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História The Unknown Girl - Love is a Lie


Escrita por: KatyQueen_

Notas do Autor


Bom, para as meninas que reclamaram que o capítulo anterior foi muito curtinho, espero que gostem desse!
(Tem o dobro de palavras, hihi)


Nome antigo do capítulo: "Who Knows...?"
Lembram-se?

Boa Leitura! ~<3

OLHEM DENTRO DOS OLHOS!

Capítulo 23 - Love is a Lie


Fanfic / Fanfiction The Unknown Girl - Love is a Lie


“Pare de encher meus pulmões com paixão
E engolir minha alma, meu oceano profundo
Lá você sonha dias e noites
De um amante que você nunca terá
Eu choro, quando a lua é deslumbrante.

Esconda meus olhos, com suas mãos até que não haja ninguém por perto
Cada parte da minha mente simplesmente desapareceu.

Por que você vira seus lábios para longe dos meus?
Eu fiz algo errado ou ruim?
Por que você espalhou seu amor sem fim por aí?
Eu fiz algo errado ou ruim?

Oh, o anoitecer deixa seu coração frio
Oh, o anoitecer deixa seu coração frio...”

- Nightfall (Black Lilys)

 


Diabolik Lovers
Colégio
11:00 P.M

 

 

A caminho da diretoria, os dois permaneciam calados. Dylan já estava no ambulatório do colégio, sendo tratado de seus ferimentos, enquanto todos os outros alunos retornavam para as suas classes pelo fim do intervalo.

Uma leve pressão em seu peito fez com que os olhos dela se voltassem contra Shu, inconformada.

— Entrem. – a diretora pediu, abrindo a porta. — E sentem-se, porque há muito a ser discutido. – a velha se acalmou, andando para a sua mesa enquanto fitava os dois seriamente, arrumando os pequenos óculos circulares que deslizava em seu nariz. — Digam-me, o que aconteceu? – interrogou-os firmemente enquanto os observava sentarem nas cadeiras.

Amy olhou para Shu, obrigando-o a responder primeiro, mas quando o viu fechar os olhos, sentiu-se na necessidade de começar, cruzando os braços:

— Não sei o que aconteceu. Quando eu cheguei lá, os dois já estavam brigando.

— Mas a senhorita estava envolvida, se não, ficaria somente observando igual aos outros estudantes. – pigarreou. — Sr. Sakamaki?

O loiro bufou em descaso.

Ah. – soltou um bocejo.

Amy trincou os dentes, revoltada com a ignorância do rapaz ao seu lado, que pensou ter conhecido uma vez. “O Shu de antes nunca faria uma coisa dessas”, pensou. “Será que ele não percebe que todas as evidências estão contra ele? Se não se importa nem com isso, quem dera comigo.”

— Quais serão as consequências? – Amy perguntou, massageando as têmporas, sabendo que não fugiria de uma punição dessa vez.

— Se não me explicarem o motivo da briga, será uma suspensão...  – a diretora coloca as mãos sobre a mesa. — Para os três.

O coração de Amy começou a acelerar. Tentava não pensar em Reiji ou qualquer outra coisa, se não começaria a tremer. Estava inconformada, isso só porque foi tentar separá-los.

— Mas...

— Sem "mas", senhorita Amy. Ou vocês me falam o que aconteceu, ou tomarei providências... Então, Sr. Sakamaki, faça a gentileza. – direcionou o seu olhar ao loiro que ainda estava de olhos fechado.

O vampiro suspirou já calmo, pensando bem no que iria falar.

— Foi ele. – afirmou sério. — Ele que... Me levou a fazer isso.

Com os seus olhos semiabertos, conseguia ver a expressão de confusão da menina.

— Sr. Tsubaki, né? – pegou um papel, anotando. — Irei falar com ele agora mesmo, com licença. Fiquem aqui na sala e... Não saiam! – a velha gritou a caminho da porta, causando vários barulhos no chão pelo os seus sapatos com salto baixo.

A porta foi fechada.

— Você é patético, Shu. – Amy bufou. — É sério isso? Culpa dele?

— Essa é a verdade. Não acredita em mim?

O loiro deu de ombros, tentando não se importar com o fato dela estar desconfiando dele. Tudo por causa daquele híbrido. Ah, como o socaria outra vez por ter se feito de vítima.

