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História Three Years - Chapter fourteen


Escrita por: ketcandy

Capítulo 14 - Chapter fourteen


"Eu me lembro quando nos beijamos
Eu ainda sinto isso nos meus lábios
O tempo que você dançou comigo
Sem nenhuma música tocando
Eu me lembro das coisas simples
Eu me lembro até eu chorar
Mas a única coisa que eu desejaria esquecer
A lembrança que eu quero esquecer
É o adeus"

 

- Sim, sim! – eu disse, abrindo um sorriso e beijando Drew.

 Eu estava tão feliz, isso não podia ser real. Nada até agora pra mim fez sentido. Se for um sonho eu não quero acordar.

 Fiquei a tarde inteira com Drew e quando anoiteceu ele foi pra casa.

-

 Já faz duas semanas que eu e Drew estamos namorando. Minha mãe adorou a ideia e até contribuiu pra que desse certo, emprestando uma cópia da chave de casa a ele para que pudesse fazer a surpresa. Tá aí o motivo daquele bilhetinho estranho. Meu pai não gostou muito, ele ficou meio enciumado e disse coisas do tipo: “Você ainda é uma menininha.” Mas minha mãe conversou com ele e então tudo se resolver. É claro que ele quis conversar com Drew e disse a ele para que mantenha seu “amiguinho” longe de mim. É óbvio que eu quis morrer.

 Eu não penso nisso ainda, por mais que toda vez que Drew me beija eu sinta um “calor diferente”. Sei que não estou preparada. Sexo é uma coisa complexa por mais simples que as pessoas digam ser. Envolve toda aquela coisa de desejo intenso e excitação que faz com que você sinta vontade de ter alguém que te satisfaça. Sei que isso é uma coisa natural, que vai acontecer com todo mundo e comigo não vai ser diferente. E outra: essa palavra me assusta. Me assusta porque não sei como é. Sim, eu tenho medo. Na verdade, acho que todo mundo tem. Como eu já disse, é complexo, você tem que confiar na pessoa. Afinal, você vai entregar seu corpo e ele vai vê-lo por inteiro, seus defeitos também. Confio em Drew mas não a esse ponto. Não ainda.

-

 Acordei indisposta, com dor de cabeça e um pouco resfriada. Essa mudança repentina de tempo não me fez bem. Ainda é verão aqui, mas uma frente fria vinda da América do Sul fez com que a temperatura caísse.

 Levantei-me e tomei um banho quente. Em seguida, vesti uma calça de lavagem azul escura, coloquei uma camiseta de malha solta preta e por cima um casaco creme. Nos pés, um par de all star preto. Terminei de me arrumar, tomei um copo de leite com mel para aliviar as dores e fui para a escola.

 Vi Drew escorado no portão junto de Wesley e Keaton. É incrível como eles nunca se separam, é a amizade mais bonita que já vi. Drew vestia uma calça preta e um moletom cinza claro. Ele veio me abraçar e pela primeira vez no dia me senti bem. Seus braços fortes me apertando contra seu corpo e seu queixo apoiado no topo de minha cabeça. De fato, não existe sensação melhor que seu abraço.

- Você está bem, Clear? – perguntou. Sua voz rouca como quem acaba de acordar me faz sentir arrepios.

- Só estou um pouco resfriada, mas estou bem. – eu respondi me soltando de seu abraço e o olhando. – E você?

- Eu estou bem. – Respondeu e se inclinou para me beijar.

 Todo o frio que eu sentia deu espaço ao calor no momento em que nossos lábios se tocaram. Sua face estava gelada devido ao leve vento frio, mas eu sabia que por dentro ele estava borbulhando, assim como eu. Sua língua brincava com a minha rapidamente, mas mesmo assim o beijo era calmo. Ouvimos o sinal tocar e por isso tivemos que interromper o ato. Nos despedimos e cada um se direcionou a sua sala.

 Chegando lá, quem eu encontro? Jake. Quase todas minhas aulas são com ele, pro meu azar. Ele não se aproximou de mim depois do dia em que Drew “falou” com ele lá no campo, mas isso não me impede de não gostar dele.

 Sentei-me na terceira carteira, na frente dele, o único lugar que restava. O professor Roberto deu início a sua aula, ou melhor dizendo, tentou, já que a sala estava uma bagunça.

 Depois de cinqüenta minutos, finalmente saí. Aula de Educação Física agora, mas eu não faço nada, então fiquei sentada na arquibancada.

- Ei, Clear, posso conversar com você? – ouvi a voz de Jake ao meu lado.

- Conversar sobre o que, Jake? – falei impaciente.

