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História THEY ARE NOT MONSTERS (Jungkook) - Chapter 31- Aproveitando...


Escrita por: YumiAmaKook

Notas do Autor


Desculpa a demora! 😅

Prometo que o próximo será mais rápido! <3 <3

Capítulo 32 - Chapter 31- Aproveitando...


Fanfic / Fanfiction THEY ARE NOT MONSTERS (Jungkook) - Chapter 31- Aproveitando...

  

[Sexta-feira ]


  ☪



Nada como o vento, o aroma suave, o som das cigarras e das folhas, a sensação de magia fluir atrás da árvores. Porém desejei ver a luz do sol aqui. No campo novamente.


— não demore — o  adverti. Jungkook sorriu de leve e não demorou muito para sumir entre a escuridão e sombra.



Eu tinha esquecido...eu não queria só ficar no campo, eu queria andar além. Porém quando Jungkook voltasse...se eu não estivesse aqui ou me perdesse… Então eu pediria para que explorasse junto a mim, na verdade, Jeon deve conhecer aqui bem melhor que eu.




Apesar de visitar desde alguns anos essas terras, eu não tive tempo de decorar muitos lugares, apenas uns bonitos no qual ia com Jimin para que ainda tivéssemos a sensação de onde nascemos. Jimin…. família será que vive feliz atualmente? Não, não gosto de pensar nisso, não gosto de pensar que ele pode estar distante de mim ou pode estar triste, não, esqueça isso por enquanto, S/N.


Uma outra palavra soou.


Poderes, eu tenho poderes de uma abençoada. Logo vou me divertir outra vez, me divertir já com saudades proliferando  se eu conseguir quebrar a maldição… e virar apenas uma vampira qualquer… Mas uma vampira ao lado de Jungkook…


Mas eu tenho tempo, não tenho? Eu tenho…não preciso de uma marca agora.


Marca...essa palavra ecoou dentro da minha cabeça pensativa em meia escuridão do campo. Eu tenho poderes especiais, e se Jungkook tentasse uma marca? Eu poderia sobreviver...eu sou forte...não é? Não...não...seria arriscado demais.


Droga!




[TAE POV]




Não...eu não preciso fazer isso...Mas se custar, se depender….eu farei…

Eu posso...ela o fez sofrer tanto…

Esbravejei na cama.



— 02:29 — olhei o horário. Merda



Acordado outra vez pensando nisso, parabéns, Tae. Mas eu tinha que pensar de qualquer maneira, eu tenho que ver todas as possibilidades, ela me mataria em um estalar ...eu tenho que pensar cauteloso.



Respirei fundo.



Tenho que dormir…



Organizei os lençóis de cama e admirei o escuro do quarto, mas não muito...Logo me deitei de lado e estendi a mão...Não demorou muito para que eu invocasse fogo, uma leve ardência de meus poderes, mas eram chamas calorosa e laranjas e glamourosas. Apesar de eu mover minhas mãos admirado… era ainda um poder herdado de minha mãe.





(.....)


[FLASHBACK]



Século XVIII



—Mais rápido! Levante-se! —Gritou o professor…Sua voz saiu rouca para mim.


Meus ouvidos cobertos de zumbidos, e talvez um pouco de sangue, não fez que eu compreendesse outras palavras além dessas. Tentei me levantar, mas meus braços falharam miseravelmente. Meu rosto caiu sobre a areia, a qual sujou meu cabelo e corpo fraco e trêmulo. Eu supliquei para que eu levantasse...nada.



Olhei ao redor. Todos os meus amigos, todas as crianças daquele centro de treinamento estavam aqui. A cerca não deixava que ultrapassassem  o terreno coberto, deixava apenas eu, o treinador e ...o garoto que atualmente me espancava.


O mundo girava...eu queria vomitar, eu queria correr e gritar de novo. Mas eu não aguentava mais aquelas risadas ao meu lado, não aguentava insultos até de minha mãe, não aguentava mais eu me considerar fraco. Me demasiei em raiva, dor, desespero, e tristeza.