Bem mais forte.

— Eu não acredito mais em você... – colocou as mãos no rosto. — Como eu sou burra por sempre ter acreditado.

Um breve silêncio se instalou na sala, trazendo um pequeno desconforto. Amy estava confusa, com um paradoxo de sentimentos em seu peito: raiva e tristeza. Por que todo mundo ao redor dela estava agindo tão estranho?

— Em que momento eu menti para você?

A voz do vampiro ecoou na sala silenciosa.

— Não me diga que não sabe... – Amy respirou fundo, afirmando: — Quando você disse que gostava de mim. – virou o rosto enquanto murmurava, tentando não deixar a tristeza lhe dominar.

— Não estava mentindo.

Amy olhou para o lado, buscando seus olhos azuis para comprovar de que aquilo não era mais de uma de suas brincadeiras de ilusões amorosas. Por mais que conseguiu encontrá-los, foi obrigada a desviar, porque simplesmente não fazia sentido ele falar isso agora.

E palavras sem ações são apenas palavras.

— Está mentindo agora também. – estava inquieta. — E prefiro que você fique quieto do que ficar dizendo palavras vazias. – os seus olhos seguiram para baixo, vendo suas mãos apoiadas em suas pernas.

— Palavras "vazias"? – riu fraco. — O que você esperava, hm? – utilizava um tom irônico.

Amy cruzou as pernas, irritada.

— Ah, agora lembrou? Engraçado. Eu esperava que você demonstrasse algo para mim... Depois de tudo o que a gente passou. – respirou fundo, utilizando a ironia como sua única aliada fiel. — Mas você não liga, né? Aliás, nem sei por que brigou com Dylan.

— E ao invés de saber, prefere tirar conclusões precipitadas, não? – sorriu de canto. — Como eu disse, ainda continua uma garota ingênua.

Ela revirou os olhos.

— E você está achando que vai ganhar algo de volta se continuar assim? – arqueou a sobrancelha, ameaçadora. — E depois diz que EU que sou a ingênua.

Num ato súbito, o loiro se levantou da cadeira, agora de frente para a menina. Amy tentou abrir a boca para emitir algum som de ignorância, mas acabou sendo puxada por um de seus pulsos no alcance do loiro. Ele deitou suas costas na mesa da diretora, segurando-a para que não pudesse se mexer.

— Você sabe com quem está falando? – semicerrou os olhos azuis, sentindo levemente a sua garganta secar ao vê-la tão... Indefesa.

— Me solte.

Amy pediu séria, fazendo força para resistir aquilo.

— Me responda.

Ela franziu o cenho.

— Você quer saber mesmo? Eu estou falando com um babaca nomeado Shu Sakamaki. Satisfeito?

O vampiro abaixa a cabeça por um instante, sem emitir um único som. Os fones de seus ouvidos caíram sobre seu pescoço e logo volta a encará-la, sorrindo de canto.

— Você está me machucando, Shu. Me solt...

Amy tentou sua reclamação, mas foi totalmente calada – novamente – quando ele solta seus pulsos, colocando suas mãos ao lado da cabeça da menina. Aproximou seus rostos em um único segundo, colocando uma de suas pernas entre as dela. Logo seu joelho tocaria sua intimidade pela saia. A morena prendeu a sua respiração, engolindo em seco e sentindo o sangue circular mais rápido em suas veias.

— Tem razão. – disse, retirando uma mecha de seu cabelo em seu pescoço. — Mas é esse mesmo babaca que consegue fazer você revirar os olhos de tanto prazer e suspirar quando está sendo mordida. – observava aquela marca de Dylan em seu pescoço que lhe incomodava. — E é o mesmo que está aqui, enfrentando essa merda, só para tê-la de volta. – voltou a ficar sério. — Você não viu nem metade do mal que posso proporcionar quando estou irritado.

Amy respirou forte, sentindo seus narizes encostarem.

— E o que te irrita, Shuu?

Ele analisa bem seu rosto, observando um brilho nascer no olhar nocivo de sua noiva.

— O fato de não ter controle sobre mim quando se trata de você.

Amy sentiu seu corpo começar a esquentar e as antigas borboletas em seu estômago retornarem por tê-lo tão perto. Tão acessível. Tão... Ele.

