História This is NOT a Fairy Tale - O dia que a princesa caiu

Os lugares que passaram dentro daquele carro eram desconhecidos para Natsu e Lucy, talvez por terem passado apenas uma semana em Magnólia, na parte mais nobre possível, mas aquele ônibus havia os levado um local que não tinham nem pensando na possibilidade de existir. Agora estavam indo, pelo que parecia, para fora da cidade. Era o que pensava o rosado, mas logo percebe minutos depois que havia se enganado, vendo Mavis que estava dirigindo, virar em um caminho de barro cercado de árvores, folhas e coisas verdes por perto.

 Diferente do amante, a loira estava preocupada com o vermelho, mais especificamente com o líquido vermelho vivido que escorria do tornozelo do rosado. Mesmo escondendo, ele sentia dor, e ela sabia, o que a fazia se sentir culpada pois tinha sido por sua causa que aquilo aconteceu, se não tivesse esquecido aquele caderno, ou ido buscar ele de volta... ele estaria bem, junto com os irmãos dele. Morde o lábio, apreensiva.

Zeref mesmo não a conhecendo pessoalmente percebeu seu nervosismo, colocou a mão no ombro de sua... poderia dizer amiga? Acho que sim.

- Ei calma, já estamos chegando e você sabe que quando chegarmos aquela loirinha vai parecer uma doida para cura-lo- o moreno sussurrava para ela.

- Eu sei... Mas é minha culpa, se eu não fosse tão....---foi interrompida pelo Zeref

- Não é sua culpa seja lá o que houve! Pensa pelo lado positivo, talvez por causa disso você tenha encontrado sua prima depois de quase três anos, sei que ela sentiu sua falta mais que tudo, algo me diz que também sentiu falta....

- Eu senti demais... meu apoio saiu do meu lado, achei que ia morrer – a loira

- Agora não se separam mais! Viu? Não seja tão pessimista!

- Chegamos- Mavis estacionando

A casa era feita em madeira rústica, com apenas um andar, mas parecia bem grande, com detalhes de branco e preto por fora, com sacadas, cheia de janelas, umas pequenas, outras grandes, com cortinas escondendo os segredos daquele lugar, ela não era construída no próprio chão da floresta, tinha um andar acima do chão aonde  construíram.

Zeref foi o primeiro a sair do carro, indo até a porta do passageiro, pegando o rosado no colo, o levando para a casa, com aquele que estava sendo carregado não muito contente. Sobrando apenas as primas no carro.

- Que casa hein...- Lucy

- Eu sei.... foi tão difícil acha-la, tinha acabado de sair daquele inferno, precisava fugir, Rogue nos ajudou tanto.... Hoje um dos meus melhores amigos.- Mavis

- É o Sting o meu- a loira mais nova da uma risada nasal

- Como ele está? Falando nele, soube que está noivo- com as duas saindo do carro- Por que fazer isso se não a ama tanto? Percebo isso nos olhos dele.

- O Sting ele....---- ela é interrompida pelo Zeref

- O NATSU JÁ TA NA MACA, VEM RÁPIDO.

- ESTOU INDO- a baixinha- depois continuamos - as duas entram.

A casa por dentro era ainda mais bonita, com tudo em madeira, simplesmente enorme, com todas as luzes meio laranja dando aquele ar acústico no local, com sala, cozinha, um escritório, um tipo quartinho aonde tinhas as coisas de enfermeira de Vermellion ( aonde Natsu estava) 4 quartos cada um com uma casa de casal e um banheiro. A sala com uma TV de 60 polegadas, um sofá enorme marrom bem escuro, confortável, com partes para deitar, um tapete preto, uma lareira. Uma cozinha com uma geladeira gigante, provavelmente cheia, um frigobar, uma enorme mesa no centro, pancadas, armários, forno a lenha.

O moreno estando naquele quartinho ( que não era pequeno), ofereceu as duas um copo enorme de whisky, ele já estava com um e o Natsu também. Elas simplesmente aceitaram e a baixinha foi trabalhar. O clima ficou pesado ali, sabiam que ia ficar tudo bem, mas ainda sim, reinava o medo.

