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História Their story - Encontros


Escrita por: Loglady00

Notas do Autor


Tenho que confessar, eu estava sob efeito de álcool quando escrevi boa parte desse capítulo, então perdoem se tiver algo meio sem noção kkkk
Espero que gostem mesmo assim
・ω・

Capítulo 5 - Encontros


– O que está fazendo aqui? – Lexa perguntou ao homem que estava tranquilamente parado em sua frente. Pode ter sido só impressão, mas por um momento Clarke pensou tê-la visto um pouco espantada. 

– Não vai me convidar para entrar? Isso é muito rude, Lexa… 

Diante desses dizeres, Lexa afastou-se da porta com um passo para trás, quase mecanicamente, abrindo espaço para que o estranho entrasse. 

– Muito obrigado. – ele disse, entrando de forma um pouco dramática. Analisou todo o quarto, propositalmente ignorando a presença de Clarke à princípio, e continuou: – Simplesmente adorei o que fez com o lugar. A falta de decoração reflete bem sua personalidade, sabe? 

Lexa não respondeu, limitando-se a olha-lo, ligeiramente impaciente. 

Não obtendo uma resposta o homem, então, virou-se para Clarke, analisando-a de cima a baixo antes de recomeçar a falar:

– E quem seria essa bela jovem em seis aposentos? Sua nova parceira? – ele sorria para Clarke, de uma forma um tanto estranha.

– Não, ela não é. – Lexa disse, com uma certa dureza na voz, para o visitante – Essa é Clarke, ela é uma das novatas desse ano. 

– Ah, entendo. – o homem estendeu sua mão para que Clarke a apertasse – Meu nome é Roan, Clarke, é um enorme prazer conhecê-la.  

Clarke apertou a mão de Roan e perguntou:

– Vocês se conhecem há muito tempo? 

O homem olhou para Lexa com um sorriso carregado de expectativa. 

– Eu conto nossa linda história ou você prefere contar? – ele perguntou e, como não obteve resposta, continuou: – Lexa e eu fomos bons amigos durante um bom tempo no acampamento do ano passado. Sério, até fazíamos trancinhas no cabelo um do outro. No entanto, alguns eventos ocorreram da forma errada e nos afastamos um pouco. Ela roubou meu quarto, sabe? É este em que estamos agora. Mas tudo bem, eu não me importo. Quer dizer, é só um quarto, não faz mal, eu não ia usar mais de qualquer forma. E então, é claro, ela tinha que roubar outra coisa também…

O homem parou de falar nesse ponto, olhando para Lexa como se esperasse que ela se manifestasse. 

– Ahn… O que ela roubou? – Clarke perguntou, recebendo um olhar cortante de Lexa. 

– Minha noiva. 

É, não havia como Clarke ter previsto aquela resposta. Sua reação se resumiu a olhar para Lexa com uma expressão muito confusa. 

– Vocês não estavam noivos. – Lexa disse. 

– Estaríamos, se você não tivesse aparecido.

– Não estariam. Seja realista, ela só tinha dezoito anos, seus planos estavam longe de casamento. 

Nesse ponto já estava claro que eles falavam de Costia. Clarke não sabia se deveria estar presente ali. Ela certamente não gostaria de estar. 

– Você não sabe quais eram os planos dela. – Roan parecia a um passo de explodir em raiva – Não ouse falar como se a conhecesse. 

– Roan… – Lexa disse, tentando acalmá-lo – Eu não a obriguei a fazer nada. 

O homem ficou calado por um tempo, como se organizasse seus pensamentos. 

– Não importa agora, certo? – e virando-se para Clarke – Perdoe-me por tudo isso, senhorita. Fui dominado por certa nostalgia. 

O eufemismo do século. 

– Enfim, minha intenção ao passar por aqui era apenas cumprimentá-la, Lexa. 

– Você espera que eu acredite que dirigiu por três horas só para dizer “oi”? – ela retrucou. 

– Ah, não. – ele riu um pouco – Não, não, você entendeu errado. Passei por aqui para te cumprimentar porque vou passar o resto desse período do acampamento dando aulas. Se não me engano, algumas crianças foram expulsas na noite passada, certo? Kane me contatou e perguntou se eu poderia ajudar a suprir a falta de pessoal. 

