História Three Minutes - I want him... HERE!

Consultório Social Spirit

12/05/2017 - XII Consulta

Doutor, boa tarde. Eu só vou te contar tudo o que aconteceu, sem mencionar e discutir todos aqueles tabus em relação à orientação sexual. Podemos deixar essa parte para lá?  

Obrigado! 

Então... 

Depois de ser dispensado pelo Sr. Kim, 3 dias depois fui até a WINGS tentar recuperar meu antigo emprego na companhia área. 

Subi até a sala do meu antigo chefe que, felizmente, me aceitou de volta. 

Pelo menos eu não estava mais desempregado.

Mas lógico que o universo não poderia estar sendo tão bondoso comigo: 

— É uma pena que as coisas entre você e o Sr. Kim não tenham dado certo, mas eu realmente fico feliz de você voltar a trabalhar conosco. — Falava meu ex e atual chefe.

— Eu também fico feliz em estar de volta, Sr. Baek! — Apertamos nossas mãos. — Obrigado por me recontratar! — Agradeci. 

Eu já ia me virar para ir embora. 

— Jungkook? — Ele me chamou novamente. — Tem uma coisa que preciso te contar. — Informava parecendo tenso.

— Pode falar! — Incentivei.  

— Infelizmente você já não é mais o nosso garoto propaganda. A companhia aérea fechou contrato com outra pessoa. — Contava desanimado. — Não foi ideia minha, por mim, nós continuávamos com você, mas foi decisão do Proprietário da companhia. Ele disse o nome de quem ele tinha em mente e entramos em contato com o novo rosto da WINGS. 

— Tudo bem, Sr. Baekhyun. Eu realmente não queria reconhecimento da mídia. Não se ofenda. Eu sou grato pela oportunidade, mas o Senhor sabe que meu verdadeiro objetivo é ser piloto. Eu não ligo para fama. E não entrei na WINGS para ter isso. — Expliquei. 

— Que alívio, Jungkook! Pensei que fosse ficar chateado.

— Imagina! Sem dúvidas a pessoa que colocaram no meu lugar, vai saber aproveitar essa oportunidade muito melhor do que eu. — Tranquilizei sorrindo. — Vai que realmente fica famoso?! 

— Então, Jeon... O novo material de marketing já está pronto. Vamos começar a divulgar só mês que vem, mas...  — Falou abrindo a gaveta. — Eu acho melhor você ver primeiro... — Ele me alcançou um exemplar de uma das revistas da companhia, e adivinha quem estava na capa? 

QUEM QUE ESTAVA NA CAPA, DOUTOR?! 

QUEM QUE O SENHOR ACHA QUE ESTAVA NA PORCARIA DA CAPA? 

Ele quer tomar tudo que é meu. Ele quer acabar comigo.

Mas o pior de tudo, é que ele consegue isso sem planejar:

— Kim Taehyung? — Falei incrédulo pegando a revista. 

— Foi o Proprietário da Companhia que quis contratar ele... Você sabe como é o Sr. Kwon Ji-yong. Ele que manda na porra toda... Não da pra contrariar o dono do mundo! Se Deus fala, você diz...? 

— "Amém!" — Completei seu raciocínio, ainda em estado de choque, enquanto olhava a imagem do Sr. Kim na capa da revista.

— Exatamente. Eu gosto do trabalho do Sr. Kim, sem dúvidas ele é muito bom no que faz... "Blá, blá, blá..." 

Baek continuou falando alguma coisa, mas minha mente estava com foco total em outro assunto, que nem ouvia mais o que ele dizia. 

— Posso levar essa comigo? — Interrompi me referindo a revista. 

— Ah... C-claro... Claro! Pode sim! — Respondeu parecendo não entender o motivo.

Me despedi do Sr. Baek, levando comigo o exemplar do material de marketing. 

Não ia adiar mais o que eu já deveria ter feito! 

Precisava saber onde que estava aquele cara. 

Não foi muito difícil, com toda a mídia divulgando o show que ele estava fazendo em Seul. 

Não era longe, então fui até ele. 

O Show se encerrava ás 22:00 da noite. Faltavam uns 8 minutos.

Eu não tinha um ingresso; Não poderia entrar.

Mas eu tinha que dar um jeito de chegar até ele. 

Dei a volta no estádio, encontrando um local que não havia seguranças.

Pulei o muro chegando a uma área que julgava ser próxima do seu camarim. 

