy.

— É... Preciso ir.

Começou a se afastar de Mary, antes que voltassem a falar de Dylan e sua família de híbridos, indo até a limusine, vendo que Reiji estava na porta, impaciente.

— Tchau! Depois conversamos! – Mary gritou de longe.

Amy se aproximou da porta do carro, recebendo uma expressão nada agradável.

— Desculpa pela a demora, Reiji. – se aproximou dele, vendo que só faltava ela para partirem.

— Se me der uma explicação adequada, quem sabe eu possa considerar.

Ele encarou o pescoço dela, também percebendo a falta da gravata do uniforme.

Ah! Isso? Eu devo ter guardado no meu bolso...

Ela começou a se mexer, cada vez mais nervosa por todos (principalmente o próprio Reiji que estava fora) encará-la de dentro da limusine. E para piorar, sentiu uma mão em sua cintura, puxando-a para perto do corpo do desconhecido.

— Está procurando isso aqui?

Dylan apareceu atrás dela, entregando a gravata vermelha da garota.

— Cuidado para não esquecê-la comigo da próxima vez... – disse alto e claro, deixando-a mais constrangida numa situação irreversível.

— Obrigada. – agradeceu enquanto se vestia, sem querer olhar para o rosto de Reiji, ou seria morta ali mesmo. Como se não bastasse, o híbrido sorriu encantadoramente, mandando uma piscada e dizendo:

— Eu já disse o que iria fazer se continuasse agradecendo... – a provocou.

Amy entrou na limusine antes que terminasse de falar, seguida por Reiji. Quando a limusine começou a andar, apenas ficou observando Dylan se afastar aos poucos... Com um sorriso.

Agora, ali dentro, não sabia como esconder seu rosto. Muito menos olhar para Shuu.

— Fez novos amigos, Bitch-chan? – Laito puxou o assunto que não queria tocar, sorrindo maliciosamente.

— Sem comentários, Laito... – virou o rosto para a janela, quieta, constrangida e arrependida por ter dado uma escapada. Mordeu os lábios pensando no que faria na Mansão...

— É claro que não... – o ruivo riu. — Seu novo "amiguinho" é um híbrido. – Laito complementou. — Consegui reconhecê-lo apenas pelo cheiro e você não é nem um pouco discreta... Já estou conseguindo senti-lo um pouco em você, Bitch-chan. – fez um sorriso travesso.

Claramente tinha chutado o pau da barraca e gostava dela desmoronando...

Para o lado de Shu.

Formou-se um silêncio. Ninguém abria a boca para falar nada e o caminho seguiu-se assim até chegarem à mansão. O carro estacionou e Amy foi a última a sair, logo depois de Subaru.

Andava distraidamente até chegar à porta do seu quarto.

Assim que abriu e a encostou, mãos tocaram seu corpo, agarrada grosseiramente. Uma das mãos indo para sua boca dela e outra, passava por sua cintura levantando-a do chão.

S... – foi o único som que saiu entre seus lábios antes de ser calada.

Foi atirada contra a cama brutalmente e soltou um grito agudo com a força do impacto, ainda mais por sentir um peso subir em cima de seu corpo, rasgando o seu uniforme ferozmente enfurecido.

— Você me deve explicações.

Amy arregalou os olhos, lutando contra as mãos do vampiro descontrolado.

E-Espera! O que você está fazendo?

— Comece a implorar pela a sua vida. – ordenou com os olhos semicerrados, agressivo, enquanto segurava os pulsos dela contra a cabeceira, encarando-a profundamente.

— E-Eu desmaiei e Dylan apenas me ajudou. Foi isso. – ela se mexia nervosa, fazendo uma expressão de dor com a força que ele causava em seus pulsos.

— Me convença de que foi apenas isso.

Desceu a cabeça para o pescoço dela, sentindo o cheiro do híbrido naquela região. Não havia nenhuma marca desconhecida, mas saber que havia ficado com outro homem que não era ele, o enfurecia. E muito.

— Você está p-passando dos limites, Shu. – Amy reclamou, respirando pesadamente.

