História Three Minutes - He manipulated me

Consultório Social Spirit

08/07/2017 - XXI Consulta

**Horas adicionais**

Voltei... Desculpa a demora.

Depois eu te conto sobre o que ela queria, Doutor, agora vou continuar contando sobre a viagem: 

Já havia se passado 2 horas e meia, e Taehyung permanecia dormindo. Eu estava ansioso pelo momento que ele iria despertar, em expectativa se ele iria se recordar de mim ou não. Estava verificando o relógio praticamente de 3 em 3 minutos. 

"Talvez eu devesse relaxar e parar de ser tão paranoico... Eu não posso ficar tratando Taehyung como se ele fosse um doente mental, porque ele não é!  

Ele vai lembrar de mim! Com certeza vai!" 

Notei ele se mexendo. Vi ele abrindo os olhos lentamente.  

A cena mais linda do dia! 

— Tae? — Chamei baixinho.  

— Hm? — Resmungou ainda sonolento. 

— Tá tudo bem? — Perguntei preocupado. 

— Não... Meu pescoço tá doendo já... Jungkook, será que dá pra você trocar de lugar comigo? Não aguento mais ficar virado pra esse lado. — Pediu com a voz rouca, com os olhos fechados. 

— Ah... C-claro, claro... — Concordei. 

Fui soltar o seu cinto, mas ele impediu.  

— Faz assim: Troca você de lugar e senta aqui na janela. — Sugeriu sonolento. 

— Tá... Tudo bem. Sem problemas! 

Como eu estava sentado no corredor e Taehyung estava na poltrona do meio, para eu sentar na da janela, precisava passar por ele.  

Soltei meu cinto e, quando estava passando praticamente por cima de Taehyung, fui surpreendido com ele me puxando, me fazendo sentar em seu colo.  

Tae começou a passar as mãos pelas minhas pernas, partindo dos meus joelhos, passando pelas minhas coxas até chegar entre as minhas pernas.  

Sentia ele me puxando para baixo, pressionando seu quadril contra o meu. Eu achava que ele ainda estava sonolento, mas ele parecia bem acordado. Desperto até demais, e em todos os sentidos, enquanto ondulava seu corpo em baixo do meu.  

— Jungkook, vamos pro banheiro? — Perguntou sussurrando próximo ao meu ouvido. — Eu sei que você quer... Eu sei que você sempre quis...  

Tae enfiou a mão dentro das minhas calças, sem cerimônia.  

Meu Deus, eu nem havia me recuperado de mais cedo e ele já queria me explorar de novo?!  

Ainda bem que não havia mais ninguém além de nós ali. 

Ele ficou estimulando meu membro, até conseguir uma nova ereção, enquanto arfava na minha orelha. É incrível como ele sempre consegue me excitar. 

Concordei, levantamos e fomos até o banheiro. 

Taehyung trancou a porta e já começou a desabotoar a minha camisa. 

— Já falei que você fica lindo nesse uniforme? — Perguntou abrindo botão por botão. 

— Nunca! Só falou que eu fico "bonitinho"... — Falei rolando os olhos. — Isso foi vingança porque te falei o mesmo aquele dia na minha casa? — Perguntei erguendo a sobrancelha. 

— Que? — Perguntou rindo.  

— Eu falei que você ficava "bonitinho" usando o meu uniforme. — Expliquei rindo também. 

— Eu não lembro disso. — Falou franzindo as sobrancelhas. 

Comecei a ficar preocupado. 

— Você não lembra? — Perguntei temeroso. 

— De vestir um uniforme desses e ficar apenas "bonitinho"? Não! Não lembro desse momento! — Falou rindo soprado. — Lembro de ter usado isso e ter ficado muito melhor em mim, do que em você! — Falou abrindo minha camisa por completo. —  Porque definitivamente, você fica melhor sem ele! — Concluiu admirando meu abdome. 

Fiquei aliviado. Pelo menos ele lembra! Ele estava sendo apenas sarcástico.  

—  Então não foi vingança? — Perguntei enquanto assistia ele se agachando na minha frente, beijando e lambendo meu abdome.  

— Não... — Respondeu como se fosse óbvio. — E se eu fosse me vingar de todas as vezes que você foi um filho da puta comigo, passaria o resto da vida te punindo por todos esses momentos! — Argumentou abrindo minhas calças. 

— Mas, Tae, eu não sou mais assim com você... Você já tá notando isso, não tá?! Eu vou te tratar bem daqui pra frente. Prometo! — Falei olhando nos seus olhos. 

— Há, há. — Riu satirizando. — Vou fingir que acredito! Você faz piadas ótimas! — Disse rindo já ficando em pé.  

Fiquei chateado por ele não acreditar que eu estava disposto a mudar. Eu realmente devo ter estragado muito a minha imagem com Tae para ele pensar dessa forma. 

— Agora chega de conversa fiada. — Falou parando atrás de mim. — Vem cá.  —Me puxou fazendo nossos corpos entrarem em contato. — Eu posso? — Perguntou pressionando sua ereção contra mim me fazendo entender o que ele pretendia.  

Acho que no momento, seria a melhor alternativa, porque eu já havia gozado duas vezes e Taehyung nenhuma. 

— Aham... — Concordei enquanto ele beijava suavemente meu pescoço. 

Seria a segunda vez que eu estaria fazendo isso. Ainda não estava acostumado. Talvez ainda não fosse confortável, mas eu não posso negar que queria. Mas também estava apreensivo que ele fosse se vingar.  

— Eu não vou te machucar, Jungkook... Relaxa... — Ele me tranquilizou.  

Queria poder dizer que eu acreditava em cada palavra sua, mas a verdade é que eu ainda estava tentando me preparar psicologicamente para o momento em que ele iria começar a me estocar agressivamente, como ele fez da primeira vez, e como todas as vezes que eu fiz com ele.  

Notei quando Taehyung já deslizava seu membro molhado por entre minhas nádegas. 

Senti ele me penetrando, enquanto eu permanecia com as mãos apoiadas no balcão do banheiro. 

Eu estava certo. Ainda era doloroso. 

Me esforçava para não gemer de dor, mas pelo menos dessa vez ele estava sendo cauteloso, só não sabia até quando.  

— Você não é acostumado a fazer isso... É normal sentir esse desconforto no início, Jungkook, mas depois passa... — Falou enquanto forçava seu membro na minha entrada. Não me contive em gemer. — Tá doendo tanto assim? — Perguntou parando de empurrar. Apenas assenti com a cabeça enquanto fechava meus olhos apertados. — Sério? Mas na segunda vez não dói tanto assim... Pelo menos eu acho que não é para doer... — Observou. 