- Vamos sair daqui, tem muita gente perto.

 Jake saiu andando e eu, movida pela curiosidade, fui atrás dele. Ele parou atrás da arquibancada, onde tudo que havia era grama.

- Clear, eu quero pedir desculpa por tudo, sabe?! Sobre ter te irritado e ter deixado seu namorado bravo. – Ele disse, olhando nos meus olhos.

 Ok, e agora? Não gosto muito de Jake, mas suas desculpas pareciam sinceras.

- Olha só, eu prometo que vou deixar vocês dois em paz, não quero confusão. – disse ele novamente.

- Tá tudo bem, Jake. – que mal tem né?!

 Ele sorriu aliviado e se aproximou de mim.

- Posso te dar um abraço? Abraço de amigo.

- Claro! – sorri e ele me abraçou.

 Jake se virou e deu um beijo em minha bochecha. Eu não devia, mas, fiquei corada e ele percebeu. Sorri tímida e ele se despediu, saindo logo em seguida. Seu cheiro havia ficado em mim e é como se eu pudesse sentir seus braços ao redor de mim ainda.

 Jesus, que abraço bom!

 Opa, opa, opa, opa. Clear, foco. Eu não devia me sentir mexida com o abraço de Jake, eu tenho Drew e eu o amo.

 Voltei para a arquibancada e esperei a aula acabar.

-

 Fui ao encontro de Abby no intervalo, eu ainda não a tinha visto hoje.

- Que cheiro é esse, Clear? – ela pergunta, com um olhar estranho.

- Que cheiro? – perguntei confusa.

- Esse cheiro de perfume masculino. Tá usando perfume de homem agora, menina? Tá muito forte isso aí.

- Tá mesmo? Ai, Abby, o Jake me abraçou hoje, é o cheiro dele!

 Não posso acreditar que o cheiro de Jake ainda está em mim, Drew não pode sentir isso.

- Abraçou Jake? Como assim? – Abby perguntou.

- Ah, é que ele veio me pedir desculpa e quis um abraço, não vi mal nenhum nisso e então cedi. Só não esperava que o perfume dele ficasse impregnado em mim até agora! Drew não pode sentir isso, Abby, me ajuda!

- Ferrou então, porque ele ta vindo aí. – disse.

 Ah, não.

 Me virei pra trás e lá vinha Drew em minha direção. O que é que eu faço?

- Oi, Clear. – ele disse vindo me abraçar;

- Oi! – respondi, dando um passo para trás.

 Burra. Burra. Burra.

- Que foi? – Drew perguntou.

- Nada, ué.

- Então por que ta se esquivando?

- Nada.

 Mesmo desconfiado, ele veio me abraçar, mas não falou nada sobre o perfume.

- Eu vou ali com os meninos, a gente se vê na saída. – Disse e me deu um selinho. – Tchau, Abby. – se despediu de Abby e saiu.

 Soltei todo o ar pesado que segurava e olhei para Abby.

- Cara, como ele não percebeu nada? – perguntei.

- Acho que ele deve ter pensado que era o perfume dele.

 Fiz que sim com a cabeça e tentei ficar mais calma.

 Já em casa, comecei a fazer minhas malas porque na semana que vem vou para a casa do meu pai, no Maine. Entro de férias na sexta-feira, ou seja, daqui dois dias. Combinei que falaria com Drew e Abby todos os dias por skype, e com minha mãe por telefone, já que ela não é muito ligada em tecnologia.

 Eram quase 17:00 quando começaram a apertar loucamente a campainha. Me assustei e saí na sacada para ver quem estava lá embaixo. Drew?

 Desci rapidamente as escadas e abri a porta da mesma forma.

- Drew o que aconteceu? – dei espaço para ele passar.

- Aconteceu que você é uma vagabunda! – disse.

- O quê? – perguntei assustada.

 Drew jogou um envelope pra mim sem nem olhar na minha cara. Quando o abri, tirei uma foto, e nessa foto estávamos eu e Jake, de costas, e parecia que nós nos beijávamos.

- Eu não acredito nisso! – gritei.

 Não. Isso não podia estar acontecendo.

 Não. Eu vou perder Drew outra vez.

- Foi hoje, né? Era por isso que você estava se esquivando no refeitório. Eu senti um perfume diferente, mas pensei que fosse o meu! Mas é claro que não, era do Jake! Do JAKE!

- Drew, pelo amor de Deus, nós não nos beijamos! Ele foi me pedir desculpas por tudo que causou e então pediu um abraço, eu disse que sim e ele veio me abraçar, me deu um beijo no rosto e saiu. Foi no rosto, Drew, no rosto. Acredita em mim. – eu implorava.

