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História Through Your Eyes - Sobre as nossas mágoas e BaekHyun


Escrita por: NoahBlack

Notas do Autor


Vamos descobrir a merda colossal que o Kris fez? Vamos sim.

Capítulo 10 - Sobre as nossas mágoas e BaekHyun


Eu não sei ao certo em que momento em que Sehun passou a fazer parte do meu horário de almoço com aquela cabeleira ruiva alaranjada e tão menos quando Baekhyun surgiu como companhia obrigatória.

Só sei que MinSeok ainda me responde com mensagens curtas (mas desconfio de que ele ainda sequestre Luke para passeios) e tenho que explicar, mais uma vez, para o senhor Oh e o senhor Byun porque eu não posso sair para almoçar hoje.

– Você sempre está ocupada, noona.

– Eu preciso muito ler tudo isso – aponto para a pilha que vem se formando e nunca diminuindo desde o começo desse dia – até o final desse expediente, Baekhyun. Desculpem, meninos, mas não posso almoçar hoje.

– E se a gente comer aqui? Uma hora você vai ter que parar e_

É Sehun quem pousa o braço sobre o amigo para impedi-lo de continuar. Ele respira fundo, olhando o relógio no pulso do amigo, e vem até a minha mesa, apoiando as mãos sobre o vidro.

– Nic.

– O que foi? – Digo, já cansada dessa discussão sem propósito.

– Eu tenho uma reunião com a Louis Vitton em uma hora e não posso me atrasar.

– Então vá. Eu não vou deixar isso daqui acumular, Sehun. Apenas vá.

Vejo seus ombros relaxarem entregues e ele se estica sobre a mesa para me beijar entre os cabelos.

– Vamos, Baekkie. Espero que você coma alguma coisa. Podemos nos ver depois?

– Tenho aula, Sehun.

– Depois?

– Tenho o Kris.

– Amanhã?

– Por favor, noona, vamos almoçar juntos amanhã?! – Baekhyun sai apressado do sofá e vem até mim, me abraçando e dizendo vários "por favor, por favor, nunca te pedi nada", o que não é verdade. – Aproveita e leva o Fan junto!

Levar Kris para um almoço com Sehun é o meu atestado de morte.

– Não prometo nada quanto ao Fan, mas vou se o MinSeok aceitar ir com a gente.

É uma jogada covarde? É. Eu me importo? Não. Nenhum pouco. Em outras circunstâncias, eu teria ido até o dormitório, entrado como um furacão e puxado as orelhas dele até que ficassem grandes como a de Chanyeol – o que eu particularmente acho um exagero, afinal as orelhas dele são um charme e combinam muito bem com seu harmonioso rosto e essas nem são palavras minhas, são de Tommy Hilfiger. Enfim.

Mas com Kris instalado quase 24 horas dentro do meu apartamento, não pude simplesmente ir atrás do meu melhor amigo a fim de evitar outra crise de ciúme. Se o namorado está no mesmo país, cidade e casa que você, você tem que dar atenção integral. Não é que seja ruim isso. Eu realmente gosto da companhia dele e adoraria que a vida nos colocasse de novo no mesmo país, na mesma cidade e quem sabe na mesma casa, mas esse não é o caso e nem o será em um futuro próximo. Eu só queria poder deixá-lo dormindo de manhã e enfiar o dedo na cara de MinSeok.

Que mal há nisso?!

Só que passou muito tempo. Não achei que Kris fosse ficar por mais que um ou dois dias, mas já faz quase duas semanas – e, não, ele não pode nem imaginar que Sehun tem sido minha companhia para almoçar – e meu desentendimento com Min acabou ficando de lado.

Cara, como isso me magoa.

Porque uma coisa é vocês não se falarem sempre, mas estarem ciente de que a relação é ótima e saudável; outra coisa bem diferente é não se falarem porque alguma merda aconteceu.

E a pior parte é que eu nem sei o quê.

Quando chego em casa à noite, exausta, querendo só completar aquela velha vontade de encher a banheira e ficar lá até a pele ser desfeita pela osmolaridade, abro a porta da minha casa e notoriamente Luke vem até mim, desconfiado.

