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História This is (not) a dream. - Deu tudo errado


Escrita por: svtmol

Capítulo 9 - Deu tudo errado


Fanfic / Fanfiction This is (not) a dream. - Deu tudo errado

A roupa que me arrumaram foi bem chamativa.

Era de um tecido preto com detalhes dourados, e Minghao e Seungkwan arranjaram um chapéu da mesma cor para esconder meus cabelos, me senti um pouco ridículo, mas, fazer o quê? Suyeon estava linda com seu vestido verde escuro, Seungkwan havia feito uma pequena coroa de flores em seu cabelo e a deixara ainda mais delicada. Meus amigos estavam todos elegantes e bem arrumados, principalmente, Jun, com aquele terno vermelho chamativo.

— Sua roupa consegue ser mais espalhafatosa que o cabelo de Mingyu. — Minghao franziu o nariz.

— Você gostou, não foi? — Jun sorriu ladino e o rosto de Minghao se coloriu de vermelho.

— Cale a boca.

— Não estou usando nada por baixo.

— Nos poupem dessa conversa! — Seungkwan gritou, fazendo uma careta de desgosto.

— Você está bonito, Mingyu. — Jisoo sorriu e deslizou os dedos pelos detalhes dourados de meu terno.

— Só esse chapéu que me quebra. — Resmunguei, tentando arrumar o bendito na minha cabeça.

— Sua raiz tá crescendo, precisamos escondê-la. — Suyeon deu de ombros e arrumou a coroa de flores na cabeça — E aí? Vamos?

— Sim! — Soonyoung deu pulinhos animados.

— Mingyu... — Seungkwan disse e eu o olhei, ele parecia nervoso — Eu chamei Hansol para ir também.

— Ah. — Pisquei rapidamente — Tudo bem, sem problemas.

— Eu vou ficar perto dele, não se preocupe. — Seungkwan sorriu e eu concordei com a cabeça.

Duas batidas na porta foram-se ouvidas, Jisoo a abriu e deu de cara com Jihoon. Este apenas o olhou dos pés à cabeça e desviou seu olhar para mim.

— Pronto?

— Sim. — Respondi e fui até ele — Todos aqui já estão prontos.

— Espere um minuto. — Jihoon ergueu as mãos — Aqueles nomes que falou mais cedo, perto dos portões... São eles? Todos eles vão? Até sua conselheira desmiolada?

— Desmiolada é o cara...

— Carambolas! — Soonyoung tapou a boca de Suyeon e sorriu, nervoso.

— Eles são meus amigos. — Ergui uma sobrancelha — Eu sou o rei, eu posso levar quem eu quiser.

— Maravilha. — Jihoon apertou a ponte de nariz e suspirou — Só não me envergonhem.

Balancei a cabeça e ri baixinho, porém, meu riso cessou ao ver Seokmin se aproximar de Jihoon. Ele estava um horror, ficara mais pálido e suas olheiras estavam muito mais fundas. Como Jihoon não percebia?

— As carruagens estão prontas. — Ele me olhou, seus olhos estavam cansados — Boa noite, majestade.

Apenas acenei com a cabeça, não sabendo o que responder. No caminho até as carruagens, encontramos Hansol, ele nem olhou na minha direção. Suspirei alto e andei até um dos veículos, tivemos que dividir em dois, pois, era mais gente do que o previsto. Eu fui junto de Suyeon, Minghao e Jihoon, enquanto o resto ia na outra carruagem. O trajeto foi tranquilo e silencioso, mas, quanto mais nos aproximávamos do povoado, mais barulhento ficava.

Quando desci da carruagem, fui recebido com gritos e salvas de palmas. Estava tudo tão animado e festivo, havia muita comida, música tocando, era incrível! Então, por um momento decidi esquecer de todos os problemas e apenas compartilhar daquela alegria exorbitante. Jihoon se sentara em uma mesa e começou a beliscar alguns pratos, pude ver Seokmin sentar-se ao seu lado e começar a conversar com ele. A expressão de Jihoon mudou na hora, ficou mais relaxada e calma. Será que eles tinham um caso? Ou Jihoon era burro ao ponto de não perceber que Seokmin gostava dele?

