– Ai – puxei meu dedo – Você disse que não ia doer.
– E desde quando uma picadinha dessas dói? – ele me mostrou a pequena agulha.
– Você me pegou desprevenida – acariciei a ponta do meu dedo e ele rodou os olhos indo em direção a sua mesa. Depois de mais de uma hora conversando ele pediu para mim fazer um tipo de exame comum feito aqui em Exoplanet.
É uma coisa muito simples, ele dá uma picada no meu dedo e depois examina o sangue em uma de suas diversas máquinas. O nome é Heaven. Chen disse que algumas pessoas se sentem nas “nuvens” por isso do nome. Eu não senti nada até agora.
– Bom, aqui diz que você tem 19 anos – arregalei os olhos – Você não me disse que tinha 17?
– Sim, porque é minha idade – me levantei e olhei a tela de seu computador – O que significa SQD?
– Sem qualquer doença, pelo menos doente você não está. – pegou sua garrafa de água – As coisas estão muito confusas para seu lado, S/N – ele começou a beber sua água quando a porta de seu quarto abriu de repente. O clima ficou ainda mais gelado.
– Chen estão dizendo que a garota... – assim que Xiumin me viu ele parou de andar. Dei um pequeno aceno e ouvi um grito do meu lado.
– Voche feis icho de novoo – segurei minha risada ao ver que a língua de Chen estava grudada na garrafa. Xiumin congelou todo o liquido que ali tinha.
– Me desculpe – ele correu até Chen desviando de mim – Eu fui pego de surpresa.
– Voches dois chão ridiculus – rodou os olhos – Melhor palar de lir de mim – apontou para mim.
– Eu vou te levar até o Chanyeol.
– Não seria mais fácil chamar pelo Kai? – os dois arquearam as sobrancelhas – Desculpe, foi só uma sugestão.
– A ideia seria boa se ele não nos ignorasse, e o que você está fazendo aqui com ele? – colocou as mãos na cintura.
– O Chai vilou amiguinho dela – bateu no ombro do loiro – Dexa ela chalar o Chai – desta vez eu não consegui controlar minha risada. Ele parecia estar falando uma língua totalmente diferente. Para minha surpresa até mesmo Xiumin começou a rir.
– Sabe, não é a primeira vez que isso acontece – ele limpou o cantinho de seu olho por onde saia uma lágrima – Eu sempre faço isso quando ele está tomando água.
– Chala a boca – rodou os olhos.
– Você pode chamar o Kai? – perguntou para mim.
– Vocês acham que ele vai me ouvir? – os dois assentiram. – KAIIIIII. – Xiumin tampou as orelhas enquanto Chen fez uma careta. Bom, não havia muita coisa que eu podia fazer. Kai pediu para que gritasse.
– Meus ouvidos – ele apareceu atrás de nós três carregando um saco de salgadinho – Pensei que nunca fosse me chamar. – sorriu e olhou a sua volta – Você estava esse tempo inteiro aqui? – cruzou os braços indignado – Por que ninguém me contou?
– Eu pensei que ela tivesse fugido. Baekhyun está a ponto de pirar.
– Selá que podem me dar alenção?
– Xiumin nunca perde a mania – ele riu e tentou puxar a garrafa da boca de Chen que o empurrou – Não se deve empurrar um irmão.
– Precisamos do Chanyeol – todos me olharam – Você pode levar o Chen até ele?
– Desde quando ela é falante? – Xiumin perguntou
– Voche não fais ideia.
– E você vai ficar onde? – Kai se aproximou
– Ela vai voltar para o centro de pesquisas ou ser expulsa – Xiumin deu de ombros – Tudo depende do Suho.
– Chen você acha que pode aguentar um pouquinho? – ele assentiu então Kai segurou minha mão – Vamos viajar – e em questão de segundos eu não vi mais nada que fosse relacionado ao quarto de Chen. – Prontinho – acabei me desequilibrando e me apoiei na porta – Com o tempo você se acostuma com isso.
