História Three Years - Chapter seventeen

"Me desculpe
Eu não sou o que você queria
Me desculpe
Me desculpe eu te decepcionei

Eu poderia usar alguma desculpa esfarrapada
Porque a coisa mais difícil de dizer
Oh, É a coisa mais difícil de dizer no mundo
Me desculpe, yeah, me desculpe"

 “Drew está viciado em drogas.”

 Essas palavras me atingiram como um soco no estômago. Drew viciado em drogas? Não pode ser, ele não seria capaz de fazer uma coisa dessas.

- Abby, eu não sei o que dizer, isso é muito pra mim.

- Imaginei que você ficaria assim... Por que não liga pra ele?

- Já é tarde, eu não quero acordá-lo.

- Clear, da janela do meu quarto eu posso ver ele sentado sozinho na praça ao lado de minha casa.

- Eu não sei Abby, não sei.

 Não sei se agüento ouvir sua voz sem demonstrar tristeza.

- Você que sabe. Mas tenta ficar bem, tá? Quando você volta?

- Volto neste sábado, meu vôo é às 06:30. Abby, vou desligar, ok? Preciso pensar.

- Tudo bem.

- Obrigada por sempre me contar tudo. Eu te amo, você é a melhor.

- Eu sei disso. – rimos. – Eu amo você também. Se cuida.

 E assim eu desliguei. Eu ainda encaro meu celular pensando se ligo para Drew ou não. ligar ou não ligar?

 Ouço o barulho do carro, Daniel chegou. Entro e me deparo com ele dentro da cozinha.

- Clear, por que veio pra casa tão cedo? – pergunta.

- Ah, sei lá, eu fiquei cansada e decidi vir embora. – Respondi, tentando deixar pra lá o ocorrido da noite.

- Entendi. – Silêncio. – Ei, você estava chorando?

- Chorando? Não, eu não estava cho-

- Seu rosto está vermelho e sua voz diferente. O que aconteceu?

- Drew está viciado em drogas.

 Decidi falar de uma vez, confio em Daniel.

 A expressão dele é de surpresa, assim como eu fiquei ao ouvir Abby falar.

- Como?

- Pois é. Desde aquela noite em que nós nos falamos pelo telefone ele tem agido diferente. Foi tudo muito rápido, ele se viciou em uma semana e meia, o consumo foi alto. Ele tem se drogado todos os dias, não fica em casa direito...

- Clear, eu sinto muito, de verdade. – Daniel diz me abraçando. – Eu sei o quanto você gosta dele.

- Abby me disse que eu devo ligar para ele, mas não sei se é certo.

- Não sabe se é certo? É claro que é!

 Me solto do abraço e o olho.

- Será? – pergunto duvidosa.

- Você ainda pergunta? Ele te ligou quinze vezes há duas semanas, esse menino gosta de você de verdade, Clear.

 - Espera. – digo.

- O quê? – Daniel pergunta assustado.

- Drew mandou uma mensagem.

“Clear, Jake veio falar comigo depois de tudo que aconteceu. Aquela foto foi Mittie, irmã dele quem tirou, e ele não sabia de nada. Jake pediu desculpa por todas as coisas e disse que vocês dois realmente não se beijaram. Eu desconfiei no início, mas depois vi que ele estava dizendo a verdade. Eu me senti um inútil, Clear, um inútil por ter dito todas aquelas coisas à você, por ter terminado tudo e ido embora sem nem te deixar falar. Eu estou afundando agora, Clear, em uma semana e meia eu me destruí por inteiro, e só agora percebi que viver sem você é difícil, que aqueles três anos longe me fizeram notar que eu preciso de você pra viver, e não, não é exagero. De novo eu peço perdão à você meu amor, me perdoa por eu ser tão burro, por eu ter te magoado outra vez. Eu estou sozinho aqui nesta praça Clear, sentindo o efeito da droga passar e um vazio entrar no lugar.

