1. Spirit Fanfics >
  2. The Vampire's Elite (Imagine Jungkook) >
  3. Capítulo 06

História The Vampire's Elite (Imagine Jungkook) - Capítulo 06


Escrita por: scarlatte_s

Notas do Autor


Voltei.... 😊
Boa leitura amores!!

Capítulo 6 - Capítulo 06


Fanfic / Fanfiction The Vampire's Elite (Imagine Jungkook) - Capítulo 06

"Eu quero esconder a verdade, eu quero proteger você, mas com a fera dentro, não há onde nos escondermos." –(Demons, Imagine Dragons)

 Jungkook (POV)

         

Encaro Dmitry, que continua liberando sua magia em minha direção. Mantenho a barreira de proteção. Ariel, Taehyung e Hoseok surgem por um portal. Os dois primeiros se juntam a mim, tornando a barreira mais resistente. Dmitry abaixa as mãos, desistindo de nos atingir, pelo o menos por um tempo. Desfazemos a barreira.

 — Eu estou de volta e você vai cair fora do meu território agora e deixar os meus vampiros em paz.

 Dmitry ri. Uma risada cruel e sádica. Quando volta olhar para mim, tenho a ligeira impressão de que não é apenas ele que está ali. Será que só o Espírito o deixou desse jeito?

  — Me obrigue. — diz ele em um tom de desafio.

  Eu sei que não posso lutar com ele e vencer. Não agora pelo o menos. Mas há uma coisa que posso fazer para ele ir embora. Hayoon estava certa quando insistiu que deveria convencer os Vigias a me ceder uma. Está em meu bolso. A pedra roxa brilha em minhas mãos e eu a jogo para Dmitry.

  — Para você. — digo, com o meu melhor sorriso.

   Ele pega a pedra, como imaginei.

  — Filho da puta! — exclama, quando percebe o que acabo de fazer.

  A pedra de ametista possui uma forte compulsão que obriga qualquer vampiro intruso a ir embora. Além disso, faz parte do nosso Código de Conduta. Você não precisa pegar a pedra, mas se pegar, terá que se mandar.

   — Maldição, Jungkook. — diz ele. — Mas não pense que não vou voltar.

 Dmitry abre um portal e desaparece com o seu exército. Posso ver o alívio de Ariel, Hoseok e Taehyung quando ele se vai. Até eu me sinto melhor.

 Taehyung se abaixa onde Jimin está, preocupado com o amigo.

  — Ele vai ficar bem. — digo. — Leve-o a enfermaria.

 Taehyung abre o seu portal e entra com Jimin. Ariel se volta para __________, que continua no mesmo lugar. Ainda não me virei para olhá-la e não sei se pretendo fazer isso tão cedo. Ela não faz ideia da raiva que estou sentindo. Por que ela tem que ser tão teimosa?

  — Você está bem? — pergunta Ariel docemente.

    — E-e-eu v-vou ficar. — diz ela, com a voz trêmula.

 Ouço seus passos hesitantes atrás de mim e percebo que ela está se aproximando.

      — Onde você estava? — pergunta ela.

  Me viro para encará-la e vejo em seu rosto uma mistura de choque e admiração. Eu sei que estou melhor do que antes, mas também sei que o lugar que eu estive pode me deixar com uma aparência muito ameaçadora.

  — Isso não é da sua conta. — respondo.

  Seus olhos se arregalam e seu rosto fica vermelho. Mas tudo dura apenas alguns segundos. Logo sua aparência endurece e ela cruza os braços sobre o peito.

   — Mas seus guardiões precisam de uma explicação. — diz ela. — Eles estavam preocupados.

  — Meus guardiões são treinados e muito bem pagos para não fazerem perguntas sobre minhas idas e vindas. — respondo e me dirijo a Ariel e Hoseok. — Não é mesmo?

      Ambos assentem.

 — Estamos indo agora, se não se importar. — diz Ariel.

    — Podem ir.

   Ela cria um portal e desaparece junto com Hoseok. Me volto a __________ que me olha com desprezo.

     — Eu também já estou indo. — diz ela.

  A mesma caminha mancando para longe de mim.

