História Through The Dark - XXX. Instinto Felino

O som alto escutava-se desde o outro do quarteirão, mas segundo Liam, Harry devia ter pagado uma boa grana para os vizinhos não chamarem a polícia ou convidado os mesmos para a festa.

A casa onde Harry morava era grande e de dois andares. Isabelle seguiu Charlotte e Liam, que foram a sua frente, pelo caminho de cimento e desviando das pessoas que bebiam e dançavam sobre a grama, algumas já estavam dentro da piscina e jogavam um para a outra uma grande bola de plástico colorida. Isabelle procurou Zayn pelas pessoas que estavam fora da casa e a cada casal que se beijava, seu coração apertava-se até confirmar que não era ele.

Eles entraram na casa e Isabelle ficou tonta pela altura da música eletrônica. Ela olhou para a decoração. Já na porta havia algumas teias de aranha fictícias, que caíam sobre a cabeça deles, como se aquele lugar estivesse abandonado há anos, ela separou a cortina de teia com a mão. Lá dentro a decoração parecia macabra, com algumas Mortes com foices gigantes nos cantos da sala com olhos vermelhos grandes que brilhavam sobre a escuridão do capuz e mais teias de aranhas nos cantos das paredes. Ao lado da porta havia uma mesa pequena com uma toalha vermelha, infestada de vermes de borracha, com uma vasilha redonda de ponche vermelho sobre ela, três torres de copos azuis empilhados estavam ao lado da vasilha. Algumas pessoas dançavam por todos os lugares, ela pôde ver a mesa do DJ e parecia que ele estava vestido de múmia. Aqui e ali havia abóboras brilhantes e aranhas grandes e peludas. No chão tinha alguma coisa que se rasgavam com facilidade, pareciam recortes de papéis coloridos.

Havia uma mesa, perto da escada, que estava lotada de cupcakes laranjas de chapéus de bruxas, de abóboras e outros que tinha apenas o glace alaranjado. No teto, além dos holofotes coloridos, tinha alguns morcegos e fantasmas, que brilhavam. Algumas velas que escorriam sangue faziam um círculo ao redor de um caixão marrom-escuro e uma mão branca segurava a extremidade da tampa do caixão, parecia que alguém estava prestes a sair dali, talvez fosse um vampiro.

Isabelle passou a mão por uma rachadura que tinha na parede, ela sorriu ao perceber que era apenas um tipo de adesivo. Ela acompanhou o casal a sua frente, deslizando os dedos pela parede da escada e sentindo um líquido, um pouco mais denso que a água, vermelho grudar em seus dedos enquanto ela apoiava-se na escada. Isabelle olhou para um casal de arcanjos que se beijavam, ela olhou para o garoto e suspirou aliviada ao notar que não era Zayn. Puxando o seu corpete um pouco para cima, ela parou quando sua irmã e Liam pararam para falar com um homem que estava vestido de deus grego. Ele tinha um sorriso encantador e, pelo que as máquinas de iluminação de luzes branca, vermelha e roxa, deixavam Isabelle admirá-lo, também tinha belos olhos verdes, cabelos encaracolados e compridos. Ela ficou atrás de Charlotte olhando o belo homem.

— Que bom que vocês vieram! — murmurou ele, sua voz era rouca. Ele cumprimentou Liam com um toque de mãos e depois Charlotte, com um beijo singelo no rosto. — E quem é essa gatinha atrás de vocês?

Ele estava olhando para Isabelle e provavelmente para a roupa vulgar que ela estava vestindo. Izzy encolheu-se quando percebeu que eles haviam aberto espaço para que Harry passe entre eles e parasse na frente dela, era tarde de mais para sair correndo dali.

— Você deve ser a famosa Isabelle! — murmurou. Ao pronunciar seu nome, Isabelle estremeceu, ele havia falado o nome dela tão rouco e baixo que um arrepiou percorreu sua espinha.