Taehyung não é um parâmetro de comparação de dor para ninguém. Não posso medir minhas experiências com as dele. Se para ele dá segunda vez não doeu, eu nem me surpreendo, porque desde a primeira, ele não pareceu sentir desconforto algum.  

— Quer parar? — Questionou sem insistir em penetrar após notar meu desconforto.  

— Não, Tae... Pode continuar...  

— Tem certeza? — Interrogou descrente.  

— Aham... — Confirmei assentindo com a cabeça. 

— Tudo bem... Eu vou devagar... — Falou empurrando sutilmente.  

Eu ouvia sua respiração pesada como se ele estivesse muito concentrado no que fazia. Suas mãos seguravam meu quadril e, às vezes, deslizavam pelo meu abdome e meu peito.  

Eu perdi a noção de por quanto tempo ele se manteve naquele ritmo lento. Nem parecia a mesma pessoa que transou comigo aquele dia, que parecia pouco se importar se estava me machucando ou não. 

— Tá doendo muito ainda? — Perguntou beijando meu ombro.  

— Não... — Respondi balançando a cabeça.  

Comecei a arfar quando senti que já deslizava com facilidade. 

— Posso ir mais rápido agora? — Pediu ofegante. 

"O quão rápido?" Pensei.  

Mas assenti com a cabeça começando a ficar ofegante também. 

Achei que agora seria o momento em que ele colocaria em prática sua vingança. E eu já conheço sua tática de me distrair com a sua sutileza e suas carícias, para depois começar a me foder até me fazer gritar desesperado.  

Tae acelerou os movimentos, enquanto eu tentava me conter para não gemer alto, apreciando um ritmado vai e vem. 

Transar com Taehyung é sempre incrível, não importando como e nem onde, mas parece que eu estava errado, e sua intensão naquele momento não era me torturar.  

Ele levou uma mão até meu rosto e segurou no meu queixo, me fazendo virar a cabeça para o lado, aproximando seus lábios dos meus. Estava apenas absorvendo minha respiração, e eu acabei o beijando sobre meu ombro, sem que ele parasse de me penetrar.  

Notava ele cada vez mais ofegante, conforme se aproximava do orgasmo, arfando com a voz rouca e rasgada. 

— Eu não deveria te beijar... — Falou ofegante. — Você tá me enlouquecendo, Jungkook... O que você tá fazendo comigo?! — Perguntou arfando. — Você tá fodendo com a minha cabeça... Eu não consigo entender você... Eu não consigo te entender... Eu não consigo... — Disse quase sem forças. 

Taehyung chegou ao seu limite se afastando e se desfazendo na sua própria mão, enquanto eu ouvia ele gemer. 

Ficamos alguns segundos tentando estabilizar nossas respirações.  

Ele parou de costas na minha frente ainda ofegante.  

— Agora faz o mesmo comigo, Jungkook. — Falou passando a mão nos cabelos da minha nuca. — Eu não me importo...  

— Não... Tudo bem. Você tá cansado... — Falei na verdade sabendo que era porque eu estava cansado, mas não iria confessar. 

— Eu não tô... E eu sei que você quer transar comigo, Jungkook. —  Ele disse se virando de frente para mim, se desvencilhando por completo das suas calças. — Me mostra o que você aprendeu comigo... — Disse sorrindo maliciosamente, passando a mão nos cabelos da sua franja, jogando os fios pra trás. 

Ele está sempre me subestimando e me provocando.  

Taehyung envolveu os braços no meu pescoço, e as pernas na minha cintura, enquanto eu o segurava pelas coxas.  

Peguei Taehyung no colo e o sentei no balcão ali do banheiro, ficando com os seus joelhos sobre meus ombros.  

Umedeci meu membro ainda sensível e encaminhei para sua entrada.  

Provavelmente estava sendo muito mais doloroso para mim, do que para ele. 

Estava penetrando Taehyung cautelosamente, tanto para não machucar a ele, e principalmente, para não machucar a mim, mas fui surpreendido com ele me puxando contra seu corpo, fazendo meu membro entrar bruscamente, em um só movimento.  

Me segurei para não gritar. Só fechei os olhos e arfei. 

— Para de enrolar, Jungkook, você não vai me machucar.

"Desgraçado, Filho da mãe, Puta que pariu, Vai se ferrar, SOCORRO" foram algumas das coisas que se passaram na minha cabeça nesse momento. Mas, eu não falei nenhuma delas... Eu só arfei e lacrimejei. 

Estava me movimentando sutilmente, sem nem coragem de abrir os olhos.  

— Vai mais rápido, Jungkook. Eu já falei que você não vai me machucar. — Ele repetiu colocando as mãos na minha cintura e me puxando contra ele.  

Na verdade eu estava indo devagar, mais para não machucar a mim do que a ele. Mas comecei a acelerar os movimentos, sentindo o desconforto a cada centímetro que penetrava Taehyung.  

Eu já estava quase sem condições para continuar, mas enquanto ouvia ele gemendo parecendo estar gostando de verdade, eu não tinha coragem de parar.  

Sentia Taehyung arranhando as minhas costas, e isso era bom porque fazia eu me concentrar na ardência que suas unhas curtas provocavam na minha pele, ao invés de eu sentir o desconforto da minha glande sensível atritando na sua entrada.  

Acho que finalmente eu iria conseguir gozar.  

Já estava há 10 segundos de me retirar dele e finalizar me estimulando até me desfazer na minha própria mão, quando notei ele levar a mão para o seu próprio membro e começar a se masturbar. 

"Fala sério que ele vai começar isso só agora?!" 

Tá, eu não podia parar naquele momento.  

Respirei profundo, tentei me concentrar e diminui a intensidade e o ritmo.  

Assistia a mão dele subindo e descendo vagarosamente...  

Talvez ele não estivesse se masturbando tão devagar, mas na minha cabeça, parecia que ele estava fazendo aquilo em câmera lenta.  

— Taehyung, será que dá pra você fazer isso mais rápido? — Pedi apertando os dentes tentando conter todas aquelas sensações.  

— Por quê? Você não aguenta mais? — Perguntou rindo.  

— Aguento... Eu só... — Fechei os olhos apertados. — Taehyung goza logo pelo amor de Deus! — Falei quase desesperado.  

— Então me faz gozar, Jungkook! — Ele falou largando o seu membro, colocando as mãos nas laterais do balcão.  