Olhei ao redor e vi Suyeon com um copo na mão dançando com Soonyoung e Jisoo no meio de uma roda, ao lado deles Jun tentava coagir Minghao a dançar, mas o duende faltava morrer de vergonha. Mais afastados deles, Seungkwan e Hansol observavam a cena, sorrindo. Aqueceu meu coração ao perceber que Hansol se recuperava aos poucos.

— Majestade. — Ouvi uma voz feminina ao meu lado, me virei e vi uma garota bem bonitinha sorrindo para mim — Me concede uma dança?

— Mas é claro. — Estendi a mão e ela me puxou até a roda.

Dancei com ela e com mais um monte de gente, comemos que nem uns condenados e bebemos também. Eu me sentia parte de um todo novamente, e aquela sensação de solidão foi, aos poucos, sumindo. Decidi parar para me hidratar e respirar um pouco, me sentei em uma cadeira e observei o povo rindo e dançando. Aquela era uma cena satisfatória.

— Vejo que não sentiu minha falta.

Virei o rosto e vi Wonwoo se aproximando. Ele não usava seu manto, ao invés disso, usava uma camisa de seda branca e calças de couro marrom. Ele estava lindo.

— Wonwoo. — Me levantei e sorri — Você veio.

— Você pediu. — Ele suspirou e afagou meu braço — Céus, está todo suado.

— É uma festa. — Dei de ombros — Dancei um pouco.

— Só um pouco? — Ele segurou minha cintura e eu senti meu coração falhar uma batida.

— Ok, talvez bem mais que "um pouco".

Ele riu e me abraçou, era tão fofo vê-lo daquele jeito. A primeira impressão que eu tive dele não é nada parecida com a que eu tenho agora. Pensar que nos tornamos mais íntimos com o passar do tempo me deixa bobo. Eu gosto tanto de Wonwoo.

— Vem. — Murmurei e entrelacei nossas mãos — Prometo que ninguém vai ver seu rosto.

Ele suspirou e assentiu com a cabeça. Nos aproximamos da roda de cantoria e o puxei para dançarmos juntos, Wonwoo agarrou meus ombros e arregalou os olhos.

— E-Eu não sei dançar.

— Wonwoo! — Jun falou enquanto tentava abraçar Minghao — Você veio!

— Você deve ter poderes mágicos mesmo, Mingyu. — Jisoo disse ao nos ver — Wonwoo nunca gostou de festas.

— Ah, é? — Ergui uma sobrancelha e Wonwoo desviou o olhar.

— Não comece.

Ri baixinho e comecei a dançar com ele, Wonwoo tropeçava, mas eu sempre o segurava. Ríamos que nem duas crianças, os olhos de Wonwoo brilhavam na mais bela cor de amarelo. Aquilo aqueceu meu coração. Eu estava tão feliz que nem vi meu chapéu voar da minha cabeça e cair no chão.

Bem nos pés de Jihoon.

— Mingyu. — Ele se aproximou de mim e estendeu o objeto — Você deixou cair... Espere um momento...

Ao ver meu chapéu em suas mãos, soltei Wonwoo de uma vez, e tratei de esconder o topo da minha cabeça enquanto me afastava de Jihoon. Meu coração batia rápido em desespero e eu perdi o equilíbrio, caindo com tudo no chão. A cantaria cessou e todos pararam de se mexer.

— Tire as mãos da cabeça, Mingyu. — Jihoon disse seriamente enquanto apertava o chapéu entre seus dedos.

— N-Não...

— Eu sabia que tinha algo de errado. — Ele disse, ofegante, se aproximando de mim — Você nunca foi o rei!

