História They Dont Know About Us - I miss you...

- Olá, doutor! - Eu disse, me afastando um pouco de Minho - Qual é a surpresa?
     

- Você receberá alta daqui a poucas horas, senhor Lee!
     

- Ah, amor! Que bom! Nós vamos pra sua casa e eu vou cuidar muito bem de você, eu prometo que vai ficar tudo bem! 
     

- Nós só temos que atestar se o senhor realmente está bem, mas não vai demorar! O resultado dos exames já saiu e os raios-x também, e me parece estar tudo normal, a menos por um inchaço na região do estômago, devido as intensas batidas, mas eu vou te passar um relaxante muscular e vai ficar tudo bem. - Ele deu uma olhada na prancheta que segurava e continuou - Ah, mais uma coisa, você precisa estar em constantes cuidados, senhor Lee. Mesmo o senhor já estando apto para ir para casa, não pode esquecer que ainda está muito frágil, foi um milagre não ter acontecido alguma coisa mais séria, no estado que o senhor chegou aqui.
     

Minho me olhou e seus olhos estavam marejados, afinal ele não tinha visto como eu cheguei, senão duvido que ele já não teria batido em meu pai.
     

- Muito obrigada, doutor! Pode deixar que com o namorado e a mãe que eu tenho terei o melhor carinho possível! - Olhei com afeto para Minho, sorrindo indicando que estava tudo bem.
     

- Tudo bem, eu só vou dar entrada na sua alta e em mais ou menos duas horas o senhor já pode ser liberado! Foi um prazer conhecê-lo, senhor Lee!
     

- Obrigada, doutor! O prazer foi meu!
     

Com essa despedida ele saiu da sala e não pude esconder minha felicidade por ir embora. Apesar de o tratamento dos médicos ser muito bom e a comida não ser a pior coisa do mundo, eu não me sentia confortável estando em uma cama de hospital e com Minho me olhando com dó, como se não pudesse me tocar.
     

- Amor... - Minho me chamou, me tirando de meus devaneios - Eu vou... Ãn... Ir um pouco lá fora, ok? Agora que já está bem...
     

- Se você quiser tem um banheiro aqui dentro, não precisa ir lá fora e...
     

- Não, eu não vou no banheiro, eu só preciso... Resolver uma coisa...
     

- Ah, claro, amor! Eu te esperarei aqui! Se você ver minha mãe na recepção pode pedir para ela entrar, por favor?
     

- Claro, peço sim! - Ele selou nossos lábios demoradamente e depois em deu um beijo na testa, se despedindo e saindo do quarto.
     

Não demorou nem cinco minutos e eu já ouvi batidas na porta.
     

- Entre, por favor!
     

- Olá, filho! Pediu para que Minho me chamasse?
     

- Ah, olá, omma! Pedi sim! Você estava ocupada?
     

- Não querido, não estava! Tudo bem com você? Ainda está sentindo dor?
     

- Não, omma, está tudo bem, o médico veio aqui uns dez minutos atrás e disse que eu receberia alta em breve!
     

- Sim, eu soube, isso é ótimo! Até que você não ficou muito tempo aqui, ainda bem, porque eu casa eu vou poder cuidar melhor de você...
     

- Omma, mas e seu trabalho? - Eu disse, eu já ia ficar fora, acho que JongIn não ia ficar muito feliz com dois funcionários de folga.
     

- Não se preocupe com isso! Logo quando veio para cá eu já avisei JonhIn que você estava no hospital e que eu ficaria com você! - Então me veio uma lembrança.
     

- Omma... JongIn sabe... Porque... E-estou aqui?
     

- Não, querido... Eu não vou contar a ele.
     

- Eu sou um idiota! - E novamente lá estava em chorando. Desde quando eu fiquei tão sensível?
     

- Taemin, o que aconteceu?! - Minha mãe disse, preocupada
     

- Ele veio aqui, omma! Meu pai veio aqui e me disse que queria conversar, me disse que queria me contar uma estória e que queria pedir desculpas, mas eu fui um idiota com ele! Eu o tratei mal e joguei tudo que estava em minha mente, sem pensar nos sentimentos dele! Ele saiu chorando, omma! Ele saiu chorando! Nunca vi meu pai chorando! - Nessa hora eu já soluçava de tristeza. Eu ignorei a cara de pasma de minha mãe e me joguei nos braços dela, eu precisava que ela me confortasse.
     

- T-taemin... E-ele veio aqui?
     

- Sim... - Eu disse, ainda com o rosto na curva de seu ombro.
     

