1. Spirit Fanfics >
  2. The Waiting >
  3. Apresentável

História The Waiting - Apresentável


Escrita por: cecistydiax

Notas do Autor


boa noite, anjos!
primeiro de tudo, peço desculpas pela demora para postar o capítulo, mas como comentei com vocês eu tenho tido um pouco de dificuldade na escrita. mas, prometo que não vou largar mão! não estranhem se demorar pra postar :)
espero que gostem do capítulo, que aliás, no final tem a chegada de uma personagem no futuro na história!

Capítulo 12 - Apresentável


Fanfic / Fanfiction The Waiting - Apresentável

­– Gente, o que está acontecendo?

Mia questiona mais uma vez, esperando por uma resposta.

Lydia encara Dominic na mais profunda esperança de ele compreendê-la e não contar para Mitch e Mia.

– Eu... – Ele balbucia, fungando – Lydia, ela... ela estava me contando de como está com saudade dos pais, acho que fiquei um pouco emocionado.

Mitch e Mia se entreolham, nada convencidos.

– Eu não me permito muito lembrar dos meus, então, acho que acabei me deixando levar.

– Tem certeza?

Mitch franze o cenho, desconfiado.

– Sim – Dom o olha, pondo as mãos na cintura – Desculpem pela minha cara, é que... acontece, certo?

Lydia encara o chão de madeira, contente pelo apoio de Dom.

– Então, nós procuramos, mas a sorveteria já estava fechada.

Mia muda de assunto, para alívio de ambos.

– Está tudo bem – Lydia disfarça, lançando uma expressão compreensiva para a colega – Mas, você fica devendo.

– Claro.

Mia sorri.

Ela passa pela ruiva, tocando o braço dela delicadamente e já seguindo para o quarto.

Por trás, Mitch fecha a porta do apartamento.

Os olhares de Dom e Lydia se encontram mais uma vez, mas os dele são lamentavelmente angustiados.

Dom se vê em uma situação complicada e detesta o fato de Lydia ter o inserido nela.

Quando ele se afasta e a deixa para trás, Lydia não percebe Mitch a encarar.

O agente possui a sensação que há algo estranho entre os dois e mesmo contra sua vontade, ele se incomoda.

--------------------------------

1 semana depois

Por trás da cortina, Lydia observa Mia e Mitch treinarem juntos na parte de trás da casa.

Ela permite usufruir de bons segundos ali, ocupando a sua mente.

Ao ouvir o barulho da porta bater no andar de baixo, seus dedos soltam o tecido fino.

Sabendo perfeitamente quem é, ela apressa seus passos.

Já no meio da escada, Lydia vê Dom sentado no sofá.

Ele está sério, encarando a um ponto qualquer que serve apenas de pano de fundo para os seus pensamentos.

Uma semana desde o Bronx que os dois não conversam propriamente, algo compreensível para ambos, por mais que Lydia tente reverter a situação.

– Você está bem?

Ela pergunta, fazendo-o olhá-la.

– Porque não estaria?

Dom murmura, visivelmente fechado.

– Você precisa falar comigo – Lydia se aproxima, sentando-se no sofá de frente – O que eu pedi...

– O que você pediu é fodido, Lydia – Dominic a encara – Todos merecem saber a verdade e eu não posso ser a pessoa a carregar essa mentira.

– Só... – Ela molha os lábios – Só me dê um tempo.

– Você teve uma semana! – Ele esbraveja baixo, sabendo os limites – Você teve uma semana e ainda assim, não contou a verdade.

– Claramente você pensa que é fácil pra mim, não é? – Lydia cerra os olhos – Quer saber, Dom, eu vou contar quando eu estiver me sentindo confortável!

– E nesse meio tempo, eles estão se importando com você, Lydia, eles estão criando um vínculo! – Dom argumenta – Imagine isso crescendo dentro de alguém e ela descobrir que a pessoa que você possui um grande carinho vai morrer!

Ela se cala, encarando-o.

– Eu não vou contar – Ele afirma – Mas a única coisa que me faz seguir com isso é que eu sei que eu... bom, eles perdoarão.

No mesmo instante que ele se levanta, a porta é aberta por Mitch.

É inevitável não sentir a nuvem os cobrindo, principalmente pela expressão séria de Dominic ao passar por ele, subindo a escada.

– O que está acontecendo entre vocês dois?

Mitch questiona, cerrando os olhos.

– O que? – Lydia se levanta – Está com ciúme?