Murmúrios tomaram conta do lugar e eu senti meu corpo se arrepiar. Não, por favor, não aqui. Jihoon deu mais um passo, mas Wonwoo entrou na minha frente já com seu cajado em mãos.

— Para trás. — Ele estreitou os olhos e as pessoas ao nosso redor gritaram de medo, se afastando aos poucos.

— Você. — Jihoon trincou a mandíbula.

— O ódio e a ganância lhe cegam, Jihoon. — Wonwoo falou — Mingyu é o nosso rei.

Suyeon correu até mim e rasgou um pedaço do seu vestido, o amarrando em minha cabeça, que nem uma touquinha, para esconder meus cabelos.

— Calma, vai ficar tudo bem. — Ela afagou meu rosto e eu respirei fundo, pude ver Seungkwan, Hansol, Jun, Jisoo, Soonyoung e Minghao se aproximando de mim.

— Ele é uma fraude! — Jihoon berrou, arrancando mais murmúrios da multidão — Se você é mesmo o verdadeiro rei, nos mostre seu cabelo, majestade!

E então, toda a aldeia virou seus olhos até mim. Me senti pressionado, sufocado e desesperado. Minha visão ficou turva e minha respiração, entrecortada. O que eu faço agora? O que vai acontecer comigo?

— Eu mesmo mostro a vocês. — Jihoon jogou o chapéu no chão e fez menção de marchar em minha direção — Kim Mingyu é uma frau...

Um baque foi-se ouvido. Jihoon revirou os olhos e caiu, desacordado. Atrás dele, Seokmin apareceu, seus olhos estavam totalmente negros e ele parecia sentir bastante dor, seu corpo tremia e suava, e seu rosto estava contorcido em pura agonia.

— Corram.

Na mesma hora, aconteceu a explosão. Todos berraram de susto e pavor, enquanto uma nuvem negra tomava conta das ruas e apagava as velas que as iluminavam. Seokmin caiu no chão, convulsionando, enquanto meus amigos me erguiam e me empurravam para fora da multidão.

— Temos que proteger o povo! — Berrei e tentei me livrar do aperto de Jun e Soonyoung, a touquinha improvisada que Suyeon me fez caiu no chão — Eles vão morrer!

— Temos que proteger você, Mingyu! — Seungkwan berrou enquanto corria ao meu lado — Você é nossa única esperança!

— E novamente o rei foge, deixando para trás seus súditos em agonia.

Todo mundo parou de correr após aquelas palavras serem ditas. Olhei ao redor e vi que o tempo tinha parado, comecei a hiperventilar e me desesperar novamente. Me livrei das mãos dos meus amigos e me virei, Seokmin se arrastava na minha direção, sua figura tremeluzia na luz da lua. Uma hora ele era um guarda real, na outra era um bicho horrendo com dentes afiados e cascos pesados.

— Está na hora de descobrirem quem você é de verdade, Mingyu. — Seokmin disse, sua voz estava mais grave e mais rouca, como se o Monstro falasse por ele.

— Eles já sabem quem eu sou. — Falei e dei um passo em sua direção, Seokmin parou, me encarando — Eu sou o rei.

E então ele soltou a gargalhada mais horrenda que já ouvi alguém dar. Meu corpo inteiro se arrepiou e eu tive vontade de chorar, quase senti aquele sentimento de desamparo me engolir por inteiro novamente, mas me mantive firme.

— Você não é ninguém, Mingyu. — Seokmin sorriu, seus dentes brilhavam que nem os de um tubarão — Uma farsa, e você sabe disso.

— Sim, eu sei! — Gritei e fechei minhas mãos em punho, devo ter tirado aquela coragem da bunda, porque não é possível. Até o Monstro se surpreendeu com meu tom de voz — Mas os outros acreditam em mim! Eu os dei esperança! Eles confiam em mim! E, por causa disso, eu sou mais forte que você!

