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História The Unknown Girl - Unlucky


Escrita por: KatyQueen_

Notas do Autor


Olha quem está aqui de volta~

Espero que me perdoem pela a demora do capítulo. Estou muito bloqueada ultimamente e talvez eu não consiga atualizar os outras fanfics tão cedo... Me perdoem.

Boa Leitura! ~<3

Capítulo 24 - Unlucky


Fanfic / Fanfiction The Unknown Girl - Unlucky


“Eu preciso dizer isso hoje
Mas não consigo emitir um som sequer
Mesmo que eu me aproxime de você
Não há nada que eu possa fazer.

Eu pratiquei inúmeras vezes,
Ainda amo você
Eu não consigo colocar um fim nisso
Não consigo me desprender de você.

Eu acordei nesse sonho realista
Mas fui engolido pelo pesadelo que é a realidade.

Mas qual deles é real?
Nesse mundo sem você,
Tudo o que me resta é sonhar com você.”

- Timeless (NCT U)


Diabolik Lovers
Colégio
Noite

 

Ainda andando pelos os corredores, Amy respirava fundo, com os vários pensamentos ocupando a sua cabeça. O que seria dela agora? Em quem deveria acreditar? Ou melhor... O que deveria fazer? Que caminho percorreria? Ela já estava em frente ao corredor da sala da diretora, enquanto observava de longe, a diretora conversar com Reiji em frente à porta de sua sala.

Engoliu em seco.

“Claro, eu compreendo” ouviu o vampiro falar com um tom nada agradável. 

— Tente ver se não está acontecendo algo com seu irmão, é a primeira vez que faz esse tipo de agressão, sem contar ao número de falta nas aulas... – a velha comentava.

Ia chegando cada vez mais perto, de fininho.

— Irei observar seu comportamento diante de meus olhos. Não haverá mais esse tipo de situação. – o segundo mais velho ajeitou seus óculos sobre o nariz, olhando-a pelo canto dos olhos.

— Ah, Srta. Amy.

A atenção foi parar na menina, que estava um pouco escorada na parede. Então desistiu de sua camuflagem, sentindo os arrepios percorrer seus cabelos desde a raiz. Parou ao lado de Reiji, engolindo em seco.

— Onde você estava? Não pedi para que ficasse na minha sala até voltasse? – parecia mais calma, ainda mais com Reiji em sua frente.

— Sim, eu... Apenas fui beber água.

Tentou falar tranquilamente, mesmo sendo escrava dos olhos de Reiji que lhe perseguia. Amy acreditava muito na energia que uma pessoa transferia. E a de Reiji não parecia ser nem um pouco... Positiva

— Entendo, agora preciso que me deem licença para comunicar o Sr. Shu de sua situação.

A velha, um pouco atrapalhada, entrou no seu escritório, deixando-os lá fora.

— O que aconteceu?

Amy decidiu arriscar a perguntar, sem entender o que havia ocorrido.

— Não acha que está abusando demais de sua sorte?

Um frio passou na barriga dela, começando a aumentar a cada palavra que ele dizia.

Sorte? – tentou manter a postura, e não demonstrar o medo que estava sentindo naquele momento.

— Encontre-me em meu escritório quando voltarmos. Pelo visto precisarei refazer suas maneiras. – disse. A pobre garota tremeu até o último fio de cabelo, querendo internamente fugir dali, mesmo sabendo que seria inútil. Só pedia para não doer muito...

A porta foi aberta, saindo a própria diretora e Shu.

— Volte aqui apenas três dias. Não pense que a próxima terá volta, Sr. Sakamaki! Tenha modos ou será um grande prazer tê-lo em nossa escola por mais ano! – a velha rangeu irritada, entregando um papel para o loiro, enquanto batia a porta.

O clima ficou pesado entre os três, agora parados, se encarando. O loiro foi o primeiro a fazer alguma coisa: bocejando.

— Ao mínimo mantenha o seu sono até chegarmos em casa. – Reiji dizia com desgosto. — Você terá muito tempo para dormir nesses três dias de suspensão. – virou às costas, lançando um olhar a menina. — E você, não se esqueça do comprometimento.