– É claro. – Lexa disse, apenas. 

– Tenho que ir agora. – Roan disse e depois voltou-se para Clarke – Foi realmente um prazer conhecê-la. Espero que nos encontremos novamente. – e sem esperar resposta, ele saiu do quarto, deixando as duas garotas em silêncio. 

– Você está bem? – Clarke perguntou depois de um tempo. 

– Sim, claro. – Lexa respondeu, se deitando na cama e pegando seu celular. 

– Aquele cara parecia bem raivoso. 

Leda deu um sorriso diante do comentário de Clarke e disse:

– Ele não será um problema.

– Tem certeza?

– Sim, Roan é mais o tipo que ladra e não morde. 

Clarke observou-a por mais um momento antes de dizer: 

– Acho que eu deveria ir agora. 

– Espere, Clarke. – Lexa chamou, fazendo Clarke voltar-se para ela novamente – Agora que algumas pessoas saíram, você pode solicitar outro quarto, antes que todos sejam ocupados. Só precisa falar com a Diana ou o Kane, se preferir. 

– Ah, claro… – Clarke tentou com todas as forças não soar decepcionada – Farei isso amanhã mesmo. 

– Ótimo. 

– Obrigada, Lexa. 

– Não se preocupe. 

Clarke saiu do quarto se sentindo ligeiramente triste, pois ela sabia que dali para frente não teria um motivo para falar com Lexa todos os dias. Apesar de que, dados os acontecimentos, ela não sabia se tinha o direito de desejar fazê-lo. 

 

Foi surpreendentemente fácil ser trocada de quarto, Clarke praticamente nem teve que pedir. Bastou chegar a Diana e começar sua sentença com “Então, eu estou no quarto do segundo andar que…” e a situação foi imediatamente resolvida. Aparentemente, havia queixas anuais sobre o quarto, então todos já estavam familiarizados com a situação.
Bom, tendo essa questão sido resolvida, tornou-se oficial: Clarke não possuía mais nenhum motivo plausível para visitar o quarto de Lexa toda noite. E, honestamente, ela estava achando aquilo um saco, porque agora estava praticamente sozinha ali. 

Quer dizer, sozinha é um pouco exagerado, porque ela ainda tinha seus amigos. E os funcionários do local. E todas as crianças. E a senhora Bessie (que sim, é uma categoria à parte). Mas a questão é que ela não tinha ninguém para conversar exatamente. Entre seus amigos, Monty e Jasper estavam passando por uma fase difícil (sabe-se lá o motivo), Octavia estava lá como sempre, mas Lincoln passou a fazer parte do pacote, e Bellamy ainda estava com raiva de Clarke pelos acontecimentos do bar. Então, em resumo, seus diálogos diários estavam bem curtos (exceto aqueles com a senhora Bessie). 

A propósito, já que foi mencionada a senhora Bessie, é preciso dizer que ela estava notavelmente gentil com Clarke. Ela deixava-a pegar materiais de artes para uso pessoal com mais frequência, ajudava Clarke no que quer que ela precisasse nesse quesito e, até mesmo, permitiu que ela desse algumas aulas sozinha. O relacionamento delas estava lindo. Por causa disso, Clarke começou a passar mais tempo ou em seu quarto ou no mini estúdio/tenda de artes, desenhando ou pintando. 

Enfim, tendo essa nova situação se estabelecido por tempo suficiente para criar-se uma certa rotina um tanto cômoda (estamos falando de quase duas semanas), é óbvio que algo tinha que aparecer para varrer a tranquilidade para longe. Porque, afinal, com o universo é tudo sobre o caos, não é mesmo? 

Essa ocorrência, em particular, começou quando, em um belo dia, Clarke encontrou-se com Lexa ao acaso enquanto saía da tenda de artes. A morena usava as roupas que geralmente usava para dar aula e estava indo em direção às árvores. 