    — Você mal consegue andar. — digo. Ela para e se volta para mim.

    — Eu vou dar um jeito de sair daqui, não se preocupe. — diz ela com ironia.

      Apresso o passo e ponho a mão em seu ombro. Ela me empurra para longe.

   — Não me toque. — diz ela, com irritação. — Se eu soubesse que você me odeia tanto, nunca teria voltado atrás com minha palavras. Mas tudo bem, quando essa missão terminar, não quero nunca mais voltar a vê-lo.

    Ela volta a caminhar com dificuldade e eu me ponho em sua frente, bloqueando o seu caminho.

    — E quem lhe disse que é você que decide isso? — pergunto.

    Seus olhos se estreitam e ela cerra os punhos.

    — Escute aqui, Majestade. — diz ela com a voz carregada de sarcasmo. — Eu não sou nenhum dos seus vampiros subordinados que você impõe as suas vontades na hora que você quer. Então....

   Eu olho ao redor e depois para ela, muito sério e concentrado.

        — _________....

        — O quê?!

         — Shh!

    Me aproximo dela devagar.

     — O que é? — ela pergunta, um pouco mais calma.

      — Há uma coisa aqui.

     — Onde? — ela pergunta, preocupada.

    — Aqui! — digo, passando os braços ao redor de sua cintura, levantando-a do chão e a jogando sobre o ombro.

     — Me põe no chão agora, Jungkook! — diz ela, esperneando e batendo em minhas costas.

      — Feche os olhos, bebê. — digo, ao abrir o portal e entrar com ela em meu ombro.

   Em apenas alguns segundos estamos em meu quarto. Ela ainda não parou de protestar quando a coloco sobre a cama. Paro para observá-la, ali sobre os lençóis de seda. Seu rosto está vermelho, cabelo bagunçado, os lábios entreabertos, a respiração ofegante.... Pena que ela está usando muita roupa.

    — Você fica linda nessa cama. — digo.

 Ela pisca. Seu rosto demonstra confusão.

   — Você... Você não estava zangado comigo? — pergunto.

     Não tenho como não rir. Como se eu pudesse ficar irritado com ela por muito tempo. Pelo o menos quando eu estou "normal", não costumo ficar.

    — Ah, é verdade. — digo. — Estou zangado com você. Eu tinha esquecido.

  Ela continua me olhando, como se não tivesse entendendo. Mas uma sombra de um sorriso em seu rosto.

    — Não ria. — digo, muito sério. — Eu estou mesmo irritado com você. Que diabos estava pensando quando foi atrás de Dmitry? Você tem noção do que poderia ter acontecido?

    Ela se levanta, mas geme de dor. Eu a seguro.

 — Não se mexa. — digo, me concentrando no Espírito, para curá-la. — Melhor assim?

       Ela assente.

    — Obrigada. — diz ela. — Mas tente se lembrar de que estou aqui para pegar Dmitry.

    — Não. — discordo. — Quem vai pegá-lo sou eu, você vai apenas rastreá-lo para mim.

       — Mas....

       — Eu terei uma conversa séria com o Sr. Park Jimin....

       — Não! — diz ela e se aproxima de mim. — Pode me dar quantas broncas quiser, mas saiba que Jimin me protegeu o tempo todo e ele fez isso por você. Porque de alguma forma, ele acredita que sou importante para você. Só não sei de onde ele tirou essa ideia absurda.

    Eu a observo e vejo que ela realmente acredita no que acabou de dizer. E para mim isso que é um absurdo.

 — Ideia absurda, __________? — questiono. — Você acha que não é importante para mim?

     — Por que eu seria importante para você?

   Dou um passo em sua direção e ela dar um passo para trás.

      — Você acha que eu me colocaria na frente da magia maligna de Dmitry sabendo que ele poderia me matar, se você não fosse importante para mim? — digo, dando mais um passo em sua direção. Ela se afasta outra vez.

 — Você está irritado comigo. — argumenta. — Você parecia me odiar agora a pouco.

     — Admito que estou irritado mesmo.— digo. — Irritado com sua teimosia. Você poderia ter morrido.

     Ela abre a boca para falar, mas eu a impeço.