– Engraçado, Lydia, muito engraçado – Ele põe uma mão na cintura, oferecendo a outra em gesticulação – Estou perguntando porque nós somos um time aqui, certo? É bom haver um pouco de sinceridade.

As palavras dele pesam ainda mais as de Dominic e Lydia sente.

Porém, ela se prende.

– Não é nada – Lydia mente – Aliás, é bom saber que somos um time.

Mitch respira fundo, massageando a testa.

– O que?

Ela pergunta, notando a expressão além de séria dele.

– Miller ligou – Ele diz, a olhando – Sua mãe está doente.

O coração de Lydia acelera bruscamente, sentindo cada parte do seu corpo preocupar-se com Jane.

– Antes que você questione, eu me ofereci a levá-la até seus pais e ele aceitou.

Os lábios dela se separam, surpresa com cada detalhe do que ele diz. Ela poderá finalmente visita-los.

Graças a Mitch.

– É... é algo sério?

Lydia engole o seco.

– Não – Mitch a responde – Mas, eu acredito que receber a visita da filha pode ajudá-la a sentir-se melhor.

Um sorriso tímido é exalado por Lydia, sem conseguir acreditar que irá vê-los, abraça-los depois de tanto tempo.

Matar a saudade mesmo que por um tempo limitado é algo que ela está disposta a fazer, mesmo que a aumente após a despedida.

Afinal, cada segundo com eles é precioso.

– Obrigada – Ela sussurra, aproximando-se do agente – Muito obrigada, Mitch.

– De nada.

Ele comprime os lábios, tímido diante todo o brilho que ela exala.

Lydia se mantém ali, olhando-o, completamente maravilhada com o que ele fez para ela.

Por alguns segundos, ela possui a vontade de abraçá-lo, mas diante de todo o profissionalismo e a barreira – mesmo que balançada – entre eles, Lydia se segura.

– Vá trocar de roupa – Ele faz sinal com a cabeça – Acho que você quer estar apresentável para os seus pais.

Ela revira os olhos.

– Eu já sou apresentável por vida, Mitch Rapp.

Ele sorri genuinamente, achando graça do jeito convencido que Lydia exala de forma brincalhona.

Ao vê-la subir a escada apressada, o agente respira fundo.

– É – Mitch murmura para si mesmo – Você, de fato, é muito apresentável, Lydia Martin.

--------------------------------------

– Você pode tirar agora.

Mitch, sentado ao lado de Lydia no banco de trás, avisa.

– Ainda não entendi porque tive que usar – Ela reclama, já tirando a venda preta – Eu sou uma agente, lembra?

– A diferença é que você é uma agente procurada.

Mitch lança um olhar sarcástico para a ruiva, que revira os olhos imediatamente.

Lydia nota que eles acabaram de passar por muros altos, como uma espécie de quartel ou algo do tipo. Mas, dentro, é apenas uma simples vizinhança.

– E eu pensando que a CIA era pouca coisa.

Ela murmura pra si mesma, observando as casas.

– Esse é só para familiares – Mitch conta – O que ficamos é para agentes e outros cargos.

– Legal.

Lydia sussurra.

Após o carro seguir por mais alguns segundos, ele é estacionado pelo motorista diante de uma casa.

Mas, não é preciso muito para Lydia descer do carro com um sorriso no rosto.

No pequeno jardim, é Dexter que brinca com o osso.

– Dex!

Ela sorri e no mesmo instante que o cachorro nota a presença de Lydia, seus pelos voam pelo ar enquanto corre até ela.

– Bom garoto.

Ela se agacha, alisando-o.

Lydia possui a sensação de estar de volta a sua antiga vida e nada a deixa mais confortável do que isso.

– Não tinha visto ele antes, é seu?

Mitch se aproxima, agachando-se também para acaricia-lo.

Ela se surpreende com o simples ato dele, mas acha realmente adorável vê-lo acariciar Dexter.

– Não – Lydia o responde, fitando-o – É dos meus pais.

– Ele é lindo.

Há um sorriso de canto formado nos lábios de Mitch, que alisa os pelos dourados do cachorro.

Internamente, Lydia se questiona: mas que diabos?

Ela se recompõe, engolindo o seco.

– Vamos.

Mitch a observa caminhar por um breve momento, mas logo passa a acompanha-la, assim como Dexter.

Lydia nota a porta entre aberta, então, ela apenas a empurra calmamente.

O interior de casa é realmente aconchegante.