Ótimo! Agora além de eu precisar me concentrar em não gozar, eu tinha que me concentrar em o fazer gozar.  

Envolvi seu membro na minha mão e continuei o estimulando, sem parar de o penetrar.  

Eu mal tinha forças pra fazer aquilo.  

— Se você continuar assim, eu não vou gozar nunca. — Falou dando de ombros.  

"Calma, Jungkook... Homicídio é crime..." Pensei enquanto suspirava.  

Parei de movimentar meu quadril e dediquei minha atenção apenas em masturbá-lo.  

Sentia seu membro cada vez mais duro em minha mão e ouvia ele gemendo cada vez com mais intensidade.  

Pelo menos assim eu consegui uma trégua para descansar.  

— Por que você parou? Não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo? — Perguntou sorrindo ladino.  

— Consigo! — Falei voltando a me movimentar. 

 Ele olhava nos meus olhos, com a boca entre aberta, com a cabeça escorada na parede, enquanto seu corpo sacudia com o impacto da penetração.  

— E três coisas ao mesmo tempo? Você consegue? — Questionou arfando. 

— Que? — Perguntei sem entender.  

— Me beija! — Taehyung me puxou sem aviso prévio pela gola da minha camisa aberta, e começou a me beijar insanamente.  

Senti ele gemendo entre meus lábios, ao mesmo tempo que senti minha mão sendo molhada com o seu líquido quente, escorrendo pelos meus dedos.  

Depois de tanto investir sem parar em sua entrada, eu já estava desesperado para conseguir gozar logo e parar com essa quase tortura. 

Depois de Taehyung ter chegado ao seu limite, retirei meu membro de seu interior, e meus olhos estavam lacrimejantes, enquanto eu gozava sentindo minha glande ainda mais sensível, com a minha boca aberta que não proferia som algum.  

Mas suspirei aliviado por ter acabado. Não foi ruim, só foi... Sei lá... Aflitivo...  

Na verdade a intensidade do orgasmo foi até assustadora.  

— Parabéns, Jungkook! — Ele disse descendo do balcão. — Eu pensei que você conseguisse fazer no máximo duas coisas ao mesmo tempo, e que uma delas fosse respirar, mas você até que me surpreendeu. — Falou enquanto vestia e fechava as calças.  

— Obrigado... Eu acho... — Agradeci ofegante, terminando de me vestir também. — E se isso foi um elogio, eu queria dizer que você também beija bem...  

Taehyung estava com a mão na maçaneta, mas antes de abrir, ele virou na minha direção.  

— Eu falei que você conseguiu fazer as três coisas ao mesmo tempo, não falei que você foi bem em todas elas. — Desdenhou beijando meu queixo. — Mas obrigado pelo elogio! — Finalizou piscando um olho.  

Esperei ele se virar e abrir a porta e então eu estava pronto para revirar meus olhos, porque me controlei por muito tempo para não fazer isso.  

—Ah, e eu já ia esquecendo... — Ele se virou novamente na minha direção e, rapidamente, eu tive que disfarçar que estava rolando os olhos para cima. — Hm... Nada mau. — Disse sorrindo, passando o polegar sobre meus lábios.  

Correspondi dando um sorrisinho forçado e assim que ele se virou, eu não só revirei os meus olhos, como levantei os dois dedos do meio, enquanto xingava muito ele mentalmente.  

— Vai-se-ferrar...  

— O que você disse? — Perguntou se virando rapidamente na minha direção.  

— Vai se sentar... — Me corrigi na mesma hora, colocando as mãos nos bolsos.  

Acho que eu pensei alto demais.  

Ele me olhou desconfiado.  

— Tá me dando ordens? — Perguntou parando no corredor.  

— Não não... — Neguei apressado. — Não foi um: "VAI SE SENTAR!!!" foi mais um: "Vai se sentar..." Sabe... Porque você deve estar cansado... Então, é melhor ir se sentar, não é?! — Falei sorrindo, tentando disfarçar a minha vontade de mandar ele para puta que pariu e ir chupar um canavial de rola.  

— É... — Concordou já seguindo caminho.  

Como ele consegue ser tão insuportável às vezes?!  

Eu não era assim? Ou era? 

Eu não era tão metido, não é?! 

Dane-se! 

Ele me irrita, mas sei que eu mereço... 

Voltamos para nossa poltrona, fizemos nossas refeições e como Tae havia dormido apenas duas horas, ele foi dormir novamente. 

Eu estava sentado na janela, e ele na poltrona ao meu lado, dormindo apoiado em meu braço. Ainda tínhamos mais algumas boas horas de viagem.  

***

Taehyung estava acordando novamente: 

— Oi... — Falei baixinho. 

— Oi... — Disse ao despertar. — Falta quantas horas ainda pra chegarmos? — Perguntou se espreguiçando e esfregando os olhos. 

— Algumas... — Respondi verificando o relógio. 

Tae ficou me olhando por alguns segundos. Eu estava temeroso de que ele estivesse se esforçando para se lembrar de mim. 

— Você fica muito sexy nesse uniforme, sabia?! — Falou mordendo o lábio. 

Ri soprado. 

Ele lembra! 

— Sabia... — Confirmei rindo. 

— É, mas não vai se achando não... — Disse rindo dando um tapa sutil com o dorso da mão no meu peito. — Eu vou no banheiro... — Anunciou. — 3 minutos... Vou ficar te esperando! — Avisou caminhando de costas.  

Meu Deus... Taehyung é insaciável!  

Eu já estava exausto e sem condições de fazer mais nada. 

Mas ainda sim, esperei passar os 3 minutos e fui até o banheiro. 

Eu não sei como consegui sobreviver a mais um sexo oral de Taehyung. Eu gozei pela 4º vez no mesmo dia e em um espaço curto de tempo. Eu achava que isso já era quase humanamente impossível. 

Voltamos para os nossos acentos e agora eu quem estava cansado. Eu mal sentia meu corpo.  

Me escorei na parede da janela para tentar dormir, mas senti Taehyung alisando minhas coxas, chegando com a mão próxima ao meu membro.  

Pelo amor de Deus. Ele não para. Ele nunca para! Ele é viciado em sexo... Ele é pervertido, promiscuo, tarado, muito mais do que eu imaginava. 

Mas eu não tinha condições para fazer mais nada.  