– Não vamos passear hoje, Luke.

– E nem precisa.

Kris surge pelo hall de entrada com um buque de rosas sortidas em mãos, vestido em um black and tie feito sob medida e um sorriso no rosto.

– MinSeok­-hyung passeou por mais de duas horas com a bolota gorda. – Ele me abraça e sela longamente nossas bocas. – Ele é um ótimo amigo, não acha?

– Luke deve achar. Se ele passar a alimentá-lo, talvez acredite que seja seu dono. Hm – Kris começa a distribuir pequenos selares sobre o meu pescoço. – Kris?!

– Hm?!

– A gente combinou alguma coisa e eu esqueci?!

– Não – e então sinto sua língua quente contra a minha pele. – Mas é que você fica linda com esse vestido – suas mãos deslizam pela minha cintura até mais abaixo do quadril – e com salto alto.

– Eu acredito em você, lindo. Mas é que você tem um buque e está de terno... – Um buque que fora abandonado no nicho próximo a porta sem muito cuidado.

– Quero te levar para jantar. – Seus beijos se intensificam um pouco, no limiar para não me deixarem marcas e percebo uma de suas mãos procurar pelo zíper nas minhas costas. - É a nossa última noite juntos.

– Mas já?! – Me afasto um pouco para olhá-lo nos olhos. – É a primeira vez que você pode ficar tanto tempo aqui.

– Eu tenho compromissos lá. A gravadora, a produtora, o filme... Mas fico feliz que você esteja triste em me ver partir.

– Eu sempre fico, Kris... – Eu o beijo à boca, bem devagar, apreciando o contato quente de nossas línguas numa dança que ainda me arrepia.

– Pede para eu ficar – sussurra no meu ouvido e depois beija a minha orelha. – Diz que quer muito que eu fique com você...

Por mais que eu tenha estabelecido como forma de punição/castigo a greve de sexo, às vezes fica muito – muito – difícil negar os instintos mais primários para alguém que, Deus, conhece tudo o que te enlouquece: e beijar minha orelha enquanto me agarra inteira com os braços é um golpe baixo.

Kris me conduz até o nicho perto da porta, sem se importar com buque, bolsas, chaves jogados ali e me coloca sentada, posicionando-se entre as minhas pernas.

– Pede, Nic – sua voz rouca de tesão vibra contra a minha pele, ousando um pouco mais na força de seus lábios na clavícula exposta pelo decote canoa do vestido. Suas mãos sobem firmes pelas minhas coxas, chegando até o tecido delicado da calcinha. Ele puxa de leve e deixa o tecido rebatar em mim, me tirando um gemido baixinho para em seguida pressionar seu quadril para que eu sinta seu falo rijo em minha intimidade. – N-nic...

– Fica, Kris! Hm – mordo o lábio ao tê-lo se friccionando. – Fica comigo.

– Você me quer aqui? – Outra investida. – Diz que é aqui – e dedilha os dedos sobre o tecido rendado – que você me quer.

Fan...

– Você já está tão molhada, Nic – e é quando eu sinto um dedo sendo introduzido em mim e, droga, ele sabe onde tocar, – toda preparada para mim, Nic. – Mais um dedo, em investidas lentas e giratórias, que me fazem querer dizer alguma coisa, qualquer coisa.

Mas eu só consigo me concentrar nesse tesão que me invade e querendo muito que Kris me tome com certa brutalidade, ali mesmo, de roupa, só abaixando um pouco suas calças e colocando minha calcinha para o lado enquanto seu membro pulsante me acerta diversas vezes até que eu perca os meus sentidos e seja atingida pela explosão de um orgasmo vaginal, que, Deus, ele sabe como me dar.

Só que...

Kris me traiu.

E não foi um beijo numa casa noturna com uma modelo da Victoria Secret, sabe?, que depois ele vem cheio de amor, choros excessivos, presentes, cartões, desculpas, ursinhos de pelúcia e a primeira edição com o autógrafo do autor de um dos livros que eu mais gosto. Foi um relacionamento, com direito a jantares no meio da semana, colares e pulseiras compradas como presente de agrado, viagens para praias desertas e afins.