Mas, a única coisa que realmente que prende sua atenção são os porta-retratos em cima da lareira.

Ela comprime os lábios, já sentindo o fio de emoção por ver fotos de Kenny e Jane, assim como deles com Lydia.

Por trás, é Mitch que fecha a porta.

– Dexter?

Já no corredor, é Kenny que surge.

De repente, ele para ao notar Mitch parado.

– Agente Rapp?

Kenny franze o cenho, surpreso com a presença do rapaz.

Seus passos prosseguem e livre da parede do corredor, o fôlego de Kenny se perde ao rever a sua filha.

Cada dia longe dela é uma tortura excruciante, mas tanto Jane quanto Kenny tiveram que aprender a seguir com suas vidas de uma maneira diferente.

Assim como Lydia.

E vê-la diante seus olhos, em carne e osso, é o refresco que ele precisava.

– Oi, pai.

Ela sorri.

– Meu Deus.

Kenny sussurra, apressando-se até a sua filha.

O abraço dos dois é tão urgente quanto a batida de um coração rodeado por adrenalina e o alívio é como abrir as janelas de um quarto escuro.

Nunca, nem por um segundo, as mensagens de vídeo dela foram suficientes para apagar a saudade.

– Como você está? Meu Deus!

Kenny se afasta, pondo suas mãos no pescoço dela.

– Eu estou bem – Lydia sorri, segurando os pulsos dele – Eu senti sua falta.

O queixo dela treme e seu cenho franze, sentindo a sua garganta fechar em um lapso de emoção.

– Não mais do que eu, tenho certeza.

Kenny ri.

– Eu... eu não entendo, eu pensava que você não poderia vir.

Os olhos verdes emocionados dela são guiados diretamente a Mitch, que apenas observava o momento entre pai e filha.

– Mitch convenceu o Miller a me trazer.

Há tanta gratidão em seu olhar que não é preciso mais nada a ser dito.

Mitch sabe disso.

– Obrigado, agente Rapp.

Kenny agradece, comprimindo os lábios.

– Você pode me chamar de Mitch, sr. Martin.

– Então, estamos quites, meu rapaz. Me chame de Kenny.

Mitch faz um sinal em afirmativo com a cabeça, oferecendo-o um sorriso fechado.

– Aonde está a mamãe? – Lydia pergunta, segurando as mãos de seu pai – Como ela está?

– Acordou um pouco melhor hoje pela manhã, mas... pra ser sincero, ela não está bem há muito tempo.

– Há muito tempo seria... desde que parti?

Kenny assente com a cabeça.

– Vá vê-la – Ele diz – Eu espero aqui em baixo com o Mitch.

– Tudo bem.

Ela afirma em um sussurro, soltando as de seu pai.

Pelo breve momento que seus olhos se encontram aos de Mitch, surge algo extremamente verdadeiro entre eles.

Como... apoio.

Lydia sobe os degraus, seguindo pelo corredor quieto e ao abrir a última porta, ela vê Jane deitada na cama.

Ela dorme.

Quando Jane contou a verdade, de como não podia ter filhos, Lydia finalmente entendeu a extrema proteção que ela possuía sobre a sua filha.

Você é o meu milagre.

Jane sussurrou para Lydia em seus dez anos.

Seus olhos estavam marejados, refletindo a maior felicidade de sua vida.

Lydia sabe que literalmente, Jane está adoecida de saudade.

Depois que ela entrou em sua vida, a mulher jamais imaginaria uma vida sem ela e agora, Jane está experimentando da pior forma a dor de tê-la longe de si.

Lydia se aproxima, tendo seu coração partido a cada passo que dá.

Delicadamente, ela senta no pequeno espaço ao lado de Jane e com carinho, segura a mão de sua mãe.

Aos poucos, Jane desperta do seu sono.

Mesmo vendo a figura de Lydia, a mulher tem a sensação de estar sonhando.

– Sou eu, mãe – Ela sussurra, comprimindo os lábios – Eu estou aqui.

– Lydia.

O seu nome sai baixo da boca de Jane.

Os dedos dela tateiam o rosto de Lydia, tentando garantir a certeza de que é real, que sua filha está ali.

– Sim -- Lydia diz, tocando a mão de Jane que está em seu rosto – Eu estou aqui.

O sorriso de Jane nasce aos poucos, embarcando na felicidade que é a certeza que sua filha está de volta.

Ela se ergue, abraçando Lydia com força.