Ao terminar de falar, o mais responsável desapareceu do local. É verdade que Amy passou a encarar ao redor enquanto ficava só com Shu. Provavelmente sua face ainda estava avermelhada pelo seu choro. E decidiu não falar nada ao loiro, finalmente indo se retirar dali.

Seu braço foi agarrado.

— Foi ele, né? – o vampiro semicerrou os olhos, observando todas as expressões que ela demonstrava.

— Não sei do que está falando.

A menina deu de ombros.

— Eu... Consegui te ouvir chorando. Desde os seus passos apressados e até a conversa que tiveram.

Amy respirou fundo, sem mais paciência para discutir hoje. Com mais ninguém. Soltou o seu pulso de sua mão, olhando baixo.

— Ótimo, então você já sabe o que aconteceu. Quer fazer com que eu me arrependa ou algo assim?

Shu procurou seus olhos. — Você... Vai ir com ele esta noite?

Não responda a minha pergunta com outra pergunta! – Amy finalmente olhou em seu rosto. — E como você...

— Ele me contou, antes de apanhar.

Permaneceu com os olhos semiabertos, apenas a encarando. A voz do vampiro estava macia, falando aquilo não só para se gabar, mas sim para ver o que Amy pretendia. Ela prendeu a respiração.

Ah. – fez um som, sem saber o que pensar. Talvez nunca mais quisesse ver Dylan outra vez.

— E você... Não precisa ficar assim por ele. Ele não a merece.

Amy arqueou a sobrancelha. — E você sim? – riu com a seriedade do loiro. — Tem razão, eu não preciso ficar assim por um babaca.

 


* * *
 Amy Evelyn Moon’s POV
Mansão Sakamaki
00:01 A.M

 

 

Respire fundo. Você consegue. É apenas uma sala. 

Estou tentando lidar o fato de que permaneço em frente à porta da sala de Reiji com um enorme frio na barriga. Pode até ser exagero, mas não posso esperar nada se vem de Reiji. Ele é imprevisível e lógico, sendo até impossível decifrá-lo.

Bati duas vezes na porta.

“Entre.”

Ouvi a sua mesma voz do lado de dentro, já sentindo minhas mãos começarem a suar frio. Com as palmas escorregadias, movi a maçaneta, abrindo uma brecha.

— Você queria conv...

Fui interrompida.

Claro. Sente-se.

Assim que pude afirmar que estava calmo, me senti mais à vontade para abrir completamente a porta. Entrei e até abri a boca para dizer alguma coisa, mas fui totalmente calada no mesmo instante, sentindo sua mão tapando os meus lábios por cima de sua luva.

Comprimi um grito agudo de desespero.

— Mantenha-se quieta até que eu permita que abra sua boca novamente. – ele sussurrou perto de meu ouvido, ficando ainda mais próximo de mim ao fechar a porta com um empurrão.

Fiquei desesperada no mesmo instante, com medo do que iria fazer comigo depois.

— Beba isto.

O vampiro levou um frasco até meus lábios, obrigando-me a tomar um líquido estranho que havia dentro. Emiti um gemido em reprovação ao gosto, por ser horrível.

— Ainda lembra-se de nosso acordo? – jogou o frasco no chão, levando a sua mão até sua boca, enquanto retirava a sua luva com permissão de seus dentes.

— A-Acordo?

Estranhei na mesma hora, limpando o resto da bebida que escorria pelo o canto de meus lábios, com certo ressentimento.

Observei, gradualmente, um sorriso sádico crescer em sua face.

— Não se lembra? – segurou o meu pescoço com as suas duas mãos, prensando-me contra a parede. — Aquele... Em que dizia que você não deveria se envolver com o desconhecido... – apertou-me mais, fazendo alguns livros caírem das estantes devido à força que me segurava.

Rei...Ji...Nã...o...c...Ons...Igo...Res...Pir...ar! – me debati enquanto podia, quando sentia meu fôlego ser cessado aos poucos e sabia que não conseguiria lutar pelo o fato de meus pés não conseguirem alcançar o chão. Ou por conta de sua força sobrenatural.