— Então me mostre o quão malvado pode ser. – sussurrou, abrindo um sorrindo de canto. — Porque se você pensa que vai me ter tão cedo, é bom que aprenda a se controlar.

As suas palavras foram o suficiente para arrancar-lhe uma risada fraca, enquanto a mordia em cima da mordida de Dylan, retirando um grito falho das cordas vocais da menina, que lhe agarrou a blusa, sem se importar com toda sua consciência negando o que estava fazendo. E, bebendo um pouco de seu sangue, roçou seu joelho em sua intimidade, retirando um suspiro de prazer de seus lábios. Voltou a encará-la, ainda mais corada e convencida que antes.

— Ou é bom que você aprenda que sempre foi e sempre será minha.

 


Dylan Tsubaki’s POV
Enfermaria
Noite

 

 

Raiva.

Minhas feridas já estavam se curando graças ao meu poder de regeneração, mas por que eu tinha que ficar aqui no ambulatório sem fazer nada? Enquanto aquele desgraçado estava com a minha garota?

— Posso voltar para as aulas agora?

Trinquei os dentes.

— Não! Você precisa ser tratado, garoto. – a mulher trazia um saco de gelo, colocando-o na lateral de minha bochecha.

Posso estar todo quebrado e dolorido neste momento, mas tenho algo a dizer: eu ganhei. E fazer todo aquele teatrinho para o Sakamaki bater em mim, foi satisfatório, isso é fato. É engraçado como eles (esses vampiros de merda) tendem a segurar seu ego no topo. Sendo que agora que Amy o odeia, praticamente eliminei o meu pior obstáculo da frente do caminho.

Ri comigo mesmo.

Só preciso finalizar, fodendo-a até não conseguir mais andar... Ou ela é do tipo mais romântico?

Preciso descobrir.

— Você se recupera rápido garoto, quase nem consigo ver as marcas roxas em seu rosto.

Humft. Eu sou um híbrido, tenho essa cura instantânea duas vezes mais rápida de um vampiro qualquer, então sofrer aquela dor momentânea e conseguir a atenção de Amy, já está ótimo. Agora eu realmente só preciso sair daqui para encontrá-la. Amy disse que cuidaria de mim.

Só quero que ela fique ao meu lado para me certificar de que não deixei nada passar, visto que ela ainda tem sentimentos pelo idiota e está negando. Agora só não posso dá-lo outra oportunidade de “consertar” as coisas, ou aí sim, eu estaria fodido e humilhado.

— Eu vou embora. – avisei a enfermeira, colocando a minha camisa novamente, retirando o gelo de pele, saindo da maca.

— Você não pode ir nã... – foi interrompida.

Sr. Tsubaki!

A diretora entrou de repente no ambulatório, trazendo-me atenção. Consigo havia um bilhete e não parecia nem um pouco paciente.

— Diga-me, o que aconteceu na briga? – a velha coroca se aproximou de onde eu estava, fazendo-me encostar na maca só para demonstrar que ainda sentia muitas dores em meu corpo. Merda. Não é hoje que eu saio daqui. — Sr. Sakamaki disse que você iniciou a agressão. É verdade? – me encarou, batendo a ponta de seu salto no chão.

E sabe como sou, fiz a minha melhor expressão de dor. O melhor de tudo é que podia controlar qualquer mulher.

— Não foi eu, diretora-san. – ri por dentro com a minha própria voz amolecida. — Eu estava apenas passando pelo corredor e vi aquela sala aberta. Então fui fechá-la e acabei encontrando-o lá dentro... Parecia com raiva. – continuei, massageando o rosto que logo logo ficaria inteiro novamente. — Quando fui perguntar se precisava de algo ou se estava tudo bem, antes que pude perceber, ele já estava me socando.

Sho Sakamaki está ferrado em minhas mãos.

— Algum motivo em particular para ele estar com raiva? Vocês têm alguma rixa ou algo assim? O Sr. Shuu nunca demonstrou comportamento agressivo.

Sorri de canto por trás do gelo.

— Ele me odeia, porque agora estou saindo com sua ex. – viro o rosto, convencido. — A Amy. Ciúmes é capaz de tudo, não?

E confiança não é capaz de garantir nada.