Tal força que reflete a sua vontade de mantê-la ali para sempre, prendê-la em seus braços exatamente como anos atrás.

Uma lágrima desliza pela bochecha de Jane.

– Você vai ficar?

Ela pergunta, encostando sua testa na de Lydia.

O questionamento de Jane corta o coração da ruiva ainda mais, sem conseguir responder que está ali por um momento.

– Eu... eu não posso.

– Porque? – Jane questiona – Você está aqui.

– Eu estou aqui porquê Miller permitiu, mãe.

O silêncio de Jane é tão pesado quanto uma bola de demolição.

– O que eu posso dizer para você se sentir confortável? – Lydia desliza o dedo na bochecha da mãe – Me diga.

– Diga que você vai ficar – Jane a encara, atacando-a com seus olhos marejados – Diga que isso acabou.

– Eu não posso, mãe – Lydia dá de ombros – Não ainda.

– Então, por que você veio?

– Mãe, por favor.

Ela se aproxima, buscando compreensão de Jane.

– Me quebra por dentro saber que você não está feliz lá, Lydia.

A mulher murmura.

Os olhos de Lydia desviam.

O que Jane diz é um gatilho para ela, permitindo-a a aceitar o que havia percebido há muito tempo.

– Eu estou feliz lá.

A revelação de Lydia atrai Jane, que a encara espantada.

– Mãe, você não tem ideia de como eu estou bem em poder me descobrir de verdade. Eu vivia dentro de uma caixa e agora, eu posso finalmente me ver além disso.

Lydia sente a sua garganta trancar, impedindo-a de continuar por mero momento.

– Você... – Ela reluta ao questiona – Você quer ver eu o que eu consigo fazer?

Jane, assim como Lydia, reluta em aceitar.

Porém, ela sabe que tudo que vem de sua filha é extraordinário, então, a mulher assente com a cabeça.

O copo de água na pequena cômoda ao lado da cama é o instrumento que Lydia deseja usar.

Os olhos dela se fecham, focando o seu desejo em sua mente a ao abri-los, ela estende sua mão. O líquido transparente treme dentro do copo, dentro de seu próprio tsunami.

Jane encara completamente surpresa e ao mesmo tempo, maravilhada com o que Lydia consegue fazer.

De repente, é o copo que também treme em cima da mesa.

– Meu Deus.

Ela sussurra.

– Eu posso fazer mais do que isso – Lydia diz, parando – Mas, vamos manter assim.

– Como?

– Longa história – Ela sorri de canto – E pra ser sincera, eu realmente amo o que eu posso fazer.

– Eu...

– Mãe.

Lydia segura as mãos de Jane, fitando-as juntas por alguns segundos.

– Lembra de quando você me disse, inúmeras vezes, de como a minha felicidade é a única coisa que importa pra você?

Jane assente com a cabeça.

– Bom... eu estou feliz – Ela sorri – E estou aproveitando cada segundo da coisa mais louca que aconteceu na minha vida.

– Mas, você vai voltar, certo?

– Claro ­– A resposta dela é angustiada – Eu nunca abandonaria vocês.

Delicadamente, Lydia sela a sua testa na de Jane.

O coração dela aperta, lembrando das palavras de Nikolai.

– Nunca.

Ela sussurra, agarrando-se no fio de esperança de encontrar a cura.

--------------------------------------

Mais uma vez, Mitch assistiu Lydia se despedir de seus pais.

E da mesma forma, se deparou com o silêncio dela.

Já de volta, através da parede de vidro ao redor de toda a casa, ele a observa sentada nos fundos.

– Você acha que foi uma boa ideia leva-la? – Dom questiona, entrando na cozinha – Parece que voltamos ao início.

– Foi uma boa ideia.

Ele garante e mesmo tomando o gole de seu soco, o agente não tira seus olhos dela.

– Ela só está mexida.

O seu amigo desvia o olhar, lembrando do segredo que guarda de Lydia.

Dom, que a observava, permite-se a aceitar que a ruiva carrega com si um grande peso e ele não deseja ser a pessoa mais a pressioná-la.

Ele lamenta o fato dela esconder, mas Dominic chegou à conclusão que é algo que cabe a ela contar.

– Está rolando alguma coisa entre vocês dois?

A pergunta de Mitch o faz engasgar com a própria saliva.

– O que?!

– Vocês sempre estão de cochichos.

– Não! – Dom se apressa – Claro que não. Quer dizer, Lydia é realmente linda, mas... ela é uma amiga.