A tensão que o rosado sentia era enorme, respirava fundo, tomando dois copos de bebida seguidos, para não doer tanto.

Começou tirando a bala ali dentro do tornozelo, ouvindo um gemido, afinal não tinha anestesia, teria que ser assim, bebendo a bebida alcoólica que certamente tirava um pouco da dor. O sangue veio, ela conseguiu parar o sangue, logo cuidando do machucado feio que tinha se formado. Hora de fazer os pontos, com a agulha passando pela pele levemente bronzeada. Após terminar toda a operação, a baixinha que tinha feito isso poderia relaxar e beber todo seu copo de whisky de uma vez. Olhou o rosado que já tinha se sentado.

- Obrigada...- ele abrindo um meio sorriso

- Não me agradeça, só fiz isso por que senti que podia confiar em você!

- Agora fico mais tranquilo em saber que não sou apenas eu que sinto isso! – Natsu já abrindo seus sorrisos

- Fique realmente feliz, existem poucos homens que eu confio.

-  Me sinto honrado.

Zeref sussurra para a prima mais nova: -Viu? Não te disse que ia ficar tudo bem? Confia em mim- Ele fez uma pausa, continuando a falar mais alto para todos ouvirem- Agora podem nos contar o que houve.

- Exatamente- Vermellion

- Ok, mas peguem uma bebida mais forte e vamos para sala- Lucy que olha para seu amante, preocupada- está tudo bem? Consegue andar?

- Você acha que Natsu não consegue andar? – O rosado se levantando com um pé só.

- Não pense em colocar esse pé no chao- a loira mais velha

- Eu seii- e todos vão à sala, com o rosado pulando apenas em um pé, sem querer ajuda alegando que já tinha sido ajudado demais. Os quatros se acomodam no sofá com suas bebidas, ficando cada vez mais alterados.

- Bom, vou começar contando como fui parar lá né, afinal nem um de vocês sabem........- Lucy

~ Lucy~

Flashback on

Após ter roubado o tal banco, que nem era muito grande, fui parar na cadeia da cidade, mas meu pai pagou a fiança, SIM EXATAMENTE, eu não fui ao reformatório diretamente por causa disso.

Cheguei em casa aquele dia, tomei meu banho e fiquei deitada na cama, só pensando que merda faria amanhã. Mas uma das moças lá de casa (todas eram um amor) entrou no quarto pra falar comigo.

- Lucy-chan, o senhor Jude te chama no escritório dele daqui a pouco.

- Sabe o que ele quer?- eu a olho me sentando

- Acho que sobre o que houve mais cedo- empregada

- Sério?- suspiro me levantando- Já vou lá então, melhor levar a porra da bronca logo....

- Mas Lucy-chan... não deve ser um bom momento....

- Foda-se...

Vou até a sala do meu pai, provavelmente tão perdida que nem mesmo percebi os barulhos eróticos vindo de lá. Simplesmente abri a porta, me deparando com algo que de forma franca, não gostaria de ter visto, queria poder voltar no tempo e obedecer a moça. Minha madrasta estava em cima da mesa do escritório, nua, com Jude Heartfilia com as calças avançadas, no meio das pernas dela, metendo, obviamente com os dois gemendo.... Talvez eu tenha quase desmaiado no chão ? Talvez, mas precisava ter uma conversa séria com aquele homem em questão. E por incrível que pareça eles pareciam não ter me visto. Tive que dar um alerta.

- Licença..... o senhor desejava conversar comigo?- então os dois me viram e se separaram, se vestindo.

- A-achei que tinha falado daqui a pouco....- ele com minha mestra saindo ás pressas. Fico com nojo em imaginar que ele fazia isso com minha mãe.

- Sim, mas já que vai falar merda melhor já vir não?- Dou um sorriso amarelo.