— E você o famoso Harry! — graças a sua máscara e a pouca iluminação do local, Harry não podia ver suas bochechas coradas e ela agradecia a isso.

— É uma satisfação enorme finalmente conhecê-la! — disse ele.

Isabelle entornou as sobrancelhas.

— Não seria, prazer em me conhecer? — perguntou confusa.

Harry negou com a cabeça e aproximou-se de Isabelle, depositou suas mãos na cintura dela e aproximou sua boca do ouvido.

— O prazer vem depois! — disse ele. Isabelle estremeceu e sem querer, sua cabeça cedeu para trás, Harry riu baixinho e depositou um beijo demorado na mandíbula abaixo do ouvido de Isabelle.

Ela suspirou em êxtase.

— Quem tal uma bebida? — perguntou ele.

Isabelle assentiu.

Harry pegou em sua mão, com delicadeza, e a puxou para o meio da festa. Isabelle quase se perdeu dele enquanto passavam pelo mar de corpos suados e dançantes. Ela riu quando ele parou um pouquinho para mexer seu belo corpo no ritmo da música, Isabelle ergueu a mão livre e balançou o seu corpo e a mão, desajeitada, no ritmo da música fazendo-o sorrir.

Eles só pararam novamente quando chegaram a uma mesa comprida com uma toalha vermelha sobre ela, parecia com a que ela viu na entrada, mas essa tinha algumas teias de aranha pendurada, aranhas caranguejeiras de brinquedo e crânios cintilantes. Harry serviu o ponche para eles.

Isabelle ofereceu o copo a ele, como se fossem brindar, mas em forma de agradecimento.

— Não sabia que gatos bebiam sangue! — disse ele, lambendo os lábios.

Isabelle engoliu o ponche, sentindo o álcool queimar sua garganta. Ela riu.

— Nas horas vagas! — lançou-lhe uma piscadela.

Isabelle bebeu outro gole de seu ponche e virou à cabeça, algo parecia estar querendo sua atenção. Então ela o viu, no final da mesa, encostado no vitro da sala, seus dedos estavam cravados contra a madeira. Zayn usava um terno bem alinhado e uma máscara preta simples. Ela não sabia como ele havia lhe reconhecido e nem como ela havia o reconhecido, apenas sabia que era ele que estava observando Harry e ela.

— Gatinha? — chamou Harry e ela virou a cabeça, contra vontade, para encará-lo. — Que tal dançarmos?

Isabelle assentiu e ele retirou o copo vermelho de suas mãos, Harry a puxou para o meio da multidão, mas ela ainda podia ver Zayn de longe e ele estava olhando-a.

Harry puxou Isabelle para mais perto, que no começo, um pouco tímida, não dançou, apenas mexeu-se no ritmo da música. Uma levantada de mão ali, uma rebolada aqui e uma jogada de cabelo, mas tudo aquilo parecia deixar Harry ainda mais interessado nela. Talvez fosse aquela timidez que o deixa preso a ela e o fazia ignorar o restante das mulheres que desmaiariam por uma simples olhada dele.

Isabelle sentiu-se um pouco mais solta quando a música acabou e uma mais animada começou. Poderia ter sido os goles de ponche que estavam fazendo efeito, ela não tinha certeza... Mas sabia que aquilo, o que quer que seja, a deixou mais livre para dançar e rebolar até o chão, segurando-se em Harry, e ele gostava daquilo.

Izzy jogava seu cabelo para trás e às vezes ele mesmo jogava-se de um lado para o outro sozinho, ela percebia as mãos bobas de Harry em sua cintura, bunda e coxa, mas não protestou uma única vez. Queria provocar Zayn. Ela virou-se, encostando seu corpo ao de Harry e rebolando contra a cintura dele, as mãos dele a prenderam firmes ali.

