História Thor: Asgard War (Pós Ultimato) - Convite

Naquela noite participei de uma festividade no palácio que eu nem sequer sabia o motivo, como de costume tomei um lugar separado para mim ao lado de Brunnhilde e aproveitei o banquete, andei bastante pelo salão, conversei com alguns nobres que se mostraram interessados no tempo que eu passaria aqui, e passei algum tempo na varanda do salão rodeado de belas moças que se mostraram curiosas sobre as histórias da realeza de Antiga Asgard, mesmo sabendo que era apenas um pretexto para estar em minha companhia aceitei narrar as histórias mais uma vez. 

Depois de algum tempo avistei Brunnhilde no centro de uma roda de oficiais e me aproximei, eles riam quando me aproximei, pareciam estar se divertindo enquanto ela segurava a típica taça de bebida em uma das mãos, ela terminou e pegou uma garrafa. 

- Devagar alteza, não vá passar do limite - A voz do filho de um dos conselheiros reais soou sobre a música alta. 

- Eu não tenho limites - Brunnhilde ergueu a garrafa em sua mão. - Aposto que ninguém consegue me vencer! 

- Aposto que o príncipe consegue!  - Uma das moças que estavam por perto rebateu e eu quase a xinguei mentalmente. Não que eu não gostasse de beber mas era impossível vencer Brunnhilde. Seja lá o que aconteceu depois da décima garrafa eu não me lembrava de mais nada. 

A voz de um dos guardas me tirou do sono profundo avisando que Brunnhilde me esperava na sala do trono, tomei banho e escolhi uma das roupas que prepararam para mim, quando saí do grande banheiro do aposento lá estava uma bandeja na cama já arrumada, eu estava sendo tratado como se realmente fosse rei, fui encontrar Brunnhilde e deixei a refeição para depois. 

- Requisitou minha presença? - Abri os braços assim que entrei na sala do trono, sabendo que iria parecer convencido. Ela revirou os olhos, as reações eram sempre as melhores. 

- Eu tenho um presente para você, uma devolução na verdade. - Ela levantou e veio em minha direção. - Venha comigo. - Ela deu típico sorriso enigmático e saiu andando na minha frente, acabou me levando até uma sala que eu ainda não tinha entrado. No centro dela estava algo no chão coberto com um tecido vermelho. Ela fez suspense por alguns minutos e parou ao lado do objeto,  virando de frente para mim, sem aviso prévio ela puxou o tecido.

Era o meu martelo.

Eu sorri para ela, eles reconstruíram o mjolnir. 

- Como fizeram isso?  - Sorri admirado, quando peguei o martelo observei o belo trabalho que fizeram. 

- Nós encontramos os pedaços, estavam aqui em Midgard. Deu trabalho mas demos conta, sempre damos. É seu. - Eu não tinha palavras, meus olhos deviam estar brilhando feito pedras de cristais naquele momento. 

- Não há como agradecer por isso. - Eu sussurrei. Ela por sua vez arqueou uma sobrancelha. 

- Há sim. É só ficar e me ajudar com o povo. 

- Farei o meu melhor - Prometi.

Passei a tarde daquele dia no treino de espadas com Erik, Balder e Dag, alguns dos guerreiros em formação de Nova Asgard. Como nobre tive muitos tipos de treino durante os anos de paz na antiga Asgard. Devo admitir que o campo de treino do palácio era melhor do que eu imaginava, mostrei a eles durante horas o quanto eu ainda estava em forma e o quanto os anos no espaço me renderam novas técnicas, dei conta de lutar e vencer os três de uma só vez. Sem usar os poderes. 

Ofereci a mão a Dag quando a luta acabou e ele aproveitou para me derrubar. 

- Só assim mesmo para vocês me vencerem. - Eu sorri ainda no chão, Balder e Erik se levantaram rindo, Dag se virou saiu, irritado.  Me levantei. - Trapaceando.  - Gritei para ele.

- Não leve a mal, Dag não sabe perder. - Balder justificou ainda sorrindo. 

De repente um dos guardas do palácio veio até nós e me estendeu um papel, mesmo sem que ele dissesse nada eu peguei o que parecia ser um bilhete. Erik e Balder pareceram tão perplexos quanto eu. 

Desfiz a única dobra presente no papel e me deparei com uma caligrafia bem desenhada. 

"Hoje, depois do pôr do sol, no mesmo lugar, soube que haveria alguém precisando da proteção de algum herói." 

Deixei um sorriso escapar, ela só podia ter perdido o juízo, fazer aquela trilha pela floresta no meio da noite sozinha era insensatez, mas era a maneira perfeita de me induzir a ir ao encontro dela. 

- Quais são as chances de ser alguma mulher? - Erik perguntou a Balder, me fazendo lembrar que eles ainda estavam ali.

- O sorriso diz tudo. - Balder respondeu, levantei os olhos apenas para encontrar os dois com sorrisos maliciosos em seus rostos. 

- Se preparem para o treino de amanhã. - Os deixei ali  e voltei ao aposento. Faltava pouco para o sol se por e eu resolvi me preparar para encontrar Kayrah, tomei banho e de novo uma roupa estava preparada quando saí, esperei a lua estar alta no céu para sair, seria noite de lua cheia. Acabei trocando a roupa. Quis usar uma das roupas que fora. feitas para ocasiões especiais, eram roupas claras com detalhes dourados. Aquelas sem dúvida eram roupas que um rei usaria. 

Voei com o mjolnir até o local onde nos encontramos da última vez, firmei os pés no chão e ouvi apenas o som dos insetos da floresta, olhei para trás e  ela estava lá, às margens do rio e sem se importar com o perigo da noite, sentada em frente a um tecido estendido no chão com uma cesta ao lado e algumas frutas cuidadosamente arrumadas sobre ele. Caminhei até ela observando o quanto a noite a favorecia, a luz da lua refletia nas pedras que decoravam o vestido rosado da mesma forma que também refletia nas águas correntes do rio. Ela estava com os cabelos soltos.