História Things Prohibited - Pecado

Batia os pés inquietamente no azulejo branco e polido do piso do hospital,eu estava inquieta,queria entrar logo no quarto de tia Lucie e vê-la.
Mas infelizmente agora não seria possível,ela estava conversando com um psicólogo há algum tempo,era necessário para que ela não tentasse de novo.
Eu tentava entender o motivo para que ela havia tentado tirar sua própria vida,se machucado.
Nada vinha a minha mente.
Ultimamente ela estava feliz,estava como sempre aparentava estar,forte e feliz.
Mesmo com o término do namoro dela e do Louis,ela estava bem,um pouco triste claro mas estava superada pois como ela dizia "Louis logo volta para mim!".
Soltei meus cabelos longos e os deixei cair sobre meus ombros,assim esconderia algumas marcas de hoje mais cedo.
Eu estava um pouco nervosa,o dia hoje havia sido cheio de surpresas,eu só queria tomar um bom banho e me deitar.
Encostei minha cabeça na parede atrás de mim e fechei os olhos,sinto uma vibração estranha no meu colo,abro os olhos e viro minha mochila encontrando o causador da vibração.
Meu celular que estava em modo vibratório,atendi a ligação do Harry.
Ligação ON
-Oi Harry.-Disse assim que atendi,tinha um barulho estranho do seu lado da ligação,algo como gritos e choro.
-Hey Amyzinha oque aconteceu com a gata da Lucie?!Eu liguei para ela e não da nada.-Harry disse,os barulhos não cessaram e eu tive dificuldade de entender oque ele havia dito.
-Ah tia Lucie se machucou Harry...ela...ela tentou se matar.-Disse de uma vez e o ouvi gritar um "Fique quieta!".-Está tudo bem Harry?
-Estou tentando terminar um namoro mas é algo mais complicado do que eu pensei.-Ele murmurou e o barulho de choro voltou.-Me passe o endereço de onde estão e eu apareço aí.
Tive impressão de que ele apenas queria ter uma desculpa para "fugir" da ex-namorada mas lhe passei logo o endereço.
-Até mais Harry.-Disse já encerrando aquela ligação.
-Até amor.-Encerrei a ligação e guardei o celular na mochila novamente.
Ligação OFF
 Era realmente estranho imaginar Harry namorando,ele não fazia esse estilo.
Definitivamente não!
Fiquei mais alguns minutos pensando o quão bizarro era Harry ter uma namorada e logo a porta do quarto de tia Lucie se abriu.
O psicólogo saiu de la com uma maleta marrom na mão,ele era alto e magro,tinha um óculos pequeno para o seu rosto e os lábios eram rachados.
-Senhorita Amy,deseja ver sua tia?-Ele perguntou tão formalmente que fiquei alguns segundos em silêncio escolhendo as palavras certas para usar.
-Por favor.-Me levantarei e coloquei a alça da minha mochila em um só ombro.
-Acho que você pode fazer com que ela se abra,sabe,falar sobre oque aconteceu...ela está ignorando o fato.-Ele mordeu o lábio ferido me encarando sério,assenti com a cabeça.
-Qualquer coisa eu aviso para o senhor...
-George McGraw,George.-Ele disse e sorriu de lado.
-Qualquer coisa eu aviso senhor McGraw.-Disse educada e fui até a porta do quarto de tia Lucie,girei a maçaneta e respirei fundo.
Eu queria lhe fazer tantas perguntas.
Eu queria brigar com ela por tamanha bobeira e aos mesmo tempo lhe consolar,chorar juntas.
Eram muitos sentimentos misturados.
Mas eu devia ser forte,pelo menos em um momento da minha vida eu haveria de ser.
-Oi.-Disse lhe encarando e fechando a porta atrás de mim.
-Oi querida!-Ela disse,se eu não a conhecesse diria que ela estava bem,que estava feliz mas eu a conhecia.
Olhei para ela que estava sentada na cama,o celular em mãos e um sorriso forçado nos lábios.
Vi todas as marcas em seus braços e curativos em alguns lugares,senti imensa vontade de chorar mas meu plano era ser forte.
-Ah tia eu fiquei com tanto medo!-Me aproximei dela fungando,peguei em suas mãos e a encarei.
Parecia tão forte.
-Me desculpe amor,me desculpe mesmo!-Ela pediu calma e aquilo foi o bastante para que eu me sentisse mais fraca impossível.
Ela havia tentado se matar e eu estava quase que tendo um ataque de tão nervosa.
-Ah tia só...só me prometa não tentar novamente,eu pensei...-Deixei que lágrimas escorregassem minhas bochechas livremente,eu não era forte como eu queria e não seria hoje que aprenderia a ser.
Mas pensar no fato de perder tia Lucie já me deixava mal,me dava um grande mal estar.
-Eu não quero te perder!Você é a única pessoa que eu tenho por favor não faça de novo.-Meu choro havia aumentado gradativamente,eu mal conseguia terminar as frases sem ser interrompida por soluços e fungadas.