Isabelle levantou o olhar, para ver se Zayn estava prestando atenção nela ou se ele estava prestes a interromper à dança. Mas suas expectativas foram arrancadas de sua mente quando o viu beijando uma garota loira vestida de diabo, ele a mantinha firme contra a sua cintura e curvava-se um pouco sobre ela, suas mãos estavam descaradamente sobre a bunda da mulher, que usava um tipo de calção curto que deixavam boa parte da pele das nádegas descoberta, Zayn beijava-a com tanta intensidade que Isabelle caiu sobre Harry, mas ele achou que ela estava querendo chegar mais perto.

Izzy sentiu seus olhos encherem-se de água, mas ao invés de chorar, ela continuou encarando Zayn e assim que ele soltou a garota, ele olhou para Izzy limpando os lábios. Zayn sorriu, satisfeito com o que tinha feito. Isabelle sentiu a mágoa subir pelo seu corpo, ela apertou os olhos para Zayn e virou-se para Harry.

Não. Ela não iria beijá-lo, apenas iria dançar sensualmente. Isabelle então começou a balançar cada vez mais o corpo, deixando a música que acabara de começar tomar conta de seu corpo, aos poucos ela começou a ficar ousada.

Então levantou a mão, suas unhas compridas rasuraram o pescoço de Harry e ele gemeu, jogando a cabeça para trás. Isabelle passou a mão pelo peito nu dele, ainda mexendo sua cintura contra a dele. De repente ela afastou-se e ele rapidamente procurou por ela, Izzy estava a um passo de distância, encarando Harry, como se realmente o desejasse, mas ela imaginava outra pessoa ali, ela planejava dançar assim para outra pessoa.

Mas, mudança de planos!

Isabelle sorriu safada, mordeu o lábio inferior e desenroscando o chicote do corpete, ela bateu-o no chão, o barulho chamou atenção de algumas pessoas que viraram-se assustadas. Isabelle bateu novamente o chicote no chão e com a outra mão, coberta pela luva, chamou Harry por o dedo indicador, sexy.

Ele negou com a cabeça, lambendo os lábios. Isabelle apertou os seus lábios e mexeu o dedo de um lado para o outro.

— Resposta errada! — disse ela, mais insinuando com os lábios do que pronunciando as palavras em voz alta.

Ela enlaçou Harry com o chicote, puxando-o para mais perto dela, ela percebeu que havia chamado mais atenção do que pretendia, que havia se formado um círculo em volta dela. E propositalmente uma música sensual começou a tocar.

(Play, por favor!)

— Essa vai para a Mulher Gato! — disse o DJ Múmia no microfone.

Isabelle rebolou a cintura e desceu até o chão, abrindo levemente as pernas. Ela voltou lentamente a ficar ereta, empinando a bunda para trás, suas unhas deslizando sobre a pequena parte nua de sua coxa. Ela flexionou os dedos, imitando um gato e murmurou um “Miau” mudo. Harry gargalhou, jogando a cabeça para trás.

Isabelle novamente aproximou-se dele, colando seus corpos e balançou o corpo contra o dele, pressionando suas cinturas. Ela girou em torno dele, arranhando as costas e os ombros. Depois ficou de costas, pressionando sua bunda contra a cintura dele, ela rebolou e depois desceu até o chão, voltando rapidamente e rebolando novamente contra ele.

Isabelle olhou para o garoto vestido de anjo, que estava boquiaberto com a sua performance. Ela caminhou até ele, um pé na frente do outro, agarrou um tipo de bainha para a espada e o puxou para perto dela, jogando suas mãos por cima do ombro dele, ela mexeu o corpo contra o dele lentamente e ficando na ponta dos pés, alcançou o ouvido dele.

— Uma cadeira, anjinho! — murmurou rouca no ouvido dele. O garoto apertou as mãos na cintura dela e assentiu, ele saiu empurrando as pessoas e cambaleando.

Ele sumiu quando passou pelo vitro onde Zayn estava encostado. Izzy olhou para ele, ela levou a mão até a boca e beijou a ponta dos dedos, depois deixou na extremidade da mão apoiada em seu queixo e assoprou, como se tivesse mandando um beijo para Zayn. Ela gargalhou em seguida, jogando a cabeça para trás. O garoto voltou com a cadeira, roubando a atenção de Izzy.