     — E era só nisso que eu  pensando quando agir como um babaca com você agora pouco. — digo. —   Que se ele a atingisse, não poderia fazer nada para salvar você. E tudo isso porque foi orgulhosa o suficiente para não obedecer uma ordem minha. Então não fique por aí dizendo bobagens.

 Seus olhos estão brilhando com lágrimas não derramadas. Tenho certeza de que ela quer falar alguma coisa, mas também tenho a impressão de que ela só está em silêncio porque ainda não encontrou as palavras certas.

  Então eu a beijo. Acredito que foi um pouco por impulso, mas não consigo me afastar ao sentir seus lábios nos meus. Então, eu espero que ela faça isso, que se afaste. Mas para a minha surpresa, ela não faz. Ela começa a retribuir o beijo e eu me vejo a puxando para mais perto, intensificando tudo o que estou sentindo. Porque eu estou me sentindo um adolescente bobo que nunca fora beijado. Estou totalmente perdido no calor do seu corpo contra o meu, da pressão dos seus lábios, do toque aveludado de sua língua.... 

  Meus joelhos estão fraquejando, sem brincadeira. E isso nunca, nunca aconteceu antes. Geralmente, as mulheres que  reagem assim ao meu beijo, nunca ao contrário. Mas a ___________..... Ela é uma surpresa nova a cada dia. Eu nunca sei o que posso esperar. Só sei que a desejo mais do que qualquer coisa e é exatamente por isso que eu me afasto.

   Sua respiração está irregular, seu rosto vermelho, os lábios inchados pelo o nosso beijo. Isso mostra que não foi o suficiente. Claro que não. O que eu realmente quero é jogá-la sobre a cama e fazê-la gritar o meu nome. Mas sei que não posso. Não devo.

  Ela com certeza tem noção do monstro que posso me tornar, ela viu na noite de ontem. Decidi hoje a tarde que por mais que eu a deseje, vou devolvê-la a sua vida normal quando a missão terminar. Será muito melhor para ela viver longe desse caos que é o mundo dos vampiros. Será muito melhor para ela ficar longe de mim. Não suporto a ideia de que posso machucá-la e não tenho como prever quando uma nova crise vai surgir.

 Caminho para a janela e olhos as luzes da cidade lá embaixo. Mas sua presença me inebria. Sou consumido pelo o pensamento de que posso torná-la minha agora, se eu quiser, porque quando me viro para encará-la, vejo que ela ainda está no mesmo lugar, os olhos transbordando de desejo. Droga, ela quer tanto quanto eu. Por que tudo tem que ser tão complicado?

   — Isso não pode acontecer de novo. — diz ela. Então vejo suas emoções mudando da água para o vinho. Ela está com raiva, posso ver isso em seus olhos. Todo o desejo que estava sentindo, desapareceu, restando apenas o desprezo.

  — Você não pode dizer que não gostou. — digo, com o intuito de provocá-la. Seu olhar furioso me mostra que funcionou e me mostra também o quanto isso a irrita. Mas não posso culpá-la. Foi eu quem começou dessa vez.             

  — Vou mandar um dos meus vampiros  levá-la para casa. — digo, antes de sair do quarto.

  Meus lacaios estão mais calmos agora que estou de volta. Peço para Duncan acompanhá-la até seu prédio, mesmo sabendo que ela veio dirigindo. Não volto para me despedir dela, pois tenho certeza de que se encontrá-la de novo, não terei forças o suficiente para deixá-la ir.

            *****

Horas mais tarde, já normalizei a situação na Casa do Vampiro, recarregando a energia e fazendo tudo voltar a funcionar como antes. Mas ainda estou pensando na ___________ e na ameaça constante de Dmitry. É claro que os meus guardiões percebem que eu estou calmo demais para quem esteve cara a cara com o inimigo e eles não fazem ideia de onde estive, por isso, não estranho quando Taehyung vem me procurar em meu escritório.

 Penso em lhe mandar embora, mas talvez conversar com alguém me ajude a não pensar naquilo que não posso ter, então o deixo ficar. Ele puxa a cadeira e se senta de frente para mim, mas mantendo a discrição de um guardião, não faz uma pergunta se quer.