- Eu pedi que não viesse... Eu juro, filho...
     

- Eu sei... - Eu já estava pouca coisa mais calmo e comecei a me afastar - Ele realmente só queria conversar.
     

- Gostaria de ligar para ele, filho?
     

- Ãn... Não sei... Independente de qualquer coisa ele me fez muito mal... Mas ele é meu appa... - Eu tinha que pelo menos pedir desculpas - Sim, omma! Eu quero ligar para ele!
     

Quando ela foi pegar o celular, eu disse que não precisava, estava com medo que ele visse que era alguém da família e não quisesse atender, então eu peguei o telefone do quarto do hospital e disquei os números que estranhamente eu já sabia de cor. O telefone tocou algumas vezes e caiu na caixa postal. Será que ele tinha salvo até o número do meu quarto? Eu ligue novamente e de novo caixa postal. Olhei para minha mãe com certa tristeza e ela me incentivou a ligar novamente. Eu peguei o telefone que já tinha colocado no gancho, apertei o botão para discar os números novamente e esperei. Mais uma vez o telefone toucou inúmeras vezes, até que ouvi uma voz do outro lado da linha, que fez meu corpo gelar.
     

- Alô? - Podia jurar que era a voz de Minho, nunca percebi como suas vozes são parecidas.
     

- Alô... Quem é?
     

- Porque? Quem quer saber? - Aquele resposta me pegou em cheio.
     

- Ãn... Me desculpe... Aqui é Lee Taemin... Gostaria de falar com KyungSoo...
     

- Taemin?! 
     

- Appa....?
     

- Sim, sou eu, filho.... Está tudo bem? - Eu olhei para minha mãe com um leve sorriso, indicando que estava tudo bem e que ele não tinha se negado a falar comigo.
     

- Sim, appa! Está tudo bem! O médico disse que apesar de minhas contusões eu já posso ter alta e... - Só depois de ter falado eu percebi o significado que aquilo tinha para meu pai - Quer dizer... E-eu vou voltar para casa hoje, talvez...
     

Ouvi um silêncio do outro lado da linha e imaginei que ele tivesse desligado na minha cara, mas não ouvia o barulho da linha, não ouvia barulho nenhum...
     

- Appa, ainda está aí?
   

 - S-sim, filho... - Ele estava... Chorando?
     

- Appa, eu sinto muito, eu não queria dizer aquelas coisas horríveis para você, eu não queria ter dito isso agora, eu realmente preciso começar a pensar antes de falar, me perdoe... Por favor...
     

- Taemin - Ele voltou a usar sua voz imponente - Se tem alguém que deve pedir desculpas aqui, esse alguém sou eu. Eu sinto muito pelo que fiz com você, eu perdi a cabeça, eu só não queria que um idiota a acabasse com a vida do meu filho como aconteceu comigo. Eu quero conversar sobre isso com você, quero esclarecer as coisas, quero tirar suas dúvidas, mas só quando você estiver pronto.
     

- Appa... Obrigado por isso... Eu quero vê-lo! Quero que vá me visitar hoje, tudo bem por você? - Minha mãe me deu um sinal para que eu colocasse no alto.
     

- Taemin, sua mãe...
     

- Por mim não tem problema nenhum, KyungSoo. Também gostaria que conversasse com o Taemin, apenas não estou pronta para te aceitar em casa novamente, mas isso o tempo vai resolver. Quando sairmos daqui vamos direto para casa dele, então eu te avisarei.
     

- Ok, SooYoung... E além de pedir desculpas para Taemin também te devo desculpas, ninguém faz com alguém o que eu fiz com você, desde a época do colégio. Acho que eu te amava mas não queria admitir.
   

 Minha mãe deu um sorriso disfarçado, virando a cabeça para baixo para que eu não visse.
     

- Tudo bem, aceito suas desculpas. Temos que ir agora, Taemin tem que tomar um banho para irmos para casa.
     

- Ok, de um beijo nele e um beijo para você também. Eu amo muito vocês.
     

Antes que eu pudesse responder minha mãe desligou o telefone, tirando o sorriso do rosto. Ela me olhou no fundo dos olhos e eu já sabia o que queria dizer.
     

- Estou indo... Pode pegar minha roupas?
     

- Claro! Seja breve. - Ela disse, sorrindo novamente por eu ter entendido o recado.
     