— Não seria indelicadeza de sua parte dizer isto depois de ter aproveitado o suficiente do oxigênio enquanto desrespeitava minhas ordens?

Eu sabia que iria desmaiar a qualquer momento. Eu sabia que não me safaria de uma punição ao desrespeitar as ordens de Reiji. Mas também sabia que valeria à pena em passar o tempo com Dylan. E agora me arrependo amargamente por isso. Ou melhor, agora eu simplesmente aceito as consequências das minhas escolhas. 

Minha cabeça estava praticamente explodindo pela a pressão que causava em meu pescoço. Desisti de mexer as pernas, porque meus pulmões queimavam e meu corpo ficava cada vez mais mole. Então...

Ouviu-se uma batida na porta.

Ele me soltou no mesmo instante, indo em direção à sua entrada, enquanto eu ficava ajoelhada contra o chão, tossindo e recuperando todo o ar perdido.

— Sr. Reiji, chegou uma carta de seu pai neste mesmo instante.

Era o mordomo quem estava na porta.

Tch. – ouvi-o trincar os dentes, virando-se para mim. — Terminarei com você depois. Agora, retire-se. – caminhou novamente ao meu encontro, pegando suas luvas do chão enquanto me observava ainda caída.

Sem mais demoras e sem dizer nada, levantei-me com cuidado para que não levasse nenhuma bronca.

Com passos meio bambos e desnorteados, consegui sair da sala mesmo assim, chegando ao corredor. Não sabia o que Reiji havia me dado para tomar, mas seja lá o que fosse, já estava para fazer efeito.

Forcei o quanto pude de minha visão, para mantê-la regular até que pudesse chegar a meu quarto, até ver Yui parada contra a porta.

— Amy-san, você está bem? – perguntou ela, com a sua voz atuando como ecos em minha cabeça.

— Eu... Estou bem.

Entrei em meu aposento, sem menos encará-la, jogando-me contra a cama.

— Tem... Certeza? – aproximou-se de mim. Assenti como pude. Minha cabeça rodopiava e me martelava. — B-Bem, eu só queria lhe avisar que hoje teremos o jantar mensal, Amy-san. – apoiei as minhas mãos no colchão, levantando-me com o maior esforço que consegui. — Ahn... Você precisa de ajuda?

— Não... – sussurrei, franzindo o cenho e tentando entender o que estava acontecendo comigo. — Eu já estou descendo. Pode me dar licença?

Pelo o som de seus passos, deduzi que ela estava indo.

— Se... Precisar de algo, pode contar comigo...

Suspirei com força ao ouvir o som da porta, só para confirmar que ainda estava com ar em meus pulmões. Fui em direção ao meu armário, com certa dificuldade, escolhendo uma roupa qualquer: algo que não fosse muito sofisticado e nem nada que me demonstrasse desarrumada. Coloquei um sapato confortável e novamente estava nos corredores, chegando à escada. Confesso que precisei colocar as duas mãos para descer os degraus. Achei que seria uma eternidade até que eu pudesse chegar à sala de jantar.

E não posso dizer se foi sorte ou algo assim, mas não cheguei atrasada e por isso não tive que receber aquele olhar reprovador de Reiji. É... Talvez ele seja o vampiro que eu mais tenho medo. Ainda mais depois de nossa conversa "agradável", na qual acabei ficando com uma marca avermelhada em torno de meu pescoço.

— M Neko-chan? – virei-me para encarar Kou.

Por um instante eu achei que estivesse falando comigo, mas não, ele estava conversando com Yui. E sentei em qualquer lugar. Ignorei o fato de me sentir iludida e percebi que estava ao lado de Subaru e na frente de Ayato.

Senti a fome chegar.

É verdade que já fazia um bom tempo que eu não comia bem. E isso já estava me causando alguns efeitos. Literalmente, só não assaltava aquela mesa, pois todos estavam falando em harmonia e seria muito expositivo. Além de que não estava com o humor para isso.

Uma voz chamou a minha atenção.

Porca! Você não vai comer? – Yuma cruzou os braços, observando-me de canto. Só agora percebi que eu estava encarando meu próprio prato limpo por muito tempo. E todos já estavam se servindo.