Olhei a minha volta e reconheci muito bem este quarto. Um dos meus personagens favoritos fica aqui. Tudo neste lugar é a cara dele. A cama, o cobertor, os quadros, até mesmo a cor de sua parede.
– Por que me trouxe no quarto de Sehun? – perguntei.
– Porque eu confio nele – nós dois viramos nossos rostos quando a porta do banheiro se abriu. Uma cena que nunca pensei ver ao vivo. Sehun apenas com uma toalha amarrada na cintura, com seus cabelos molhados e pingos correndo por seu peitoral.
– O que estão fazendo aqui? – Sehun perguntou mas continuou a caminhar normalmente até seu guarda roupa. Desviei meu olhar para qualquer canto do quarto. – Melhor, por que a “humana” está aqui?
– Humana?
– Foi o que ela disse ser, mesmo que esse povo tenha deixado de existir a anos – eu continuava não o olhando – Mas estou curioso. Como foi sua “reunião” com Suho?
– Você se encontrou com Suho? – Kai pegou meus ombros e me fez olhá-lo – Porque eu não estou sabendo mais das coisas?
– Porque você é lerdo. Acho que o teletransporte está te deixando mais devagar – Kai fingiu uma risada forçada e se teletransportou rapidamente para perto do irmão colocando uma cueca em sua cabeça – Isso foi golpe baixo.
– Sou mais velho que você.
– Por 3 meses – tirou a cueca de sua cabeça e a jogou na cama – Agora para de me enrolar Kai, por que a trouxe aqui?
– Eu e Lay estamos pensando num jeito de tirá-la daqui. Eu não posso deixar que Xiumin, Suho, Baekhyun ou D.O. a vejam.
– Como está D.O.? – já havia um tempo que não o via.
– Acredite, é melhor ficar longe dele. D.O. odeia que o façam rir. – Sehun avisou
– Como sabia que aquele era o ponto fraco dele?
– Foi sorte – sorri nervosa.
Sehun AINDA não se trocou.
– Eu tenho que ir agora - se aproximou de Sehun – Não faça gracinhas está me ouvindo?
– Fala como seu eu fosse um tarado, eu sou seu irmão, sabia? Quer saber? Kai fora – ele começou a rir – Entendeu? Kai.. fora. – coloquei minhas mãos sobre a boca para segurar o riso ao ver a expressão de Kai. Esta cena me parece tão familiar. Até parece que o autor está escrevendo um novo capítulo. Espera, e se ele realmente estiver escrevendo enquanto estou presa aqui?
– Hey – acordei do transe ao ouvir os dedos de Sehun estralarem na minha frente – Você está bem? – olhei para seu quarto e Kai já tinha ido – Quer se sentar? – assenti e respirei aliviada quando o vi ir ao banheiro colocar alguma roupa. – Posso tentar uma coisa? – ele correu até a cama e pulou ao meu lado. Como sempre, ele parece uma criança. – Tenta secar meu cabelo?
– Secar? – concordou – Mas, você tem secador?
– O que é isso? – franziu o cenho – Mas não importa – se aproximou um pouco mais quase deitando sua cabeça em meu colo – Eu sempre quis saber qual é a sensação te der alguém secando meu cabelo.
– Mas.. eu não tenho nenhum poder.
– As 9 esferas brilharam para você – me encarou – Isso significa que você tem sim algum poder. Muitos na verdade.
– Isso foi um mal entendido.
– As esferas nunca mentem. Vamos lá, apenas tente, tudo bem? – fechei meus olhos e respirei fundo. Ele é tão difícil. Endireitei minha postura e fiz alguns movimentos estranhos com as mãos. Até mesmo fiz força. Mas nada saiu. Para minha e sua decepção, nada saiu.
– Sinto muito, eu não consegui secar seu cabelo – ele sentou-se um pouco emburrado – Mas eu posso secá-lo de um outro jeito.
– Como? – disse animado.
– Você pode me emprestar uma toalha? – ele assentiu com um sorriso no rosto e correu até o banheiro. Fofo como eu sempre imaginei.
Só espero que minhas intuições não falhem com os outros.
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