Ele não disse nada. Como resposta, agarrou seu pescoço e colocou as suas presas ali, parecendo que queria arrancar a carne da garota. Se antes, calmo, Shu já mordia fortemente, agora estava impossível de suportar.

Ah! Está doendo... – Amy choramingou, lacrimejando pelo canto dos olhos.

— Quantas vezes vou ter que dizer que você só deve satisfazer a mim? – o loiro deixou vários fios de sangue escorrer de sua boca, pingando no seu queixo e manchando a pele dela do tom vermelho. Não estava com fome.

Só queria descontar nela.

V-Você entendeu errado, nós não fizemos nada!

Tentava se explicar. Pela a primeira vez em uma realidade que pensou não existir, quis sair de perto dele.

— Hm, não? Então por que não consigo acreditar nas suas palavras?

Por que você me faz ter medo de você?! – ela atentou o empurrar para longe, inconformada, com as suas mãos um pouco trêmulas.

Shu não disse nada.

— Bem, você quer saber o que aconteceu?! – ela quase começou a gritar, se sentando na cama e agarrando o lençol, cobrindo o seu corpo seminu. — Ele cuidou de mim e se importou comigo!

Passou-se uns segundos, para ela se arrepender de tê-lo dito. Não era culpa de Shu não conseguir sentir ou amar. Podia até não gostar muito do jeito que era tratada, mas não poderia exigir isso dele.

Muito menos podia comparar os dois.

— N-Não, Shu, e-espera!

Já era tarde. O vampiro fechou a cara, saiu de cima dela e começou a andar em direção à porta.

— Será que você pode pelo menos uma vez, me deixar terminar de falar?! – ela correu em direção a ele, pegando em sua mão. Shu parou de andar no mesmo instante, virando o pescoço para encará-la. — Não é ele de quem eu gosto...

Amy se confessou, ainda triste por tudo ter que ser tão difícil e complicado para eles dois. Pensou que sua declaração seria as mil maravilhas, mas acabou ali, por puro impulso, com ele de costas e sem conseguir ver seu rosto. Estava com a face avermelhada e respirava forte. Apesar de ter dito gostar, significava muita coisa. É um afeto, uma importância a mais. E soube que havia dito no momento errado, quando ele...

— Eu não quero saber.

Amy ficou estática segurando o lençol e sentindo-o tirar sua mão da sua em um puxão, até vê-lo sair do seu quarto em um piscar de olhos. Passou a se odiar por ter perdido a oportunidade. "Hoje à tarde na hora da banheira... Foi tão incrível. Eu estava tão boba."

"Por que Dylan teve que chegar essa noite? Por que desmaiei? Era culpa do destino que não querer nos ver juntos?"

Já estava de madrugada e vestiu-se com um pijama para se deitar. Amy forçava para não dormir, já não queria ter que encontrar aquela mulher novamente e levar umas poucas e boas por tê-la decepcionado. Algum tempo se passou até ouvir algumas batidas em sua porta.

Com passos lentos, caminhou sem ânimo algum para lá, abrindo-a e dando de cara com...

"Reiji?"

— Siga-me, precisamos conversar. – ele ainda estava de uniforme, andando no corredor com uma lamparina e sua postura de sempre.

Apenas engoliu em seco e começou a segui-lo, sem dizer absolutamente nada, até chegarem ao quarto dele.

— Sente-se. – ordenou, enquanto ia para a estante, escolhendo um de seus livros. Amy, ainda cansada, mostrava-se desinteressada sobre o assunto, e assim sentou-se em um dos sofás. Estava farta de se sentir culpada...

— Seja direto, por favor. – pediu, enquanto apoiava seu rosto sob a costa da mão.

— Como está o ferimento?

— Está cicatrizando bem mais rápido do que o normal e já consigo me deitar corretamente. – concluiu, desconfiada. — Agradeço pelo interesse.

Reiji fechou o livro depressa, caminhando para o outro sofá de frente para si.

— Agora vamos tratar de assuntos mais peliculares. – ele diz e Amy acomodou-se no sofá. — Primeiramente, você está sob os direitos desta família, então não será admissível que sirva outro. – ele a encarou sério e mortalmente. — Ou seus atos terão consequências graves.

