História The Vampire Blood - interativa - Capitulo 1 - Odair

Alguns anos depois que fugi da Itália, lugar onde estava situada a sociedade das sombras, formada pelos lideres das criaturas mais sombrias que habitam a terra, eu passei por muitas cidades, conheci muitos países e muitas pessoas, mas comecei a perceber que eu poderia estar sendo observada, até porque ninguém simplesmente foge do castelo do Conde Drácula, então decidi ir para os Estados Unidos, a população é enorme e meu pai odeia aquele lugar. Vi-me indo para uma cidade no interior de Seattle, tenho um favor pendente com uma antiga família dali, acho que essa seria uma boa hora para cobrá-lo.

 Em uma de minhas viagens encontrei um bruxo que servia uma família antiga e honrada de vampiros, ele me contou que havia descoberto uma maneira para os vampiros poderem andar mais livremente durante a luz solar, eu teria que engolir todo dia uma pequena quantidade de verbena, uma erva que nos enfraquece, e se engolida por humanos nos impede de controlar suas mentes e seu sangue perde o sabor, no começo achei que ele estava de brincadeira comigo, mas me contou que se ingerida todo dia em uma pequena quantidade meu corpo ficaria mais forte e a erva não faria mais efeito caso uma de minhas presas estivesse com ela no seu sistema sanguíneo. Eu fiz o que me disse, no primeiro mês foi insuportável, eu sentia minha garganta queimando, achei que minha cabeça iria explodir, passei dias me alimentando excessivamente, mas um dia eu percebi que a dor a qual a erva causava ia diminuindo, realmente estava me deixando mais forte, mas quando sai no sol ainda me senti um pouco desconfortável, embora não aparecessem mais queimaduras.

 Cheguei a Seattle, não havia aeroporto na cidade pequena então teria que passar aqui, estava tudo movimentado, pessoas indo para lá e para cá, taxis buzinando, crianças chorando, saí dali antes que enlouquecesse. Tenho de passar em uma concessionária para comprar meu carro, mais um lado bom de ser vampiro, você passa anos juntando dinheiro. A cidade fora do aeroporto é muito mais bonita, os prédios são enormes, as pessoas mais bonitas e os carros são incríveis, eu particularmente sou apaixonada por carros. Quando chego a concessionária o primeiro carro que vejo é um BMW, mas achei que não combinaria comigo, o vendedor me amostrou alguns mais, entre eles um Porsche, mas o que eu realmente me apaixonei foi com o Camaro preto que estava do seu lado, amei, logo de cara, as pessoas sempre falaram em amor a primeira vista, agora eu entendo. Comprei-o, fiz toda a papelada e passei para um dos meus nomes.

 Fui até a pequena cidade sentada no banco de couro, não escutei musica, só dirigi, senti o carro, ultrapassei o limite de velocidade varias vezes. A cidade para onde estou indo tem uma população pequena, e se bem me lembro essa população é bem conservadora, a família Odair é um pouco diferentes dos outros, já que eles são bruxos, e ainda mais, contra a forma que meu pai controla o mundo sobrenatural. Eles moravam conosco, no castelo, mas um dia decidiram que iriam tentar uma revolução, todos sabiam que seria suicídio, mas eles tentaram, Drácula queria matá-los por confrontá-lo, mas eu os ajudei a fugir antes que ele o fizesse, isso foi a uns 50 anos, mas espero que a historia tenha passado para essa geração,  e agora eu vou até sua casa pedir para abrigarem uma fugitiva.

 Sei que eles moram afastados da cidade, passo pelo centro e vejo as ruas paradas em plena segunda feira, as arvores secas, o sol frio, lojas abertas, mas ninguém nelas, vai ser uma estadia muito animada aqui. Parei em uma das lojas para perguntar se alguém sabe onde os Odair moram, uma garota alta e loira me falou que era um pouco depois da cidade, seguindo uma estrada de chão pela direita. Ótimo, vou sujar meu carro novo de terra.

 Fiz o trajeto que a menina me falou, mas não achei a estrada de terra, a longe vi uma casa grande, como aquelas casas de campo, parei em frente a ela, desci do carro e assim que iria bater na porta uma mulher alta, negra, de cabelos pretos encaracolados, abriu a porta.

 - Olá, meu nome é Katherine Rice, você sabe me dizer onde fica a casa da família Odair? – olhar dela estava sobre mim, e eu senti um desconforto e até mesmo medo.

 - Eu sabia que você viria um dia. – disse ela, firme, sem expressão nenhuma.

 - Desculpe-me, mas quem é você?

 - Eu sou Elizabeth Odair, filha da mulher que você ajudou a fugir de seu pai – ela deve ter visto minha cara, eu não esperava que ela soubesse que Drácula é meu pai – sim eu sei quem você é e tudo mais, agora diga o que quer.

 - Eu fugi, e preciso de um lugar para ficar, a sua família me deve um favor se bem me lembro, mas se não se incomoda, podemos entrar? O sol está um pouco desconfortável. – nós só podemos entrar na casa de um ser humano se formos convidados.

 - Entre. – diz ela rispidamente.

 A casa era toda feita de madeira, seus moveis antigos, a mesa de centro com um jarro em cima talvez fosse a coisa mai nova da mobília, uma TV grande em frente ao sofá, a casa tinha um cheiro de ervas.

 - Você pode ficar aqui, mas tem uma condição.

 - Qual?

 - Você não vai se alimentar das pessoas desta cidade.