   — Sua mãe mandou lembranças. — digo com um sorriso.

  — Você a visitou? — pergunta, estreitando os olhos.

        — Sim.

 Me afasto da mesa, empurrando a cadeira para atrás com o corpo.

      — Como está aquela velha caduca?

  Não tenho como não ri. Não é como se Taehyung não gostasse da própria mãe, mas é que Hayoon não é lá a pessoa mais discreta, principalmente na hora de se vestir. E ele morre de vergonha do seu estilo "perua."

   — Ela não está velha, Taehyung. — afirmo. — Nem caduca. Está super bem, aliás. Pintou o cabelo de azul.

      Ele me encara, totalmente chocado.

     — Diz para mim que ela não fez isso.

      — Ah, ela com certeza fez.

  Apesar de ter desgostado do novo visual de sua mãe, agora Taehyung sabe onde eu estive. Mas é claro que ele quer saber mais.

     — Por que a procurou? — pergunta.

   Brinco com a tampa da caneta. Não gosto de parecer vulnerável perto dos meus guardiões, mas as vezes não tenho muita escolha.

  — Precisava recorrer a alguém. — respondo. — E não quis incomodar Gustavo de novo. Além do mais, não sei onde minha mãe está, então procurei a sua.

  Hayoon e mamãe tinham sido melhores amigas, por isso ela é quase como uma segunda mãe para mim. Mas diferente da minha mãe, ela não pode entender os males que o Espírito causam. Assim como o Taehyung, ela tem ligação com o Ar e não precisa se preocupar com os efeitos colaterais de sua magia. Mas ela é ótima em dar conselhos, para minha sorte, ou eu teria abandonado tudo.

     — Eu fui ao Descanso. — afirmo.

 Isso deixa Taehyung muito preocupado, porque ele até se levanta.

  — Você estava tão mal assim? — pergunta. Assinto.

 Entendo sua preocupação. O Descanso é um lugar distante de tudo o que um humano pode imaginar. Não é algo que eles possam ver, apenas vampiros enxergam as paredes escuras, os labirintos sem saída, as prisões onde os piores assassinos vampiros estão.... É assustador demais para um simples mortal. É assustador até mesmo para nós.

 Dentro do Descanso há uma área destinada para hibernação. É um lugar muito conhecido pelos os vampiros evoluídos. É para lá que vamos quando nossa mente está descontrolada. O vampiro entra em uma espécie de coma, que pode durar anos. Deus, pode durar eras. Alguns dormem por séculos. Uma vez adormecido, o vampiro só pode acordar no momento determinado pelos os Vigias, vampiros antigos que monitoram todo o progresso do vampiro que hibernou. Mas há um requisito....

     — Eu queria hibernar. — digo. — Eu estava decidido.

      — Jeon.... — diz Taehyung. Posso ver um mistura de tristeza e decepção em seu rosto. — Você ia nos deixar?

    Pior que era isso mesmo. Era por uma boa causa, sim. Mas eu estava abandonando tudo, minha casa, meu território, meus guardiões, a Elite, a ___________. Eu estava indo embora, porque tinha certeza de que se ficasse, poderia destruir todos eles. Eu escolhi partir. Mas quando cheguei lá, descobri que nem isso eu podia.

  — Eles não conseguiram me fazer dormir. — respondo. — Você precisa ter se desligado totalmente de sua vida para desistir dela. Eles fizeram o feitiço de hibernação três vezes, mas sempre dava errado, porque eu não parava de pensar no que aconteceria com vocês. Deus, o meu povo. Dmitry está por aí. Eu não conseguia dormir sabendo que todas essas pessoas poderiam ser mortas por um vampiro enlouquecido.

 Os Vigias não estavam entendendo porque o feitiço não funcionava, isso nunca tinha acontecido antes. Então, fui até Hayoon que me explicou claramente qual era o motivo e também me aconselhou a não hibernar.

   — Sua mãe disse que era melhor eu desistir dessa bobagem e que eu tinha muito a aproveitar da vida ainda. — continuo. — Ela me ajudou a fazer a escolha certa e aqui estou eu.