Amy encarou os olhos dele através da lente, trazendo um arrepio junto com o olhar. Não aconteceu nada e todos já haviam ficado irritados, imagine se tivesse acontecido?

Claro. – abaixou a cabeça. — No entanto, receberei uma punição?

Reiji ajeitou seus óculos.

— Se seus modos não piorarem... Poderei ter alguma consideração.

— Compreendo. – ela se levantou do sofá, caminhando em direção à porta. — Se permite, vou me retirar de seu aposento para poder trabalhar sossegado.

O vampiro apertou os olhos. — Não seria ousadia de sua parte sair no meio de uma conversa? – ele a repreendeu, fazendo-a parar no mesmo instante.

— Então prossiga.

Amy ficou impaciente, encarando-o.

Evite contato com eles. – ordenou. — Se vieram para cá, deve haver alguma razão para tal motivo, faça o máximo para não se intrometer nesse assunto. – levantou-se, caminhando novamente para a estante. — Agora sim pode se retirar.

Nada respondeu, indo para fora do quarto e fechando a porta silenciosamente, apenas refletindo. Se Dylan disse que veio à procura de algo, até dizer que era dela, mas... Por quê? Por que justamente dela? O que Amy estava envolvida na história? Perguntas desse gênero passavam na sua cabeça, até voltar para o seu quarto sem ânimo algum, já que estava cheia de assuntos para tratar.

— Amy-chan.

Uma voz a chamou, quando ela se deitava na cama, arrancando sustos.

— Você se assustou?

Kanato olhava baixo.

— O que você quer, Kanato? Já falei que não vou conversar com você até se resolver com Azusa. – aquelas palavras cortavam a alma dela, mesmo vendo a expressão psicopata/ fofa do vampiro de cabelos roxos, que mantinha o olhar baixo.

— Volte a falar comigo, Amy-chan. – ele sussurrou em meio ao Teddy, encostando o seu queixo sob a cabeça do ursinho. — Você está me fazendo sentir algo estúpido.

— Saudade? Arrependimento? Medo? – ela se deitou na cama de lado, encarando aquele que se encontrava sentado na beirada de sua cama. — Você acha que são sentimentos estúpidos?

Ela viu o vampiro assentir, com o olhar em outro lugar.

— Eu não preciso disso, Amy-ch-

Kanato. – ela o chamou. — Eu sinto muito se pensa assim, mas eu só queria que soubesse... Que eu não fiquei do seu lado simplesmente por que Azusa... Er... Só estava pedindo perdão e...

Você é como todas as outras noivas. – ele desviou o olhar do dela. — Só liga para si mesma, não leva em consideração o que os outros sentem.

Certo. – ela permitiu que aquelas palavras a atingissem. — Se você veio aqui para me xingar, por favor, me deixe descansar pelo menos esta noite.

Amy guardava todos os seus pensamentos para a própria consciência. Ela estava sendo egoísta? Quer dizer, cuidando, ajudando eles todos os dias, sendo servida como alimento e sendo tratada como  um animal... Para depois ele simplesmente falar que ela só ligava para si mesma?!

— Você só quer que eu vá embora, Amy-chan?

— Eu não quero. – falou séria. — Só queria que vocês entendessem o que é sentir... Digo, nem sei por que ainda estou que nem uma trouxa tentando... Vocês nunca vão mudar. – sussurrava. — O passado pode influenciar tanto assim no futuro de uma pessoa? Quem sabe eu devia ter voltado no tempo para consertar isso...

— Você está falando sozinha? – perguntou, sorrindo.

— Faça o que você quiser, Kanato. – falou baixo, virando de lado. — Eu... Eu só queria que você entendesse...

— Por que está chorando, Amy-chan?

Ele deu a volta na cama, encarando o seu rosto avermelhado.

— Porque não importa o que vocês façam... Sempre vai acabar nos atingindo. – Amy tentava se explicar para Kanato em nome de todas as fãs. Meninas que passavam a adolescência obcecadas neste anime, garotas que valorizavam eles, que sentiam tudo e não podiam fazer ou falar nada, já que estavam por trás de uma simples tela.

— O que você quer dizer?