— Entendo... Obrigada por me contar Sr. Tsubaki, acho que tudo está esclarecido neste momento. – ela assentiu com a cabeça, anotando em um papel que estava em suas mãos e logo indo falar com a enfermeira sobre os meus tratos.

Ah.

Bufei só de ouvir um grito do corredor:

— Dyyyylaaaaaannnnn meeeeu amoooor, você está bem?! – uma menina qualquer entrava na enfermaria, indo até a minha maca. Mais uma fã? Espera, essa não foi a mesma garota irritante que deu em cima de mim no refeitório? A...

— Srta. Lucy Haguchi, por que não está na classe?

A velha repreendeu-a, mas agora acabou de passar os braços em meu pescoço, fazendo-me recuar.

— Eu acabei de descobrir o que aconteceu com o meu namorado! Por favor, deixe-me ficar aqui!

Merda. Merda. Essa garota pode destruir todo o plano de ferrar aquele idiota.

— “Namorado”? – a velha coroca olhou para mim. — O Sr. não está com a Srta. Amy?

Engoli em seco.

— E estou... – Lucy se aproxima do meu ouvido e sussurra “se você não falar nada, eu te conto uma grande informação” e eu pigarreio. — É uma brincadeira de melhores amigos... – coço a cabeça, sorrindo fraco. — Ela nem esconde que tem uma queda por mim. – forcei a voz.

A velha parecia convencida: — Bem, só por um minuto! Porque eu e a Annie – a enfermeira. — Precisamos resolver uns assuntos lá fora a respeito dos alunos, então... Sem graças!

— Arigatoooo!

Eu jurava ver os olhos dessa menina brilharem. Ah, quem ela é mesmo? As duas senhoras saíram da sala, nos deixando só na enfermaria.

Desmanchei toda máscara que havia colocado, retirando as mãos imundas dela de mim.

— O que você quer, garot...

Shhhh! – ela levou um de seus dedos para a minha boca. — Me chame de Lucy, sou o seu amor verdadeiro.

Agarrei seu pulso.

— É sério isso? – ri. — Eu já estou com A...

Fui calado, com ela se jogando contra meu colo, fazendo-me quase dar um pulo pelo susto. Sabia que muitas meninas queriam estar em meus braços, mas não que isso literalmente iria acontecer. Ainda mais quando eu preciso dar o fora daqui.

— Não está não! Aquela... – ela mordeu os lábios. Se ela xingasse Amy... Semicerrei os olhos. — Garota, está com Shu. Você não precisa dela. Estou aqui apenas para você.

Passei a observá-la retirar sua gravata calmamente, enquanto subia a sua saia do uniforme. Revirei os olhos. Só o que me faltava...

— Ela não está com aquele cara, já resolvi isso.

— Tem certeza? – aquilo me causou certo incômodo. — Sabe, quando a diretora veio te ver aqui, a velha babona deixou os dois sozinhos na sala... Sabe o que estão fazendo neste momento? – uma fúria cresceu em meu peito. — Bem, já que não sabe... Vou lhe dar uma dica. – sorriu maliciosa. — Começa com S e termina com O... Vamos só tem quatro letras essa palavra.

Tirei-a do meu colo com força, levantando-me da maca.

Cadê eles?!

— Ei, calma... – ela começou a deslizar a mão em meu peito, retirando a minha gravata frouxa. — Eu sou mil vezes melhor que Amy. Posso te satisfazer o quanto precisar, okay? – se aproximou do meu rosto. — E claro, se não quiser, pode deixar que toda escola, inclusive Amy, quer saber que você ficou com a amiguinha dela... Bem interessante, não? Tenho certeza que ela adoraria saber. – a minha raiva foi transferida a ela, o que me fez segurar seus braços com força. — Vamos, se aproveite de mim também. – fez bico.

Eu não tinha tempo para pensar. Estou sendo chantageado por uma puta que pegou Mary se jogando em cima de mim no corredor. Essa garota pode ser tudo, não melhor que Amy. Ela é tudo para mim agora e preciso sair dessa.

— Você é uma vagabunda, Lucy. – eu não sabia como estava com tanta raiva, que fez a minha voz sair rouca e retirar as mãos dela, antes que eu quebre seus ossos.

— Eu sei.