Dei mais um passo em sua direção e Seokmin cambaleou, cuspindo um líquido negro em seguida, chiando de dor. E então, as peças se encaixaram em minha cabeça.

— Você está fraco. — Falei e Seokmin tremeu — Você está se alimentando de Seokmin, e o possuindo, porque seu poder está enfraquecendo.

— Você se acha esperto, rei? — O Monstro riu, mais líquido negro escorreu de sua boca — Olha o que fez com seu povo! — Ele mexeu a mão e eu pude ver, ao fundo, pessoas correndo e casas pegando fogo. Senti o coração na garganta ao ver corpos queimados e imóveis no chão — O medo é inevitável. A morte é inevitável. E logo chegará sua vez.

Tropecei para trás e caí no chão, sem ar. Eu causei aquilo? Eu matei aquelas pessoas? Eu destruí aquele reino?

— Se renda, Mingyu. — Seokmin se agachou ao meu lado e sorriu, seus olhos negros engoliam minha alma — Você está sozinho agora. Se entregue a mim e tudo isso acaba.

"Você está sozinho agora."

Me virei e vi meus amigos. Eles estavam parados, todos com expressões aflitas e desesperadas, até mesmo Hansol, que não sabia de nada. Wonwoo estava mais à frente, seus olhos estavam cinzas. Ele estava preocupado. Todos estavam preocupados. Por mim. Voltei a olhar o Monstro e fechei a cara.

— Eu não estou sozinho. — Trinquei os dentes e fiz menção de me levantar — Nunca estive.

— Você será a causa da sua própria morte, Mingyu. — Seokmin chiou e começou a se arrastar para longe de mim — E da morte de toda Siena.

Então eu pisquei e estava de volta aos braços de Jun e Soonyoung. Eles me arrastavam floresta adentro enquanto atrás de nós, mais explosões assolavam o povoado de Siena.

— Não! — Berrei e voltei a me debater — Meu povo! Eles vão morrer! Eu preciso protegê-los!

— Mingyu! Pare de resistir! — Suyeon suplicou aos soluços.

— Você não pode proteger Siena morto! — Wonwoo gritou.

— Muito menos fugindo! — Gritei de volta e então uma luz apareceu bem em frente a nós, nos fazendo parar. Ela foi se materializando até se tornar um garoto de roupas verdes e cabelos escuros.

— O Guardião. — Jisoo ofegou ao meu lado.

— Chan! — Consegui me desvencilhar de Jun e Soonyoung, ambos atônitos com a presença alheia, e corri até o menino — Por favor, me ajude!

Todos estavam congelados de surpresa, Suyeon e Hansol estavam completamente confusos e encaravam a cena sem entender nada.

— Você é... O Guardião? — Wonwoo disse, em choque.

— Prefiro que me chamem de Chan, é menos formal. — Ele sorriu e Wonwoo prendeu a respiração.

— Ele é tão lindo. — Soonyoung disse baixinho e Jun concordou.

— Me desculpe, senhor. — Seungkwan se aproximou de Chan e se curvou — Eu tentei cumprir minha missão, mas...

— Você está fazendo um excelente trabalho, Seungkwan. — Chan afagou o ombro da fada — Sem você, eu não conseguiria me aproximar de Mingyu.

— Espera. — Minghao ergueu as mãos — Sua missão importante... Era para ele?

— Sim. — Seungkwan balançou a cabeça — Eu sou uma das fadas do jardim do Guardião.

— O quê? — Jun e Minghao berraram.

— O que está acontecendo aqui? — Hansol gritou, atraindo a atenção de todo mundo — Seungkwan, você é uma fada? Mingyu, q-quer dizer, majestade, você não é o rei de verdade? O que foi aquilo na aldeia? Nós vamos fugir mesmo? E o duque ele...

— Sei que tem muitas perguntas, criança, e tenho certeza que seus amigos lhe responderão. — Chan sorriu doce — Mas no momento, temos um problema maior. Devemos proteger Mingyu.

