História This Light Between Us - Surprise

   No dia seguinte fui para a casa de Pedro como o combinado e o ensaio ocorreu normal. Recebi o e-mail de admissão da Victoria's Secrets e comecei a trabalhar na semana seguinte. Justin e eu nos falávamos todos os dias, mesmo com todos os ensaios e shows que ele fazia constantemente.
   Duas semanas se passaram e finalmente era o dia da peça. Não seria algo grande,  apenas para alunos de outros cursos da universidade. Meu grupo já estava preparado, e por sorteio acabamos sendo o primeiro.
Eram mais ou menos 100 pessoas na plateia, e mesmo não me intimidando nem um pouco, sempre existe aquela pontada de nervosismo em relação a fazer tudo perfeito. Antes de entrar no palco cheguei meu celular mais uma vez para ver se Justin mandara alguma mensagem, mas nada. Bloqueei a tela do mesmo e deixei em cima da minha mochila.
    Por ordem de cena, eu e Pedro teríamos as primeiras falas. Tudo aconteceu como havíamos ensaiado. Não esquecemos a fala, perdemos o foco nem nada. Para mim tinha sido muito bom para início de curso. Assim que saí do palco, fui a última, pude comemorar o bom resultado com meus parceiros de trabalho. Quando tudo se acalmou, peguei minhas coisas para ir pra casa, incluindo meu celular, e não esperei. Chamei Justin.
Lexi: Ei?
Justin: Oi Alê
Lexi: O que você está fazendo?
Justin: Só um minuto
Lexi: Ok...
Dez minutos se passaram e impaciente dirigi para casa.
   No meio do caminho recebi um novo sms o qual olhei rapidamente quando parei num sinal vermelho com muito medo de ser assaltada, por ser quase dez da noite.
Justin: Onde você está?
Lexi: Indo pra casa.
Justin: Quero te mostrar uma coisa.
Lexi: O quê?
Justin: você precisa ver.
Lexi: O que quer que eu faça?
Justin: Quando estava aí, descobri um lugar.
Lexi: Quer que eu vá pra ele essa hora?
Justin: Você não vai se arrepender, eu juro.
Lexi: Tudo bem. Onde é?
Justin: Praia do arpoador.
Lexi: Vou ter que dar meia volta, mas tudo bem. O sinal abriu. Me manda informações mais específicas, Justin!
   Terminei de escrever o SMS e revirei os olhos. Fiz o retorno e fui para uma das praias que eu costumava ir com meus amigos, quem me abandonaram e foram fazer intercâmbio. Parei num estacionamento 24h e andei até perto de um policial que fazia ronda. É óbvio que eu não andaria ali sozinha uma hora daquelas.
   Peguei meu celular e vi que Justin havia descrito um lugar idêntico à pedra do arpoador. Supus que aquele era o lugar que ele gostaria que eu visse. Fui até lá e me sentei em meio aos diferentes relevos causados pela erosão da pedra. Fiquei ali e fechei os olhos sentindo o barulho do mar e o vento que batia em meu rosto calmamente. Assim que abri os olhos senti alguém atrás de mim. Meu coração começou a bater acelerado pois pensei no pior. Seria assaltada ou morta naquele momento. Porque o viado do Justin me mandaria pra ali?
Assim que me levantei e minha mãos fizeram sinal de  rendimento, pude ouvir uma voz dizer bem perto do meu ouvido:
- Sentiu minha falta? - assim que ouvi me virei assustada.
- VOCÊ não fez isso. - eu estava feliz mas ainda sim muito puta pelo susto. - JUSTIN meu deus. Que saudade. Faz tanto tempo. Misericórdia - o abracei com toda minha força e depositei diversos beijos em seu rosto.
- Também estava com saudades - ele me puxou e então coloquei minhas duas pernas ao redor de sua cintura.
- O que faz aqui? Caralho, faz muito tempo.
- Eu cheguei há umas duas horas.
- E porque não apareceu na peça? Ou me desejou boa sorte por SMS? Pensei que tinha esquecido.
- Eu estava lá. Você que não viu - sorriu sacana. - Aliás, bela atuação. Pode levar a sério o negócio da Angelina Jolie.
Revirei os olhos e respondi:
- Você vai ficar em que hotel?
- Na verdade... eu ainda não sei - riu - vim sem seguranças e por isso contratei aquele cara - apontou para o "policial" que eu havia citado anteriormente - e ele vai ficar na casa dele, óbvio.
- Justin, você é totalmente louco.
- Eu sei - riu já sentado e com a minha cabeça encostada em seu ombro, apenas observando as ondas baterem calmamente na parte mais baixa da pedra.
- Você pode ficar na minha casa - disse baixo
- Sério? - virou-se para mim.
- Sim, tem um colchão em baixo da minha cama, você se importa?
- Claro que não. Dormiria até na cozinha.
- Olha só - eu fingi supresa e ri fraco - quer ir agora?
- Vamos ficar mais um  pouco. Não gosta daqui?
- Amo, mas está tarde. Não quero ser sequestrada - eu zombei rindo.
- Eu te protejo - ele ajeitou sua postura me fazendo rir.
- Ok, super-heroi.
- Seu super-heroi.
- Meu.