Minha tia me puxou para um abraço desajeitado e beijou o topo da minha cabeça.
-Me perdoe,eu fui burra em fazer oque fiz...não irei tentar foi só um momento de fraqueza...Ah Amy eu não pensei direito!-Ela disse com voz de choro,a abracei mais forte como se quisesse demonstrar todo o amor que eu sentia em um abraço.
E eu queria.
-Não quero perder mais uma mãe.-Sussurrei em meio ao abraço,ela chorou um pouco mais alto.
-Eu não sabia que me considerava como sua mãe...-Ela me soltou do abraço,seus olhos vermelhos e molhados por conta das lágrimas,passei o dedão por suas bochechas na tentativa de enxugar seu rosto,ela sorriu.-Estou feliz agora,obrigada.
-Você sabe que pode sempre contar comigo.-Disse e limpei minhas lágrimas também,soltei um sorriso verdadeiro.
-Uma das únicas pessoas que posso contar.-Ela disse desviando seu olhar para baixo.
-Hey oque houve,me conte oque aconteceu.-Pedi e me ajeitei em cima da cama,ela soltou um longo suspiro.
Ficou um tempo calada até que sorriu e começou a falar.
-Parece que tudo resolve dar errado ao mesmo tempo,parece que o mundo está de cabeça para baixo e só eu percebi sabe,é frustrante!-Ela olhava para baixo,fechou os olhos e uma lágrima escorreu sua bochecha esquerda.-De uns tempo para cá venho encontrando Louis de novo,ele diz que somos apenas bons amigos mas rolava coisa que amigos não fazem.-Ela sorriu e colocou sua franja atrás da orelha.-E há poucos dias eu desconfiei que estava grávida...eu tirei a prova e vi,eu estava grávida...eu fiquei tão feliz Amy,parece que finalmente as coisas começariam a dar certo...eu contei para Louis...e tudo oque ele me disse que daríamos um jeito nesse "problema" e que estava com outra pessoa.-Ela comprimiu os lábios e fechou os olhos e deixou que algumas lágrimas escorregassem por suas bochechas.
-Hey não chore,por favor não chore,talvez não foi a intenção dele te magoar ele...ele não quis se referir ao bebê como um problema.-Eu tentava fazer que minha tia parasse de chorar,ela estava tão instável,era doloroso vê-la daquele jeito.
-Eu fiquei tão nervosa,e eu perdi o bebê.-Ela continuou,eu não a interrompi,sabia que ela precisava desabafar.-Ah droga nem segurar um bebê em minha barriga eu consigo,eu sou tão fraca e burra,por isso ele não me quer e agora nem um filho dele eu vou poder ter!Eu não quero ficar sem ele Amy...eu não quero passar por isso de novo eu quero...-Ela escorou sua cabeça em meu ombro esquerdo e chorou baixo,eu estava em choque,todas as palavras de consolo que já tinha treinado em tinha mente se evaporarão.
Eu a abracei por alguns minutos e fechei os olhos.
Eu estava realmente triste por minha tia,eu sei que ela era louca por Louis,quase que uma obsessão e ter um filho dele seria um sonho se tornando realidade para ela.
-Vai ficar tudo bem,eu te prometo isso...Eu vou ajeitar toda essa bagunça!-Disse decidida e ela chorou um pouco mais alto negando com a cabeça.-Eu prometo que as coisas voltarão a ser como antes.
Beijei sua testa e me levantei da cama,ela estava visivelmente cansada,os olhos fundos e molhados e os lábios quase que cinzas.
-Descanse um pouco,eu já volto.-Ela concordou com a cabeça cansada demais para negar,respirei fundo e deixei seu quarto.
Minha cabeça latejava por tantas informações de uma só vez,eu me sentia péssima e tenho quase certeza que sou a pior sobrinha que existe.
Me sentei novamente no banco gelado do hospital e suspirei alto,coloquei a cabeça entre as mãos e tentei relaxar.
Coisa impossível contando com tantas informações que tinha recebido hoje.
Escutei uma voz conhecida conversando logo a minha frente,levantei a cabeça e vi Harry pedindo informação à uma enfermeira,ele sorria sedutor para a mulher mais velha e até se aproximou um pouco mais segurando no ombro da mulher,ela sorriu boba e apontou com o indicador em minha direção e antes que Harry viesse até mim ele recebeu um papel pequeno da mulher que lhe jogou uma piscadela.
Esse é meu melhor amigo.
-Eaí deusa da minha vida,razão do meu viver,criatura deliciosa causadora de todos meus sonhos molhados!-Ele disse todo animado,fiz careta e me levantei para lhe abraçar.
-Eaí seu esquisito!-Disse sorrindo para ele,ele passou o braço forte por minha cintura e esmagou meu tórax contra o seu.-Oque você está querendo me elogiando assim?!
-Te comer né Amy!-Disse todo sincero e eu ri,me separei dele e bati em seu ombro.
Harry se curvou fazendo biquinho e de olhos fechados,aproximou seu rosto e eu dei um passo para trás.