— Sim...

Encarei ao redor, notando que todos os vampiros estavam se dando bem. Conversas, brincadeiras, risadas. Eu nem sabia que eles poderiam se dar tão bem assim, na verdade, nem sei exatamente o porquê de eles terem todo aquele "conflito" entre si. Deve ser por Yui mesmo?

Ou deve ser ela que os une assim?

Observo Azusa de longe. Ele estava um pouco escondido ao lado de Ruki, mas consegui notar o seu olhar fixo em... Kanato?

— Algo de errado, Bitch-chan? – passei a ver Laito provocando Yui.

— N-Não, Laito-kun. – a loira respondeu. Às vezes me pergunto se está acontecendo algo com ela. Mas pensar nisso só me fará ser mais uma ao seu redor, sendo que ela possui dez pessoas que podem cuidar dela. 

Tentei voltar à atenção em minha comida, demorando um pouco para mastigar. Minha tontura e meus sintomas melhoravam aos poucos, enquanto eu comia, só que mesmo assim, não me sentia muito animada. Ainda mais por ter que evitar o olhar de Reiji. Ainda mais por não poder olhar para Shu.

Esse daqui é meu!

Yuma bateu a mão sobre a mesa, irritado quando Kou havia pegado praticamente um camarão frito de seu prato. Confesso que tomei um susto e meu coração começou a bater rápido.

— Você já pegou os outros da última vez, Yuma-kun. – Kou refutou

— Hã?! Eu não peguei nenhum, porque você não deixou nenhum para mim na última vez. Agora esse é meu! – tentou pegá-lo para si.

Não é mais!

Yui se virou para o lado, meio assustada.

— P-Parem de brigar...

Bufei.

— Olhem aqui. – os dois me encaram. — Por que vocês estão discutindo por comida? Parecem duas crianças mimadas. – arqueei a sobrancelha. — Vamos fazer assim: vocês tem que aprender a partilhar, sabia? – me aproximei do prato dos camarões fritos, com o garfo e a faca na mão.

Se você que está lendo isso pensou que eu dividiria o camarão em duas partes para compartilhar o alimento com os dois, errou feio. A única coisa que fiz foi aproximar do prato, pegar o último camarão e enfiar na boca antes que reclamassem outra vez.

Quê?! – os dois falaram em unisse. Comecei a rir enquanto limpava meus lábios com o guardanapo, sendo acompanhada por Ayato.

— E o papo de “aprender a partilhar”?!

Sorri de canto. — Bom, visto que vocês perderam tempo discutindo, mesmo que eu partilhe, duvido que vocês se dariam por satisfeitos. – olhei para Porcão que arregalou os olhos. — Então eu peguei para mim. Não é assim que vocês fazem?

Ignorei o fato de que eles não tinham gostado do comentário. Yuma cruzou os braços.

Tsc! Eu nem queria mesmo.

— É, nem eu. – o loiro deu de ombros.

— Está bem, se façam de difícil que eu gosto. – sorri de canto os provocando, porque de alguma forma era engraçado mexer com o ego inflado deles. Ainda mais por serem vampiros e terem uma “imagem” a manter.

— Difícil, hm? – olhei para Laito que brincava com o garfo. — Tenho certeza que provará algo difícil, né Shu-kun?

Fechei meu sorriso no mesmo momento, sentando-me com a cara fechada, voltando a comer formalmente. Eu poderia muito bem comentar algo para acabar com essa inconveniência, mas preferi ficar quieta para não piorar a situação.

— Hum? Disse algo de errado? – o ruivo ainda pergunta. Sabe aquele memento que dá vontade de escrever na testa um "sim" bem grande para que a pessoa perceba? Pois é, era o que queria fazer. E olha que ainda daria um sorriso cínico.

Pude ignorar (mais uma vez) aquele clima ruim entre eu e Shu, se não fosse pela a distração que os outros vampiros tinham na mesa. Ouvi Subaru cerrar os dentes ao meu lado.

— É... Algum problema?

Logo percebi que estava a observar Kou com ódio.

— É Subaru-kun, está com algum problema? Sabe, podemos lhe ajudar com algo... – o loiro o provocou. 

