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História This is my last chance - Yeagers


Escrita por: niveaffrs

Capítulo 3 - Yeagers


A viagem de ônibus foi silenciosa. 

Mikasa e eu não conversamos por todo trajeto, ficando cada um focado em se distrair no celular até descermos no ponto que também temos em comum. De lá, caminhamos uns dois quarteirões até chegarmos primeiro à casa dela, para depois eu seguir sozinho por dois quarteirões também até virar na rua da minha casa.

Quando alcançamos o seu portão, Mikasa começa a desenrolar o cachecol para me devolver, mas essa atitude me aflige, e me irrita.

-Não! Pode ficar! - eu respondo, sendo enfático até demais.

-Tudo bem. Obrigada, de novo. - me responde, ficando corada e entrando em casa sem nem se despedir direito.

“Ah! O que está acontecendo hoje?”

-Oi! Cheguei! - me anunciei assim que abri a porta, e tirava os sapatos na entrada.

-Bem vindo! - minha mãe, Carla Yeager, me recebeu como sempre, com um abraço apertado que me puxava para o interior da casa e me fazia tropeçar e quase cair sobre ela - Foi tudo bem na escola, hoje? Você está com uma expressão desanimada.

-Hoje a última aula foi Educação Física, e eu e Mikasa acabamos perdendo um ônibus, ficamos esperando um tempão.

-Pobrezinhos! - zombou minha mãe, bagunçando meu cabelo - Vá se trocar, querido. Eu vou te preparar um café com bolo que fiz agora a pouco para levantar o espírito.

-Aah...obrigado! - respondi feliz, enquanto subia as escadas até meu quarto.

Sou filho único por parte de mãe, mas meu pai, Grisha Yeager, antes de conhecê-la foi casado com Dina Fritz, e com ela teve também um único filho, meu irmão mais velho Zeke.

Dina e meu pai não tiveram um bom término de relacionamento. Os Fritz, assim como os Reiss, possuem bastante influência política em Paradis, e parece que Dina e sua família começaram a pressionar meu pai para entrar nas jogadas políticas, principalmente por ele ser um médico renomado e respeitado por toda a ilha. 

Das conversas que escutei dele com mamãe, papai chegou a ser Diretor Geral das redes de Hospitais Fritz, porém a pressão do cargo, envolvimento político e intromissões familiares fez com que o relacionamento dos dois se desgastasse. Atualmente, apesar de claramente meu pai ser apaixonado pela minha mãe, e demonstrar a felicidade de viver uma vida tranquila com ela e comigo, Dina Fritz sempre arranja um jeito de voltar a atormentar o sossego dos dois. Ah, se eu pudesse mandá-la para os infernos!

Zeke, por tomar mais as dores da mãe, não tem uma boa relação com nosso pai. Como ele já era adolescente quando papai e mamãe se casaram, Zeke acabou se afastando mesmo minha mãe sempre deixando claro que nossa casa também era a casa dele. Não crescemos tão próximos, então posso considerar nossa relação morna. Ultimamente, talvez por eu já ser maior, Zeke tem se aproximado mais de mim. Que seja!

Saio do meu devaneio enquanto me troco e escuto a voz de Armin no andar debaixo. Ele já é tão de casa que sai entrando quando a porta está aberta, e reclama se está trancada e não consegue entrar. Quando chego à cozinha, ele já está comendo bolo e tomando café na companhia da minha mãe

-Eren! A tia estava me falando que você e a Mikasa sofreram esperando ônibus hoje! Que sorte que eu dei!

-Você matou a aula de Educação Física, não dá para chamar de sorte! - respondi.

-Armin Arlert! - exclamou minha mãe, puxando a orelha de Armin.

-Ai, ai, tia! Mas foi por uma boa causa!

Armin é tão de casa que chama minha mãe de “tia”. Nos conhecemos desde crianças e nos tornamos melhores amigos quase uns dois anos antes de eu conhecer Mikasa, após eu o ter defendido de uns valentões da escola. Armin vive somente com seu avô, seus pais infelizmente já haviam falecido num acidente de carro. Minha mãe por vezes faz um papel materno com Armin, o que me deixa satisfeito, já que é como se fossemos irmãos. Armin é bem mais meu irmão que Zeke, para falar a verdade.

Eu me sento ao lado dele, e percebo duas coisas na mesa.

-UOW! ESSE É O NOVO JOGO DA SAGA KYOJIN FANTASY!! - eu exclamo, vendo o encarte do jogo - Ah, é por isso então que você faltou na aula. Mamãe, realmente foi por uma boa causa! Por que você não me falou? Eu teria ido junto!

-Eren Yeager! - mamãe também me repreende, agora puxando não só a orelha de Armin como a minha 

- Poxa, isso dói! - reclamo, e minha mãe solta nossas orelhas, rindo.

-Ora, ora! Quem sou eu para julgar, não é? Na juventude também matei as minhas aulas… - exclama mamãe, fazendo Armin e eu a olharmos espantados. - Sua mãe era uma rebelde!

-Acho que eu não quero pensar nisso… - comentei, então reparando na segunda coisa que estava em cima da mesa - E esse livro velho?

-Ah, meu avô encontrou ele nas tranqueiras dele, e eu peguei para explorar mais tarde! É sobre a tal lenda milenar dos Titãs. - responde Armin.

Ao colocar a mão no livro eu sinto instantaneamente um choque, acompanhado de dor na cabeça, e mais uma visão de um lugar estranho, de onde surge um sussurro “é sua última chance…”. 

Olho então do livro para Armin e minha mãe, que não perceberam o que acabou de acontecer. Definitivamente estou ficando louco hoje! 

-Ahn, Armin, vamos estrear logo o seu jogo! - eu digo, querendo tirar a mente do que acabou de ocorrer.

-Vocês não tem lição, não? - indaga minha mãe, mas já estamos na metade da escada, praticamente chegando ao quarto tamanha pressa!

-Juro que faremos depois, tia! - responde Armin, já rasgando o plástico da embalagem enquanto eu vou ligando o video-game.

“Última chance…”

Novamente o sussurro. Não percebi que subi com o livro em mãos. Última chance? De que?



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