-Andou fumando?!Oque pensou que iria fazer?!-Perguntei assim que dei um peteleco em sua testa.
-Eu iria te beijar,claro.Você não sabe que melhores amigos podem dar selinho?-Perguntou como se fosse óbvio e eu rolei os olhos.
-Palhaço.-Disse para ele,me sentei novamente no banco e Harry se sentou também.
-Okay,vamos ao assunto sério agora.-Harry disse trocando sua expressão descontraída por uma séria.-Como se terminar um namoro?!
Pisquei algumas vezes e franzi minha testa.
Eu estava esperando "o assunto" sério,e não sobre como terminar um namoro.
-Ah Harry,você tem que ter jeito,não pode ser rude e não pode demonstrar que está deixando ela por outra.-Disse pensando bem no caso de como se termina um namoro,ele soltou um "ahh" e sorriu.
-Caramba eu fiz tudo errado.-Ele soltou um palavrão em meio algumas risadas baixas.
-Harry você é meio idiota né!-Cruzei meus braços na altura dos seios.
-Ah eu não sabia oque fazer Amy,a garota é louca!-Ele tentou se explicar.-Hey qual é o motivo de você está aqui mesmo?!
Harry é a pessoa mais sonsa que existe,ele não consegue prestar atenção nas coisas.
-Minha tia Harry,ela tentou suicídio.-Disse novamente para ele,Harry pareceu não acreditar nas minhas palavras,piscou várias vezes e então colocou as mãos no bolso da calça meio inquieto.
-Eu entendi no telefone que sua tia iria fazer um jantar...desculpas.-Encarei Harry por algum tempo digerindo toda aquela burrice que ele havia acabado de falar.
-Mas eu te passei o endereço de um hospital!-Disse incrédula.
-Foi essa a parte que eu não entendi.-Disse sem graça.
-Tudo bem...quer vê-la?-Perguntei e ele assentiu com a cabeça rapidamente.-Ela está nesse quarto.
Apontei para a porta amadeirada há um metro e meio do banco em que estávamos.
-Eu e a Lú teremos uma conversinha.-Se levantou sério,acho que seria bom ela conversar com Harry,ele tinha esse poder de animar as pessoas e assim ela iria ver que tinha gente que a amava assim como eu.
Seus amigos.
-Ah é mesmo!-Harry disse antes de entrar no quarto parando na metade do caminho.-Eu chamei Louis para me encontrar aqui.
-Oquê?!Harry não,eu não quero ver ele agora eu...eu não quero que tia Lucie o veja agora.-Disse e me levantei do banco,Harry franziu a testa e deu alguns passos de volta para mim.
-E por que isso?-Ele perguntou sério.
-Você acha que tia Lucie fez isso por quem Harry?-Lhe perguntei e Harry trouxe seus cabelos para trás com ajuda da mão.
-Caralho!-Ele murmurou olhando para baixo.-Pensei que você estava evitando ele por terem transado.
-Como você sabe disso?!-Perguntei e ele pareceu notar que acabara falando demais,me encarou por um tempo e então suspirou.
-Quando eu liguei pro Louis ele me contou.-Me contou e eu senti vontade de estrangular um certo professor de matemática.
-E ele disse que já estava vindo?-Perguntei um pouco ansiosa e nervosa ao mesmo tempo.
-Amy?!-Sua voz atrás de mim me fez arrepiar,Harry sorriu e balançou a cabeça,se virou e foi até o quarto de tia Lucie.
Me virei e o encontrei há poucos metros de mim,caminhou lentamente até mim,com sua aproximação minha respiração pesou.
Era sempre assim.
Não importa quanto tempo passe,Louis Tomlinson sempre fará um baita efeito em todo meu corpo,desde a respiração aos pelos se eriçando com o contato da pele.
Louis me olhou nos olhos alguns segundos,era como se ele estivesse vendo tudo oque eu sentia ou não conseguia dizer e de algum modo me respondia.
Pode se dizer que conversávamos pelo olhar.
Seus olhos se fecharam e então automaticamente os meus se fecharam também,senti sua respiração quente bater de encontro com meu rosto e então logo depois seus lábios já estavam juntos aos meus.
O que estávamos fazendo com certeza era perigoso,alguém da escola poderia nos pegar naquele momento e contar ao diretor,Louis seria demitido e minha tia descobriria tudo do pior jeito possível.
Mas esse pecado eu precisava cometer.
Pelo menos por hoje.
Seus lábios se moviam lentamente contra os meus,sua língua deslizando por minha boca com toda certeza cada pequeno momento era importante.
Segurei a gola de sua jaqueta jeans e o puxei mais para mim,Louis apertou mais seus braços em minha cintura e eu senti aquelas famosas "borboletas" dançando em meu estômago.
Nos separamos um pouco ofegante,ele sorriu para baixo e eu lhe encarava e me lamentava cada vez mais pelo oque eu iria pedir para Louis.
-Precisamos ter uma conversa.-Disse segurando suas mãos grandes.