Eu botei uma incrível força árdua em meus joelhos, me levantei após cuspir sangue. Minhas mãos estavam tão geladas e sujas de areia...tão inúteis...mas tão sedentas...eu queria socar aquele rosto até que sua respiração terminasse. Mesmo minhas mãos em prantos, suplicando que eu não fizesse aquilo,  eu discerni perfeitamente que aquele garoto não me deixaria vivo. E eu também estava cético sobre o treinador.



O professor não disse outra coisa, mas não o olhei, meu olhar concentrava naquele sorriso daquele garoto de 12 anos em minha frente, concentrava no ódio que percorria minhas veias e alma. Senti meu suor pingar. Eu estava sujo, cansado, ofegante, destruído. Sibilei.


Eu ainda tremia, eu ainda tinha muito, muito medo, estava apavorado... mas eu não quero mais me banhar em meu sangue...não


não




Minha visão turvou quando meu corpo falhou, tombei e ouvi a última risada do mesmo garoto ...antes de me socar outra vez. Tudo ficou preto. Eu desmaiei.













—Não levante.



Mal abri os olhos quando me assustei e ousei levantar, mas minhas costas doloridas como se tivesse  quebrada, foi aviso o suficiente para eu permanecer deitado. Um frio gelado percorreu por meu corpo, e logo contive um gemido de dor ao sentir alguém pressionar um pano quente contra um ferimento na minha perna...não, não foi o ferimento que doeu, e  sim o meu osso.


Abri os olhos mais claramente. Era meu pai….



Estava dentro de uma cabana, não sei dizer quão longe de casa, mas ainda parecia estar dentro do campo de treinamento, talvez aqui era alguma parte mais longe ou dentro do alojamento.  A cabana tinha a iluminação de uma fogueira no canto, e ela era grande o suficiente para nós dois e algumas outras coisas que estavam aqui. Olhei para o lado para identificar a fonte do meu frio constante, a cabana estava bem aberta...uma escuridão enevoada lá fora…


Estava de noite. Quando eu estava na classificação lutando com aquele menino...era de manhã…



— Eu troquei suas roupas antes que acordasse e sentisse essa dor...— meu pai continuou falando enquanto molhava o pano e botava em cima da minha perna—  Pedi para o professor deixar você descansar durante alguns dias até voltar para o treinamento. — aquele olhar...era um olhar misturado de pena, quase inexpressividade, grosseria e silêncio. Esse era meu pai comigo.



—Quanto….quanto tempo eu...eu ficarei aqui?— minha voz quase não saiu, senti como se as palavras fossem vidros saindo e cortando minha garganta. Quantos dias eu terei que aguentar nesse inferno?


Ele não respondeu, me encarou durante alguns segundos. Olhei seu rosto brilhar com grosseria em laranja por causa da fogueira, e então o silêncio se preencheu tanto na brasa, quanto em meu pai e eu. Eu sabia...eu ficarei pela a eternidade se eu não …


A sensação de ódio e solidão me retornou.


Eu não queria que meu pai olhasse uma outra vez em meu rosto imundo, inchado e atordoado...inútil, inútil


Eu passei noites chorando em só lembrar quando o professor lançou a mim um “Você é fraco!” quando quis ter compaixão antes de lutar com meu amigo...eu deixei que ele vencesse...E só então percebi, isso não me deu privilégio algum...não aqui dentro, isso nunca aconteceria aqui dentro.


—a ...a mamãe não veio, não é?— perguntei. Eu olhava para a noite lá fora, meu pai olhava para minha perna...possivelmente quebrada.



—Não.


Silêncio outra vez.


É óbvio que ela não viria...é…é óbvio...ela sabia que eu não ia conseguir de qualquer forma ...é claro…



Não




—Filho? —antes que eu pudesse perceber, eu já chorava como a criança assustada que eu era.




[ S/N POV]





Meu coração acelerava a cada movimento e sensação de energia...Eu sou tão graciosa e linda assim …

Eu me permiti extravasar de poder, apenas para me ver no ar de novo.  Senti a ponta dos ventos em mim, mas eu percebi que...por mais que eu tentasse subir acima das nuvens, eu não conseguia. Era como se eu fosse limitada, mas não reclamei, não quando a visão daqui de cima era... incrível.



