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História This World Inverted - Café, por favor!


Escrita por: mortaimoral

Capítulo 8 - Café, por favor!


O café da manhã seguiu-se em um silencio desconfortável. Isabelle tinha olheiras debaixo dos olhos e Alec enfiava a colher em seu pote de cereal apenas para não colocar nada na boca e formar uma papa branca e nojenta. Jace era o único que parecia descansado e feliz, seus braços estava jogados para trás da cabeça e ele se balançava na cadeira teimosamente para frente e para trás.

― Jace, para com isso, você vai cair – avisou Maryse tomando uma xícara de café e lendo um jornal.

― Como você sabe? – Jace perguntou forçando as pernas um pouco mais. – Você nem tá olhando pra mim.

― Eu sou mãe – respondeu a mulher simplesmente. – Eu sei de tudo.

A afirmativa fez com que Alec estremecesse. Era algo que sua mãe sempre dizia e que nunca o incomodou, provavelmente porque nunca tinha feito nada de errado. Ele engoliu em seco e pensou em algo que pudesse distraí-lo. Por exemplo, ele deveria estudar para a ACT e paro o SAT se quisesse entrar na faculdade um dia. Sim, esse era um pensamento bom o suficiente para distraí-lo, infelizmente também o deixava nervoso, nas últimas semanas tinha estudado menos do que o que deveria, e desde a festa de ontem, mal tinha conseguido dormir direito.

― Então, meninos – a voz de Maryse novamente se fez presente. A mulher trabalhava como analista financeira de uma empresa não tão grande, o que a deixava com um horário levemente flexível, permitindo que a mesma ficasse até um pouco mais tarde em casa, oferecendo-se até mesmo para levar seus filhos até a escola. – como foi a festa ontem?

― Ótima – responderam Alec e Isabelle exatamente ao mesmo tempo. A mãe então ergueu seus olhos azuis cristalinos da folha que estava lendo e os desviou desafiadoramente para os seus filhos. A mulher abaixou o jornal que tinha nas mãos e o pousou sobre as pernas, ela aprumou as costas, e olhou para o filho mais velho, quem ela julgava ser o mais maduro presente. Alec quase riu de desespero.

― Alexander?

O menino abriu a boca sem dizer nada por alguns instantes, depois desviou o olhar para qualquer lugar, tomando cuidado para não olhar para a irmã e assim dar a falsa impressão de que ela fez algo errado. Ele deu de ombros.

― Foi muito boa, mas entediante. – respondeu, porque imaginou que seria algo que diria se fosse de fato uma festa da escola onde tinha ido ontem à noite.

― Tudo bem – a mulher pareceu ponderar. – Isabelle?

― O mesmo – a irmã disse fingindo falso interesse, mas não aguentou o sorriso. – Mentira, foi ótimo, Alec que é muito chato.

O irmão enviou um olhar mortal para a menina, que retribui com um sorriso superior. Ele podia ver em seus olhos o que ela estava pensando “O que você gostaria que eu dissesse? Assim ela vai acreditar.”

― Certo. – disse a mãe, voltando para o seu jornal. Então Alec soube que estava tudo bem.

Ele temia que suas fotos com Magnus Bane se espalhassem nas mídias e Maryse o visse. Foi bem difícil explicar para Isabelle que ele e o empresário não estavam juntos e que sequer tinham trocado muitas palavras antes daquela noite, ela o convenceu a confessar que sentia algo pelo homem e Alec se condenou por não conseguir segurar seus segredos de uma menina de 17 anos, que ainda por cima era sua irmã mais velha. Mas depois que ele falou em voz alta ela garantiu que era pouco provável que seus pais soubessem de qualquer coisa porque esse tipo de noticia saía apenas em revistas e programas de fofocas, coisas que seus pais praticamente abominavam. “Assim como eu”, ela disse. “Quero dizer, para quê ler sobre essas coisas, não é mesmo? Vamos ler sobre coisas úteis.” E Alec não conseguiu notar qualquer tom de sarcasmo em sua voz, então apenas deu de ombros.

Ele ficou acordado o resto da noite pensando em quem diabos eram “Camille Belcourt” e “Woolsey” e por que os jornalistas achavam que Magnus estava os traindo com Alec. Era realmente um saco não saber das coisas e ele deveria resolver isso.

Ele e seus irmãos se despediram da mãe antes de ir para escola e Jace não parecia curioso em saber qualquer coisa sobre o que tinha acontecido. Ele andava tranquilamente, assobiando para os passarinhos, as mãos cobertas pelos bolsos da calça. Os cabelos um pouco úmidos se enrolava perto das têmporas e Alec queria saber como ele fazia para ser tão confiante. Bem, tirando que o garoto era lindo e tinha plena consciência disso, Alec não sabia como é que fazia. Houve uma época em que ele queria ser como o Jace, tentou copiar suas roupas e seu jeito de andar, mas a única coisa que aconteceu foi ter agido como um imbecil. Jace tinha notado, é claro, mas não disse nada até o momento em que Alec reclamou com o próprio.

― Não tem por que você ser como eu, Alec - ele tinha dito. – Você é uma pessoa maravilhosa. – explicou com toda a sua sabedoria de menino de quinze anos, na época. – Eu é que gostaria de ser como você.

Alec não entendeu na época, quase três anos se passaram e ele ainda não entendia. De qualquer forma, nunca mais usou gel de cabelo.

Ele esperou dar a hora do intervalo para ir até a biblioteca e pesquisar “Magnus Bane” no Google. Várias páginas apareceram com os títulos:

Magnus Bane é o novo escolhido para a B&B Security.

