História Thinking Out Loud - Father and son gathering of redheads.

A noite foi perturbada, não posso dizer que dormi mas ao menos cochilei por alguns minutos. Ele havia aparecido na minha vida outra vez e eu juro que pensei estar preparada para esse dia, porque no fundo eu sabia que ele chegaria; mas não, eu não estava preparada. Todos os meus sentimentos voltaram e explodirão como um vulcão! Bastou ouvir a aquela voz grave nos meus ouvidos e olhar em seus olhos tão azuis como o céu, para eu me perder na dimensão de um planeta inexistente. 

Será que ele ainda me ama? Sera que um dia ele me amou? Será que ele realmente estava me procurando durante todo esse tempo? E o meu filho? Será que ele iria lutar e me perseguir para tirar o meu filho de mim?! Perguntas que eu gostaria muito de conseguir respondê-las, mas eu não estava bem para isso.

Eram 9:40 da manhã e eu estava voltando para casa depois de deixar Ryan no aeroporto. Abri a porta do apartamento e fui direto para a cozinha beber água, Christopher estava sentado enfrente a mesa comendo cereal, Rita estava lavando a louça.

- Bom dia Rita. Bom dia meu ruivo.- eu sorri 

- Bom dia Srt. Willians.- Rita sorriu ao me olhar 

- Bom dia mamãe!- Christopher levantou os braços para eu abraçá-lo, e assim eu fiz.

- Dormiu bem meu anjo?

- Dormi. Mamãae, amanhã eu vou pra escola!- Ele sorriu 

- É mesmo meu amor, amanhã você volta a estudar, quer ver os amiguinhos?- eu abri a geladeira pegando minha garrafa d'água.

- Uhum!!- ele enfiava a colher cheia de ceral na boca.

- Isso aí.- eu sorri - Vou tomar um banho.

Subi até o meu quarto, coloquei minha bolsa encima do criado mudo, tirei meu colete e meus tênis e entrei no box. Tomei um banho rápido, coloquei um short jeans na altura do umbigo, uma blusa branca regata e sequei meus cabelos. Desci até a sala e Christopher estava deitado no sofá com um copo de achocolatado na mao.

- Filho, já escovou os dentes?

- Não.- ele não tirava os olhos do desenho que passava na tv.

- Então vai meu amor, vai logo.- eu sentei no sofá 

- To indo..- ele se levantou deixando o copo encima da mesa de centro da sala e foi até o banheiro. 

Peguei o copo e levei até a cozinha. Escutei a campainha tocar, olhei no relógio encima da porta, 10:20 da manhã. Fui até a porta branca e abri, senti meu corpo tremer e o meu coração acelerar.

- O que você está fazendo aqui?

- Bom dia Carol.- ele sorriu 

- Como descobriu onde eu moro?

- Eu te segui ontem.

- Como conseguiu o número do meu apartamento?

- Dei um agrado para o porteiro. Vai me chamar para entrar ou vai continuar me interrogando aqui na porta?

- Você não vai entrar.- eu afirmei 

- Ok.- ele apoiou o cotovelo na parede e deitou a cabeça na mao.- Então acho que vou ficar aqui na porta e publicar que estou no seu apartamento. Se importa com pessoas gritando lá fora?- ele me encarou, fdp! Eu o fitei.

- Porque você quer entrar Edward?

- Pra conversar Carol, só isso. Só quero que você escute tudo o que eu tenho para esclarecer. 

- Depois disso você some ?

- Sumo.

- Jura ?

- Juro!- ele beijou os dedos como forma de juramento. Ridículo.

Suspirei entrando deixando a porta aberta para que ele passasse.

- Fecha a porta.- eu me sentei no sofá e desliguei a tv.

Ed entrou com as mãos no bolso e se sentou na minha frente. Ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Eu não deveria ter deixado você entrar, não depois de tudo o que aconteceu. Eu só deixei porque não quero escândalo no meu prédio e muito menos na minha vida. Então se você entrou, por favor diga logo o que quer para ir embora e sumir da minha vida como você prometeu.