– Mas é claro que há algo entre vocês – Mitch o olha – E o que seja, vocês precisam ser sinceros.

– Você está certo – Dom dá de ombros – Realmente há algo entre nós dois, mas é algo que ela me pediu.

– Que seria?

– Eu não sou a pessoa certa a fazer isso, Mitch – Dom diz, honesto – Eventualmente você vai saber, mas até lá, por favor... não pressione.

Mitch volta a observá-la sentada no banco branco de mármore.

– Vá fazer uma companhia a ela – Ele o aconselha – Eu tenho a sensação que vocês possuem um grande potencial.

– Potencial?

Mitch franze o cenho, confuso.

– Serem amigos – Dom diz – Só... se permita uma vez na vida, Rapp.

Ele encerra, dando um leve toque nas costas do amigo.

Mais uma vez sozinho na cozinha, Mitch dá um longo suspiro.

Ao terminar seu suco de laranja, ele retorna para a sala e puxa a porta de vidro, já sentindo o vento fresco tocar sua pele.

O dia é realmente bonito e com a vista que possuem na parte traseira da casa deixa tudo ainda mais belo.

Tímido, ele esconde suas mãos nos bolsos de sua calça jeans ao começar a caminhar em direção a ela.

– Posso me juntar a você?

Mitch questiona ao chegar ao lado de Lydia, fazendo que os olhos verdes dela pousem nele.

Cada vez que Lydia se depara com a proximidade de Mitch, ela simplesmente não consegue controlar o frio na barriga.

Ele tem sido tão fechado que as quaisquer coisas que venha dele a surpreende.

– Claro.

Lydia acata, dando o espaço para ele sentar-se ao seu lado.

Ao fazer, Mitch não sabe como prosseguir, mesmo que todo o seu corpo deseje conversar com Lydia.

– Obrigada – Ela murmura, olhando-o – Foi realmente bom vê-los.

– Sempre ajuda – Mitch diz – Pais são completamente ligados aos filhos.

– É.

Lydia sussurra, concordando.

Ela não diz mais nada, criando o pequeno silêncio entre eles, que pela primeira vez, incomoda a Mitch.

– Pelo menos você é uma ótima filha para eles.

O peso no comentário de Mitch é um alerta para Lydia.

Ela o encara, notando que há algo por trás do que um simples comentário.

– Como assim?

Lydia indaga.

– Quer dizer, eu sempre dei um pouco de trabalho na minha adolescência, então, sempre causava dor de cabeça.

– Eu pensava que todo adolescente era assim.          

– Não – Ele dá um sorriso fechado – Não como eu.

– Eu estou intrigada.

Ela confessa, dando um leve solavanco na cabeça.

– Eu não era uma pessoa muito paciente, então, sempre me metia em brigas na escola.

– Rebelde.

– É – Ele se silencia, dando um suspiro – Mas, eu me arrependo de cada coisa que fiz.

– O que importa é quem você é agora, Mitch.

– Não é assim tão simples – Ele a olha – Não quando eu carrego o peso nas minhas costas.

– Mitch, o que aconteceu com a Alice...

– Não – O agente a interrompe – Sim, eu tenho o peso da morte da Alice nas minhas costas, Lydia, assim como a do meu pai.

Ela se surpreende com o que ele revela tão duramente.

– Do que você está falando?

Um arrepio se espalha pelo corpo de Mitch apenas ao lembrar de seu passado.

Principalmente, das palavras de Alice.

É o meu momento de ser rebelde, só que eu não vou causar a morte de ninguém, diferente de você. Afinal de contas, nós dois sabemos que o papai morreu por sua culpa.

Ele parafraseia o que Alice disse há anos atrás.

– Foram as palavras dela.

Os lábios de Lydia se descolam ao saber o que Mitch ouviu da irmã na festa.

– Ele estava tão estressado comigo que o resultado disso foi um ataque cardíaco.

– O que? Não!

Lydia se apressa urgentemente, virando-se levemente no banco.

– Mitch, nós estamos falando de ataque cardíaco, algo que literalmente pode acontecer com qualquer pessoa nessa terra.

– Eu sei disso, Lydia – Ele cerra os olhos – Mas você acha que eu fosse um pouco mais tranquilo, menos impulsivo, ele estaria morto?

– Eu não posso responder isso – Lydia diz – Mitch, quando a morte vem, não há como retardá-la ou jogá-la para longe.

Ele se cala, fitando os seus próprios dedos aleatoriamente inquietos uns nos outros.