Esse aí quer morrer.

— Subaru sempre está assim. Ele é bravo ultimamente. – deduziu Ayato.

Outro que quer morrer. 

— Ei, calma. – coloquei a minha mão em seu ombro para confortá-lo. — Eles só estão querendo te provocar. Você é mais do que isso para cair nessas brincadeiras.

O albino olhou em minha direção e com algum humor que me restou depois desse dia terrível, dei um sorriso. E ele até acalmou, se não ouvíssemos duas risadas vindo deles.

— Você não consegue se controlar, Subaru-kun? Realmente é um problema...

— Precisa dela para conseguir ficar calmo. – o ruivo concordara.

Olhei na direção deles: um em minha frente e outro do outro lado da mesa.

— Realmente, pra quem não consegue segurar uma provocação na hora de jantar, está com um problema bem maior, não acha? – o loiro virou o rosto emburrado para mim. — Cara feia para mim é fome. Da próxima vez eu lhe dou o camarão frito se é isso que te falta para se controlar, Kou. – eu me viro para Ayato. — E você tem muito o que falar, né? Não consegue nem disfarçar seu ciúme em relação à Yui e acha que tem direito de falar alguma coisa da raiva de Subaru que, ah, é mesmo, vocês causam isso.

Uma risada altamente dramática foi escutada. Arregalo os olhos, porque era uma voz diferente, que eu nunca havia escutado. Fiquei ainda mais surpresa ao ver que era de...

Subaru.

— Toma essa. – brincou o albino, entrando na brincadeira. Kou não pode falar nada, muito menos Ayato que me xingava murmurando. E vendo o sorriso de Subaru e o som de sua risada, fazia uma satisfação momentânea preencher meu peito. E sorri novamente para ele.

Um barulho de taças foi escutado.

— É... N-Nós podemos fazer um brinde?

Yui estava de pé. Todos nós olhamos para Reiji, sendo ele que daria a resposta final. Arrumando seus óculos, consentiu com certa pressa. Não me atrevi a olhá-lo por mais tempo, visto que eu ainda tinha que cobrir a marca de seus dedos em meu pescoço com o cabelo.

— Nós vamos brindar o quê? – Kanato ficou curioso.

— A... Nossa aliança. – Azusa se manifestou.

— E também... – Yui levantou-se da cadeira, segurando seu copo. Suas bochechas estavam coradas. — Todo esse tempo que estivemos juntos, eu...

Parecia que um clima agradável estava se instalando. Sempre permanecia com um sorriso fraco no rosto, reconfortante. Mas quando Yui começou a dizer seu discurso, consegui sentir meu estômago revirar, minha cabeça começar a girar e estava sentindo que algo estava para subir.

Enjoo.

Essa foi a palavra para definir o que estava sentindo neste momento. Minhas pernas tremeram, mas tive que força-las para que eu pudesse levantar, trazendo um barulho incomodante por conta da cadeira arrastando e o pior: toda a atenção para mim.

Um silêncio constrangedor levou os olhos curiosos para mim, agora parada e levantada ao lado da cadeira com as mãos na boca.

— Amy-ch...

Não deixei Kanato terminar de completar a frase, já correndo o quanto podia para o meu quarto.

Não tenho palavras para definir a vergonha que estava passando, tudo por causa desse enjoo ridículo. Realmente, nem sei o que está acontecendo comigo. Achei que no começo estava tudo bem, e até pensei ter parado esse mal-estar frequente, mas prevejo que agora havia voltado.

E com tudo o que tinha.

Corri o quanto pude pelos os grandes corredores infinitos dessa mansão, até finalmente chegar a meu quarto. Arrombei a porta praticamente, adentrando direta no banheiro e eliminando tudo o que precisava na privada.

— Ah... Droga.

Cuspi o que faltava do jantar, agora debruçada contra a tampa. Minha cabeça doía mais do que antes e parecia que eu estava girando. Não sei quanto tempo passei aqui quieta, para ver se não vomitava mais alguma coisa. Então dei a descarga.