- Calma.- ele me olhou- Eu não, eu não sei como começar..- ele entrelaçou as mãos. 

- Por favor, pelo começo.

- Ok Carol- ele respirou fundo- Se eu disser que não te trai você não vai acreditar em mim, e de fato eu te trai sim.. Por que afinal de contas eu estava na cama com outra não é ? 

Eu assenti.

- Na ultima vez em que nos falamos pelo celular do Conan, logo após você desligar na minha cara eu decidi voltar para Londres do mesmo instante. Enquanto eu arrumava as minhas coisas a Honnie apareceu no meu quarto no hotel e eu quase matei ela.- meus olhos se arregalaram porque se eu bem conhecia Ed, ele era capaz disso.- Eu estava de cabeça quente e acabei deixando marcas roxas no braço dela, mas enfim. Eu fiz ela me contar como tinha conseguido me levar pra cama e depois de quase enforcar ela, ela me contou. 

- E o que ela contou?- eu me ajeitei no sofá.

- Ela é sobrinha do Stuart, quando soube que eu ia pra uma festa na casa dele ela deu um jeito de ir também. Eu já estava bêbado, conversando com o Stu quando ela veio até nós e nos ofereceu dois drinks, ficamos conversando até que eu apaguei e não me lembro de mais nada depois dai. Ela colocou uma boa noite cinderela na bebida que me deu e depois disso que eu fiquei fora de mim, ela deu um jeito de me seduzir e me fazer levá-la pro meu apartamento.- Ed suspirou- Carol, eu tenho a plena convicção de que eu te trai, mesmo não querendo. Ver aquela cena com certeza foi o fim pra você, eu sei porque eu já me coloquei no seu lugar diversas vezes nesses 5 anos. Mas eu não faria isso se estivesse sóbrio, por favor eu quero que você acredite nisso, quero que você acredite que eu te amava loucamente, eu faria e daria tudo por você Caroline. Eu senti vontade de matar aquela vadia quando ela apareceu com a cara mais limpa do mundo pra mim, senti vontade porque ela estragou a minha vida, e a troco de nada a não ser prazer, e sexo. Hoje eu tenho é pena dela, porque era uma criança que queria se divertir, mas não tinha a mínima coinciencia de que acabaria com uma vida assim. - Ele passou as mãos no cabelo tentando se acalmar- Bom, eu já disse o que eu vim pra dizer, já esclareci o que eu precisava esclarecer. Isso me corroeu por dentro durante todo esse tempo e agora eu posso viver um pouco melhor.

- Edward..- eu suspirei encarando o nada e então voltei para o mundo real. - Eu não sei se consigo acreditar em tudo isso. 

- Eu sei.- ele se frustou - Não te obrigo.

Eu estava com ódio de mim mesma por estar com pena dele, ta certo que tudo o que ele disse faz sentido mas eu não queria acreditar. Tudo poderia não passar de uma invenção para me conquistar de novo. Mas isso não aconteceria.

- Eu vou pensar muito bem em tudo o que você me disse, mas eu espero que você entenda que é impossível algo acontecer entre a gente de novo. Ta ? O que passou, passou e eu não quero ter mais nada com você.

- Mesmo contra a minha vontade, eu entendo você. Obrigado por ter me recebido e ter deixado eu falar o que eu precisava.

- Tudo bem.- eu assenti.- Edward.. 

- Me chama de Ed, para com isso de Edward por favor, isso me da nos nervos.

- Ok, Ed..- eu sorri de lado sem mostrar os dentes- O que você sente por mim?

Ele pensou um pouco e ia responder, mas Christopher veio correndo até a mim em forma de brincadeira e sentou no meu colo ligando a tv. 

Ed e Christopher estavam no mesmo local, pai e filho estavam juntos, frente a frente. E o pai? O pai ficou paralisado, estático, assustado olhando fixamente o filho que viajava assistindo desenho animado na tv. 