O verde-escuro estava nem um pouco morto, nem um pouco como eu enxergava antes; era como se a natureza estivesse renascendo, avisando que a temporada de sangue terminou.


O brilho, as faíscas...quase como vagalumes, eu não sei explicar o que era aquele brilho dourado em meio às árvores, eu só podia entender que era magia… Uma enorme extravagante, majestosa magia! Eu admirei não sei por quanto tempo o ar ultrapassando as folhas e levando a sensação de que bondade e beleza, dizendo que ainda existe aqui. Olhando o brilho repentino da noite no campo, nas flores, nos bosques longes, nas montanhas.

Mas, quando eu parei para observar outra coisa, o alvorecer tinha chegado.



Eu consegui me acomodar em minha própria onda púrpura que me seguia quando tirava os pés do chão, era como uma nuvem que eu saia por aí, mas era mais como ar…  


Eu estava disposta a testar minhas travessias, minhas invocações, meus feitiços, o fogo… Era isso o que eu conhecia de mim, mas Íris ainda estava me mostrando que existia mais de meus poderes do que eu imaginei.


Quando botei os pés no chão, eu fechei os olhos com força, com um sorriso que demonstrava  a minha satisfação. Já estava bom.

Eu estava voando, que palavra linda! Voando.Voando….



—Voando…—Jungkook. Era Jungkook.


Abri os olhos.



O seu olhar...surpreso e...o seu sorriso labial era...doce, mas parecia despertar uma dor em si.

Jungkook não parecia tão cansado, nem tão sombrio, nem tão dócil.



—Você consegue voar —enfatizou ele. Encarei outra vez o seu rosto brilhar sob a luz do sol nascente. Por que tão indecifrável?


Uma pontada de dor atingiu meu coração frágil.


—Jeon… — eu não sabia o que dizer, mas me aproximei quase encostando nossos rostos. —Eu descobri recentemente— expliquei quando fechei os olhos e encostei minha testa na dele.



— Você estava tão...incrível —é, eu também não tinha palavras para mim mesma —Se eu pudesse dar essa sensação para alguém — levantou meu rosto e o contornou com o polegar — com certeza seria para você —o seu sorriso se alargou, mesmo que seus olhos pareciam brilhar como se estivesse repleto de lágrimas.  



O seu rosto parecia mais...sujo, eu diria, não parecia como a pele perfeita, brilhante, reluzente, resistente imortal . Seu rosto parecia um pouco mais cansado para a perfeição. Suas roupas também pareciam mais sujas, como se enfrentou terra, água, desespero… Mas não parecia tão grosseiras.



—Eu...te amo muito—era o que eu podia dizer quando eu não sabia que sentimento se passava por Jungkook. Mas uma coisa eu tinha certeza, ele ainda queria ter suas asas.. Demos um beijo curto.—Podemos...visitar um local antes de voltar?—assentiu e sorri em resposta.


—Onde...onde quer ir?—seu olhar se penetrava em meus lábios. Só então percebi, nenhum resquício daqueles olhos vermelhos, apenas o castanho avermelhado comum do mesmo.



—qualquer lugar, vamos andar...olhar por aqui —vamos admirar o mundo imortal… Eu realmente queria conhecer as cidades daqui, mas eu não vi nada com vida além da que vi há alguns dias antes, e também floresta e mais floresta de carvalho. Jungkook sorriu e riu levemente por minha fala.





— eu conheço alguns cantos que posso te levar — sorriu e segurou em minha mão. Rápido demais. Onde estávamos?



Minha cabeça girou com a travessia tão de repente que até Jungkook devia ter ficado confuso com a velocidade, ou não.  

Quando apertei as mãos e os olhos fortemente, parei para observar, ainda uma breve floresta de carvalho, mas mais à frente, escutei o som de água correndo… Andei um passo para trás, bati em uma árvore...enorme.