  Taehyung fica em silêncio, analisando o que eu acabara de dizer.

  — Ela vai ficar me devendo essa. — diz ele. — Tem noção do caos que isso aqui ficaria se você hibernasse?

   Suspiro. É claro que tenho. Esse caos já tinha começado quando cheguei e eu nem ficara muito tempo fora. A situação estava totalmente fora de controle, além disso, Dmitry poderia ter matado a __________. Se eu não tivesse voltado.......

  — Eu tenho. — respondo. — Mas sei que também posso ser o próximo motivo para a cidade desmoronar.

  Taehyung parece preocupado e não lhe tiro a razão.

   — Jin não me explicou direito. — diz ele. — Você teve outro surto?

  Assinto. Foi exatamente isso o que aconteceu. Eu estava bem, prestes a beijar a ___________, mas consegui ver algum sinal de negação nos olhos dela, um sentimento de ódio ou desprezo. Bastou isso para o Espírito entrar em erupção. Claro, ele acha que é um deus e quer ser adorado. Qualquer coisa diferente disso é suficiente para deixá-lo enfurecido.

   — Você estava com a _________? — questiona ele.

       — Sim.

  Eu sei que ele quer perguntar o que aconteceu, mas sua discrição não permite. Não sei ao certo se devo lhe contar, porém, mais uma vez percebo que conservar com alguém pode ser útil.

   — Ela me odeia. — digo. — Não sei porque, mas posso ver isso nos olhos dela.

     — Tem certeza, Jeon? — pergunta ele.

  — Claro que tenho certeza. — respondo, me levantando e andando pelo o escritório.

   — Eu sei que você pode ler as emoções das pessoas, mas ela parecia muito preocupada com você quando a encontrei. — diz ele.

   Isso não quer dizer que ela goste de mim. Antes achei que fosse apenas medo, mas na noite de ontem, mesmo depois de ter admitido que errou ao dizer que usei compulsão, percebi que ela me despreza de alguma forma. E depois de tê-la beijado, o que foi uma péssima ideia, tive certeza disso.

    — Eu a irritei hoje mais cedo. — digo. — Tenho certeza de que ela estava chateada quando foi embora. Me pergunto o que devo fazer, já que não podemos ficar brigados enquanto isso tudo não passar.

    — Já pensou em se desculpar? — diz ele.

   Sim, claro que já. Mas não sei se isso vai funcionar. Como vou me desculpar de algo que não me arrependo nem um pouco? Porque não me arrependo do nosso beijo.

  — Mande algo para ela. — continua o mesmo. — Sei lá, flores talvez. Mulheres gostam de flores. A maioria gosta, pelo o menos.

  Considero a sugestão. Não é uma ideia ruim.

    — É, talvez eu mande alguma coisa. — digo.

  Finjo não me importar muito, mas assim que Jin aparece no meu escritório e intima Taehyung para um reunião, me vejo procurando os melhores papeis e escrevendo várias tentativas de um pedido de desculpas. Depois de escolher o que achei mais decente, ativo o elemento Terra e crio um enorme buquê de rosas vermelhas.

 Sinceramente, não sei dizer se está realmente bom, porque nunca fiz isso antes. Mas minha salvação bate na porta. Ariel.

   — Você não deveria está em reunião? — pergunto.

  — De jeito nenhum. — responde a mesma, fechando a porta atrás de si. Ela se aproxima da mesa e observa as rosas. A curiosidade estampada em seu lindo rosto. Ariel é uma das mulheres mais bonitas que conheço, mas graças a Deus, as pessoas pararam de tentar nos juntar como um casal. Ela é muito mais nova do que eu, parece que foi ontem que a mesma era apenas uma criança chorona e birrenta. Ela poderia ser minha filha. Apesar de que a __________ é mais nova do que ela. Muito mais nova.

    Mas eu não vi __________ de fraldas.

 Sorrio com o pensamento. De qualquer forma, não é como se Ariel tivesse algum interesse em mim.

   — São lindas. — diz ela, observando as rosas. — E vão durar para sempre.