Eu, senti uma mistura de medo com alegria ao ver os dois homens que eu amo finalmente juntos. 5 anos correndo de um lado para o outro, me mudando de apartamento duas vezes por ano para que Ed não encontrasse Christopher foram jogados fora. O que me assustava no momento era que a alegria falava mais alto, e eu no fundo não estava com medo. Naquele momento Ed me passou confiança, a mesma confiança que aquele ruivo de 21 anos me passava. 

- Ei, não fala com as visitas não é?- eu falei ajeitando o cabelo bagunçado de Christopher com as mãos.

- Oi!- ele disse sorrindo com vergonha.

- Oi.- Ed disse com os olhos brilhando, ele tinha uma mistura de felicidade e surpresa no rosto, não sei qual falava mais alto. 

Eu o olhei sorrindo e assenti, ele sorriu três vezes mais do que eu com seus olhos azuis brilhando tanto quanto as estrelas.

- Você é o cara que aparece na tv.- Christopher deitou a cabeça no meu colo e se virou para encarar Ed.

- Eu?- Ed tentou sair do transe e disfarçar as emoções.- Você me vê na tv?

- Uhum! Duas vezes!- ele demonstrou com os dedos- Você é igual a mim.

- Verdade!- Ed se fingiu assustado- Somos gêmeos. Será que somos alienígenas?

- Naao, somos robôs e vamos dormindo o mundo!- Christopher empolgou no meu colo.

- Tem razão meu caro, deveríamos ter dominado o mundo as 10h da manhã, onde você estava?- Ed fez voz grossa 

- Eu tava dormindo.- Christopher sorriu tímido.

- Que feio meu caro, que feio!- Ed fez negação com a cabeça.- Precimos fazer isso outra hora então.

Christopher riu e se divertiu com Ed, eu não sei porque, mas eu fiquei feliz com isso. Christopher continuo na sala assistindo tv e eu e Ed fomos para a varanda.

- Ele é lindo!- ele sorria olhando o filho pelo vídro.- Meu filho, meu filho é lindo!- ele ria 

- É lindo sim.- eu sorri cruzando o abraços

- Cada detalhe dele, tudo, tudo, tudo lindo.

- Fizemos um bom trabalho não é?- eu ri 

- Sim!- ele me olhou.- Fizemos um ótimo trabalho.

Nos encaramos por um momento.

- Eu posso te abraçar?

- Ed...

- Por favor, só um abraço.

- Ok.- eu assenti suspirando 

Ed veio até a mim e me abraçou, senti seu corpo quente colar no meu outra vez, senti seu perfume que era maravilhosamente cheiroso. Encostei meu rosto no dele e senti vontade de chorar de saudade, mas me segurei com isso. 

- Obrigado. Obrigado por ter me dado um filho, obrigado por ter me permitido entrar aqui e conhecê-lo. - Ele quase sussurava no meu ouvido.

- De nada.- eu me soltei dos seus braços e só então percebi que ele chorava - Não, não chora.- eu sorri 

- É de alegria.- ele enxugou as lágrimas sorrindo- Não acredito que que encontrei o meu filho, meu ruivo. Você não imagina o quanto eu estava curioso para saber como ele era, se era ruivo como eu, se tinha os olhos claros, se se parecia comigo.

- Ele é a sua cópia.- eu ri 

- Não é?- ele sorriu com empolgação- Mas ele tem traços seus, traços marcantes.

- Pois é.- eu sorri 

- Qual é o nome dele?- Ed me olhou e eu me assustei.

- É.. Christopher. Christopher Willians.

- Jura?- os brilhos nos olhos de Ed voltaram, e era contagiosos. Ele estava pensando na mesma coisa que eu. - Porque Christopher?

- Edward Christopher...- eu abaixei a cabeça com vergonha. 

- Aí meu Deus!- Ed ria, ele me abraçou de novo e dessa vez ele me tirou do chão.