Quando notei que ele estava prestes a enfiar a mão novamente no interior das minhas calças, tive que impedir: 

— Tae... De novo não... Desculpa, mas eu não aguento mais. Eu tô cansado... Desculpa... — Me lamentei segurando sua mão.  

— Nossa, Jungkook, você é muito fraco. — Disse rindo soprado. 

— "Fraco"?! — Repeti ofendido e incrédulo. 

— Sim! Eu aguento muito mais do que isso! — Se vangloriou reclinando na poltrona.  

Acabei dormindo até o resto da viagem. 

Finalmente aterrissamos, pegamos nossas malas e fomos para um hotel. 

Ficamos em quartos separados, por escolha de Taehyung. Na hora não entendi o motivo, porque acreditava que já éramos íntimos o suficiente para dividirmos um dormitório, mas depois pensei que, provavelmente, ele ainda sente receio pela sua confusão matutina, então achei melhor respeitar o seu espaço. 

Fui tomar banho, e assim que já estava devidamente instalado, sendo exatamente 23:00 horas no Brasil, resolvi ligar para Siwan e informar como foi a viagem, sabendo que em Seul seria exatamente 11:00 horas, devido ao fuso horário: 

— Alô... Jaejin?  

— "Oi, Jungkook!" Como foi a viagem?" — Perguntou animada. 

— Ah, foi tranquila... Quer dizer... Teve uma turbulência, mas eu consegui tranquilizar Taehyung... 

— "Nossa, que ótimo! Eu sabia que iria ser bom ele ir com você!" 

— É... A viagem foi muito agradável... Conversamos bastante e acho que estou entendendo melhor a mente dele e a forma como ele age.

— "Você acha isso? — Perguntou rindo. — Jungkook, quando você achar que está no caminho certo; Quando você pensar que está entendendo como a mente dele funciona, esteja preparado para o momento em que ele acabará com todas as suas convicções em relação a ele, a qualquer hora... Ele é imprevisível e indecifrável! Não se deixe enganar... Não se iluda! Não caia no joguinho dele. Você precisa tentar ser mais esperto do que Taehyung. Mas isso é quase impossível! Daqui a pouco ele vai te surpreender de novo... Te garanto!" 

— Eu sei Jaejin... Ele já faz isso a cada segundo. Como eu vou ser mais esperto do que ele? Isso é possível? 

— "Se eu soubesse como ser, não teria te pedido ajuda, Jungkook..." 

— Ah... A propósito... Por que você não me avisou que tinha contado a ele sobre mim?  

— "Como assim? Sobre o que?" 

— Sobre eu ir junto... Sobre acompanhar ele.

— "Do que você tá falando? Eu não contei nada, Jungkook!" 

— Como assim não contou, Jaejin? — Perguntei sem entender. — Ele disse... Ele me disse que você tinha contado... Ele falou que viu as passagens em cima da sua mesa do escritório com o meu nome e você acabou contando... 

Ela começou a rir. 

— "Jungkook, ele te manipulou. Ele deve ter te manipulado e você nem notou. Eu não contei nada a ele!"  

— Como isso é possível, Jaejin? Eu estava sendo cauteloso a todo o momento... 

— "Eu falei que você deve tomar cuidado com ele. Taetae é muito esperto, Jungkook! — Dizia rindo. — Ah! E outra coisa: As passagens... As passagens são eletrônicas... Como ele iria ter encontrado elas em cima da minha mesa se eu encaminhei a sua para o seu e-mail?! Não faz sentido! Ele te manipulou. " 

— Jaejin, depois eu te ligo.

Desliguei o telefone ainda atordoado e sem entender. 

Peguei a revista que estava dentro daquele voo, comecei a folha-la desesperado, notando que em lugar algum informava a quantidade de tripulantes compostas em uma aeronave. 

Não conseguia entender como foi que ele descobriu. 

Minha curiosidade me obrigou a ir até seu quarto. 

Fui mesmo estando só com uma toalha em volta da cintura.  

Bati na porta ao lado do meu quarto.  

Depois de um tempo ele atendeu: 

— Ah... É você. Entra. — Disse enquanto secava os cabelos úmidos com uma toalha, vestindo apenas uma saída de banho. 

— Taehyung, eu falei com a Jaejin agora.

— E? — Perguntou sem entender. 

— "E" que ela me disse que não tinha te contado sobre mim. — Informei ainda incrédulo. 

— Tá... E daí? — Deu de ombros como se não significasse nada. 

— E daí que eu quero saber COMO que você descobriu... Você hackiou mesmo o sistema da companhia? Você realmente consegue distinguir os sons dos meus passos? Como você fez isso? — Perguntei apavorado. 

— Eu não hackiei nada, Jungkook. Eu não fiz nada disso. — Falou enquanto se olhava no espelho, ajeitando os cabelos distraidamente. 

— Então COMO que você descobriu? 

— Ué, mas foi você mesmo que me contou, Jungkook! — Disse sorrindo como se fosse óbvio. 

Fiquei pensativo. Precisava ser mais esperto do que ele. Taehyung estava novamente tentando me manipular. 

— Você não vai confundir minha cabeça, Taehyung! Eu sei o que você tá tentando fazer... Mas você não vai conseguir me convencer de que EU que te contei, porque eu consigo me lembrar de cada segundo da minha vida, e eu sei que em MOMENTO nenhum, eu te contei sobre isso! — Declarei falando apressado. 

Ele suspirou. 

— Você é mesmo burro, Jungkook... — Falou se jogando na poltrona. — Foi fácil... Eu só perguntei e você me deu as respostas! — Explicou dando de ombros.  

— Do que você tá falando? — Perguntei ainda sem entender. 

— Céus... Que preguiça... — Disse bufando. — Bom... Vamos lá! — Se reclinou na poltrona. — Jaejin veio me informar que eu viajaria em um avião comercial e não no meu próprio... Até aí, tudo bem! Aí ela me disse que era porque o meu piloto particular não poderia cumprir a viagem: Primeiro erro! Sugeri para que entrasse em contato com o outro. Ela disse ter ligado para o reserva, mas falou que ele informou que também não poderia realizar a viagem, porque estaria ocupado na data, pilotando outra aeronave: Segundo erro! Na hora de contratar meus funcionários, eu exijo prioridade e exclusividade! É uma das principais cláusulas contratuais!  

Enquanto ele falava, decidi me sentar em sua cama, e a cada justificativa, ficava ainda mais chocado com a sua inteligência.  

