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História Till It Happens to you - Alexander's House


Escrita por: allthescars

Capítulo 1 - Alexander's House


Fanfic / Fanfiction Till It Happens to you - Alexander's House

Essa não é uma história feliz, não é nem mesmo uma história. Então não venha até mim, me dizer que coisas boas devem acontecer. Ela já desistiu disso há um bom tempo. Brooke Heathhets talvez tenha sido uma boa garota algum dia, mas agora tanto fazia. Não era a rebelde sem causa, muito menos a conservadora obediente. Era apenas sem definição. Um espaço vago em meio a tantos outros.

Havia uma janela alta próximo ao banheiro daquela casa. Ela gostava daquela vista. De poder ver como o orvalho mexia-se de um lado para o outro numa dança intensa, e em como o clima sempre combinava com o seu humor. Ela já estava há um bom tempo na banheira, quando decidiu se levantar. Seus cabelos recém-cortados já deixavam um rastro horrível, com partes mais curtas e outras maiores. Estava amador, picotado como papel, feito com raiva e ódio, como se estivesse prestes a arrancar todo o cabelo que havia ali, porque era a única coisa a se puxar naquele momento.  Então ela se olhou no espelho e viu-se desleixada. Estava usando uma camisa desbotada em um tecido que a causava alergias, visível nas manchas vermelhas ao redor do busto. A maquiagem escorria pelos seus olhos, dando-os profundidade o bastante. Ela só conseguia pensar, se estava fedendo a morte como sempre? Pesos mortos, tolice. Receava abrir a porta do banheiro, mas assim o fez com bastante cuidado. Estava um pouco nervosa, mas o efeito de algum entorpecente que usava a deixava ao menos extasiada. Alexia estava deitada no chão da sala, coberta por uma camiseta de couro, enquanto um garoto arremessava cubos de gelo em seus pés. Brooke não sentiu tropeçar em bugigangas no chão, até cair completamente com seu corpo sendo arrastado tão rapidamente. Não demorou muito a levantar, quando finalmente viu que Alexia havia acordado e puxou a amiga, que aos poucos levantou-se, com as pupilas dos olhos extremamente dilatadas.

— O que você fez com a porra do seu cabelo? – Alexia levou a mão a cabeça de Brooke e o bagunçou, numa tentativa que o deixou meramente com estilo. Brooke apenas fez abrir um sorriso.

— Estou com alergia.

— Você quer ir para casa?

— Que casa, Lex?

— É, eu me equivoquei. Essas malditas drogas estão queimando os meus neurônios – Ela fixou o olhar na maldita luz, que parecia vir de outra sala, até quase pegar no sono novamente. – Ok, me levante, me levante!

E assim Brooke o fez, empurrando Alexia com certo cuidado para o sofá que cheirava a peixe enlatado e vomito. O lugar estava superaquecido, tanto que a maioria das pessoas caídas sobre o chão suavam feito porcos, e os que ainda estavam acordados, relutavam para tentar respirar em meio a tanta fumaça. Então elas novamente apagaram, e acordaram algum tempo depois, ainda levemente inconscientes. A maioria das pessoas já haviam ido embora. Dann, Daryl e Aiden estavam próximos a janela, fazendo sei lá o que. Duas garotas estavam deitadas no chão, rolando em risos arrastados e calmos. Havia um outro garoto, intitulado Kennye, que estava deitado sob o próprio vomito, e somente talvez, Brooke deveria ajuda-lo. Não, ela estava com preguiça demais para aquilo, certamente. Mas o barulho que as fizeram acordar parecia vir da sala antes iluminada. Cabelos lisos, curtos e cheios divididos ao meio em tom chocolate, um par de olhos azuis e uma pele cheia de marcas. Um corpo formidavelmente alto, esguio ao exagero, e coberto de casaco xadrez manchado de algo indistinguível. Alexander, o quase dono da festa. Ao que Brooke sabia, Alexander não tinha uma casa fixa, então fazer uma festa em uma, só significava que era ilegal. Mas nada iria conseguir tirar ela daquele maldito sofá podre. Então Alexander se sentou ao lado da mesma e entrelaçou o braço em seu pescoço.

— O seu cabelo está.... – ele estava demorando a processar – Muito melhor que antes. Aquela porra não tinha nada a ver com você.

— Vindo de você parece um elogio – e ele soltou um sorriso de canto.

— Existe uma arvore muito antiga, chamada Yanghae. Ela diz que a transmissão da paz se encontra nas coisas mais simples. E que quando algo está fora de conjunto, então tudo está. E quando traçamos uma linha – ele apontou para o canto do sofá e subiu o dedo, traçando uma linha imaginaria que não dava em lugar algum.

— O que você acabou de desenhar?

— Nada.

— E todos esses movimentos? – e imitou-o com os dedos.

— Você nunca encontra seu caminho. É ele quem encontra você.

Ela pareceu reflexiva por alguns segundos, mas logo depois soltou um sorriso.

— Você usou a droga do Pablo Picasso?

— Não sou poeta algum.

Alexia os empurrou com os pés, resmungando algo que ambos não puderam ouvir.

— Por que você não nos leva para casa? – E então aproximou-se do mesmo com um sorriso infantil e um olhar cintilante, como o de uma criança. Ela estava tentando o coagir, para que o mesmo caísse na sua tentativa escassa de convence-lo a tal ato.

— Porque eu não quero – Ele deu um beijo em sua testa. – Tome isso, vai te ajudar a aguentar até amanhã.

E atirou em sua direção um papel colorido com desenhos psicodélicos. Ela já sabia muito bem ao que servia, o pôs entre os lábios sem rodeio algum, e esperou pelo dope.

— Acho melhor acordar sua amiga, antes que ela tenha a porra de uma overdose.

— Eu não consigo – Ela sentia-se extremamente cansada para se mover, e extremamente cansada para dormir. E então olhou para o seu lado. Alexander estava tragando um cigarro, que queimava as pontas de seus dedos sujos. Seu coração acelerava a um nível crítico, mas ela fingia que estava sorrindo, com o braço do garoto envolto do seu pescoço. Ele nem percebeu que estava machucando o pescoço da garota, e ela nem se importou com a dor. Havia algo mais amargo descendo por sua garganta. Mas ela via tudo contorcido, e embora sentisse algo ruim crescer dentro de si, também sentia-se leve como uma pluma. Você não dá importância a nada, quando nada dá importância a você.



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