Tentei abrir a porta: Trancada. 

Mas ouvia barulho de chuveiro ligado. 

Como levei quase uns 20 minutos nesse trajeto para chegar nesse local, acredito que ele já deveria estar no camarim tomando banho.  

Fiquei esperando por ele, ali do lado de fora, caminhando de um lado para o outro. Na rua e no escuro, sem me importar com o sereno gelado da noite.

 Alguns minutos depois, vi a porta abrindo. 

Eu estava escorado no muro a frente do seu camarim, com os braços cruzados. 

 Quando ele saiu e me viu, achei que ele ia se assustar, se sentir intimidado, sei lá, mas ele simplesmente estava completamente inexpressivo, mascando um chiclete. 

— Que que você tá fazendo aqui? — Questionou tranquilamente enquanto fechava a porta, segurando um casaco. 

Ele estava com os cabelos molhados e parecia cansado. 

Me aproximei dele. 

Eu não havia planejado nada ao que falar. Eu tinha muitas coisas para dizer, mas falaria somente o que viesse na minha cabeça naquele momento.

— Por que você tá fazendo isso comigo? — Perguntei irritado. — QUAL É A SUA? — Falava alterado. 

Ele parecia não estar nenhum pouco afetado com todo o meu princípio de surto psicótico.

— Olha só. Eu tô cansado... Será que você pode ir direto ao ponto?! — Pediu massageando as têmporas.

— Eu não sei que porcaria você fez comigo. Eu não sei o que você fez pra me deixar nesse estado... Você tá acabando com a minha vida. — Expliquei apressado. 

— Quer parar de rodeios?! Do que você tá falando? Tá querendo seu emprego de volta? — Questionou impaciente. — Quer falar logo o que você tá querendo comigo?! 

— SEXO! — Respondi na mesma hora.

Ele me olhou, sem acreditar no que eu havia falado.

Semicerrou os olhos e começou a rir.

— Quê? — Parecia ainda incrédulo.

— É isso mesmo que você ouviu! — Reforcei. — Eu não sei que MERDA você fez pra eu não conseguir parar de pensar em você, Taehyung. Então se você quer saber por que eu vim aqui. — Falava euforicamente. — Eu não acredito no que eu vou falar. Eu te odeio por me fazer falar isso. Mas... Eu vim porque quero transar com você. Pode ser agora! Aqui! Eu não me importo com o lugar! E eu devo tá muito louco pra tá falando essas coisas, mas é isso que eu quero.

Ele começou a gargalhar sem som, enquanto se divertia com meu desespero. 

— E o que te faz pensar que eu quero isso com você?! — Instigou vestindo calmamente a jaqueta de couro.

— Era isso que você queria, não era?! — Falei como se fosse óbvio. — Então... Vamos transar.

Ele caminhou calmamente até um pilar ali próximo, se escorou, colocando as mãos no bolso do casaco. Ficou olhando para cima, como se a resposta estivesse lá nas estrelas, enquanto ponderava o que responder.

— Tá. E digamos que isso aconteça... — Ele começava a falar enquanto mascava o chiclete. — Como você tá imaginando que vai ser? — Perguntou olhando na minha direção.

— Do que você tá falando? — Questionei confuso. Me escorei no muro atrás de mim, sem entender ao que ele se referia. 

— Tô querendo saber... — Falou vindo na minha direção. — Como que você tá visualizando isso dentro da sua cabecinha fértil. — Se escorou no muro ao meu lado, cruzando os braços. — Como você acha que faremos isso?  

— Ué... Eu como você! — Dei de ombros, falando como se fosse óbvio. Não pensei em ser sutil nessa hora. Eu seria o ativo. Simples! 

Ele começou a rir.

— Não mesmo! — Contrariou balançando a cabeça. — Eu nunca fiz isso! — Explicava enquanto eu pensava que por um momento, estive prestes a conseguir isso dele há alguns dias atrás. Não fazia ideia de que ele nunca tinha feito. 

— Mas você não é gay? — Perguntei sem entender. 

Riu soprado. 

— Sou... — Concordou fazendo uma bola com o chiclete. — Mas eu sou o que come. — Falou estourando e estalando a língua em seguida. — Sempre!  

Essa revelação foi impactante, sem dúvidas. Porque eu realmente sempre imaginei que ele era daqueles tipos de passivos mais oferecidos do mundo. Nunca nem sequer pensei na outra possibilidade.