Ele continuou explicando: 

— Eu aceitei ir e ela em seguida me informou que não iria poder me acompanhar, porque tinha um compromisso importante: Terceiro erro! Jaejin nunca larga do meu pé! Ela jamais me deixaria viajar sozinho, ainda mais para um lugar tão longe e muito menos em um avião com um monte de pessoas que eu não conheço. Ela sabe o quanto eu tenho pânico de uma turbulência e ela nunca me abandonou em momento nenhum, não importando que "compromisso urgente" fosse esse, nada era mais importante do que estar comigo. A única vez na vida que ela não pode me acompanhar, foi em um evento... E, adivinha quem que ela obrigou a permanecer comigo?! — Instigou erguendo uma sobrancelha. 

Tudo o que ele falava, fazia sentido, mas ainda sim, não era uma dedução tão óbvia. 

Tae prosseguiu: 

— Então eu subi naquele avião já desconfiado. Sentei na minha poltrona, esperei alguns minutos e ouvi barulho de passos de alguém se aproximando: Quarto erro! Quando eu viajo em aviões comerciais, Jaejin reserva a área VIP inteira para mim. Eu sempre viajo sozinho! Nem Jaejin me acompanha no mesmo local da aeronave. Então... Poderia ser um tripulante? Sim! Poderia! Mas caminhava receoso... Era quase como se eu pudesse sentir o cheiro do medo no ar! — Falou rindo.  

Cada vez ficava mais chocado! Ele definitivamente age como um leão. 

Continuou: 

— Não... Eu tô brincando! Na verdade, eu olhei pelo reflexo do trinco de metal da poltrona a minha frente, e identifiquei a silhueta de alguém de uniforme da companhia. Não tinha certeza se era você, mas tinha minhas suspeitas. Eu apenas desconfiava. Então eu falei: "Jungkook... Quer parar de enrolar e sentar logo na sua poltrona aqui do meu lado?!" Poderia ser você, como poderia não ser. Se não fosse, a pessoa iria apenas falar: "Desculpa, Senhor?" Sem entender coisa alguma. Eu apenas arrisquei, mas você se aproximou e sentou exatamente ao meu lado, como se esse fosse mesmo o seu propósito! — Explicou como se fosse óbvio! 

— Tudo bem que era eu... Mas como você sabia que eu não estava a trabalho? — Perguntei ainda confuso. 

— Eu não sabia. Além de sentar ao meu lado, e parecer que você caminhava receoso procurando por algo, eu ainda não tinha provas o suficiente para confirmar isso. Logo em seguida, você poderia muito bem levantar dali e simplesmente ir embora para cumprir suas funções. Mas antes que você guardasse no bolso, eu notei rapidamente na tela do seu celular, a interface de um site com bordas azuis. Não confirmava muita coisa, mas parecia que você estava prestando atenção no que continha ali escrito, como se fosse, de fato, importante. Isso foi apenas mais um detalhe, que na conclusão final foi a cereja do bolo! Porém, naquele momento, eu ainda não tinha certeza de nada. Por isso eu comecei a falar sobre o barulho dos seus sapatos, chegando na temática sobre as vestimentas padrões da companhia, que foi só uma desculpa para introduzir essa questão no assunto. E então eu apenas perguntei enquanto folhava uma revista: "E a propósito: Por que você tá usando esse uniforme?" Você poderia ter me dito: "Ué, porque estou trabalhando!" Ou "Porque é o uniforme que todos usam!" Mas ao invés disso, você começou a gaguejar: "P-por que? Porquê... eu... porquê..." — Falou me imitando. 

Eu já nem sabia mais o que pensar. Como eu pude cometer uma gafe dessas?! 

Taehyung continuava me surpreendendo: 

— Aí eu já comecei a acreditar que eu estava certo, e você mesmo acabou me sugerindo que de fato, não estava ali a trabalho, quando disse: "Mas como você sabe que eu não estou aqui a trabalho?" Naquele momento, você quase me deu a certeza que eu buscava. Porém, sua resposta ainda era muito vaga e poderia ser interpretada de duas formas: "Como você descobriu isso, Taehyung?" Ou "O que te leva a pensar que eu não estou aqui a trabalho, Taehyung?" Eu não sabia definir qual das duas representava o verdadeiro propósito da sua pergunta, mas de fato, eu não consegui identificar sarcasmo algum na sua entonação ao questionar isso. Porém, sem certeza da resposta, optei por não arriscar, e apenas te respondi: "Porque é óbvio!" 

Ele é uma caixinha de surpresas. A cada segundo não sei se sinto mais raiva de mim, ou se fico ainda mais fascinado por ele. 

Ele prosseguiu: 

— Na verdade não era óbvio! Só seria óbvio, se de fato fosse óbvio e eu estivesse certo! Porque se você estivesse mesmo ali a trabalho, você iria me contrariar, porque você tinha todos os motivos para realmente me levar a crer que, de fato, você estava trabalhando: Você era mais um tripulante, vestindo seus trajes de Comissário, a bordo de uma aeronave, que você estava exercendo sua função de Aeroviário. Mas você apenas me confirmou que eu estava certo, quando disse: "M-mas onde que isso ficou tão óbvio?" Ao me questionar isso, notei sua preocupação tentando identificar sua gafe. Você mesmo estava confessando que poderia ter deixado brechas para que eu descobrisse. E não teria o que eu descobrir, se tudo isso não fosse uma armação! — Deu de ombros falando como se fosse óbvio.  

Você acha que acabou?  

Ele continuou contando sobre como me desmascarou: 

— Você mesmo me deu a resposta, Jungkook! Porém, eu ainda precisava confirmar se você estava lá porque queria, ou se a Jaejin estava envolvida nisso. Mas eu não poderia entregar minhas suspeitas. Necessitava ir mais a fundo antes de concluir qualquer coisa. Entretanto, se eu apenas te perguntasse, obviamente que você iria negar ser cumplice dela, então comecei a te enrolar dizendo que eu tinha descoberto que você não estava a trabalho, porque tinha lido na revista uma informação que justificava isso, mas na verdade, tudo aquilo eu inventei na hora. Só queria te deixar perplexo com o meu conhecimento, trazendo o foco para "o porquê" você realmente estava ali, começando a te tendenciar a falar tudo o que eu queria ouvir. 

Já estava de queixo caído!  