   Ela entende muito bem do assunto, já que Terra é seu elemento de ligação. Eu lhe entrego o cartão.

    — Se você estivesse chateada com o Taehyung e ele lhe entregasse isso, você o perdoaria? — pergunto.

    Ela desdobra o cartão e começa a ler, mas antes de terminar, a mesma se volta para mim.

     — Por que o Taehyung? — pergunta. 

 Não digo nada, mas o sorriso convencido em meu rosto lhe faz corar.

       — Está tão na cara assim?

      — Na verdade, você disfarça muito bem. — respondo, me divertindo com sua reação. — Tanto é que ele nunca percebeu.

          Ela pisca.

   — Ou será que porque ele é lerdo mesmo? — questiono. Ela ri, mas vejo a sombra de uma tristeza presente.

  Ariel e Taehyung são melhores amigos de infância. Sempre foram muito unidos. Mas o problema foi ela se apaixonar por ele. Eu sei melhor do que ninguém como ela se sente, o Espírito me capacita a ler as emoções das pessoas nas entrelinhas. Mas isso significa que também posso ler as emoções dele e sei que ele também a ama. Como irmã. E sei também que ele não faz ideia dos sentimentos de sua melhor amiga. Uma pena, eles formariam um belo casal.

 Ariel volta a leitura. Sua testa franze e ela ri.

     — Isso é a coisa mais sem sal que já li.— diz ela.

     Eu me levanto e pego o cartão de sua mão, fechando-o e colocando entre as flores.

     — Foda-se, será esse mesmo. — digo e passo o buquê para ela. — Providencie que um vampiro entregue a _________ quando amanhecer.

        Ela assente.

    — Como quiser, senhor. — diz ela, ainda com um sorriso.

  A porta se abre antes de Ariel alcançá-la. É Duncan.

      — Com licença. — diz ele. — O senhor tem visita.

   Ariel passa por ele e desaparece no corredor rapidamente.

        — Quem? — pergunto.

     — A Srta. Kim e Sua Majestade, Jisoo. — diz ele.

       Sua Majestade.

  Reviro os olhos. É claro que já tive esse título nos séculos passados, mas a maior parte da Elite adotou os costumes atuais e parou de usar esses títulos bobos. Com exceção de Jisoo, Lisa e Khalid, ninguém mais mantém uma corte real. Não temos mais um castelo. Eu mesmo não tenho. Ao invés disso, tenho um dos prédios mais alto da cidade. Mas cada um com os seus gostos.

   — Deixe-as entrar. — digo, enquanto me pergunto o que ambas estão fazendo em meu território.

    As duas adentram a minha sala logo depois. Jennie esmiuçando cada canto do ambiente, obviamente procurando alguma coisa para colocar defeitos. Jisoo está com o rosto impassível.

     — Sejam bem-vindas a minha casa. — digo com um sorriso. — A quem devo a honra?

   — Viemos apenas ter certeza se o Espírito deixou alguma parte do seu cérebro intacta. — diz Jennie.

   Eu me levanto, ainda mantendo o sorriso de puro deboche.

     — Por que? — pergunto. — Você quer um pouco emprestado?

    Ela fecha a cara. Jisoo ri.

   — Poderia ter ido dormir sem essa, minha cara. — diz ela, então se volta para mim. — Mas menino Jeon, o que foi aquilo? Até onde sei, quem tem fama de louca sou eu.

    Estreito os olhos.

      — Do que está falando? — pergunto.

   — Você se arriscou para defender aquela mortal inútil. — diz Jennie. — Ela não vale a pena, Jeon.

    — Nem você. — respondo, a deixando chocada.

     Jisoo se volta para Jennie e vejo algo inédito: Uma vampira evoluída usando compulsão em outra vampira evoluída.

      — Você vai voltar para o seu território agora, Jennie. — diz ela. — Você vai abrir um portal e vai desaparecer por ele.

   Jennie obedece sem questionar. Fico boquiaberto. Jisoo se volta para mim com um sorriso para lá de satisfeito.

   — Quanto poder, hein?. — digo, fazendo seu sorriso aumentar.

      — A gente precisava se livrar dela, não acha? — diz ela.