Isabelle pegou a cadeira cinza das mãos do garoto e colocou no meio do círculo.

— Senta! — disse a Harry.

Enquanto ele sentava, com um sorriso malicioso nos lábios. Isabelle começou a dançar em torno da cadeira, rebolando ou passando a mão em Harry. Ela pegou o chicote bateu-o contra o chão, depois passou lentamente contra o corpo de Harry, vendo-o estremecer.

Isabelle jogou seus cabelos para trás e sentou no colo dele, ela jogou a cabeça para trás e Harry depositou três molhados beijos em seu pescoço. Isabelle sorriu e voltou a ficar ereta, suas mãos firmaram-se sobre os ombros largos dele e Harry apertou sua cintura.

Lentamente, enquanto o ritmo da música parecia aumentar, Isabelle rebolou sobre Harry. As mãos dela massageando o ombro dele e às vezes descendo pela peitoral tatuado. Ela deu algumas investidas e o ouviu gemer alto e rouco. Ele estava excitado, ela podia sentir.

Isabelle levantou rapidamente e virou-se, deixando Harry encostado contra o apoio da cadeira, ele parecia estar à beira de um colapso. Ela foi para trás dele e começou a rebolar contra a cadeira, suas mãos iam e vinham sobre o peito, às vezes chegando bem perto da cintura dele, ele se contorcia toda vez. Suas mãos agarraram os cabelos dele pela nuca, ela puxou os fios e ele jogou a cabeça para trás.

Izzy sentiu sua cabeça girar e uma excitação subir por sua pelve. Ela voltou para frente dele e viu as mãos dele procurarem por ela, ela riu e começou a dançar a um passo de distância da cadeira, rebolando, descendo e subindo no ritmo da música, ela ficou de costas segurou seus cabelos e os ergueu, desceu até o chão rebolando lentamente. Isabelle voltou para Harry, inclinou-se sobre ele e depositou três longos e demorados beijos no pescoço dele, quando a música chegou ao fim.

Ela sorriu.

— Obrigada pelo show, querido! — murmurou no ouvido dele.

Harry assentiu e Isabelle afastou-se dele, passando pela multidão de pessoas que a encaravam boquiabertos.

Ela parou perto da mesa de bebidas e serviu-se de outro copo de ponche. Ela sorriu satisfeita e sentia seu corpo todo suado e sua respiração descompensada, ela nunca havia feito algo assim, mas Zayn havia provocado seu ciúme e hoje ela descobriu do que era capaz.

— O que você pensa que está fazendo? — ela estremeceu por completo quando a voz de Zayn surgiu em seu ouvido. Ela teve que apoiar-se na mesa para não cair,

— Dançando. — disse ela, bebendo mais um gole de seu ponche.

Zayn pareceu na sua frente, ele parecia completamente transtornado e completamente maluco de ciúme. Ela bebeu um longo gole de seu ponche, para que o álcool lhe desse mais coragem.

— Se você chama aquele seu show de strepper de dança, eu realmente não sei do que você é capaz?

Isabelle virou-se para ele, após jogar o copo vermelho vazio sobre a mesa.

— Aaah? É um show de strepper. Desculpe, então, vou lá terminar o meu show e tirar a minha roupa! — ela deu alguns passos, para ficar longe dele, pois ele tinha lhe magoado, não era para ser algo tão sensual, foi sem querer e a culpa é dele por ter beijado aquela vaca loura vestida de diabo.

Mas quando ela deu dois passos para voltar para Harry, ele segurou firme no braço dela, logo acima do cotovelo. Ele a girou com habilidade e a puxou para perto, ela caiu sobre o peito dele e arfou, porém ele a empurrou para longe.

— Não comigo aqui! — disse ele.

— Então vá embora! — ela gritou.