Tudo muito bem escondido. Tudo muito bem planejado. Foram quatro meses assim. Eu não tenho mídias sociais. Eu não vejo televisão. Eu só leio a parte de economia e política dos jornais – que eu assino. E tenho um trabalho cansativo, uma graduação exigente, um professor maluco que quer a todo custo me enfiar na pós-graduação e um cachorro carente.

Só que quando você fareja que seu homem está te traindo... não há tribunal que prove o contrário. Bastou uma semana em Seoul comigo para eu notar que algo estava estranho. Atender chamadas longe de mim, a aflição em cada mensagem recebida, as camisinhas dentro da carteira e então a desculpa de que precisava voltar mais cedo para os EUA.

Aquilo me consumiu num tanto que foi mais ou menos quando as crises começaram e a insônia entrou em campo. Foi a primeira vez em que abri o google para procurar o nome do meu namorado.

Kris Wu namorada.

E eu esperei; esperei pacientemente ele voltar de um jantar para apenas dizer: "com as duas você não pode ficar". Obviamente ele tentou rir da minha cara, me chamando de louca e paranoica e que meus hormônios deveriam estar desregulados.

Se meus hormônios estivessem desregulados, Kris jazeria esfolado e vivo gritando para cada pedacinho de pele que eu teria o prazer de arrancar com a minha própria unha. E eu não estou sendo exagerada.

Quando o expulsei da minha casa e consequentemente da minha vida, acredito em que ele não tenha colocado fé nenhuma de que seria permanente. Já brigamos outras vezes, já o expulsei de casa e até já terminamos, mas eu sempre ligava, sempre ia atrás – e teve até uma vez em que fui parar em Los Angeles na porta dele.

Ele esperou.

E eu chorei.

Chorei por todo um mês – porque eu me sentia fracassada, me sentia uma mulher incompetente por não conseguir fazer meu namorado se apaixonar unicamente por mim. Podia ouvir a voz da minha mãe me dizendo que obviamente Kris escolheria mulher melhor, "olha como você se veste", "olha como você se porta"; por ele ter um outro relacionamento em que fazia tudo o que a gente não podia fazer. E, o que mais me doeu, ele não se importava em estar com aquela mulher enquanto nós vivemos por muito tempo nas sombras.

MinSeok dormiu um mês inteiro comigo na minha casa com medo de que eu fizesse alguma besteira. Desde às mais idiotas até às mais irreversíveis. Ele teve medo.

Kris voltou, no meio de uma noite com chuva e um frio do caramba, enrolado num sobretudo e com um papel encharcado em punho, e me ditou, do lado de fora da guarita do prédio, porque me amava e porque era um idiota. Dei às costas para ele. E no dia seguinte ele voltou, com outra lista, com outros motivos, com outras ideias.

É você, Dominique! Sempre tem sido você! Desde aquele dia na quadra em que você me deu o maior cacete no basquete, desde quando eu chorei porque não queria ir para a Coreia sem você! A garota maluca que me deu tapa quando eu roubei um beijo. A única garota por quem eu já briguei numa festa porque, caramba, não tem um cara que não te olhe. E eles ainda te olham, sabe? E eu ainda quero brigar com todos os eles, mas você só olha para mim. Mesmo estando longe, você sempre olha para mim. E você não precisa de mim, de forma alguma, mas eu preciso de você. Sempre precisei. Sempre corro para os seus braços quando as coisas ficam difíceis, e corro mais rápido ainda quando tá fácil que é só para te ver. Eu te amo, caralho! Te amo tanto e fui um filho-da-puta idiota egoísta.

Pedi para ele entrar e disse que não transaríamos até minha ferida cicatrizar.

E por isso que hoje, mesmo com ele já abaixando o cós da cueca, a gente também não vai transar.

Ele deu para ela o que a gente nunca pôde ter. Seja porque ele tinha medo antes do debute, porque depois a pressão era muito grande e, então, porque decidiu que a Coreia não era mais o seu lugar.

Só que nessa história eu me acostumei a ser independente e a não ser adjetivada por um nome masculino: Dominique, namorada de Kris Wu. Sempre fui apenas Dominique.