        — Sem sombras de dúvidas. — digo.

  Jisoo me estuda e eu sei exatamente o que ela está fazendo. Lendo as minhas emoções. Como não tenho nada a perder, aproveito para ler as suas, mas me deparo com outra coisa inédita: Um bloqueio. Por mais que olho dentro dos seus olhos, por mais que puxo o Espírito no fundo da minha mente, não consigo ver nada. É como se ela não tivesse nenhuma emoção, o que claro, não é verdade. O Espírito consegue captar isso. Existe um bloqueio.

  Então, eu tento minha compulsão.

   — Tire esse maldito bloqueio, Kim Jisoo. — digo. Ela ri. Apenas isso. Não acontece nada.

   — Não desperdice o seu poder, menino Jeon. — diz ela. — Já se alimentou hoje?

    — Já e você? — pergunto. Ela assente. — Você não tem medo do excesso de Espirito que você acumulou por todas essas eras?

   — Eu tenho medo da falta do Espírito. — diz ela, andando pela a sala com passos lentos. O som dos seus sapatos de saltos me arrepia. — É ele quem me faz ser a vampira mais poderosa do mundo.

   Eu rio com sua arrogância evidente.

   — A vampira mais poderosa do mundo é a minha mãe. — afirmo.

 Ela se volta para mim, com o rosto endurecido. Engulo em seco. O que ela tem de bonita, tem de letal. E de psicopata também. Não tem uma história de terror no mundo dos vampiros que não tenha uma Jisoo enlouquecida no meio dela.

    Era, você quis dizer. — discorda.

    — Ainda é. — digo com firmeza. — Ela ainda está viva.

      — É mesmo? — debocha. — Onde?

 Cerro os meus punhos. Essa pergunta sempre me frustra.

    — Por que você está aqui? — pergunto.

          — Vim alertá-lo. — diz ela.

 Eu a encaro desconfiado. Jisoo não é legal com ninguém até onde me lembro. É uma grande aproveitadora, isso sim. Mas seu rosto está neutro, apesar disso. E a maldita me deixa em desvantagem já que não posso ler suas emoções.

   — O que você fez foi muito imprudente. — diz ela.

          — O que exatamente? — indago.

         — Se colocar na frente de Dmitry. — explica. — Ele poderia ter lhe destruído sem pensar duas vezes.

          — Mas ele não fez isso.

     Ela pensa um pouco.

      — Não se faça de tonto, meu querido. — diz ela. — Você sabe muito bem como nós vampiros lidamos com os inimigos.

    Seus olhos brilham com um misto de loucura e maldade. Sim, ela está enlouquecendo. É impossível um vampiro acumular tanto poder e não surtar nem que seja só um pouquinho.

     — Primeiro nos divertimos, depois o eliminamos. — diz ela. — Esse era o plano de Dmitry. Mas creio que você foi esperto e lhe atirou uma pedra de ametista.

  — Obviamente. — digo, me perguntando onde ela quer chegar.

     — Mas se esse fosse o território dele, você não poderia fazer isso. — afirma. — Ele o mataria, Jeon. É o que ele vai acabar por fazer se você continuar se importando tanto com a garota.

       — O que quer dizer? — pergunto.

     — Você vai se apaixonar por ela. — afirma. — E isso o tornará fraco. Porque ao invés de proteger a si mesmo, você sempre estará a protegendo.

  Não consigo conter a risada. Se ouvir isso de outra pessoa já seria cômico. Ouvir isso de Kim Jisoo é um verdadeiro absurdo. Eu? Me apaixonar? De onde ela tirou isso, pelo o amor de Deus?

       — Não diga bobagens, Jisoo. — digo, mas a mesma continua séria.

     — Não é nem uma bobagem. — diz ela. — Eu sou mais velha do que você, menino Jeon. Muito mais velha.

         — Eu sei.

    — Estou lhe alertando porque já passei por isso. — afirma.

   Eu paro de ri imediatamente. Jisoo ainda está com a mesma expressão neutra.

         — Você já se apaixonou?

        Ela ri.

