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História The White Stone - Woodland e os Pássaros de Fogo


Escrita por: ArikaKohaku

Notas do Autor


olá. cá estou eu mais uma vez.
Obrigada a todos os que me acompanham.
Uau Cheguei aos 400 favoritos Muito obrigada, estou muito feliz <3
Boa leitura

Capítulo 19 - Woodland e os Pássaros de Fogo


Fanfic / Fanfiction The White Stone - Woodland e os Pássaros de Fogo

Sobre a grande plataforma estava um alto elfo, um pouco mais alto que Legolas, de longos cabelos dourados, olhos azuis, com uma tiara prata decorada com folhas verdes e flores. Trazia roupas leves e um roube cinzento com bordados de folhas em fios de prata. Estava a pé e atrás dele a sua quase dispensável guarda pessoal também. Legolas ficou parado a olhar para o seu pai. Não conseguia identificar aquilo que estava a sentir. Os anos que tinha estado afastado dele não eram assim tantos, foram poucos para a vida e a percepção de um elfo. No entanto, tinham sido intensos e tantas coisas tinham mudado. A terra lá em baixo estava diferente, ele tinha casado, tinha aprendido o que era o amor, compreendera a perda cruel de Thranduil e tivera uma filha. Quase inconscientemente saltou do barco para fora para a plataforma. Atrás do pai, os elfos ao verem o príncipe, fizeram logo as suas vénias de respeito. Ele avançou para Thranduil e esqueceu, naquele momento de reencontro, a pedra branca que tinha ido parar ao mar. Então, quando estava mesmo ao frente ao rei da floresta, elevou os seus braços e abraçou o seu pai. Já sabia o que sentia – saudade.

 

Tranduil ficou surpreendido com aquele gesto tão humano, mas apertou o seu filho nos seus braços. Sabia que coisas tinham acontecido, coisas que tinham feito o seu filho crescer. Tinha tantas perguntas para fazer. Tinha também tantas coisas para lhe contar. Sentiu o cheiro do filho, o familiar cheiro de folhas e flores molhadas pela chuva. Então Legolas afastou-se e observou o seu pai, tinha comprido uma das suas promessas, tinha partido da Terra Média, estava de volta na sua presença. Ainda com as mãos sobre os ombros do filho, Thranduil disse:

 

- Êl síla erin lû e-govaned vîn. Gi nathlam hí Eldamar (Uma estrela brilha na hora do nosso encontro. Bem vindo à terra dos elfos.)

 

- Na vedui gi suilon! (Por fim, nos vemos.) - Respondeu Legolas.

 

Atrás de Legolas, Tauriel e os elfos da guarda desceram do barco para vir saudar o seu senhor, trouxeram com ele Gimli, o velho anão. E seguindo-os meio escondida ia Ankaa que mirava o grande elfo com curiosidade e receio. Aquele era o seu avô de que tantas história tinha ouvido. Fizera uma imagem dele na sua cabeça, mas vê-lo em carne e osso era completamente diferente. Era como ver um espírito a ganhar vida.

 

- Eu convidei o Mestre Gimli para fazer a sua última aventura, aqui vai encontrar o seu último lugar de descanso. - Falou Legolas. Gimli avançou, era a segunda vez que conhecia o Rei Thranduil. E se da primeira vez o achou muito altivo, agora noutra luz, achava-o igualmente altivo, mas mais suave.

 

- Gimli ao seu dispor. - Fez uma referencia com a cabeça. Era velho, mas ainda queria manter a sua cabeça em cima do corpo durante o tempo que lhe restava, não ia ofender elfos em terras repletas de deles.

 

- Quem diria que eu voltaria a ver um anão? Noutras terras, eu não posso garantir que será bem recebido, Mestre Gimli, mas na minha terra e entre as minhas gentes, será bem recebido e poderá repousar confortavelmente até a sua hora chegar. - Assegurou-o Thranduil com um sorriso. Depois falou para Tauriel. - Bem vinda de volta, minha criança. Mantém-te perto do Mestre Gimli, ele é convidado dos Greenleaf.

 

- Sim, senhor. - Disse a elfa.

 

- Mas vejo, que não foi o único convidado que trouxeste, verdade meu filho? - Thranduil fez um gesto para que Ankaa se aproxima-se. A jovem elfa engoliu em seco e andou os passos que a separavam até ao rei. Ele era realmente intimidativo, mas também deslumbrante e sem se aperceber estava literalmente com os olhos fixos em Thranduil  numa forma muito pouco educada, quando deu por isso sentiu-se envergonhada. Porém, o rei não se sentiu minimamente ofendido.  Segurou-lhe no rosto pelo queixo e olhou-a no fundo dos olhos cinzentos. - Não, tu não és uma convidada. Tu chegaste à tua nova casa, minha querida neta.

 

- Mae l'ovannen adaron. (Prazer em conhecê-lo(a) avô.) - Respondeu Ankaa dando um pequeno sorriso tímido.

 

- Esta é Ankaa. - Apresentou tranquilamente Legolas.