Quase nem piscava ouvindo tudo o que ele ainda tinha para dizer: 

— Foi aí que eu apenas perguntei: "Então você vai me acompanhar nessa viagem?" E você me respondeu: "É... Tudo bem pra você?" Você poderia ter só falado "Coincidentemente, sim!" Ou "Infelizmente, vou!" Sei lá... Mas você não falou como se estivesse me informando, você falou como se estivesse pedindo o meu consentimento para isso! Ou seja, você falou de uma forma, que só deixava mais claro, que você estava naquele avião justamente por minha causa, e não viajando comigo por mero acaso. Porque quando eu perguntei, eu não quis sugerir que você seria de fato meu acompanhante, e sim, que você iria apenas viajar no mesmo avião do que eu, se tornando assim, apenas um passageiro qualquer que viajaria na mesma aeronave. Mas eu notei que você estava ali para ser uma espécie de "Companhia". Para confirmar isso, eu concordei que não haveria problemas você viajar ao meu lado, e ainda perguntei: "Você achou que eu não iria gostar da sua companhia?" E você lembra o que me respondeu? — Perguntou erguendo a sobrancelha. 

Nesse momento coloquei as mãos no rosto, completamente desolado. Como eu pude ser tão burro?! 

— Meu Deus... Lembro sim... — Respondi rindo soprado. — Eu falei: "Não... Na verdade a Jaejin achou que você não iria aceitar e que iria ficar irritado..." — Relembrei me sentindo um idiota. 

— Tá vendo? — Falou se espreguiçando. — Em momento nenhum eu toquei no nome dela, foi você que a mencionou! Mas eu ainda precisava confirmar porque você estava ali: Se era porque você queria, ou se era porque a Jaejin que te pediu. E para descobrir isso, aproveitei a sua deixa, quando me perguntou ainda perplexo: "Mas, Taehyung, como você sabia todas essas coisas? Como pode? Como você consegue distinguir até o som dos meus passos? Isso é sério mesmo?" E então eu respondi: "Deixa de ser burro, Jungkook... Claro que não! A Jaejin me contou tudo ontem... Ela achou que era melhor me avisar sobre você..." Eu a introduzi no assunto, já que você havia citado seu nome. Quando informei isso, já quis insinuar que ela apenas me contou, porque estava temerosa com a minha reação de quando eu descobrisse na hora. E para eu descobrir algo, só poderia ser sobre alguma coisa que estavam escondendo de mim. Eu deduzia que esse era o maior medo de vocês. Ao falar isso, você perguntou: "Nossa... Mas por que ela não me avisou que já tinha te contado?! Aí eu nem precisaria estar usando esse uniforme..." 

MEU DEUS, COMO EU SOU BURRO! 

E ele não parava de me surpreender: 

— Nesse momento, pensar que tudo era um plano de você dois, foi inevitável! Mas o que ainda não estava claro, era se você estava lá por iniciativa sua, ou se foi por indução dela. Então precisa saber se quem havia comprado a sua passagem, realmente tinha sido você, ou se tinha sido de fato a Jaejin, e eu queria confirmar isso. Então quando percebi que você tinha ficado bravo por estar usando o uniforme inutilmente, eu te disse: "Calma... Não fica irritado! Ela só me contou porque eu hackiei o site de compras de passagens aéreas, e vi o seu nome lá..." Note que eu não quis insinuar que ela havia comprado, eu só quis te deixar ludibriado, te fazendo acreditar que eu era capaz de fazer uma coisa tão grandiosa como essa, para que você ficasse ainda mais suscetível a mim. E ainda completei dizendo: "E sobre o uniforme: Não tira não... Até que você fica bonitinho nele." Eu mudei de assunto, só para você ficar com a impressão de que eu julgava hackear um sistema, como algo banal, porque mudei de assunto, como se falar que sou capaz de fazer uma coisa dessas, não fosse nada demais.  

ELE É UM GÊNIO!  

E ainda não acabou: 

— Fazendo isso, eu consegui tirar o foco da próxima coisa que eu iria falar, porque você ficou lá, gaguejando: "Hac-Hackiei"... Você.... V-você ha-hackiou o sistema da companhia?" Eu sabia que eu poderia falar qualquer coisa depois disso, porque você estava tão impactado com essa informação, que não importa o que eu falasse a seguir, você me daria a resposta que eu estava procurando. Para comprovar minha teoria, eu neguei o que eu mesmo havia dito: "Lógico que não, Jungkook! Eu só encontrei as passagens em cima da mesa do escritório dela, e ela foi obrigada a me explicar por que seu nome estava em uma delas... Só isso!" Se a passagem fosse sua, você teria contrariado o que eu havia acabado de sugerir, dizendo: "Mas fui eu quem comprei minha própria passagem. Como que você pode ter encontrado na mesa dela, se fui eu que comprei?" Mas... Você apenas ficou em silêncio, comprovando assim, toda a minha teoria. — Completou sorrindo. 

EU NEM SABIA O QUE DIZER.  

Achei que ele tinha acabado, mas ele ainda tinha as conclusões finais: 

— E eu fiquei rindo, porque você nem se ligou que as nossas passagens eram eletrônicas. Você mesmo quando entrou, estava conferindo as informações da sua poltrona na tela do seu celular. Por isso ainda completei, dizendo: "Meu Deus, você é tão ingênuo!" — Disse rindo. — Mas não se ofenda, Jungkook! Foi muito divertido! — Falou vindo na minha direção. — E como eu não queria mais tocar no assunto, apenas desconversei avisando para você apertar o cinto! 

E eu ainda me lembro de ter pensado: "De fato ele é inteligente, mas também não a esse ponto, não é?!"  

Eu retiro o que eu disse! O que ele fez foi absurdamente muito mais inteligente e elaborado do que qualquer coisa! Ele conseguiu me enganar direitinho sim!  

Bem que a Jaejin disse para eu tomar cuidado com Taehyung. Nós ficamos planejando em vão! Não adianta, ele sempre vai estar mil passos a nossa frente!  

Como ele pode ser tão esperto?! 

— Ah... A propósito, Tae... Quando você falou para apertar o cinto, como você sabia que o avião já iria decolar? Mesmo de olhos fechados, mesmo sem olhar a hora... — Perguntei enquanto ele estava de joelhos na cama atrás de mim, massageando meus ombros. 

— Ué, porque é óbvio! Estávamos em um avião, prestes a decolar. Porque é isso que os aviões fazem: Eles decolam, sobrevoam e aterrissam! E todo mundo sabe que é preciso apertar o cinto antes da decolagem... Ai, Jungkook... Às vezes você pergunta umas coisas... — Falou com desdém.  

— Taehyung, você é brilhante! — Declarei atônito. 