Não percebi quando ela me puxou pela a gola da camisa, beijando-me loucamente.

 


Amy Moon’s POV
Colégio
11:54 P.M

 

 

Engoli em seco, dominada pelo calor que logo me faria suar.

Sentindo-o se separar de meu pescoço, começando respirar pesadamente contra a minha pele, arriçou até meus pelos da nuca. Passei as mãos em seu pescoço livres da gargantilha, beijando-o suavemente. Puxava seus cabelos, como eu percebi que gostava. Retirei o casaco da escola de seus ombros, suspirando enquanto ele me estimulava com sua perna em minha intimidade coberta saia.

E o melhor de tudo isso é saber que estamos jogando na mesma moeda: por prazer. Se ele não espera nada mais, eu também posso.

Empurrei-o fortemente com as mãos, percebendo que seus lábios procuravam os meus.

— Não chegue mais perto de mim, Shu.

Respirei fundo, arrumando as minhas vestes e tentando acalmar o coração.

— O que foi?

Fui em direção à porta, sabendo que não podemos passar nem mais um segundo sozinhos em um mesmo ambiente.

Nada. – dei de ombros, do mesmo jeito que ele me trata. — Só quero que você prove um pouco do seu próprio veneno antes de vir com suas brincadeiras e palavras vazias. – engoli em seco, achando que iria chorar de raiva. — Se você não sente nada, não tem o direito de nada comigo. – virei de costas, ignorando as lágrimas que se juntaram em meus olhos. — Nós somos um caso perdido.

Eu paro e fico lhe encarando, esperando que diga alguma coisa, porque essa era a hora para me provar que, de fato, procurava algo comigo além de sexo e sangue. Só que a cada segundo que passa com o silêncio, me sinto cada vez mais boba, percebendo que não era só ele que ficava sem controle da situação quando se tratava de mim.

Eu também não sei o que esperar de mim em relação a ele. E isso tudo piora, porque não sou idiota o suficiente para dá-lo essa satisfação. Ou acreditar que tenha me conquistado.

— Eu sabia... – ri irônica, indo com passos rápidos para a porta. — Você não tem nada para falar. Nunca tem.

Bati a porta atrás de mim, andando pelos corredores e limpando as pequenas lágrimas obrigadas a cair. Não que isso importava, eu sabia que não deveria sair chorando por um babaca como ele.

Mas eu o odeio. Muito. E odeio por me apaixonar por ele. O ruim não é se apaixonar, é você querer a pessoa errada! E eu odeio como não consigo controlar os meus sentimentos.

Sem permissão, levo em consideração tudo, já que não quero um amor em que só um sinta. Um amor incompleto. Eu quero algo intenso, um amor que eu possa receber de volta mesmo sem ter que ouvir um "eu te amo". Apenas quero que dure. Seja o tempo que for, que dure, e que vale a pena. Que eu possa saber o real significado de "amor" e que eu aprenda com esse sentimento com outra pessoa.

E o que me faz duvidar, é se essa "pessoa" seria Shu Sakamaki.

Exigir carinho e afeto, sendo que ele provavelmente nunca tenha experimentado uma sequer gota dessas palavras, talvez seja egoísta, eu sei. Mas eu já disse a ele que eu estava disposta a aprender com ele. A ir com calma. A ter consideração.

Perdi as contas de quantas vezes suas palavras me feriram, então talvez, quem sabe, se eu continuar o evitando, possa cicatrizar essas feridas. Mas o que realmente odeio é o fato de não saber. 

Não saber sobre os seus sentimentos, ou o que pensa quando está comigo. 

Não sei o motivo de suas mudanças drásticas, porque uma hora diz aquelas coisas horríveis que me magoam e outra hora diz que quer estar comigo e me quer de volta. Será que ele não entende que é só preciso me dar a chance de fazê-lo experimentar algo novo? Para que negar? Por que ele iria tão longe só para dizer que eu sou sua?

Ah.

Eu apenas estou cansada. Cansada de que sempre sou que corro atrás, que necessita de algo. 

É verdade que Shu já me tem desde quando entrei nesta dimensão, desde quando dei o meu primeiro suspiro neste ar, desde quando experimentei o seu beijo. E sim... Talvez eu não tenha desistido completamente dele. Talvez eu não tenha pensado em lhe dar uma segunda chance, pois essa ideia já estava na minha cabeça, mas quem sabe, se eu continuar fingindo, evitando e fugindo... Posso me livrar desse sentimento.