- Então, tem consciência do que fez hoje? Da vergonha que me fez passar? Você é o que? Se fosse um homem eu até entendia, está curtindo sua juventude, mas é uma mulher. - Aperto os punhos, me segurando para não dizer nada - Coloque-se no seu lugar, olha sua vó, sua tia, sua mãe, você nem se da o respeito, não quero mais uma vadiazinha na minha casa, já basta você não ser mais virgem que tenho quase certeza que não é mais. Que mulher é essa? Só falta falar que já se prostitui.... Espero que algum filho de empresário te queira para assumir essa família, porque uma mulher não pode tomar conta da família. – Minha vontade de gritar aumentava cada vez mais, COMO OUSA? Se controla – Bom, já arrumei uma forma de te arrumar.

- C-como? Me arrumar?

- Vai a um reformatório, viver lá até completar a maioridade como todos daquele lugar

- O que? Você está brincando né? Não posso ir á um lugar desse, eu tenho uma vida sabia?

- Sim... uma vida que me pertence. E tem que mudar esse lixo que chama de vida, vou te mostrar o que é sofrimento de verdade. Depois vai perceber como estou certo e então pronto, vai estar pronta. – Eu não sabia o que fazer, apenas aceitar, não tinha lugar para fugir, não acredito nisso....

Flashback off

Continuo contando ate o momento atual, me sinto envergonhada, mas é a verdade. Termino meu copo de whisky de uma vez pegando a garrafa de vodca pura só para mim, a bebendo sentindo meu interior queimar.

- Lucy, você realmente ia sair do reformatório e entregar sua vida ao seu pai e a um homem qualquer? -Mavis e abaixo cabeça.

- O que mais eu ia fazer? Fugir? Comprometer o sonho do Sting por minha causa? Se eu me casasse poderia conceder a ele um lugar maravilhoso na liderança. Você não sabe o quanto ele sofreu nesses últimos anos. Era o mais inteligente a se fazer.

- Não Lucy, não era, você é uma garota incrível, fazer isso seria como um suicídio – Natsu, eu.... me surpreendi em ouvir sua voz- Sei que não conheço sua história direito, sem sua família, mas isso não....você não merece isso

A Mavis também se pronuncia: - Teria outra solução! E se não tivessem encontrado aquela droga no reformatório? Você continuaria presa lá até sair e ser obrigada a se casar com qualquer homem nojento que seu pai escolheria. Sabe como me sentiria se visse minha priminha, se casando sem nem mesmo saber como é sua voz direito? – Ela se aproxima de mim e me abraça – fico tão feliz que você fugiu e que isso não aconteceu.

- Por que não me contou isso antes?- O Natsu novamente, não consigo encara-lo, sua voz parecia de tristeza.

- Não é legal comentar isso...... Sabia que iria me fazer fugir se ainda estivéssemos no reformatório, mesmo não tão próximos como hoje....

- OBVIO- rosado grita de um jeito que me assusto– você é minha amiga, quero te proteger de tudo!!!! Esse homem, desculpe, mas, o odeio, o repugno.

- Tudo bem, eu também o odeio - Mavis- ele e meu pai... Porém, história para outro dia.

- Lucy, mesmo que nos ainda não somos muito próximos, conheço tanto de você que a considero, não foi fácil o que você viveu, me alívio de você estar aqui, conheço essa família de vocês, sabia o que aconteceria daqui a alguns anos, o mesmo que aconteceu com sua mãe, sua vó.....-Zeref

Sem perceber já estava chorando, por quê? Todo aquele amor? Eu o mereço? Já era tão feliz com a proteção do Natsu, a amizade do povo, o amor do Sting mesmo o escondendo tanta coisa, pois sabia o que ele faria se soubesse. Começo a chorar alto. Era a primeira vez que falava algo assim..... dói tanto, machuca tanto, por que me sinto aliviada então? Talvez porque sabia que poderia contar com esses três, ou melhor, quatro. Tinha mais um, um que havia me esquecido de contar tudo: Sting....