Aliviada, mas com uma ânsia de vômito, aguentei escovar os dentes para tirar aquele cheiro horrível da minha boca e ainda lavei meu rosto para ver se não melhorava aquela tontura. Provavelmente estava assim por conta do que Reiji me deu para tomar...

Prestes a sair do banheiro, parei na porta no mesmo instante.

— A comida estava ruim?

Ele estava com as mãos no bolso.

— Não, estava deliciosa... Você que fez, não? – massageei as têmporas, vendo-o assentir, percebendo que agora estávamos em silêncio. — Olha, eu não queria ter saído daquele jeito, é que...

— Você não me deve explicações. – complementou rude, voltando para aquele silêncio onde apenas podia se ouvir o som das cortinas se movimentando. — Me responda uma coisa. – estava mais sério do que nunca. — Você vai embora?

— O que você está dizendo, Ruki? Eu não posso ir saindo assim...

Ele não parecia convencido com minha resposta.

— Aqui... Não é a melhor dimensão para você. – concluiu, com o olhar baixo.

— E você quer que eu vá embora?

O vampiro parecia realmente pensar para me responder. E não sei se agradeço por isso ou fico estressada por conta do suspense.

— Não é meu problema se você vai ficar ou não. – andou alguns passos para perto de mim. — Apenas... Lide com essa situação.

Franzi o cenho.

Como assim?

— Estou dizendo como um todo. – explicou, baixando meu olhar para o meu pescoço.

Acho que todo mundo com consciência de uma máquina tridimensional, não abordaria como alternativa ir morar em uma mansão com vampiros sádicos. Sabia muito bem disso. E também sabia que assumi as responsabilidades das minhas escolhas, sejam elas tendo que passar por punições rigorosas (quase morrer asfixiada) ou lidar com meu coração sendo partido várias vezes.

— E por que está falando isso para mim? Justo agora?

— Não me interrogue demais. Estou apenas lhe dando uma dica. É apenas escolha sua se irá obedecê-la ou não. – virou-se de lado. — Nós vamos embora esta noite. O jantar foi apenas um agradecimento pela a hospedagem.

Como se o dia não pudesse ficar pior, os Mukamis vão ir embora da mansão Sakamaki essa noite. Sei que deveria ter me preparado psicologicamente para isso. Mas a gente nunca, de fato, fica preparado quando acontece.

— Por que vocês vão? 

— Não temos nada a ver com eles.

— Mas... – fiquei quieta, sentindo uma vontade de chorar surgir novamente. Não tive argumentos para impedi-lo, já que ele tinha toda a razão. — Eu vou sentir saudades. – dei um sorriso fraco, mas verdadeiro.

Então eu nunca mais veria aquela harmonia na sala de jantar outra vez.

— Se você for... Poderia, ao menos, me avisar? – ele me encarava pelo canto dos olhos.

Assenti.

E novamente veio aquele silêncio constrangedor. E eu até iria falar alguma coisa, mas não tinha nenhuma palavra que mudaria o que era iminente. E também Ruki nem me deu a oportunidade, porque levou uma de suas mãos para a minha boca, calando-me. Diferentemente de Reiji, ele estava sendo gentil.

— Espere.

Ruki, para meu estranhamento, se abaixou na altura de minha barriga, aproximando seu rosto de minha pele. O sangue começou a circular mais rápido em minhas bochechas, uma vez que não temos tanta intimidade assim para esse contato.

— Eu... Não consigo ouvir os batimentos cardíacos, apenas os seus. – afirmou, recuperando a postura em minha frente. — Se me permite...

Ruki passou a me encarar, levando sua outra mão para meu ventre, permanecendo ela lá. Confesso que fiquei arrepiada com o contato de seus dedos gélidos agora em minha barriga, mas, afinal, o que ele queria? Seus olhos se encontram com os meus novamente, mas ele está surpreso. E para Ruki estar surpreso com algo, é porque realmente havia algo muito errado. Então percebo o que realmente Reiji quis dizer hoje no corredor: eu estava abusando da minha sorte. Ou eu era simplesmente azarada. O Mukami finalmente diz, baixo o suficiente para soar como um segredo que não deveria ser revelado:

— Está... Se movendo.

 

CONTINUA...

 

 


Notas Finais




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