Senti uma última cócega do toque da movimentação das sombras em mim.



—Acho que não vai precisar da minha ajuda para subir aqui— Jungkook falou e o encarei confusa. Olhei à cima, ele apontava para um galho no topo da árvore. O que ele queria me mostrar ?



…..


É, imprevisível, de novo fez algo, mas dessa vez saltou para um galho, depois para outro mais grosso e maior, depois para outro….



[JK POV]




Respirei forte, queria ser recebido de braços abertos para o amanhecer que subia, e fui. Meu cabelo se mexeu com o ar frio que passou .Parei no topo da árvore.


Me apoiei melhor no galho. Um galho tão grosso quanto um tronco, então observei S/N sentar-se ao meu lado, no mesmo tronco; soltei um sorriso.


—não abuse de meus poderes — falou e me ergui para observar o sol, pareceu resposta o suficiente para que a mesma reparasse e admirasse também. As folhas de vez em quando batiam em meu braço e perna, mas eram suaves, ignorei. —Kook…— sua voz saiu depois de alguns segundos de silêncio— Por que você admira a noite daqui, sendo que viveu durante tempos em uma eterna noite?


Seu olhar virou para mim, me acomodei na madeira velha e respirei fundo.


—A noite de lá...era 10.000 vezes mais bonita...mas, olhar para a noite daqui...me faz a amar também, pois, apesar dela não chegar perto dos pés de Ryven...ela marcou um período melhor da minha vida. Mas também...olhar para ela faz eu sentir falta da de lá.—eu sei, eu sou confuso, mas nem mesmo eu sei explicar ou entender direito.— olhar para a noite daqui me faz lembrar de lá às vezes e...me lembro também de meus pais que ficaram em Ryven.



—Eles...são radicais também?



—Não, não tanto…Como, graças ao Dragão, eles ainda  tem amor por mim. Me disseram que não matariam, a não ser no ritual de lua sangrenta, por mim. Eu sou confuso, eu sou contra tudo aquilo...mas também acredito no Dragão.


O que eu podia fazer…



—Como...como era Ryven?



—Obscuro...sempre com cantos cheios e repletos de escuridão e criaturas escondidas. Era uma noite clara, eu diria, por causa do brilho da lua...O nosso calendário lunar sempre nos manteve ocupados, uma semana após a outra. Eram semanas diferentes...umas com dor, outras eram com  festivas e outras tristes... — olhei para um dos raios solares fortes e claros, lindos. Ouvi o doce canto dos pássaros anunciando um novo dia… o vento passou entre as folhas quando me apoiei em outra posição.



O rosto de S/N...tão suave, mas já o vi tão assustado, frustrado, cansado, agora...ela parecia...ela. Ela parecia hesitante, eu sabia o que significava no fundo ...Ela pensava naquele momento, talvez em nós, talvez em mais tarde, talvez em o que comeria amanhã, o que faria na semana seguinte...alguma coisa preocupava ela. Eu a encarei mais um tempo…

Podia jurar que vi seu rosto brilhar e soltar faíscas e partículas brancas,  como...como magia de uma fada.


É, eu percebi.


Ela largou a ideia de ser uma humana… Sua forma de agir já parecia outra, e sua aparência...ela não era mais tão humana.

Eu não sei se “ser humana” significa ser ela mesma, mas ela parecia satisfeita sendo ...o que é agora.



O céu alaranjado já queria dar início ao azul, mas a graciosidade não sumia com esse fator, não, as nuvens, a natureza combinavam e trabalhavam juntas. Tudo estava muito calmo.



— vidas, não necessariamente, programadas… — comentou e levou o olhar reluzente a uma folha . Se esticou e então puxou a mesma folha. Soltei um sorriso quando parei de encarar seu rosto mágico e esculpido perfeitamente.