Agora a pergunta seria... Quem sabe?

Ri sozinha. E quem saberia mesmo?

Nem mesmo nós sabemos.

Estava andando nos corredores, esperando me esbarrar com a diretora (se é que estava voltando para sua sala), já que não aguentava mais ficar nem um segundo lá. Então foi aí que eu lembrei:

Dylan.

Como pude me esquecer? Ele está ferido! Acelero os passos nos corredores, indo em direção ao ambulatório que fica lá no andar de baixo. Acho que tenho aquela necessidade em retribui-lo de todas as maneiras, já que ele sempre fez tudo de bom para mim.

Engulo em seco.

É, é isso mesmo.

Ele faz bem para mim, sem dúvidas.

Comecei a acelerar ainda mais meus passos, tentando chegar o quanto antes possível. Avistei a diretora passar pelo o outro lado do corredor, provavelmente indo para a sua sala. Uma gota de suor escorreu pela minha testa, agora em dúvida.

Ir...

Ou...

Voltar?

E encontrei outras coisas que odiava: as dúvidas. Eu precisava ser decidida e, depois de tomar decisões súbitas (claramente erradas) quando se trata de Shu, fechei brevemente os meus olhos, continuando o meu percurso. Eu espero ter escolhido o certo. Pelo menos é o que espero, quando entrar naquela sala e ver o lindo sorriso de Dylan ao me ver, sabendo que eu era o motivo daquele sorriso. 

— Dyl... – encostei a mão na maçaneta, virando-a enquanto adentrava na sala.

Por um instante, pensei em estar paralisada no tempo, em choque. Pensei que meus batimentos cardíacos pararam de bater.

Pensei que tinha feito a decisão certa em escolher Dylan.

Amy! – ele empurrou Lucy de cima de seu colo, limpando os seus lábios vermelhos com a manga da blusa. — Sai daqui, garota! – a menina me deu um sorriso de canto, enquanto eu observava ambos com suas roupas abertas e amassadas.

Abri e fechei a boca, pois a minha voz não conseguia sair da minha garganta. Eu estava em choque. Fui pega em um pesadelo. Não esperava isso vindo dele...

Não de Dylan.

Então foi aí que eu realmente percebi o quanto era ingênua: a única pessoa que realmente gostava de mim aqui estava aos amassos com a minha inimiga. Gostava. É isso, porque quem gosta não trai. E não consegui mais ficar ali, não mesmo. Deixei os dois ali, dando as costas e correndo enquanto podia para qualquer lugar aleatório, porque eu realmente não sabia para onde ia, já que a minha visão estava dificultada pelas lágrimas que saíam sem parar.

 

 

* * *

 

 

Amy!

Dylan gritou ao vê-la correr para longe da porta.

— Não fique assim, ela não presta. – Lucy intrometeu-se, sorrindo abertamente.

Cale a boca! – o híbrido se aproximou dela, com raiva borbulhando em suas veias. — Eu devia te matar depois de ter feito isso comigo! – deu uma pausa, vendo o rosto da menina se contorcer em uma expressão assustada. Então foi obrigado a se acalmar para não expor seu lado lobisomem. — Não... Fez isso com ela! A única pessoa com que eu me importo. – cerrou os punhos.

Arrumou as suas vestes de qualquer jeito e logo foi atrás da menina, tentando achá-la através do olfato e sua audição apurada, indo rapidamente para onde estava.

— My love.

Ele a abraçou. A culpa pesava em seus ombros por ter cedido aquilo. Por ter perdido sua confiança com Amy, vendo-a tão magoada.

— Até você, Dylan?

A menina trincou os dentes, entre as lágrimas, soluçando enquanto batia contra o seu peito com força.

Não! – o híbrido segurou seus pulsos. — Eu não sou assim... – ele a puxou fortemente contra seu peito, apoiando a sua cabeça.

— Eu vi... Com os meus próprios olhos. Mentir só torna as coisas piores.

— Deixe-me explicar! Eu estava... – começou a ficar nervoso com o que iria dizer. — Bravo por saber que você e o Sakamaki estavam transando...