Zayn gargalhou e levou as mãos para os seus cabelos, que Isabelle percebeu que ele havia cortado um pouco e que tinha aparado as laterais da cabeça, voltando a usar o topete.

— Eu mato Harry antes! — ameaçou.

— Eu acho outro! — arregalou os olhos, chegando mais perto. — Aliás, essa sua ideia de strepper me fez querer tentar algo — continuou provocando, ela sabia que Zayn estava ficando ainda mais maluco de ciúme e seu ego estava gostando e muito daquilo. — Talvez eu leve Harry para o segundo andar e faça um show particular para ele. Garanto que ele vai gostar de me ver nua entre quatro paredes!

E virou-se, disposta a voltar na pista de dança e encontrar Harry, mas antes que pudesse dar um passo à frente, Zayn agarrou seu braço e a arrastou para longe da sala. Eles passaram pela cozinha e Isabelle acompanhou-o, não de bom grado, mas sim porque o aperto que ele mantinha em seu pulso estava lhe obrigando a segui-lo. Isabelle tropeçava em seus próprios pés e às vezes nos pés dele, os saltos quase a derrubando.

Então ele a jogou contra a parede, em um lugar que parecia um depósito ou uma lavanderia abandonada. Ali não havia nenhuma decoração da festa, apenas várias caixas coloridas empilhadas com garrafas de bebidas. O lugar era frio e Isabelle sentiu suas costas chocar-se contra a parede áspera do local, ela arfou sentindo uma leve dor em seus ossos.

Zayn estava a poucos passos dela, sua respiração estava esbaforida. Ele agarrou a máscara e a jogou com chão, com raiva. Izzy encolheu-se contra a parede, querendo sair dali, ele parecia que iria explodir.

— Você ficou doida? — perguntou entre gritos. — Me provocar desse jeito e ainda dizer que vai transar com o Harry? Você realmente não sabe com quem está lidando!

Isabelle retirou a sua máscara e largou o chicote sobre uma pilha de caixas que estavam ao seu lado. Ela estava irada com o comportamento dele.

— Primeiro você me chama de repugnante, depois de strepper e agora vem tirar satisfações? — gritou ela, apertando-se contra a parede gelada e fechando as mãos em punho, as unhas apertando as palmas das mãos. Ela não gostava de discutir com Zayn, cortava seu coração, mas hoje era preciso. Hoje eles iriam descontar toda a raiva que estavam sentindo um do outro e de si mesmo.

— Você é minha! — disse entre os dentes.

Isabelle riu irônica.

— Sua? — perguntou, cruzando os braços. — Que eu saiba nós não moremos na mesma casa, você não fala comigo faz uma semana! — gritou.

Zayn revirou os olhos.

— Você me traiu, esqueceu? — ela negou com a cabeça, incentivando-o a continuar. — E agora, parece-me, que foi a melhor coisa que você fez, pois deu asinhas para a sua... liberdade e você está fodendo com qualquer um!

— Não fale assim! — disse ela, com a voz embargada; lágrimas inundaram seus olhos e ela fungou tentando não chorar. — Não fale da minha traição como se tivesse sido uma coisa boa. Não é e nunca será! Eu perdi você Zayn! Poxa, nenhuma das vezes que eu disse que te amo você acreditou?

Ele parou um minuto, prendendo a respiração. Zayn encarou os olhos molhados de Isabelle e depois virou a cabeça com força para encarar o brilho da Lua que aparecia por uma pequena janela basculante.

— E esse é o problema! — disse ele baixinho, fechando as mãos em punho como Izzy. — Eu acreditava que você me amava e você me traiu na primeira oportunidade!

— Acreditava? — perguntou indignada, limpando as lágrimas que escorreram. Zayn assentiu. — Ótimo. É bom saber que você não me ama mais, Zayn. Minha consciência ficará menos pesada se eu transar com Harry!