Acho que minha mente explodiu junto com a bolinha da goma de mascar quando ele falou aquilo. 

Fiquei pensando em uma solução. 

Teria que ter outra alternativa de me relacionar com ele. 

"NÃO, NÃO! ISSO NÃO" — Pensei me repreendendo.

Comecei a passar aflito as mãos pelo meu  rosto, enquanto tentava achar uma maneira de transar com ele. Porque eu queria. Naquele momento, queria mais que tudo! 

O que assustava era isso, porque eu realmente estava cogitando a outra alternativa.  

Ele se desprendeu do muro, e começou a caminhar.

— Tô indo pra casa... — Anunciou passando por mim. 

— ESPERA! — Chamei sua atenção.

Ele parou na minha frente para ouvir o que eu tinha para falar.

Fechei os olhos sem coragem para verbalizar o que eu pensava.

Ele voltou a caminhar colocando as mãos no bolso da jaqueta.

— Fazemos do seu jeito! — Falei instintivamente quando percebi que ele já estava indo embora.

Taehyung parou no meio do caminho, enquanto parecia estar absorvendo minhas recentes palavras.

Ele permaneceu de costas, parado, com as mãos no bolso. 

— Eu não acredito que tô falando isso... Mas fazemos como você quiser. E eu realmente não creio no que eu tô falando... O que você fez comigo?! — Falei descrente de mim mesmo enquanto balançava a cabeça e batia com as minhas costas no muro.

Ele voltou até onde eu estava e parou na minha frente: 

— Agora? — Perguntou erguendo uma sobrancelha.

Olhei para os lados, a fim de constatar se não havia perigo de alguém chegar.  

Perigo tinha, mas estava tão louco que não me importava.

— Pode ser... — Confirmei assentindo com a cabeça. 

Me virei de costas para Taehyung, ficando de frente para o muro. Ele se aproximou mais de mim e me empurrou contra a parede com uma força desnecessária, fazendo meu corpo chocar contra o muro gelado, molhando meu peito com o orvalho do sereno. 

Comecei a ficar ofegante quando o senti pressionando o seu quadril contra o meu. 

Sua boca ficou tão próxima da minha orelha, que eu conseguia até ouvir nitidamente o som dele mastigando o chiclete. 

— Você não sabe o quanto eu tive que me controlar para não danificar esse seu rostinho delicado... — Sussurrou no meu ouvido enquanto ele apertava os dentes. — Eu queria quebrar a sua cara.

Ele parecia com raiva. E tinha razão para sentir isso. Provavelmente se referia ao momento em que fiz o mesmo, o empurrando contra a parede. Eu falei coisas estúpidas naquele dia. Isso o deixou zangado, e ele agindo agora daquela maneira, me deixava tenso. 

— Eu queria acabar com você... E você não faz ideia das coisas que ainda me controlo pra não fazer. — Comentou cuspindo o chiclete fora e apertando os dentes mais ainda. 

Ele girou meu corpo, me fazendo ficar de frente para ele, colidindo minhas costas no muro violentamente. 

Seus olhos queimavam de ira, e o contorno da sua mandíbula se evidenciava mais ainda, em resposta da força com que ele pressionava os dentes.

Eu lembrei daquele pequeno detalhe sobre ele: "Mestre em mais de 3 técnicas de artes marciais. "Quando tratei ele daquela forma, eu não tinha noção do perigo que corria. Mas agora, eu sabia.

Taehyung ergueu meu rosto e segurou meu queixo com força.

Fechei meus olhos apertados.

Já esperava por um soco na cara.

Eu realmente merecia.

Mas aos poucos, os músculos do meu rosto que antes estavam contraídos, foram relaxando quando notei que na verdade...

Ele estava me beijando.

Demorei alguns segundos para raciocinar o que estava acontecendo. 

Sentia seus lábios macios em sincronia nos meus, em um beijo intensamente calmo, que me fez perder todas as forças e esquecer onde eu estava e quem eu era.

Acho que nunca senti nada parecido na vida quando beijei outras pessoas. 

Me entreguei completamente ao momento em que sua língua molhada deslizava suavemente pela minha.  

Levei minhas mãos para as suas costas, para trazer ele mais para perto de meu corpo... Queria sentí-lo... Porém, ele interrompeu o beijo.

Taehyung se afastou de mim, olhou para cima, fechou os olhos e suspirou pesadamente. 