– Vamos jantar logo que já é muito tarde! – Eu desço do nicho e arrumo meu vestido, pegando a bolsa e o sobretudo no chão. – E eu dirijo.

---

– Por favor, hyung!

BaekHyun está ajoelhado – Deus! – e com as mãos juntas me pedindo para ir num almoço com ele e Nic.

– Não, Baek.

Eu estou deitado na minha cama de olhos presos no livro porque me recuso a olhar para a dramatização toda que está acontecendo dentro do meu quarto.

– Mas por quê?! Vai ser legal! Tem sido tão legal... ela é tão engraçadinha esnobando Sehun-ah, sempre dando bronca nele.

No momento a última coisa que eu preciso é ser lembrando constantemente o quanto os dois estão próximo.

Que droga, Nic!

– Eu limpo seu quarto, hyung.

– Você não vai encostar a mão em nenhuma poeira que jaz sobre estes móveis, Baek.

– Ai, que saco, MinSeok-hyung. Que bicho te mordeu, hein?! – BaekHyun cruza os braços e se joga na cama, emburrado, mas curioso, porque a gente sabe que Byun BaekHyun não se dá por vencido tão fácil.

– Nic e eu discutimos. É só isso.

– Discutiu como se vocês nem se viram depois do programa?!

– Discutimos lá.

– Achei que te chamaram para ajudar a acalmar a crise de ansiedade dela. – Para todos os efeitos, isso foi o que de fato aconteceu.

– E foi.

– Você deve ser o pior amigo do mundo para ela. Vai lá para ajudar e sai brigado. Eu, hein... – Ele sai do quarto não sem antes gritar que ainda bem que ela tem o Sehun agora.

É proposital? Talvez. Mas isso me ferve o sangue. Sei também que estou sendo infantil – porque, por mais que eu quisesse muito que eles se dessem bem, não sei se desejava que se dessem tão bem assim. Sehun está todo dia metido na sede, achando uma brecha para bater na porta dela e dar um oi, que seja, e até mesmo foi levar Luke para passear junto comigo.

Eu tenho mais o que pensar. Os treinos estão intensos, o comeback está chegando e junto as várias promoções que precisamos fazer. Vamos entrar naquele tempo em que não teremos brecha para mais nada, quiçá dormir, e eu deveria estar deitado largado no sofá dela esperando voltar da faculdade só para fingir que assistiríamos a um filme inteiro antes de cair no sono.

Droga!

Por que ela teve que contar sobre o bebê?!

Por que confiou a ele seu maior trauma de forma tão rápida?

[Nic idiota – Recebido às 01:31] Kris vai embora amanhã. Você bem que poderia vir aqui fingir que veio visitar só o Luke.

[MinSeokim – Recebido às 00:33] Obrigado, mas não posso.

[Nic idiota – respondido às 01:33] Min... a gente precisa conversar.

[MinSeokim – respondido às 01:33] Tô ocupado com o comeback.

[Nic idiota – respondido às 01:34] Por isso mesmo. Se a gente não conversar agora, só vou conseguir te ver depois de outubro. Venha almoçar comigo amanhã e à noite te espero com pipoca (light) e um filme ruim que não vamos nem ver.

[MinSeokim – respondido às 01:38] Você pode almoçar com os dongsaeng.

[Nic idiota – respondido às 01:38] PELOAMORDEDEUS NÃO ME DEIXA SOZINHA COM O BAEKHYUN!

[MinSeokim – respondido às 01:39] Ainda bem que o Sehun vai estar junto então.

[Nic idiota – respondido às 01:39] Oppa... por favor. Sua dongsaeng está te implorando para a gente conversar e ela poder pedir desculpa por seja lá a merda que fez (carinha triste).

[MinSeokim – respondido às 01:45] Eu falo e você escuta.

[Nic idiota – respondido às 01:45] Fechado.


Notas Finais


E aí, pessoal?
Como vocês estão?
Queria saber sobre a opinião de vocês, o que esperam para o próximo capítulo, se querem ver qual tipo de interação e se estão sensibilizados pela história do Kris.

Até o próximo capítulo, beijos de luz.


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