— Mas o povo...

— Uma coisa eu devo concordar, garoto, você não pode ajudá-los se estiver morto. — Chan, me interrompeu, segurando minhas mãos — Eu irei no seu lugar, Mingyu, não se preocupe. Enquanto isso, Seungkwan, os leve até o meu jardim.

— Sim, senhor. — O garoto respondeu e nos olhou — Me sigam.

Enquanto corríamos atrás daquele pequeno ponto de luz verde, olhei para trás uma última vez e pude ver Chan assumir minha forma e desaparecer numa névoa branca. Era isso o que ele quis dizer quando falou que iria no meu lugar. Só espero que ele não se machuque.

Após um curto período de tempo, Seungkwan parou na entrada de uma caverna. Era escura e um vento frio vinha de lá.

— Não é possível que esse seja o jardim do Guardião. — Minghao fez uma careta.

— A beleza se esconde atrás das piores máscaras. — Seungkwan murmurou — Preciso que voltem à sua forma original.

E assim fizeram, bom, pelo menos os seres mágicos entre nós. Jun, Jisoo, Soonyoung e Minghao diminuíram e se transformaram em seu eu natural. Enquanto isso, Hansol se apoiava em uma árvore.

— Pelo amor dos deuses, o que está acontecendo? — Ele disse com lágrimas nos olhos — Por favor, alguém me explique.

— Vamos entrar primeiro, depois...

— Não! — Ele gritou, interrompendo Seungkwan — Eu não vou me mexer enquanto não forem sinceros comigo!

Engoli em seco e me aproximei dele, Hansol soluçou e me olhou, assustado.

— Eu vou te explicar tudo, Hansol, prometo. — Coloquei uma mão em suas costas — Mas temos que entrar ali. Você confia em mim?

Ele piscou rapidamente, me observando por mais um tempo, e assentiu com a cabeça. Hansol se aproximou de mim e me abraçou, timidamente.

— Não saia de perto de mim, Mingyu, por favor...

Engoli em seco e olhei ao redor, Seungkwan se virou de costas e baixou a cabeça enquanto Wonwoo apenas desviou o olhar. Suspirei e afaguei as costas de Hansol.

— Claro.

— Bom, vamos entrar, né. — Suyeon tossiu — Tô afim de morrer hoje não.

— Fiquem atrás de mim. — Seungkwan murmurou.

Arrastei Hansol comigo para mais perto da fada, vi pelo canto do olho todos fazerem o mesmo. Jun, Jisoo e Minghao estavam nos ombros de Suyeon enquanto Soonyoung sentara no topo de sua cabeça; Wonwoo ficou ao meu lado, seu semblante estava sério. Hansol agarrou minhas roupas, assustado, quando Seungkwan começou a brilhar.

— Vai ficar tudo bem. — Sussurrei em seu ouvido e Hansol fechou os olhos.

Tive que fechar os meus olhos também, pois, Seungkwan estava brilhando muito. Tive, novamente, aquela sensação de estar num avião decolando, só que dessa vez a pressão foi mais forte. Inconscientemente, agarrei o corpo de Hansol e rezei para tudo quanto é santo para que eu não fosse esmagado. Meu estômago foi para o pé e minha cabeça girou. E então, uns segundos depois, tudo parou.

Perdi o equilíbrio e caí no chão, levando Hansol junto. Suyeon também tinha caído, os únicos de pé eram os seres mágicos.

— Gente, acho que ela desmaiou. — Minghao falou, cutucando a bochecha de Suyeon.

— O quê? — Falei, preocupado, e soltei Hansol, correndo até minha amiga. Devo ter tropeçado umas cinco vezes, eu ainda estava tonto — Suyeon!

— É normal isso acontecer com não-mágicos. — Seungkwan murmurou, ele, agora, estava em sua forma de fada, brilhando delicadamente — O jardim do Guardião retém muito poder.