- Ah, claro, mas não é isso o que eu tô vendo! – ele disse.

 Eu não acredito. Eu não posso acreditar.

- O que? Como você pode duvidar de mim, Drew?

- E como eu pude acreditar em você, né Clear? Toda inocente chorando, mas metendo o chifre em mim.

- Você ao invés de confiar em mim acredita em uma foto? Por deuses, Drew. Eu te esperei por três anos, tá me ouvindo? Foram três anos, e quando você voltou aconteceu isso tudo, eu achei que estivesse sonhando, mas não estava. Eu amo tanto você, Drew, acredita em mim!

- Acabou tudo. Tudo. Eu não quero ouvir mais nada. Não vou fazer papel de idiota. – ele disse.

 Eu chorava. Como eu chorava. Drew está indo embora outra vez.

- Não vai acreditar em mim? Tudo bem. – engoli o choro e, mesmo com o coração doendo, fui forte. – Toma a merda desse anel. – tirei o anel que ele me dera duas semanas atrás e joguei em suas mãos. – Eu achei que depois de tudo que nos aconteceu você tivesse mudado Drew. Eu esqueci tudo que você me fez e decidi te dar confiança. Vai embora, vai embora como você sempre fez.

 Olhei para seu rosto sem expressão e subi pro meu quarto.

 Ouvi a porta bater lá embaixo e deduzi que ele foi embora. De novo.

 E então eu chorei. Acho que eu e Drew não nascemos pra ficar juntos. Meu primeiro namoro e não durou nem um mês, que fiasco.

- Clear? – ouvi a voz de minha mãe. - O que aconteceu? – perguntou, preocupada, vindo se sentar em minha cama.

 Eu estava tão distraída pensando que nem ouvi ela chegar.

- Encontrei com Drew no caminho. Ele chorava tanto, filha, que nem conseguiu falar direito. O que aconteceu?

 Contei tudo para ela, desde o pedido – falso – de desculpas de Jake até as minhas últimas palavras pra Drew. Ela me disse coisas do tipo “vai passar” e “vocês vão se acertar” mas eu não acredito muito nisso.

 No outro dia, consegui trocar minha passagem para hoje e então fui na saída da escola me despedir de Abby. Expliquei toda a situação e ela me deu muito apoio.

-

 São 14:45, é quinta-feira e eu estou no aeroporto, indo pro Maine. Meu vôo é daqui meia hora e minha mãe já foi pra casa. Chorando mas foi.

 Anunciado o meu vôo, subi no avião e esperei o tempo passar. Dormi, comi e ouvi música. Finalmente, depois de um dia inteiro dentro do avião, o avião pousou em Portland, cidade vizinha de Coldwater.

 Desci, peguei minha bagagem e liguei para meu pai. Depois de o que posso dizer cinco minutos ele veio ao meu encontro, pois já tinha uma noção do horário do pouso e veio uns minutos antes para cá. O abracei com todas as minhas forças, quanto tempo eu não o vejo! Sua aparência está um pouco mais envelhecida, ele está um pouco calvo e mais gordinho do que a última vez que o vi.

- Filha, quero te apresentar minha namorada, Clarice. – ele disse.

 Desviei o olhar para uma mulher loira e magra de estatura mediana sorrindo abertamente para mim.

- Olá, Clear, como foi de viagem? – ela perguntou.

- Fui bem, Clarice, obrigada! – respondi.

 Clarice aparenta ter uns quarenta anos, é uma mulher muito bonita. Gostei dela.

- E esse aqui é seu filho, tem sua idade. O nome dele é Daniel. – meu pai disse, apontando para um menino ao lado de Clarice.

 Daniel é mais alto que eu e tem o corpo de Drew. Sua pele é branca e seu cabelo castanho claro.

Senti uma coisa estranha, meu coração começou a acelerar e minha pele ficou quente.

- Olá, Daniel. – estendi minha mão para cumprimentá-lo e sorri.

- Prazer, Clear. – disse, sorrindo e apertando minha mão.

 Um choque percorreu meu corpo e meus pelos se eriçaram. Senti meu rosto corar e um desejo insano de beijá-lo apareceu.


Notas Finais


Oi, oiiiiiiii!
Demorei porque tava ocupada com umas coisas, e também demorei pra escrever o capítulo.
Gente, os comentários estão caindo, comentei aí, poxa! :(
Obrigada por todos os favoritos e por quem comenta, eu fico muito feliz com isso, mesmo.
Me digam o que acharam e até o próximo capítulo. Vou tentar postar o mais rápido possível.
Bjobjo ♥♥


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