— Anda... Vamos! — Orientou já caminhando e apontando para a saída com o queixo.

Acompanhei-o até o carro.  

Taehyung entrou no lado do motorista e eu fiquei esperando do lado de fora, do outro lado do carro, sem saber o que fazer. 

Minha coragem me abandonava a cada 3 minutos. 

— Vai ficar aí parado? — Perguntou olhando pela fresta do vidro escuro que ele abria. — Entra logo! — Fez sinal com a cabeça.

Abri a porta e sentei no banco do carona, já colocando o cinto, imaginando que ele iria andar correndo além do necessário. 

Mas eu estava enganado.

Ele dirigia calmamente, da forma mais prudente possível. 

Não fazia ideia de para onde ele me levava, mas acreditava que, provavelmente, estaríamos indo para um motel, ou coisa do gênero. Qualquer local que pudéssemos fazer com mais privacidade o que planejávamos.

Estávamos os dois em silêncio, e eu ficava tentando não acompanhar com os olhos a cada movimento que ele fazia.

Até dirigindo concentrado no transito ele é sexy.

Como eu nunca havia notado o quanto ele é sedutor?! 

Eu já estava obcecado por ele. E ele ter me beijado, agravou as coisas. 

Ficava lembrando do momento em que eu havia falado anteriormente para Taehyung: "Eu não beijo homens." 

Usei essa infeliz escolha de palavras, justamente naquele momento em que não demonstrei o mínimo de respeito para com ele.

E olha onde eu estou agora, Doutor?! 

Estou aqui te contando que o melhor beijo que já dei, foi em um homem. O melhor beijo que recebi em toda a minha vida, foi de um homem.

Foi de Kim Taehyung! 

Mas a noite não acabou por aí: 

Ficamos sem trocar uma palavra sequer quase o caminho inteiro. 

Eu estava tenso, mas ele parecia tranquilo até demais: 

— Você parece nervoso, Jungkook... — Falou colocando a mão na minha perna, logo após ter trocado de marcha. — Relaxa...  

"RELAXA"? 

Como eu poderia ficar calmo com ele alisando a minha coxa?! 

Fiquei observando sua mão subir e descer sutilmente, indo cada vez mais em direção entre as minhas pernas. 

Eu estava quase hiperventilando com esses toques... Quanto mais sua mão subia, mais a minha respiração ficava entrecortada.

Eu não queria parecer um garotinho assustado, mas eu acho que era exatamente dessa forma que eu estava agindo. 

Eu estava tão confiante quanto uma vaca indo para o abatedouro. 

Ele é tão intimidador. 

Tão confiante. 

Eu nunca fiz isso com homens, e até conhecer Taehyung, jamais tinha imaginado fazer. 

Eu ainda me sentia inseguro apesar de toda a vontade. 

Olhei para suas pernas, subindo meu olhar até uma região que eu estava evitando em olhar. 

Engoli em seco. 

O que eu tinha na cabeça quando pensei em fazer isso? 

Ele me olhou rapidamente. 

— Tá tudo bem? — Perguntou notando que eu estava tenso. 

Fiquei calado. 

Apenas balancei a cabeça em negativa, logo em seguida assentindo positivamente. 

Nem sabia o que responder. 

Talvez eu precisasse de mais tempo para me preparar psicologicamente para isso. 

"Sinal vermelho, Sinal vermelho... Mais uma porcaria de Sinal vermelho" 

Eu já não sabia se eu estava reclamando por eles, ou desejando mais um.

Por que é que tem que existir tantos faróis nessa cidade? 

Eu continuava imóvel naquele banco, sem saber se eu agradecia por mais um farol vermelho, ou se eu desejava que todos estivessem verdes.

Comecei a me mexer no banco, como se estivesse procurando uma posição confortável, ainda completamente tenso por ele insistir em permanecer com a mão na minha coxa. 

Ele nem estava fazendo nada demais. Estava apenas tocando na minha perna, mas na minha cabeça, já se passavam mil cenas, e todas elas me deixavam apavorado. 

Talvez ainda desse tempo de eu descer do carro e sair correndo. 

— Chegamos... — Falou estacionando. 

Tarde demais. 

Eu não tinha mais como fugir dessa situação que eu mesmo procurei. 

Acabou minha hora? 

Bom, eu acho que vou precisar de pelo menos mais umas 3 horas para poder continuar contando tudo o que aconteceu nessa noite. 

Só vou tomar uma água e já volto, Doutor.