       — Difícil de acreditar, não é? — diz ela. — Mas posso lhe afirmar que existe no meio de bilhões de mortais, um que pode nos deixar assim. Ele mexerá com o seu íntimo de uma forma que você será capaz de abrir mão de qualquer coisa por ele.

     — E isso me deixará fraco. — digo, ainda sem conseguir levá-la a sério.

        — Exatamente. — concorda.

  Ela brinca com o pingente do colar em seu pescoço. Um ar nostálgico aparece em seu semblante, mas desaparece com rapidez.

    — Há muito tempo atrás. — diz ela. — Muito antes de você nascer. Eu ainda nem era da Elite também, conheci um homem, um mortal que me fez.... Que me deixou apaixonada. Fazia pouquíssimo tempo que o Espírito tinha me escolhido e eu tinha planos de transformá-lo para que vivêssemos juntos por toda a eternidade.

   Eu escuto atentamente cada palavra, temendo o final dessa história. Eu sei muito bem que Jisoo nunca se apega a ninguém. Imaginá-la apaixonada foi algo que minha mente não conseguiu fazer.

      — Mas ele foi recrutado para a guerra, antes da aprovação da Elite. — diz ela. — Então um certo dia, ele foi atingido por um flecha no peito.

 Sinto uma fisgada no coração ao imaginar a _________ sendo atingida por alguma coisa que possa matá-la.

       — E você o curou? — pergunto.

 Jisoo me olha, muito séria. Mas o brilho da loucura continua em seus olhos. Seus lábios vão se afastando e se contraindo, até se formar um sorriso maligno. Ela gargalha. O som da sua risada preenche o ambiente e eu tenho a mesma sensação de quando estive com Dmitry. Ela é má. Deus, ela é muito cruel. Não sou nenhum santo, é verdade. Estou mais para vilão do que para herói, mas tenho certeza de que minha maldade não chegue a esse nível.

   — Ah, menino Jeon. — diz ela, tentando parar de rir. — Eu tenho cara de quem fica por aí curando pessoas?

 Estreito os olhos, porque eu já curei muitas pessoas. Não custa nada, certo?

    — Mas.... Você não estava apaixonada por ele? — pergunto.

     — Sim. — diz ela. — Mas eu o deixei morrer. As vezes precisamos fazer alguns sacrifícios. Infelizmente, não podemos ter tudo que queremos. Tive que escolher entre o amor e o poder. Eu escolhi o poder. Você acha que eu seria a vampira mais poderosa do mundo se eu o tivesse curado?

     Eu a encaro, totalmente chocado. Ela é maluca. Doida de pedra. Tem os parafusos soltos. Deus, nem parafusos ela deve ter!

       — Ainda não entendo, Jisoo. — digo.

    — O amor o deixa fraco, Jungkook.— diz ela. — Esse é o ponto. E lembre-se de que posso ler suas emoções. Você está apenas a alguns passos de se apaixonar por aquela humana. E isso pode destruí-lo.

      — Você tem noção de que o Espírito também pode destruí-la? — questiono.

         Ela ri.

    — Meu bem, eu sou praticamente uma deusa. — diz ela, com confiança. — Tenho a morte nas pontas dos dedos.

     — Se é assim, a Lisa também é uma deusa. — argumento.

   — Os venenos de Lisa não fazem efeito em mim, meu caro. — argumenta. — E uma deusa não apenas tira a vida. Ela também dar.

  Estudo o seu rosto tentando entender o que ela quer dizer com isso, mas não consigo. É frustrante não conseguir usar o Espírito, nunca tinha me dado conta. Perder esses poderes também deve ser frustrante. Depois de séculos sendo um evoluído, você se acostuma com tudo o que pode fazer. Não poder usá-lo o torna doente. Ela percebe isso.

   — Entendeu agora o que estou falando, meu querido? — questiona. — Viu como é frustrante? É isso o que vai acontecer com você se deixar que uma simples mortal tire o seu foco.

   — O que devo fazer, então? — questiono. — Preciso dela para rastrear Dmitry.

   — Use-a. — diz ela, friamente. — Quando ela não for mais útil, elimine-a.


Notas Finais


Ó as idéias da Jisoo 😅😨
Até a próxima atualização! 😘


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...