Amy bufou.

— Apenas pare de ser tão fofo e psicopata como você é... Por favor, eu te peço, revolva-se com o Azusa e eu prometo que não vou mais me intrometer na sua vida.

O vampiro levantou-se da cama, sem encará-la.

— Não se preocupe, Teddy. Não vou deixá-la sair da nossa vida. – riu, enquanto sussurrava. — Você vai me ajudar a desculpar Azusa-kun, não? – abraçou a pelúcia, andando em direção à porta. — Amy-chan, não pense que irá se livrar de mim tão cedo. Estou lhe obrigando a voltar a falar comigo... – sorriu. — Estou fazendo isso por você.

Falou meio tímido, até sumir absolutamente do quarto.

A garota concordou com ele, ainda um pouco decepcionada por ter que estar lidando com vários sentimentos e sensações desconhecidas por ela. Que apenas sabia o que era por nome, mas nunca havia provado a doce emoção de desfrutar disto...

— Discurso bonito, Bitch-chan. – ela virou-se para trás, encontrando o ruivo esparramado na cadeira.

Quantas visitas ela teria em apenas uma noite?

— Olá, Laito. – o cumprimentou, limpando algumas gotas salgadas de seus olhos.

— Kanato-san entendeu o que quis dizer ~Nfu. – sorriu. — Mas... Voltando a um assunto... Você sente falta dele, não?

— Hm?

— Ora, Bitch-chan não se faça de desentendida. Estou falando de Shu-kun.

— Por que está me perguntando sobre isso, Laito?

Ela se sentou, encarando-o curiosa.

— Porque você o machucou, Bitch-chan. – fez uma voz dramática. — Por causa daquele híbrido ~Nfu. Não sente a falta dele? – o ruivo sentou na poltrona, apoiando os seus pés na cama.

É verdade. Sentia falta daquele Shu que conhecera na banheira.

— S-Sim, mas... Eu já tentei dizer que não aconteceu nada entre eu e o Dylan... – ela massageou o local da mordida de Shu, que ainda estava dolorido.

— Não mesmo?

Sim! E por que estamos conversando sobre isso? – resmungou. — Você tem algum... Conselho?

— Eu poderia lhe dar várias maneiras para se resolver com o meu irmãozinho. – riu. — Mas se quer algo válido... Vá pegá-lo, logo.

Abanou as mãos, demonstrando para que devesse se apressar.

— Vai dar certo? – Amy não queria acreditar que estava seguindo conselhos do Laito, mas mesmo assim, decidiu arriscar-se.

— Claro. – o ruivo confirmou. — Torço por você, Bitch-chan. – mandou uma piscada para ela, desaparecendo também do quarto em questão de segundos.

Por mais que ela não havia entendido muito bem as perspectivas de Laito, a sua intuição começou a falar mais alto do que o seu próprio orgulho. O que a fez no meio da madrugada, ir até o quarto de Shu.

— Shu.

Ela sussurrou, abrindo a porta e não recebendo nenhuma resposta em troca. A lua iluminava o quarto escuro, podendo ter uma leve impressão de ele não estava presente no local. 

Perseverança a levou a pensar em outro local que o loiro estaria... Pense, onde um vampiro preguiçoso, que não cuida nem de si mesmo, estaria no meio da noite? A resposta foi simples:

Sofá da sala de estar. 

Acompanhando com passos lentos de novo pelos corredores, nem ligando se estava apenas com roupa para dormir, ela sorriu satisfeita, vendo que suas expectativas haviam se tornado realidade.

— Acho que não fui claro o suficiente.

Sentiu a presença dela ali.

— Não, você não foi. – Amy andou alguns passos à frente, vendo que ele havia se sentado no sofá, prestes a ir embora, encarando-a pelo canto dos olhos.

— Voc-

— É sua vez de me ouvir agora. – a garota tomou atitude, indo com passos rápidos para cima dele, sentando no seu colo, levemente corada. Amy não o deixou responder, colocando as suas mãos no pescoço dele e roubando um beijo de seus lábios gélidos. — Quantas vezes eu vou ter que te provar que é só você que eu quero? 

 

CONTINUA...

 

 



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