 

- Ankaa… tu és tão bonita quanto a tua avó. Aposto que também tens o seu espírito guerreiro. Os teus olhos brilham como os dela. - Elogiou Thranduil. Tinha encontrado outra coisa preciosa na sua vida.

 

- A mãe… a mãe acordou aqui? - Questionou Legolas, desde que há tantos anos atrás que tivera aquele terrivel sonho, que ele guardava a esperança de ver a sua mãe nestas terras às quais ele agora chegava. Thranduil encarou o filho e soltou um suave sorriso, compreensivo, antes de acenar com a cabeça.

 

- Vais conhecê-la quando chegarmos a Woodland. - Confirmou Thranduil. - Ela não veio para Eressea, pois não sabíamos ao certo quanto tempo ira demorar até Tauriel regressar.

 

- E tu estiveste aqui desde que ela partiu à espera do meu regresso?

 

- Obviamente, que tipo de pai achas que sou? - Questionou ligeiramente ofendido, mas depois verificou a expressão do filho. - Não me respondas.

 

- Oh, velho amigo Thranduil. - Antes que Legolas tivesse tempo de falar o grande mestre navegador interrompeu-os, naquele momento Círdan descia a rampa que ligava o barco à plataforma acompanhado de Gwilith e Thúl. De outros barcos saiam também os restantes elfos, os últimos elfos vindos da Terra Média, a plataforma estava a ficar cada vez mais cheia. Ankaa nunca tinha visto tantos elfos.

 

- Senhor Círdan. - Thranduil foi então até ao mestre ancião e enquanto eles falavam, Legolas teve tempo de para analisar o horizonte.

 

- Já conheceste a tua neta, não já? Um verdadeiro último milagre em Terras Mortais.. - Falava o barqueiro entusiasmado. - Vê só o mais antigo elfo da Terra Média e o mais novo, vieram para terras mortais no mesmo barco. E estes barcos daqui... magnificos... tenho novos conhecimentos para aprender.

 

Aquela era a primeira de muitas ilhas. Os barcos cruzavam o universo navegado de ilha em ilha. Então ele reparou que acima daquelas terras voadoras havia enormes nuvens que pareciam tapar uma enorme ilha. Mais tarde, Thranduil explicar-lhe-ia que quando as Terras Imortais se tinham separado das Terras Mortais, os Valar tinham separado Valinor e Eldamar. E que com o regresso e chegada dos elfos da Terra Média, Eldamar se tinha dividido em várias terras correspondendo aos vários reinos. Valinor ficava acima de Eldamar, era aquela grande terra rodeada de nuvens. Os elfos tinham autorização de visitar Valinor, porém eram poucos aqueles que o faziam.

 

Ainda passaram mais um dia solar em Avallóne. Dali e de todas as ilhas de Eldamar, conseguiam ver a Lua, o Sol e a nova imagem redonda daquilo que chamavam simplesmente de Terra, que rodava sobre ela mesma. Aprenderam que ali era sempre de dia, então, os elfos tinham inventado um instrumento que media as horas usando a rotatividade de Ea. Pela tarde organizaram algumas buscas de mergulho para ver se conseguiam recuperar Galad o Telcontar, mas depois de horas e depois de anoitecer na Terra, Legolas acabou por dar o colar como perdido. Talvez houvesse uma razão para o colar se ter soltado.

 

Fizeram uma última refeição com Círdan, que dispensou ter a sua própria ilha, preferindo ficar por Erresea para se instruir sobre novas técnicas náuticas e de construção naval. No dia seguinte, ao despedirem-se de Gwilith e Thúl, com promessas para se encontrarem mais tarde, Legolas acabou a conhecer Rio o filho mais velho de Gwilith e Thúl, por quem ficou a saber que vivia em Tirion e que era para onde também os seus pais seguiriam. O príncipe da folha verde viu que tinha imensas e lendárias terras que visitar, porém a primeira estaria na terra do seu povo.

 

O barco de Thranduil, ou seja de Woodland, era incrível. Três vezes maior que os antigos e claramente ultrapassados barcos cinzentos. Tinha três mastros, velas triangulares, todas elas castanhas com a folha a verde e ouro da sua casa, e na sua proa o entalhe de uma ave enorme e vermelha, de asas abertas, que parecia em chamas.

 

- O que é aquela ave? - Questionou Legulas, achando-a estranhamente familiar.

 

- Verás assim que chegarmos a Woodland. - Respondeu misterioso o rei a sorrir para o seu filho e entrando para o barco.

 

O barco zarpou com um vento que parecia aparecer especialmente para aquele efeito de o fazer navegar. O enorme sino dourado da cidade tocou e Legolas não podia dizer que não estava arrebatado e curioso com tudo o que via. Desta vez Legolas fez para ficar mais desperto ao seu redor, a tudo o que os seus olhos conseguiam ver. Como crianças, ele e a filha debruçaram-se sobre as bordas do barco e viram-no como que levantar voo do mar de Eressea e entrar no universo, onde simplesmente parecia continuar a navegar sobre suaves ondas. Luzes prateadas encheram o barco e eles foram envolvidos pela pureza das estrelas.