— Nossa... — Hansol murmurou, tentando ficar de pé. Ele olhava Seungkwan com um brilho fascinado no olhar — Você é tão pequenininho... E brilhante.

Seungkwan corou e pequenas rosas vermelhas apareceram em sua cabeça.

— Eu nunca pensei que entraria aqui. — Wonwoo murmurou, olhando ao redor, e então sorriu — É tão majestoso quanto imaginei.

Após pegar Suyeon no colo e me levantar, observei o lugar em que estávamos. Era uma imensa campina verde, cheia de todo o tipo de flores e árvores. Acho que de todas as paisagens que eu já vi, essa era de longe a mais bonita. A lua brilhava no céu, límpida e rodeada de estrelas; as plantas, entretanto, tinham sua própria luz, que nem na floresta mágica. Vários seres mágicos voavam pelo céu, ou andavam pelos galhos das árvores. Me senti hipnotizado.

— Venham, vou levá-los até o castelo do Guardião. — Seungkwan disse, e assumiu um tamanho humano, suas asas se tornaram ainda mais belas vistas de perto. Ele se aproximou, timidamente, de Hansol e tocou-lhe o ombro — Quer ajuda para andar?

— Seria bom. — Hansol sorriu e apertou as têmporas — Minha cabeça ainda dói.

— Segure-se em mim. — A fada disse, suavemente — Vou lhe explicar o que está acontecendo.

— Você tá bem aí, grandão? — Minghao puxou a barra de minha calça e eu o olhei.

— É, acho que estou. — Murmurei e observei Suyeon — O que mais me preocupa é Suyeon.

Todos seguimos Seungkwan pela campina. O farfalhar das folhas das árvores era como uma canção de ninar, quase despenquei de sono ali. Jun e Jisoo estavam em seus tamanhos reais, pequeninos e flutuantes, enquanto Minghao e Soonyoung resolveram voltar ao tamanho humano, assim como Seungkwan. Wonwoo estava estranhamente quieto, então me aproximei dele.

— Você está bem? — Perguntei baixinho.

— Sim. — Ele suspirou e olhou ao redor — Aqui é um lugar lindo. E você, está bem?

— Tô sim. — Assenti com a cabeça e observei seu rosto — Me sentindo um pouco inútil por fugir, mas...

— Você não é inútil. — Ele respondeu prontamente — Não podemos deixar o Monstro chegar até você, não mais do que ele já chegou da última vez... — Wonwoo comprimiu os lábios e encarou Hansol — O estrago foi grande.

— O que eu tive com Hansol não foi ruim. — Franzi a testa.

— É, mas foi ruim pra ele. — Wonwoo rebateu — Se não fosse Seungkwan, também teríamos o perdido para o Monstro.

— A culpa é minha agora?

— Se você não tivesse sucumbido ao Monstro...

— Você diz como se fosse fácil! — Gritei, apertando Suyeon contra meu corpo — Você não sabe a sensação! Ela te come de dentro pra fora! Eu pensei que fosse morrer! E, antes de você, a única coisa que me manteve vivo naquele momento, querendo ou não, foi o Hansol!

Nem percebi que tínhamos parado de andar. O resto do pessoal nos observava com curiosidade, Hansol, no entanto, me olhava com os olhos brilhando. Ah, merda, eu estraguei tudo de novo. Balancei a cabeça e me afastei de Wonwoo, indo para perto de Jisoo. Continuamos a caminhada em silêncio. Após um tempo, chegamos a um tipo de cabana antiga, era pequena e agradável.

— Esse é o castelo? — Minghao ergueu uma sobrancelha — Esperava algo maior.

— O Guardião gosta de coisas simples. — Seungkwan disse e olhou Hansol — Consegue andar sozinho?

— Sim. Obrigado, Seungkwan.

A fada se afastou dele e voltou ao seu tamanho diminuto, voando até a porta em seguida. Porém, antes que ele tocasse na maçaneta, a porta se abriu de uma vez, revelando uma mulher.