– Tudo o que fazemos na vida há uma consequência, mas, julgar-se responsável ou culpado por algo que está além de nós e é ser cruel com si próprio.

Lydia o aconselha e ao notar a inquietação dele, ela segura uma mão dele.

Os olhos castanhos e angustiados de Mitch a fitam e o seu corpo reage com um arrepio ao toque dela.

A atmosfera que é construída entre eles faz com que tudo evapore ao redor deles.

– Confie em mim, Mitch, há inúmeras coisas na vida que estão além de nós.

– E a Alice? – Ele dá de ombros – Eu a deixei.

– Você foi humano e se chateou – Ela aumenta ainda mais o contato entre suas mãos – O único culpado é aquele maldito, ok? Ninguém além dele.

O agente comprime os lábios, assentindo a cabeça copiosamente.

– Mitch, se o passado é um lugar doloroso, nós temos que parar de viver nele.

Ele não a responde, mas o olhar que o agente lança para Lydia é a certeza que cada palavra dita por ela penetrou em seu coração.

Pela primeira vez, Mitch abriu os seus ferimentos e os permitiu, finalmente, serem tratados para a cicatrização.

Lydia não consegue segurar o alívio por ter conseguido escalar as paredes da fortaleza que ele se escondia e de alguma forma, ter se conectado com Mitch.

Em silêncio, ela apenas se encosta de volta.

– Eu...

Lydia reluta.

– Eu posso encostar minha cabeça no seu ombro?

A pergunta dela é delicada.

– Acho que nós dois merecemos isso.

Mitch esboça um sorriso para si mesmo, sem conseguir controlar as batidas de seu coração que aceleram.

Poderia ser um simples pedido, mas o impacto que ela possui é algo que o agente não esperava.

– Sim, nós merecemos.

Ele diz, oferecendo a sua resposta.

Aliviada com a porta aberta que Mitch a oferece, o braço de Lydia desliza como seda por baixo do dele.

Os olhos dele se fecham, desfrutando da delicadeza que apenas o toque da pele dela desencadeia na sua.

E já mais próxima dele, ela agarra o braço de Mitch.

Lydia encosta a sua cabeça no ombro dele e no momento que faz, o arrepio em seu corpo é como uma descarga elétrica.

Ela nunca esteve tão próxima dele e ao perceber o extremo conforto que encontra em um lugar inesperado, Lydia teria lutado por isso há muito tempo.

Os olhos dela se perdem na vista que possuem, enquanto os dele se perdem completamente na imagem que possui de Lydia grudada nele.

E como uma lâmpada sendo acesa, Mitch sabe que o muro ao redor dele acabou de ir ao chão.

----------------------------------

Kiev, Ucrânia – 1 semana atrás

O sorriso de Vassiliev se transforma no mesmo instante que a porta se fecha. A aparência de um bondoso padre some para entregar a frieza que há no olhar dele.

– Andrei.

A voz da mulher que se aproxima, saindo do banheiro o faz mais uma vez mudar a expressão.

Mas, não é a falsa bondade ou a verdadeira frieza.

É vulnerabilidade.

– Irina.

Ele sussurra o nome da mulher de fios loiros.

– Você a trouxe?

É a primeira pergunta que ela faz. Durante vinte e cinco anos.

– Não, minha querida – Vassiliev caminha, tocando os ombros dela delicadamente – E temo que ela não virá por um bom tempo.

– Porque?

Irina franze o cenho, angustiada pela desesperança que o homem a oferece.

– Eu tive que pausar as buscas por ela.

Ele conta, mas esconde o que realmente aconteceu.

A morte de seus homens no Bronx.

Desde que descobriu, Vassiliev sente a temente fúria pelo estrago de seus planos, mas isso não significa desistir.

– Mas, eu prometo que irei trazê-la de volta para você, Irina.

Os dedos frios dele encostam-se no rosto pálido da mulher.

– E quem a tirou de seus braços, irá pagar por isso.

Ela assente com a cabeça copiosamente, entregando-se nos braços de seu primeiro amor.

Irina não possui a mínima ideia que quem roubou a bebê que carregou em seu ventre por nove meses, está diante dela.


Notas Finais


ai gente! vocês acham que mitch e lydia finalmente vão se resolver de vez e se permitirem? confesso que to ansiosa para vocês verem mais do depois dessa conversa!!!
confusas com esse final ou não?
espero que estejam gostando e peço desculpas por qualquer erro!!
até o próximo :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...