— Eu sei! Eu falei que poderia te ensinar muitas coisas, Jungkook! — Falou me abraçando por trás, apoiando a cabeça no meu ombro. — Agora você sabe como eu descobri. E quando eu disse que foi você mesmo e a Jaejin que me contaram, eu não estava mentindo, porque de fato, foi! Jaejin me deu o palpite e você me deu a certeza. Vocês são uma excelente equipe! — Disse rindo soprado. 

— Eu notei o sarcasmo, Tae! — Falei rolando os olhos.  

— Isso é só para vocês aprenderem que nunca vão me passar para trás! — Falou me dando um breve selar nos lábios. — Eu só ainda preciso saber o propósito de você ter vindo junto, Jungkook. —  Observou enquanto eu notava ele sentando de frente no meu colo, passando uma perna para cada lado do meu corpo. — Hein meu noivo de mentirinha? Por que você tá aqui? — Sussurrou no meu ouvido com a voz rouca. — O que você pretende fazer comigo? — Perguntou enquanto sentia Taehyung esfregando a bunda sobre o meu membro, abrigado apenas pela toalha, notando que Tae não vestia nada por baixo do seu robe. — O que você quer de mim, Jungkook? O que você quer fazer comigo? — Senti a mão dele entre as minhas pernas.  

Eu sei o que ele estava tentando fazer. Ele estava tentando me seduzir para me tirar informações. Eu não iria deixar, por mais que minha vontade sempre seja de o agarrar e beija-lo. Eu tentaria ser mais esperto que ele, e naquele momento, minha melhor alternativa, foi fugir de Taehyung.  

— Tae... Eu preciso ir pro meu quarto. — Falei afastando ele do meu colo.  

— Por quê? Tem bastante espaço aqui no meu... — Ele disse rindo segurando uma ponta da minha toalha.  

— Não. Me solta... — Pedi com dificuldade tentando puxar o tecido que estava preso em suas mãos. — Amanhã a gente conversa... Agora eu preciso mesmo ir. —Consegui me soltar, quando desisti de puxar a toalha, deixando ela se desprender da minha cintura, ficando completamente nu.  

Ele se levantou e veio na minha direção abrindo o seu robe, enquanto eu recuava caminhando de costas, tentando fugir dele que se aproximava, até eu perceber que não tinha mais para onde recuar, quando senti minhas costas tocando a parede atrás de mim.  

— Me diz o que você quer, Jungkook? — Falou com a voz rouca, me pressionando contra a parede com seu robe aberto, ao mesmo tempo que eu sentia seu peito nu tocando o meu, e sua mão alisando meu queixo. — Me diz por que você tá aqui? — Sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar com o seu hálito quente na minha orelha e com o toque do seu membro duro no meu.  

— E-eu.. eu... — Ele aproximou seus lábios dos meus, deslizando a mão pela minha coxa. — E-eu preciso ir, Taehyung. — Desconversei conseguindo desviar dele.  

— Não precisa ter medo de mim, Jungkook... Eu não vou te morder. — Satirizou rindo enquanto se jogava na cama.  

Puxei um dos lençóis dali, e enrolei na minha cintura enquanto ele ria de uma forma muito sádica.  

Eu já falei que às vezes ele me da medo? 

Abri a porta e fui embora para o meu quarto. 

Conferi umas três vezes se a minha porta estava trancada.  

E eu juro que eu conferi até a janela, porque estava com medo de acordar no meio da noite com ele na minha cama me algemando e me torturando até confessar.  

Consegui evitar o assunto pelo resto da viagem. 

Taehyung cumpriu os shows, nós transamos no avião durante a viagem de volta, e nós transamos até no camarim dele. 

A única coisa que me incomoda, é que ele ainda trata isso como se fosse só sexo casual. Eu não sei se é para ele, mas para mim não é.

E não é porque eu tenho uma ideia romântica sobre relacionamentos entre dois homens... 

Se tem uma coisa que eu não sou, é romântico... Mas Taehyung age com uma frieza que faz eu me sentir como se eu não significasse muito na vida dele.

Isso me da medo.

Relacionamentos unilaterais... 

Eu nunca estive do lado da pessoa que se importa mais, eu sempre fui o que não sente nada.

E agora estou com medo por talvez estar amando alguém que não me ama.

Quer dizer... Eu acho que o que eu sinto é amor... 

Na verdade eu ainda não sei.

Bom, fora a inteligência absurda de Taehyung e a frieza com que ele me trata em alguns momentos, não consegui perceber nada de anormal nele... Digo, em relação a memória. Na verdade, até fiquei incrédulo em como ele conseguia se recordar de cada palavra minha do nosso diálogo. Ele lembrou de tudo com riqueza de detalhes! Apesar de tudo, Tae nunca esquece de mim! 

Mas quando estávamos no aeroporto, acabamos nos separando. Enquanto ele estava no banheiro, e eu permanecia sentado em um banco, percebi uma moça lendo uma revista.  

Não era surpresa Taehyung estar em uma capa, mas eu não esperava que ele estivesse acompanhado de outro homem. E esse outro homem, não era eu! 

Fiquei tentando ler o que o enunciado da revista dizia, mas apenas consegui identificar um nome:  

"Kim Namjoon" 

Também percebi que estava escrito o meu nome, e o nome de Taehyung.  

Levantei irritado e fui até seu encontro. 

Provavelmente a matéria estaria sugerindo que eu estou sendo traído pelo meu  

"noivo".  

Encontrei ele na saída do banheiro: 

— Taehyung... Quem é Kim Namjoon? — Perguntei apressado. 

— Quem? — Questionou franzindo as sobrancelhas. 

— Você não lembra? — Nesse momento me recordei do seu problema de memória. 

— Não... — Respondeu dando de ombros, como se não significasse nada. 

Procurei uma banca de revistas ali dentro do aeroporto mesmo, entrei, comprei uma e já entreguei nas mãos dele. 

Ele olhou a capa e começou a rir. 

— Por que você tá rindo, Taehyung? Não é engraçado! — Exclamei impaciente. — Agora somos noivos e você tem que me respeitar. Você não pode sair por aí denegrindo sua própria imagem e também a minha. — Declarei desolado.  