Lexa cumprimentou-a brevemente e continuou a seguir seu caminho, até que Clarke perguntou: 

– Não é um pouco tarde para sair sozinha do acampamento? – eram quase sete da noite, afinal, o jantar seria servido em meia hora. 

– Não vou demorar. – ela respondeu – E não estarei sozinha se você me acompanhar. 

– Um convite encantador, mas acho que não estou vestida para a ocasião. – Clarke disse, indicando suas roupas (que consistiam em um jeans ligeiramente manchado de tinta, uma blusa de mangas compridas cinza escura e tênis que definitivamente não foram feitos para caminhada). 

– Como eu disse, não vai ser demorado. – Lexa insistiu – E as árvores não vão se importar com suas roupas. 

Eram argumentos terríveis, mas, afinal, tratava-se de Lexa, o que já contava pelo menos três pontos a seu favor. Logo, Clarke aceitou acompanhá-la. 

Elas começaram a seguir uma trilha estreita entre as árvores. Lexa andava em um ritmo fácil de ser acompanhado o que, Clarke supôs, era intencional. 

– Então, por que resolveu caminhar logo antes de anoitecer? – Clarke perguntou, quebrando o silêncio que pairava entre elas já há algum tempo. 

– Eu me atrasei hoje de manhã. Geralmente saio antes das pessoas acordarem. 

– Uau, eu gostaria de ter essa disposição pela manhã. 

Lexa sorriu com o comentário (o que, a propósito, fazia o coração de Clarke bater um pouco mais forte toda vez, apesar de não ocorrer com frequência) e disse: 

– Você pode me acompanhar, sabe? É mais fácil ter disposição em companhia. 

– Eu passo. Mas a oferta foi apreciada.

– Bom, ela permanecerá válida, se algum dia se interessar.

O silêncio voltou a se instalar entre elas, mas não de uma forma desconfortável. 

Caminhar com Lexa fez os pensamentos de Clarke voltarem-se para a noite em que elas se beijaram. Havia sido, de certa forma, um tanto inesperado, mas, por outro lado, era o que Clarke quisera por um bom tempo. E, é claro, ela havia estragado tudo. Aquela devia ser a sensação de dar um tiro no próprio pé. Enfim, ela meio que esperava que as coisas fossem ficar estranhas entre as duas depois daquilo, mas Lexa agia como se nada tivesse acontecido e Clarke não conseguia decidir se isso era bom ou ruim. 

Outro detalhe sobre aquela noite que vinha perturbando sua mente era Roan. As coisas pareciam bem intensas entre Lexa e ele desde que ele apareceu. Clarke não obteve mais nenhum detalhe sobre o que foi dito no quarto de Lexa. Tudo o que pôde descobrir sobre ele era que, aparentemente, em sua primeira vez no acampamento, ele também ensinava artes marciais. Isso ela descobriu através de Lincoln, pois não chegou a falar com Roan desde seu primeiro encontro.

A garota foi interrompida em seus devaneios quando Lexa parou, aparentemente sem motivo. 

– Posso mostrar uma coisa? – ela perguntou. 

– O quê? 

– Vai confiar em mim se eu disser que é uma pequena surpresa? 

Clarke realmente teve que pensar um pouco antes de responder. 

– Não. 

– Uau, isso foi cruel, Clarke. – Lexa disse, fingindo estar profundamente magoada. 

– Aprendi com a melhor. 

– Boa jogada. – e lá estava Lexa, novamente com aquele sorriso – É só um lugar que encontrei no ano passado. Eu gosto bastante de lá. 

– Okay. 

– Okay…?

Clarke riu do quão confusa Lexa pareceu por ela aceitar tão facilmente e continuou:

– Sim, eu confio em você. Eu provavelmente teria ido se você tivesse continuado com a coisa da “surpresa”. 

– Devia ter continuado então.

Lexa saiu da trilha, guiando Clarke por entre a vegetação que ficava um pouco mais densa, mas não ao ponto de atrapalhá-las.

Andaram até uma estrutura que parecia um pouco com uma gigante pilha de pedras cinzentas. Realmente gigante. 

– Não pareça tão decepcionada. – Lexa disse, em tom brincalhão, o que era até um pouco estranho a ela. 