— Chegaram, finalmente. — Ela disse, seus olhos castanhos escuros nos analisaram e eu arfei.

— Você! — Gritei e me aproximei dela — O que faz aqui?

— Mingyu, tenha mais respeito... — Soonyoung puxou meu ombro.

— Está tudo bem. — A moça da tenda sorriu e, acima de nós, um corvo grasnou alto, voando até o ombro da dona — Olá, Mingyu, acho que lhe devo algumas explicações. Mas, primeiro, vamos entrar.

A bruxa maluca me fez colocar Suyeon em uma cama, ela pingou alguma coisa na boca de minha amiga e disse para deixá-la descansar. Relutante, saí do quarto e fui em direção à sala principal. A cabana era mais espaçosa por dentro, e bastante iluminada também. No meio do caminho, Hansol me chamou.

— Mingyu... — Ele estava nervoso, estávamos apenas nós dois naquele corredor, o resto já estava na sala — Sobre o que você disse antes...

— Hansol, me escute...

— Espere! — Ele me olhou, firme, e eu me calei — Eu... Eu pensei que o que tivemos não significara nada para você, mas... Saber que te ajudei num momento tão delicado, me deixa feliz.

— A troco de quê, Hansol? — Suspirei e abaixei a cabeça — Eu usei você.

— E eu deixaria vossa majestade me usar novamente, se isso significasse que lhe traria algum acalento. — Ele sorriu e segurou minhas mãos. Soltei uma risada fraca pelo nariz e afaguei sua pele com meu polegar.

— Não quero lhe dar falsas esperanças.

— Você gosta do mago. — Hansol suspirou e se aproximou de mim — Eu sei. Mas quero ser seu amigo, Mingyu, acima de tudo.

— E você vai ser. — Concordei com a cabeça — Mas não acha melhor ficar um tempo longe de mim?

— Vai ser meio complicado devido às circunstâncias, mas posso tentar. — Hansol riu e me olhou — Obrigado, Mingyu.

— Eu que agradeço, Hansol. — Sorri em sua direção e apertei suas mãos.

— Mingyu. — Levei um susto com aquela voz grave e grossa, Wonwoo nos encarava com uma leve irritação no olhar. Seus olhos estavam verdes — Você está sendo requisitado.

— Oh, claro, vamos. — Soltei as mãos de Hansol e fomos todos até onde o resto estava. A bruxa da tenda estava sentada na ponta de uma mesa de madeira com seu corvo ao seu lado.

— Vejo que está fazendo um ótimo trabalho como rei, Mingyu. — Ela sorriu.

— Quem é você? — Fui direto.

— Meu nome é Sooyoung. — Ela jogou seus cabelos para trás — Desculpe não ter me apresentado de primeira, a situação naquele momento era um pouco urgente.

— Você me jogou de um penhasco. — Estreitei os olhos.

— Como eu disse, urgente. — Ela suspirou e se levantou, Sooyoung vestia um vestido preto longo de seda, ela era bonita.

— Desculpa interromper essa discussão incrível, mas o que faz aqui? — Seungkwan cruzou os braços — Chan lhe proibiu de voltar.

— Não me importo com o que aquele ancião pensa. — Ela balançou a mão, revirando os olhos — Eu precisava falar com Mingyu.

— Como você o conhece? — Jun perguntou.

— Antes disso, o que é você? — Falei, me sentindo levemente irritado por não estar entendendo nada.

— Ela é a primeira bruxa. — Wonwoo me respondeu, ele cutucava seu anel, um pouco nervoso.

— E a responsável por toda essa bagunça. — Seungkwan alfinetou.

— Como é? — Perguntei, confuso. Sooyoung suspirou e me olhou.

— Eu criei o Monstro.


Notas Finais


eai xuxus! estamos entrando na reta final, o que estão achando? quais suas opiniões sobre o seokmin de Monstro?


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