 

- É incrível! - Apontou Ankaa sem esconder o seu encantamento. - Como eu gostava que Eldarion conseguisse ver isto agora.

 

- E quem sabe se ele não conseguirá? - Contrariou Thranduil que ouvira parte da história de Legolas no dia anterior e que já sabia de quem era Ankaa filha. - Nós nunca saberemos para onde os mortais vão na vida depois da vida. Se calhar eles são capazes de ver estas maravilhas e muitas mais.

 

- Acha adaron? Acha que o meu pai também conseguirá ver este esplendor?

 

- Acho. Seria injusto se este esplendor fosse só para os nossos olhos e não para todas as almas livres. - Ankaa olhou para o seu avô e sentiu-se consolada. Talvez o seu pai, fosse onde quer que estivesse, a conseguisse ver ali, ao lado do seu ada e do seu adaron a contemplar um vasto universo.

 

- Não te preocupes, jovem Ankaa. Quando morrer eu farei com que todos os nossos mortos venham ver esta vista. Se quiseres até te arranjo uma visita. Imagina um bando de fantasmas a dizer-te “olá”. - Brincou Gimli, que era como um tio para Ankaa e que de alguma forma sempre conseguia arrancar-lhe um sorriso.

 

A viagem continuou solene. Passaram por algumas ilhas, que eram apenas habitadas por criaturas e não realmente elfos. Umas muitos pequenas e outras enormes. Conseguiam vê-las em todas as direções, como lâmpadas entre as estrelas. Até que umas horas mais tarde Thranduil anunciou que estavam a chegar. Woodland era uma ilha de bom tamanho, até maior que Tul Erresea, com vastas florestas, quem visse de cima, não iria perceber que existiam elfos ali. As árvores eram enormes, as maiores de todos os reinos elficos, de folhas largas e verdes, onde os elfos se podiam deitar. Nos seus troncos eles tinham esculpido e moldado as suas casas. E onde não havia árvores havia campos verdes e de flores que cresciam sobre o cuidado brilhante do sol. As cores eram vivas e vibrantes. Riachos e rios corriam entre a terra e as profundas raízes e desaguavam num enorme lago, tão grande que era quase um mar no interior da grande ilha. Era nas suas margens que a recreada Woodland se tinha desenvolvido.

 

Mas antes que Legolas pudesse ver tudo isso ele ouviu. No vento, vozes antigas que ele conhecia tão bem, com quem tinha crescido. Foi inundado por uma emoção muito forte. Tinham sido anos de silêncio, mas ali as árvores falavam. As árvores estavam a falar e elas falavam sobre a sua vinda, como se o reconhecessem. A almas das árvores ãncias da Terra Média estavam ali.

 

- Ai estão! - Exclamou Thranduil ao seu lado. Quando elevou o olhar viu enormes aves vermelhas com asas e caudas de fogo, olhos e bicos amarelos, eram tão grandes como as Grandes Águias de Manwe, o valar. Saiam de entre as copas verdes das árvores e lançavam-se nos céus. Eram fénix.

 

- Normalmente aparecem duas ou três, mas parece que desta vez veio o bando todo. - Comentou Tauriel ao lado de Gimli.

 

O barco estava rodeado de pelo menos duas dezenas daqueles pássaros. De repente um dos pássaros de fogo, um dos maiores que se distinguia por não ter um bico amarelo e sim preto, pousou na ponta da proa e com os seus olhos amarelos parecia perscrutar os elfos, como se procurasse por alguma coisa.

 

- Eu conheço estes pássaros. - Falou Ankaa saindo do lado do seu pai e indo em direcção à proa. À memória de Legolas vieram os pesadelos que a filha tinha, sobre os grandes pássaros que pegavam fogo.

 

Os olhos do pássaro detectaram Ankaa e não mais deixaram de a ver, enquanto ela se aproximava. O pássaro piou alto, ouviram alguns piares de resposta, e ele mexeu-se. Então, sobre testemunha dos olhos dos elfos, a figura do grande pássaro foi ficando cada vez mais pequena, diminuiu até ficar do tamanho de um grande homem. Bateu as suas asas e saltou para as tábuas do barco. Do seu bico saiu um nariz e um boca, das suas asas dois braços. Há frente de todos ficou um híbrido de pássaro e humano ou elfo. De peito largo, estatura de combatente e de líder. A sua cara era muito humana, mas os seus olhos eram amarelos e profundos, e os seus cabelos longos eram feitos de penas negras, não parecia ter orelhas.

 

Ankaa colocou-se à frente dele, a meros centímetros. Ele e ela trocavam olhares intensamente. Analisavam-se confusos.

- Bastian? - De alguma forma Ankaa sabia que aquele era o seu nome. Ela elevou as suas mãos e tocou-lhe no rosto. Era tão familiar.


Notas Finais


Mil beijos


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