— Jungook... Em primeiro lugar: Isso é ciúmes? Porque eu não sei se você lembra, mas se você não lembra eu vou te recordar: Nós-NÃO-somos-noivos- de-verdade! — Falou pausadamente. — Em segundo lugar: Você além de ter memória ruim, você não sabe ler?! — Perguntou me entregando a revista. — Esse cara é meu novo produtor de marketing... Tá me ajudando na divulgação do meu novo álbum. Nós marcamos uma reunião na semana passada... — Explicou como se estivesse explanando as palavras. —  Vem cá, qual é o seu problema, hein?! Você sempre tá me criticando nas entrelinhas... Tá sempre me xingando, me tratando mal, agindo como se eu fosse um monstro... Você não consegue parar de me julgar nem por um segundo? Por que você sempre tem que esperar o pior de mim? — Falou ofendido. — Quer saber... Eu tô indo pra minha casa! — Ele se virou já seguindo caminho. — E não me segue! 

Eu sei que agi errado. Confirmei isso quando abri a revista para ler a matéria, e era exatamente sobre o que ele falou. Apenas citava meu nome, porque a notícia de que somos noivos, ainda continua repercutindo por todos os veículos de comunicação.  

Eu fui uma pessoa impulsiva a vida inteira, é difícil mudar isso da noite para o dia.  

E...  

Aquilo era ciúmes mesmo?  

Eu não sei o que era... Mas só a ideia de cogitar que Taehyung esteja se envolvendo com outras pessoas além de mim, faz eu sentir uma vontade de... 

Ah, eu não sei explicar... 

Doutor, isso é muito confuso e... estranho... 

Eu nunca senti essas coisas, sabe?! 

Não com pessoas... Sei lá... 

Eu já senti uma coisa parecida...

Eu tinha um melhor amigo que estudava comigo... Ele tinha a minha idade e uma mania horrível de pegar as minhas coisas quando ia na minha casa e simplesmente usar sem me pedir...  

Eu sou muito chato com o que é meu. 

Eu sou filho único, então nunca dividi nada. 

 Ou ele me deixava irritado quando roubava meu lanche no refeitório, e então eu dizia: "Tira logo as mãos desse pudim agora que ele é meu!" 

Você tá entendendo o que eu estou tentando dizer, Doutor?! 

Porque depois do show, lá na hora de Taehyung dar autógrafos, eu vi algumas pessoas agarrando ele... tocando nele... E a única coisa que eu sentia era vontade de gritar: "Tira logo as mãos desse pudim que ele é meu!"  

Não que eu fosse gritar isso, mas eu sentia vontade de falar isso, ou alguma coisa do gênero, porque era isso que eu estava sentindo... Como se estivessem enfiando uma colher no que é meu... Porque é meu pudim! 

Quer dizer, eu sei que ele não é um pudim... Mas ele é meu...  

Não... Ele não é meu.

Deus, que que eu tô falando? 

Mas eu queria que fosse.

Aaaah... Tá dando pra entender, Doutor?! 

Quer saber?! Tá, deixa pra lá...  

Voltando para a parte em que eu agi de uma maneira impulsiva, que nem eu ainda entendo porque fiz aquilo... 

A forma como ele falou... Eu sentia a decepção em seu olhar.

Eu achava que, possivelmente, eu havia estragado tudo, mas nós voltamos a nos reencontrar, e parece que está tudo bem, porque sim, eu pedi desculpas!  

Doutor, ele nunca esquece de mim! Mas quando falei o nome daquele cara da revista, ele parecia não se recordar de quem era, mas ao olhar a imagem na capa, acredito que ele lembrou na hora!  

Eu sei que ele tem dificuldade para gravar nomes, mas eu fiquei pensando a noite inteira: "Será que ele transou com esse cara?" 

Eu acabei chegando na conclusão de que: Provavelmente não.  

Jaejin falou que ele não decora nome de colegas de trabalho, mas lembra deles. Ela disse que ele só esquece completamente das pessoas com quem ele se envolve e que eu sou uma rara exceção. Então se ele tivesse feito alguma coisa com esse Kim Namjoon, ele não iria lembrar dele nem ao olhar a foto. Porque ele me deu informações que não continham na capa, como sobre a reunião e a divulgação do álbum novo.  

Bem, eu não posso ter certeza de nada, mas prefiro acreditar que ele não dormiu com esse produtor... Porque se eu parar 3 minutos para tentar imaginar ele com esse cara... Só de pensar em outra pessoa tocando nele... Eu... 

AAAAAH MAS QUE PORRA É ESSA QUE EU TÔ SENTINDO, DOUTOR?  

Sério... Eu não sei o que é isso...  

Só...  

Não toquem nele...  Não olhem NÃO OLHEM PRA ELE... NÃO SE APROXIMEM DELE... NÃO RESPIREM PERTO DELE... NÃO TOQUEM! Não toquem nele... TIREM AS MÃOS DO MEU PUDIM! Só... Não toquem nele... Não toquem... no... Taehyung... Sério... Não toquem... Não... toquem... no que... é meu... Não... toquem... 

... 

... 

... 

... 

... 

Desculpa, Doutor... Eu não sou assim... Eu só...  

Estava entalado aqui, entende?! 

Estava me sufocando, mas...  

Eu não vou agir assim.

Só precisava libertar essas sensações e esses pensamentos.

Me sinto mais leve... 

Bom, é para isso que servem as consultas, não é?! 

Para falarmos sobre os sentimentos e aprendermos de alguma forma a lidar com eles... 

Eu me sinto mais leve agora.

Obrigado! 

E a propósito... Quando Jaejin me ligou, ela me disse que conversou com os especialistas, inclusive com você! E que você entregou toda a ficha de Taehyung... Ela me falou que está lendo tudo, e que precisa me mostrar algumas coisas quando ela terminar de ler.  

Bom, o que importa é que Taehyung e eu estamos nos dando bem! Muito melhor do que eu imaginava!  

Tem só uma coisa que me intriga: Todas as quintas-feiras, ele sai para um lugar que eu desconheço. Desde quando eu o conheci, parando para pensar, ele nunca deixava de sair nesse mesmo horário. Tae fica o dia inteiro fora e só volta a noite. 

Eu não faço ideia de onde ele vai. Eu não faço ideia do que ele faz. Eu só sei que ele não deixa de ir nem por uma semana. E ninguém pode marcar compromisso nenhum nessas datas, porque ele simplesmente, não abre mão de ir aonde ele sempre vai.  

Eu quero descobrir onde é, mas não sei se devo segui-lo... 

Bom... Eu vou pra casa agora! 

Daqui dois dias será quinta-feira, e eu quero descobrir onde ele vai! 

Tenho alguns palpites. Tenho muitos medos também! 

Eu volto na sexta para te contar... 

Isso se eu conseguir descobrir... 

Me deseje sorte!