O meu banho foi rápido porém muito relaxante. Eu não precisava mais usar a cadeira porque eu já conseguia ficar em pé, diferente do dia que eu cheguei aqui. Uma pequena parte de meus machucados já estavam ficando da cor da minha pele, mas os principais, como na barriga, rosto e costas ainda estavam bem evidentes, eu realmente era muito branco, mas nada que uma maquiagem não resolva. No meio do banho minha mãe pediu licença, abriu a porta e deixou minhas roupas, para que eu me trocasse em seguida. Terminei de lavar o corpo, enxaguei meu cabelo e sai do chuveiro. Coloquei uma camiseta destinada a mim e uma calça jeans, calculei que meus sapatos estavam do lado de fora. Quando saí do banheiro vi minha mãe se despedindo de alguém, que eu já não conseguia ver quem era.
     

- Quem era, omma?
     

- O médico, ele disse que infelizmente a sua alta vai atrasar mais um pouco porque eles não estão com ambulâncias no hospital para te levar para casa, mas assim que alguma chegar ela já será destinada a você. Ah, e ele disse que você precisa comer, ele liberou uma refeição um pouco mais calórica, porque você precisa de energia.
     

- Porque preciso ir de ambulância?
     

- Porque seu organismo ainda não está muito forte para se sustentar, então precisa ir deitado. Agora sente-se na cama que eu vou chamar a enfermeira para te trazer o almoço. Eu já volto, filho.
     

Ela acenou e saiu do quarto, me deixando sozinho. Nessa hora eu me lembrei de Minho, me lembrei da saída repentina dele do hospital dizendo que precisava resolver umas "coisas". Então eu resolvi ligar para ele, eu precisava ouvir sua voz... Peguei o celular e procurei seu nome na agenda de contatos. Liguei e posicionei o celular na orelha, tocando interminavelmente até que caiu na caixa postal. Fiquei um pouco decepcionado mas lembrei que ele era um dos maiores astros da Coréia, então ele deveria estar em um compromisso. Desliguei o telefone e vi minha mãe abrindo a porta, sendo seguida por uma mulher com um tipo de vestido azul bebê com um avental branco na frente, segurando uma bandeja com um prato tampado, um como com um suco que me pareceu ser de laranja e uma gelatina.
     

- Olá, senhor Lee! O doutor me disse que o senhor poderia começar com uma nova dieta, aqui está! Aproveite! - Colocou a bandeja em meu colo.
     

- Obrigada, noona!
     

Ela saiu da sala e eu destampei o prato com pressa, eu estava realmente com muita fome. Tinha uma comida estranha que eu nunca tinha visto antes, e eu estava a quase um mês na Coréia. Era alguma coisa parecida com vegetais misturados com um molho vermelho e acho que tinha carne no meio.
   

 - O que foi, filho? - Ela perguntou, percebendo meu olhar sobre a comida.
     

- Nada... - Então eu comecei a comer - Omma...
     

- O que?
     

- Sabe... Quando você saiu para buscar a comida eu liguei para o Minho, mas ele não atendeu... Será que aconteceu alguma coisa? - Aquele comida era ótima - Ele saiu do hospital sem falar nada específico, só disse que precisava resolver algumas coisas, mas que logo estaria de volta, mas até agora ele não chegou...
     

- Filho, ele é um cantor! Com certeza deve estar ocupado, principalmente por que passou aquela noite na sua casa...
     

- Ah, é.... Tinha me esquecido disso...
     

Como eu tinha esquecido de quando Minho dormiu em casa? Foi a melhor noite da minha vida e eu esqueci! Eu terminei de comer e fiquei conversando com minha mãe sobre como tinha conhecido meu namorado por uns vinte minutos, até que o médico chegou nos indicando que a ambulância já tinha chego e que poderíamos ir para casa. Nós nos despedimos, eu agradeci a ele por tudo e tive que deitar em uma maca. Antes que os médicos levantassem ela para me colocar na ambulância, ouvi a voz de minha mãe falando com alguém no telefone, mas que de primeiro momento eu não sabia quem era.
     

- Ok, já estamos voltando para casa, se quiser pode passar lá daqui a uma meia hora. - Ela deu uma pausa demorada - Ok, KyungSoo, até mais.
   

 De certo modo eu estava feliz por eles se reconciliarem, muitas pessoas vão dizer que eu fui idiota de perdoar meu pai desse jeito, mas eu sinto que ele realmente estava arrependido e que só queria me proteger.
     

- Podemos ir? - Perguntou minha mãe para um enfermeiro, que já estava fechando as portas para irmos embora.
     

- Sim, senhora. Gostaria de ir na frente com os médicos ou atrás com seu filho?
     