Eu sou louco por você. Louco, maluco, obcecado. Só tenho 16 anos mas posso dizer com convicção que você é a mulher da minha vida, a qual eu vou fazê-la minha de corpo e coração. Fazê-la perder a inocência com amor, mas ainda assim mantê-la pura. Não há Drew sem Clear, e sei que não há Clear sem Drew. Sei que nascemos para ficarmos juntos, e que nosso espírito é um pertencente ao outro. Eu escrevo isso com todo meu sentimento por você, Clear, que é maior que muita coisa e tão forte sendo capaz de durar além da vida. Volta pra mim Clear, eu preciso de você. Preciso de sua mão macia tocando meu rosto e de sua voz em meus ouvidos. Preciso ter de novo a sensação do veludo de sua pele roçando na minha, e do seu beijo que, sendo ele lento ou rápido, suave ou provocante, é o melhor de todos. Preciso do calor de seu corpo e de nossos dedos entrelaçados.

 Me perdoa, Clear, eu peço, eu imploro. Me perdoa por todas as minhas palavras duras que só agora eu sei que te magoaram. Eu preciso de você me ajudando a levantar. Eu te amo.

                                                                                                                                   Drew.”

 As palavras de Drew foram tão bonitas que foi impossível impedir as lágrimas de caírem. Ele finalmente tomou consciência do que está fazendo e eu posso ver que é um sinal de alerta para eu ajudá-lo.

- E então? – Daniel pergunta, eu nem lembrava mais que ele estava aqui.

- Ele, ele escreveu um texto lindo!

 Daniel pegou o celular de minha mão e eu apreciei sua beleza enquanto ele lia. É engraçado como aquela atração maluca desapareceu do nada, dando lugar a um sentimento semelhante a de um irmão.

- Clear, eu posso afirmar, você nunca vai encontrar alguém que goste tanto de você como Drew. Não é comum um menino falar isso, falo por mim que sou um e que raramente gostamos de alguém pensando no futuro. Nunca duvide do amor dele por você, ele realmente te ama. – Daniel disse me entregando o celular e olhando em meus olhos.

- Eu amo Drew e depois disso não tenho mais dúvidas de que o sentimento dele por mim é verdadeiro, não tem como duvidar e eu quero muito ajudá-lo. Eu vou ligar para ele, não vou deixá-lo sozinho em um momento como esse.

 Daniel apenas sorriu para mim e me abraçou.

 Volto para fora e encaro a tela do celular. Faz tempo que não falo com Drew. Como será que vai ser? O que eu vou falar?

 Começo a digitar os primeiros números e o nome dele já aparece. Levo o celular ao ouvido e começa a chamar.

- Alô? – Drew atende na segunda chamada.

- Drew?

 Minha voz é falha e insegura, eu não sei o que dizer por maior que seja a minha vontade de falar com ele.

- Clear... Como você está?

- Eu estou razoável, Drew, e você?

- Por que razoável? – pergunta ignorando a minha.

 Sua voz é suave, eu não consigo sentir a alegria em seu tom como antes sentia.

- Porque eu não quero te ver assim, eu não gosto de te ver assim. – Respondi.

 Minha voz está trêmula e do outro lado da linha eu ouço os soluços de Drew.

- Desculpa. Desculpa. Desculpa Clear, desculpa. – Ele repetia, soluçando.

 Nós dois estamos chorando e tudo que eu mais quero agora é abraçá-lo.

- Eu vou te ajudar, vou te ajudar. Volto no sábado para a Califórnia e não vou sair do seu ladol.

- Promete?

- Eu prometo.

- E me promete mais uma coisa?

- O quê?

- Promete que sempre vai me amar, ficar comigo e ser assim tão meiga e carinhosa?

- Eu prometo.

 Eu nunca vi Drew tão frágil e sensível quanto hoje. Eu queria estar na Califórnia agora. Eu queria estar com Drew.

- E mais outra coisa? – ele fala.

- Sim?

- Promete que pra sempre será minha?

 Um sorriso se abre.

- Eu prometo.