— Seguimos tanto a vontade do rei, quanto a do nosso calendário...chamamos de tradições. Apesar de pressionados —levei o olhar para a folha que ela brincava. Logo, a mesma coisa que ela mexia, sumiu em chamas...não sei o que estava fazendo, mas ela não costumava usar magia tão naturalmente em minha frente — nós conseguíamos viver...felizes ou bem. Lá é bonito...só imundo — com o olhar de S/N, eu entendi que ela logo percebeu o que Ryven significava para mim — Mas...e você? — voltou sua atenção a outra folha que, agora, puxava.


— O quê?



—Como era em Aphyet?



— eu morava na aldeia de Caster...Lá...— me encarou. Por segundos, ficou sem palavras com uma expressão ...confusa?— Lá era monótono demais ...era cinza. —ouvi sua respiração profunda.



[S/N POV]



—normalmente, todos tinham suas funções...sempre trabalhando, treinando e trabalhando de novo… Parecia que as pessoas que moravam lá, apenas nasciam para trabalhar, então...eu e Alyssa... aquilo não era lugar para nós...então —soltei um sorriso ao lembrar. Como era bom...— a gente sempre fugia dessa rotina, literalmente…!


Quando observei o rosto de Jungkook, ele sorria… Talvez esse foi um dos sorrisos mais sinceros que o dei hoje.

Olhei para as nuvens, deixei com que o som das cigarras fossem música, assim como o som das folhas se mexendo, o som dos pássaros e as fraquejadas dos galhos em que nos apoiavámos uma vez ou outra. Uma paz me preencheu. Aqui ...esse sol parecia diferente do além da barreira, o cheiro, o céu...tudo parecia mais bonito aqui.


Respirei calma e olhei para algumas árvores ao nosso lado...elas brilhavam como estrelas de vez em quando, um brilho soltava delas, sim, aroma de magia.



— não ...não tinham festivais? Tradições? —neguei com a cabeça.



— o único festival era o de primavera, falava sobre a renovação da alma e temporada de paz…


—Enalteciam as flores?— não soube direito o que significava ”enaltecer“ para ele.



—Nessa época...sim. Mas, não era como um símbolo. Nossa tradição era crescer, tornar-se algo para servir, futuramente, alguém. Exercer funções... — a rotina era ter uma vida chata e nada graciosa —.  Ser melhor e mais forte que o último, que os outros.



Me aproximei de Jeon, o mesmo esticou uma mão para me apoiar, a segurei e logo me envolveu em seus braços. Deitei minha cabeça em seu peitoral. Estávamos deitamos na madeira dura, não sabia direito como estávamos apoiados, mas o que me importei fora que a visão era perfeita ...Nossas cabeças passavam sobre algumas folhas e galhos, que até tiramos, após, para admirar o céu...admirar a vida.


— o que fazia além de ser uma rebelde e teimosa? — eu ri conforme o mesmo fez.



— Ser indisciplinada, mas, escrevendo e lendo em casa… eu gostava também quando me contavam histórias lá, apesar que, a maioria eram apenas para nos assustar e para nos afastar de “monstros”...ensinando o que é o “bem” e o “mal”.



Ouvi um arfar de Kook, provavelmente porque eu não percebi que fazia peso em seu corpo quando, praticamente, deitei em cima dele.


—No livro de Yooji, falam sobre queimar Jimin… Caster também era assim? — virei a cabeça com uma certa indignação.



—O quê? Você está lendo também?— ouvi a risada de Jungkook. É sério, até ele ?Aish…


—Estou — bastou para qualquer outra pergunta, mas não me incomodei agora; expliquei:


—Queimar “monstros”, queimar “imperfeições”, queimar o “ruim”... Era tudo isso lá — fechei os lábios em uma linha reta. — eu não sei descrever minha infância...mas eu não gostaria de passar pelo os momentos no qual passei nela outra vez.



Eu não gostaria de chorar tanto até dormir, eu não gostaria de olhar o rosto ríspido de meu pai, ver o olhar de minha mãe que dizia algo como: você deve fazer isso, mesmo não querendo, mesmo eu não querendo.


Eu não queria ver todas aquelas carcaças medonhas que traziam, e depois, arrancavam suas peles. Eu não queria ser julgada pelo o meu próprio povo, ver fogo, me sentir fraca e querer quebrar meus próprios ossos .