Ela agarrou a máscara e o chicote, disposta a voltar para festa. Não queria ficar mais um segundo perto de Zayn. Já que ela tinha certeza, agora, que ele não a amava mais. Queria perguntar para ele como ele foi capaz de esquecer tão rápido dela e pediria uma dica para esquecer-se dele com a mesma rapidez, mas ela não teve coragem e talvez nunca tenha.

Isabelle olhou para ele uma última vez, mordendo o lábio o inferior. Era óbvio que ela não iria voltar para festa, apenas para pedir para voltar para casa... Talvez ela nem volte para casa, fique em um banco qualquer, bem longe, aos prantos e pensando na tamanha burrada que ela tinha feito por um segundo de lapso.

Ela suspirou e afastou-se.

E novamente ela se viu ser jogada contra a parede do depósito. Isabelle arfou, já que a força tinha sido dez vezes mais brutal que a anterior e Zayn estivesse perto dela e a mantendo presa entre seus braços. A respiração dele estava pesada contra o rosto dela, o cheiro de álcool e tabaco se misturava com o perfume forte dele, Izzy levantou os olhos, assustada, para encará-lo. Zayn estava com os olhos levemente arregalados, bufando de raiva. Seu corpo todo tremia por espasmos que o fazia chegar mais perto dela.

É, talvez ela não devesse ter falado sobre Harry!

Isabelle encolheu-se contra a parede gelada, parecia que a qualquer momento Zayn iria lhe bater, mas ele apenas a encarava, da mesma maneira de antes, possessivo. E ela estava gostando daquilo.

— Nunca! — disse entre os dentes, referindo-se ao seu plano. — Você é minha!

Isabelle arregalou os olhos e um sorriso maldoso desenhou-se em seus lábios vermelhos. Isso! Pensou, comemorando por dentro com uma dancinha estranhada. Voltamos para a parte em que ele fica possessivo e me arrastava para casa!

Isabelle ergueu uma das sobrancelhas, disposta a provocá-lo ainda mais.

— Sua? — repetiu. — Mas pelo que eu entendi, nós estava separados. Não pertenço a ninguém!

Ela espalmou as mãos sobre o peito dele, sentindo o movimento bruto da respiração de Zayn, ela tentou empurrá-lo, mas ele parecia uma parede a sua frente, firme.

— Não me provoque! — disse ele, cuidadoso. — Você não sabe do que eu sou capaz!

Isabelle jogou a cabeça para trás e gemeu.

— Ah! Eu sei do que você é capaz! — gemeu novamente, desta vez mais rouca. Estava na hora de colocar seu plano em prática.

Isabelle deslizou as mãos pelo peito de Zayn, chegando aos ombros tensos, ela apertou levemente a região, sentindo-o arfar contra seu rosto, ela fechou os olhos. Isabele chegou ao pescoço dele, depois agarrou os fios de cabelo em sua nuca, disposta a puxá-lo para mais perto e beijá-lo, porém, Zayn agarrou seus pulsos tão rapidamente que Isabelle não teve tempo de reagir, ele elevou os braços dela para cima da cabeça, deixando-os preso sobre o aperto de suas mãos. Ela gemeu em surpresa. Sua respiração se dificultou com a aproximação repentina dele. Zayn estava a poucos centímetros de sua boca. Ela abaixou os olhos para olhar a boca dele, entreaberta, e depois voltou para os olhos raivosos.

Zayn segurou os pulsos dela com uma das mãos, deixando-a a mercê de sua raiva, parada e submissa como ele vem a desejando. Desceu sua mão pelo braço dela lentamente, cobrindo vagarosamente cada pedaço de pele, ele passou pelas luvas que cobriam até seu cotovelo, depois pelos braços, parou alguns minutos em seu rosto, acariciando a bochecha, Isabelle fechou os olhos e arfou. Ele continuou seu percurso pelo pescoço, desceu pelo colo, apertou um dos seios por alguns segundos, ouvindo-a gemer em resposta. Sua mão parou na cintura, após deslizar os dedos sobre a pele da barriga coberta pelo corpete de couro preto. Ele apertou os dedos naquela região e a puxou contra ele, com força.