— O quê? – a menina se separou de Dylan, inconformada. — Lucy te contou isso? E você vai acreditar justo nas palavras daquela vadia? – limpou sua face avermelhada com a manga de seu uniforme. — Eu nunca faria isso com ele depois o que Shu te fez e faz comigo... E... – franziu o cenho. — Você quis se vingar de primeira?

Deu um passo para trás, soluçando.

Não! Eu não queria me vingar... Eu estava com muita raiva por isso e...

— Você queria descontar em alguém? – andava para trás a cada segundo que se passava, querendo sair dali. — Depois de ter dito que gostava de mim? Meu deus, eu não achei que você também achava que eu era ingênua!

Não! Espera... Amy.

O híbrido andou alguns passos para frente.

— Eu não entendo... – Amy sussurrava. — Por que sempre sou eu que acabo me atingindo? – limpou as lágrimas com as mangas novamente. — Eu pensava que você era diferente. – ela olha para o chão. — Na verdade, eu até fico feliz agora, porque eu realmente vi que você é um hipócrita, julgando Shuu e fazendo o mesmo. – virou o rosto em sua direção. — E quer saber mais? Se você veio realmente para mexer com a minha vida, eu... – fungou. — Eu prefiro que vá embora.

Dylan pegou em sua mão, colocando-a em seu peito, no lugar de seu coração.

— Não diga isto para mim, Am. – estava magoado e arrependido. — Sinta o que você faz comigo. Eu estou assim por você. Por favor, não se afaste de mim.

Amy ficou alguns segundos com a palma de sua mão em cima de seu peito, sentindo rápidos e fortes batimentos cardíacos.

— Isso só acontece quando estou perto de você. – diz, tentando arrumar essa confusão. — Além do mais... Eu não sinto absolutamente nada pela a Haguchi, eu...

— Tudo bem, Dylan. – ela soltou-se dali. — Eu... Não quero saber de suas desculpas para ter feito o que fez. Não quero mais mentiras. – voltou seu olhar contra o chão, andando calmamente até a sala em que a diretora aguardava. — Preciso ir.

— Você... Não ia conversar sobre aquele assunto comigo?

O rapaz segurou seu pulso, os olhos negros perdendo seus brilhos.

Amy tentou dar um sorriso. — Você acha mesmo que eu aceitaria? Depois de tudo isso? – engoliu fundo, fungando. — E pelo o que aparenta, você já está ótimo, então não precisa mais de mim. – sentiu a mão do híbrido afrouxar aos poucos, deixando-a ir. — Até, Dylan. Agora eu entendi tudo. Shu falava a verdade. – sussurrava. — E sabe o que é mais surpreendente? Eu não confio mais em você... Também.

Caminhou calmamente para longe, cabisbaixa.

Dylan cerrou os punhos, prestes a matar qualquer um que aparecesse em sua frente. Ao redor, era como se seu mundo perdesse a cor. Observava-a se afastar, ouvindo o som de seus passos ao longo do corredor. De tantos planos que havia feito agora, sentia que esse era o pior. E arruinou isso sozinho. Provavelmente Amy nunca mais gostaria de se aproximar dele outra vez e isso o deixava louco, só de pensar que havia a perdido, como Shuu. E havia deixado claro para si mesmo que não iria desistir...

Não dela.

— Parabéns, Sakamaki. Você conseguiu reverter a situação por um mero erro que eu mesmo cometi, mas o que devo falar? Um bom mágico nunca revela seus segredos ou... Sempre tem uma carta na manga?

Sorriu.

 

 

CONTINUA...

 

 


Notas Finais


Música (Retirada da série: ELITE): https://www.youtube.com/watch?v=RMvwDIHPuOs

Olá, lindinhxs! ~<3
Para quem não entendeu o nome do capítulo, quis dizer no sentido da Amy pensar que está enterrada em uma grande mentira que não para de crescer e não sabe em quem confiar... Quando na verdade, acusou Shu por ter mentido a ela quando falou que gostava dela (o que eu deixo aberto para a interpretação de vocês, já que ele fala isso em "Temptations - part.2) e agora Dylan, sendo que ambos tem uma visão totalmente diferente (ou distorcida rs) do Amor.


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