Jungkook tinha saudade de Ryven, mas eu não tinha de Aphyet… Tenho de poucas coisas de lá, mas não aquele lugar… O que aquilo me significou .  




— eu também cheguei em Éreven positivo...— era mais como um comentário — “vida nova”, uma vida melhor…




—Éreven é um lugar humano…




Mesmo assim, não julgo. Devia ser mais seguro do que em qualquer outro lugar em que viveu.



— Não exatamente quando eu cheguei lá. Mesmo Éreven sendo perigoso, sendo perigoso ainda mais para mim… É bem melhor morar lá do que em uma zona de guerra.


Guerra ...por que tantas guerras….Por que tanto sangue …? Esse mundo é tão confuso, parece que todos nós estamos procurando uma saída dele...uma forma de viver e sobreviver. Eu estou nesse mundo para sobreviver…



Quando percebi, um leve sono me atingiu, e eu já fechava os olhos aconchegada no peito de Jungkook. Meus braços abraçavam a cintura do mesmo, e minhas pernas estavam jogadas em cima das suas, ou entrelaçadas, não reparei muito. Abri ainda mais o olhar antes de me deixar perder para a tentação do sono. Olhei a tatuagem exposta em seu pescoço.




—aconteça o que acontecer… Nunca me abandone...Ok?— olhei agora para seus olhos gentis quando estiquei minha cabeça para tal ato. Ele assentiu, foi suficiente para mim.




E o dia tinha iniciado, tinha glorificado através do céu e além dele. Talvez quando eu acordasse, ainda estaríamos aqui aproveitando esse lugar doce, com cheiro doce, com aparência dócil...Ou eu já estaria em Éreven, onde fora minha casa...onde eu vivo durante décadas, onde parece tão feliz, mas…aqui também parece feliz….


Lembrei.

Jungkook não era como aqueles ...aquelas criaturas, não era cruel como os seres daqui, ele não era ...igual ao vampiro que...estraçalhou o pescoço de Alyssa. Não, ele não era assim, assim como existem vampiros que não são assim.



— Eu não vou fazer isso...Eu te amo, S/N — não muito satisfeita, me virei, ficando de bruços contra o corpo de Jeon. Ele sorria perfeito com os lábios.



—Eu também te amo, Jungkook —acariciei o cabelo vermelho. Talvez...talvez conhecer Jungkook não tenha sido um erro, mesmo que perigoso...talvez isso signifique a felicidade que eu queria, o futuro em que montarei….



—O meu...o meu toque não te estremece mais —ele comentou, e quando vi...seus olhos pareciam brilhar de forma diferente, não, eles estavam apenas cheios de lágrimas.


É verdade.


Era como se Jungkook tivesse me ensinado a não ter mais medo disso, e então Alyssa viveria em paz para mim …



[NARRADORA POV]



De repente, os dois sorriam, satisfação por um ter ao outro, satisfeitos por aquele momento juntos, agradecidos aos céus. E assim, começaram um beijo longo.


Até mesmo os pássaros pareceram apreciar aquele momento .


S/N não percebeu direito, mas sentiu um toque e um florescer dentro de si.


A rosa de S/N Clarpy brilhou em dourado, não, não era um aviso...mas sim, um novo começo.


A pétala jogada de Alyssa, no qual estava morta, seca e murcha...a pétala a qual nunca sumia….Ela dissipou-se.


A grande Alyssa evaporou em tons de dourado, e então S/N estava feliz. Alyssa agora era uma lembrança apenas boa, apesar de que morreu de forma cruel, aquela pétala ficaria feliz em souber que S/N… Ela finalmente superou sua morte. Agora Alyssa seria livre, estaria em paz.



Mas, não foi só isso. A pétala sumiu e logo nasceu outra na rosa de S/N.


Quer saber o nome, ou a pessoa da pétala nova ? Dos momentos bons e pessoas em que confia? É claro!


O seu nome é Jeon Jungkook!  



Notas Finais




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