Magnus Bane é magnata e dono de Empresa de Segurança Mundial.

Magnus Bane inaugura balada chamada Pandemonium.

Magnus Bane é visto em Paris em seu novo apartamento.

Alec revirou os olhos para tudo aquilo. Primeiro conhecimento adquirido: Magnus Bane era rico e trabalhava em uma empresa de terceirizados. Ótimo.

Ele digitou: Magnus Bane Camille Belcourt. Esperou alguns segundos e a sua tela se encheu.

Magnus Bane e Camille Belcourt noivos??

Magnus Bane e Camille Belcourt: Os maiores nomes da Segurança Mundial!

Magnus Bane e Camille Belcourt: O Romance Acabou?

Alec sentiu o estômago revirar. Era possível que Magnus fosse noivo e mesmo assim o tinha beijado na festa em sua casa? Era difícil, ou melhor, triste de pensar. Ele abriu a matéria que perguntava sobre o suposto término dos dois e  leu.

Magnus Bane e Camille Belcourt: O Romance Acabou?

O casal considerado o mais rico do mundo plea revista EGO estaria acabado de vez?

Na sexta feira (15), Magnus Bane foi visto em Veneza conversando com dois amigos em um café, muito distante de sua noiva Camille Belcourt, que ainda está em Marselha, França. Mas que os dois pombinhos vivem muito ocupados e viajando para os mais distantes países não é mistério pra ninguém. O que nos chocou mesmo foi a foto que a loira postou há alguns minutos sem a aliança de casamento e com a legenda "Free to me"! O que vocês acham, será que o casal mais rico do planeta resolveu mesmo separar as escovas de dentes?

Magnus Bane ainda não se pronunciou sobre o assunto e a senhorita Belcourt também não falou mais nada nas redes sociais. 

 

Os olhos de Alec correram para a screenshot de francesa e dona de um dos B da B&B que foi anexada na matéria. Era uma foto em escala de cinza com o fundo expondo uma piscina e cadeiras de praia. Ela dava língua para a foto e sua mão direita formava um dois na frente do seu rosto, deixando bem claro os dedos limpos e brancos, sem nenhum traço de imperfeição ou joias. A matéria tinha sido publicada há alguns meses e Alec não tinha tempo para procurar por mais qualquer coisa, o sinal tinha tocado e ele precisava voltar para a aula.

Mais embaixo da foto a jornalista perguntava aos seus leitores se eles achavam que o fim do romance entre Magnus e Camille poderia influenciar no poder da empresa dos dois, Alec se lembrou da irmã falando que trabalhava diretamente para uma das donas do lugar, o que Alec não ligou na época. Seja lá o que tinha acontecido, a empresa não faliu ou mesmo acabou, ela estava ali, crescendo. E Magnus Bane e Camille Belcourt ainda trabalhavam juntos.

...

Os olhos de Alec correram para a screenshot de francesa e dona de um dos B da B&B que foi anexada na matéria. Era uma foto em escala de cinza com o fundo expondo uma piscina e cadeiras de praia. Ela dava língua para a foto e sua mão direita formava um dois na frente do seu rosto, deixando bem claro os dedos limpos e brancos, sem nenhum traço de imperfeição ou joias. A matéria tinha sido publicada há alguns meses e Alec não tinha tempo para procurar por mais qualquer coisa, o sinal tinha tocado e ele precisava voltar para a aula.

Mais embaixo da foto a jornalista perguntava aos seus leitores se eles achavam que o fim do romance entre Magnus e Camille poderia influenciar no poder da empresa dos dois, Alec se lembrou da irmã falando que trabalhava diretamente para uma das donas do lugar, o que Alec não ligou na época. Seja lá o que tinha acontecido, a empresa não faliu ou mesmo acabou, ela estava ali, crescendo. E Magnus Bane e Camille Belcourt ainda trabalhavam juntos.

...

Quando Alec, Simon e Isabelle foram para o trabalho, eles passaram boa parte do tempo conversando mais do que deveriam até que Lily avisou que Magnus estava chamando por Alec na sala de reuniões. O menino engoliu em seco e ignorou propositalmente o sorriso malicioso de Isabelle, que o observava atentamente.

A sala de reuniões quase nunca era usada então Alec supôs que Magnus a escolheu justamente para que e eles pudessem conversar em paz. Talvez ele o demitisse, pois não poderia ter nenhum tipo de relacionamento com algum funcionário. Ou talvez quisesse manter em segredo. De qualquer forma, Alec estava ansioso e percebeu então que queria tocar Magnus novamente, queria sentir o gosto de seus lábios, desta vez sem álcool.

Alec abriu a porta cuidadosamente e para a sua surpresa ela estava cheia. À meia luz ele notou que não havia uma cadeira sequer vazia e Camille Belcourt estava na outra ponta da chefia, parecendo extremamente concentrada em algum tipo de cadeado e chave que passava de mão em mão. Ninguém além de Magnus sequer lançou um olhar para ele. Alec olhou para todos confuso e Bane acenou para ele animado.

O rapaz o alcançou e precisou inclinar o corpo para ouvir o que o chefe lhe sussurrou.

― Desculpe atrapalhar você – explicou o outro, o leve sotaque aparente nas entonações das vogais. – Mas meu café acabou, você poderia pegar outro?

Alec o encarou com a boca semiaberta. Magnus deve ter entendido sua atitude com falta de compreensão, então ele colocou uma xícara na mão do outro e gesticulou.

― Café, por favor.

O rapaz piscou aturdido e assentiu, deixando a sala.

 


Notas Finais


Comentários, por favor! (Aqui diz que eu não posso exigir, mas não falou nada sobre pedir com educação)


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