– Não estou! – Clarke retrucou no mesmo tom – E uma bela… Pilha.  De rochas. 

– Bom, fico feliz por você ser tão facilmente impressionável. Dessa forma talvez realmente goste do lugar quando chegarmos. 

– Ah, não estamos lá ainda. – Clarke afirmou – Ok, para onde agora? 

Lexa apontou para cima. 

Clarke olhou em silêncio para a grande pilha de pedras por um momento. 

– Você não está falando sério. – ela disse por fim. 

– Eu estou. 

– Eu não vou escalar aquela coisa, Lexa. 

Lexa encarou-a por um instante, com a expressão indecifrável. 

– Tem uma escada do outro lado. – contou, quebrando o suspense. 

– Sério? – Lexa assentiu – Por que teria uma escada em um monte de pedras? 

– Receio que não saiba responder essa. – disse Lexa, indo em direção às pedras. 

De fato, havia uma escada, também feita de pedra um tanto velha e instável. Aparentemente, toda aquela estrutura possuía séculos de idade e seria muito difícil determinar a data ou o motivo de sua construção, então não entraremos em detalhes aqui. O importante é que as duas subiram na estrutura sem muito esforço. 

Clarke ficou momentaneamente sem fôlego ao se deparar com a vista que o local proporcionava. Era possível ver uma boa parte da floresta dali e a luz do sol poente deixava tudo em um tom alaranjado que era simplesmente fantástico. 

– O que achou? – Lexa perguntou, parando ao seu lado. 

– É… Fascinante. 

Lexa sentou-se no chão, com as pernas penduradas para fora da pedra. Clarke fez o mesmo, colocando-se ao seu lado. 

Elas estavam em silêncio, observando a luz dourada do sol que se extinguia. 

– Sobre aquela noite em que não beijamos… – Clarke começou, mas logo foi interrompida por Lexa. 

– Você não precisa se justificar. Eu entendo.

– É só que… Tudo foi tão repentino e surpreendente. Acho que me assustei um pouco. – Clarke se sentia um pouco estranha por finalmente reconhecer aquilo. 

– Tudo bem. Não vou forçar nada, Clarke.

– Eu sei que não vai. 

Clarke olhava para Lexa, admirando o fato de a luz fraca deixá-la mais bonita do que o normal, se é que isso é possível. Ela, então, aproximou-se, um pouco hesitante, beijando-a e Lexa correspondeu de acordo trazendo Clarke para mais perto de si. 

Elas se afastaram um pouco e por um momento se perderam em seus olhares. Lexa tirou uma mecha do cabelo de Clarke do rosto da garota e elas se beijaram novamente, aproveitando aqueles segundos em que o mundo exterior estava suspenso, como se elas existissem apenas uma para a outra.

Em determinado ponto daquele momento tão lindo (no ponto em que as coisas pareciam prestes a ficar um pouco mais intensas), Clarke tentou mudar de posição e acabou escorregando, o que definitivamente não foi favorável ao clima. Ela pensou que fosse cair lá de cima do monte mas, felizmente, havia uma pedra maior embaixo daquela em que as duas estavam sentadas, então ela só tomou um pequeno susto. Como um fato isolado, isso não foi tão ruim. Ou, não teria sido, se Clarke não tivesse, acidentalmente, mordido o lábio inferior de Lexa um pouco forte com sua quase queda. E isso foi tão constrangedor quanto parece. Se não for um pouco mais. 

Com o ocorrido, Lexa ficou um tanto dividida entre ajudar Clarke – que estava quase caindo de vez do monte –, consolá-la dizendo que ela não havia se machucado ou rir da garota. Ela fez um pouco dos três, mas era difícil ajudar pessoas enquanto se está rindo, então talvez nem tudo tenha sido feito com perfeição. 

Enfim, uma excelente maneira de terminar a noite. 


Notas Finais


Por favor, seres humanos que adoram o Roan, perdoem o personagem que coloquei pra ele.
Eu precisava de um vilão e na minha cabeça deu certinho, então tá aí.
O que os dois Roans têm em comum é o nome e a aparência, só kkkk


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