Minha mãe fez uma cara como se a pergunta fosse óbvia e respondeu que preferia ir atrás. Ele abriu uma das portas, ela entrou e nós saímos. O caminho não foi longo até minha casa, demorou cerca de dez minutos até que a ambulância parou e eu fui levado com cuidado até minha cama. Minha mãe agradeceu os enfermeiros e veio ao meu encontro.
     

- Filho... Está tudo bem?
     

- Sim... Só queria ver Minho... Estou com saudades, ele disse que viria me ver e já passou um tempo... Cadê ele, omma?
     

- Querido, tem que entender que ele é uma pessoa do meio artístico, e essas pessoas sempre estão ocupadas! - Ela respirou fundo e continuou - E outra, nunca te vi tão dependente de alguém assim! Pare com isso, Taemin... A sua felicidade tem que depender de você!
     

- Ah, omma... Se você soubesse o quanto ele me faz bem, o quanto eu queria guardar pra sempre os momentos que estou com ele... - Meu sorriso já estava o maior dentre os últimos dias - Ele me olha com amor, sabe... Eu sinto que quando estou com ele qualquer sentimento que eu demonstre não é nada perto do que ele sente por mim, e isso me faz muito bem!
     

- Olha... Eu acho que eu nunca amei alguém como você ama esse menino, e eu acho isso muito lindo, filho... Por isso...
     

- Por isso o que, omma?
     

- Vou te ajudar a falar com ele!
     

- Sério, omma?! De verdade?! Mas... Ele não atende o telefone, omma... Como você vai fazer isso?
     

- Vamos dizer que... JongIn me deve alguns favores... - Eu fiz uma cara de desentendimento enquanto ela pegava o celular, discava uns números, até que a pessoa do outro lado não demorou muito para atender - Alô, Kai? Olá, deixa eu te falar... Eu preciso de um enorme favor seu. Eu sei que me deve uma, aliás, UMAS, e é por isso que estou pedindo. Isso, então... Preciso que me de o telefone do manager de Choi Minho. Para que você quer saber? - Ela riu alto - Você sabe que eu não faria nenhuma besteira, não sabe? - Ela cochichou para mim - Taemin, pegue um papel e anote - Pode falar! Aham, certo, ok! Muito obrigada, Kai! Taemin, está melhorando sim, já está em casa mas não tem previsão de quando vai poder voltar a trabalhar. Porque ele se machucou? Kai, depois você conversa com ele sobre isso que eu tenho que ir, ok? Ok, querido, beijos, até segunda!
     

Ela sorria para mim vitoriosa e tudo que eu fiz foi dar um enorme abraço nela. Eu estava muito feliz, não acreditava que tinha conseguido o telefone.
     

- Obrigado, omma! De verdade!
     

- De nada, querido... Mas agora precisa ligar, estarei do lado de fora.
   

 - Claro, omma! Obrigado! - Eu peguei o celular e disquei o número que tinha anotado, ele toucou duas vezes até que uma voz masculina atendeu.
     

- Alô? 
     

- Olá! - Lembrei que estava falando em inglês e que não sabia nem o nome do manager - Hum, por acaso é o manager de Choi Minho?
     

- Sim, sou eu, quem é? - Será que Minho tinha falado para ele sobre nós?
     

- Ah, aqui é Lee Taemin... Bom... Da empresa de Kim JongIn, queríamos agendar outra entrevista com o senhor Choi. - Foi a primeira coisa que me veio à mente.
     

- Ah, claro! - Para meu alívio ele pareceu mais tranquilo - Kai ama Minho! Bom, qualquer coisa veremos na agenda e então ligo para você novamente! - Ele pareceu querer encerrar a ligação mas eu tinha quer saber onde Minho estava.
     

- Hum, senhor... Será que poderia transferir a ligação para Minho, por favor? JongIn gostaria de falar com ele.
     

- Ah, me desculpe, Taemin... Mas Minho não está aqui agora, ele não aparece desde ontem, odeio quando ele sai sem avisar!
   

 Minho não aparece desde ontem? Mas ele me enviou um bilhete dizendo que seu manager estava louco atrás dele porque tinha dormido na minha casa e disse que tinha ido para lá... Como assim ele não aparece desde ontem?
     

- A-ah... O-ok, perdão... A-avisarei JongIn... O-obrigada pela sua atenção...
     

- Disponha, senhor Lee! E se não for pedir demais, qualquer notícia que vocês tiverem de Minho podem me avisar por favor?
     

- C-claro. Avisaremos...
     

Com isso a ligação se encerrou e eu desliguei o celular, já sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto novamente. 
     

Minho tinha mentido para mim.
     

Onde ele estaria?