Isabelle gemeu ao sentir aproximação deles, Zayn — disposto a provoca-la — deslizou seus lábios pelo pescoço dela, depois pela mandíbula, desenhando o osso. Subiu pelo queixo e parou sobre seus lábios, deslizando os seus sobre os dela, lentamente; torturando-os.

E então a beijou.

Descontando toda a sua raiva e frustração naquele beijo, Zayn investiu seu corpo contra o de Isabelle, fazendo-a bater com força contra a parede. Suas mãos apertavam a cintura dela e a mantinha firme contra a  sua cintura, com força. Ele queria machucá-la de alguma forma, como ela havia feito com ele, queria torturá-la. E só a impossibilitando de tocá-lo, mantendo suas mãos acima da cabeça, era muito pouco.

Acelerando o beijo, ele largou as mãos dela gradualmente enquanto a puxava para mais perto e a mantinha ali firmemente.

Isabelle, quando sentiu suas mãos livres do aperto de Zayn, deixou-a cair sobre os ombros dele e depois as levou até a nuca, enterrando seus dedos no cabelo, agarrando a alguns fios e puxando-os com força e raiva. Ela ainda não tinha se esquecido da loira. Zayn desceu os beijos para o pescoço de Izzy, chupando com força a pele, uma de suas ideias é deixá-la completamente marcada; completamente roxa. Ele mordeu a extensão do ombro, desceu para o seio esquerdo e chupou com toda a sua força a parte descoberta pelo corpete, ouvindo Isabelle gemer.

Ele afastou-se dela e a observou.

Parada, excitada e ofegante, Isabelle abriu os olhos um segundo depois dele se afastar. Ela sentia seu pescoço, ombro e seio arderem pelas mordidas, mas ela havia gostado daquilo. Isabelle recuperou-se um pouco, desencostando-se da parede gelada.

— Ainda não desistiu da ideia de transar com Harry? — perguntou Zayn, novamente a prendendo contra a parede quando ela começou a movimentar-se.

Isabelle deu de ombros, fingindo indiferença e tentando esconder o gigante sorriso que queria brotar em seus lábios.

— Eu matá-lo depois — disse ele, ameaçando. — Você sabe disso, não sabe?

Isabelle assentiu com a cabeça e mordendo o lábio inferior inchado.

Zayn gargalhou e jogou a cabeça para trás.

— Ótimo! — disse ele, dando uns alguns passos e se afastando dela.

Isabelle arregalou os olhos e correu para ficar a frente dele, quando percebeu que ele estava indo para a porta.

— Aonde vai? — perguntou, abrindo os braços e impedindo Zayn, superficialmente, de sair do depósito.

Ele apertou os olhos e estalou os dedos, fechando-os em punho.

— Bater em Harry!

— O quê? — ela gritou, agarrando a moldura da porta, suas unhas quase perfurando a madeira. — Tá maluco. Ele não tem nada a ver com o seu ciúme possessivo, de uma pessoa que nem é sua!

Zayn a agarrou pela cintura e, novamente, ele a arrastou contra vontade. Isabelle nem teve tempo de raciocinar o que havia acontecido, um segundo ela estava de braços abertos na frente de Zayn e agora ele lhe arrastava por um pequeno corredor. Eles saíram pela porta dos fundos, Isabelle percebeu o quanto Zayn conhecia aquela casa, talvez ele e Harry sejam amigos...!

Ele a puxou pelo gramado. Novamente, Izzy se viu tropeçar em seus próprios pés e lutar para se equilibrar nos saltos das botas. Zayn tirou a chave do carro do bolso e apertou no alarme, o carro na frente deles brilhou, Zayn puxou Izzy até a porta do carona e a jogou para dentro do carro, ele rapidamente fez a volta e sentou-se no bando do motorista e disse enquanto ligava o carro:

— Vou mostrar para você o quanto ainda me pertence!

Continua...