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História Time Reversal (Reversão do Tempo) - As Estrelas Binárias


Escrita por: LadyIce

Capítulo 15 - As Estrelas Binárias


Fanfic / Fanfiction Time Reversal (Reversão do Tempo) - As Estrelas Binárias

Siegfried e Nathan saíram da nave de transporte e adentraram a nave com Yang, Blumhardt e Soul. Por dentro ela era uma nave do império, mas com uma tecnologia nunca vista.  Um oficial com uniforme prata chegou para conduzir os três visitantes para uma sala. E pediu para que aguardassem ali. Ele pediu licença e retirou os escudos deles. Quando sozinhos começaram a questionar

- São do império só podem - falou Blumhardt.

-  O império não tem esta tecnologia, ou pelo menos acho que não - disse Yang - mas algo me diz que estamos naquela nave invisível que surgiu em Vermillion.

-  Seremos reféns?

- Pode ser, mas não acredito nisso - respondeu Yang. - O que mais me surpreende é o Almirante Kircheis vivo. Isso reforça minha teoria de que ele estava naquela nave. Além do mais, eles não se dariam a todo o trabalho de nos salvarem e aos outros tripulantes se não fosse por nada.

Eles concordaram.  Pouco tempo Nathan apareceu usando o uniforme prateado.

- Bem vindo a bordo da Barbarossa Almirante e senhores- falou Nathan.

- Eu imaginava que fosse esta nave. Então realmente é o império - disse Yang.

- Não Almirante esta nave não é a atual usada pela Império - explicou Nathan- Pertencemos a outro local, a única pessoa aqui que pertence ao Império que vocês conhecem é o Almirante  Kircheis e mais uma pessoa que está a bordo.  Peço por favor Excelência que se comunique com a Ulysses para avisar que estão bem. Mas solicito que mantenha tudo isso em sigilo absoluto, apenas o mais alto escalão de Iserlohn deve saber, sua morte deverá ser anunciada, só assim poderemos segurar os cultistas por um tempo. - Nathan o olhou e continuou:-  Há cultistas infiltrados em todos os cantos, incluindo Iserlohn, como eles sabiam em qual nave viria e o momento de saída da Fortaleza? Explodimos Leda II para pensarem que conseguiram o objeto deles. Por favor Almirante depois que explicarmos tudo ficará bem mais claro, mas por agora faça isso.

Yang raciocinou e aquilo lhe fazia absolutamente sentido. Lena que chegou ao local se aproximou de Nathan e disse:

- Consegui deixar um canal seguro para a Ulysses.- Yang a olhou e conectando que ela trabalhava com eles.

- Por favor Almirante - repetiu Nathan.- Lena trabalha para nós e logo terá explicações. 

Lena olhou balançou a cabeça para Yang conformando e por fim restou a Yang concordar e em seguida ele foi conduzido para um painel.

 

ULYSSES

Um oficial avisou a Schönkopf:

- Chamada de uma nave desconhecida, mas com códigos da nossa frota.

- Abram o canal.

Lena apareceu e informou imediatamente:

- Walter informo que salvamos o Almirante Yang - aquelas palavras encheram o coração de Schönkopf de alívio e Julian começou a chorar, mas de alegria e abraçando Mashungo. - Vou passar para ele - Yang apareceu na frente deles. 

- Almirante - disse Julian alegre.

- Não foi desta vez, mas foi bem próximo. Eu e alguns conseguimos, mas infelizmente outros não.

- Mas onde estão? Não vemos nenhuma nave.

Yang coçou a cabeça.

- Algo complicado que não sei explicar ainda, fomos atacados por cultistas.

Julian perdeu o equilíbrio.

- Foi por minha causa, por investigar na Terra?

- Creio que não Julian. Mas por enquanto é melhor dizerem que morri, eles devem pensar que foram bem sucedidos. Apenas aqueles que temos absoluta confiança em Iserlohn devem saber que permaneço vivo. É uma ordem.

Eles estranharam, mas aceitaram. Julian questionou:

- E o Almirante ficará onde enquanto isso e os outros? Em que nave está?

- Acho que ficaremos bem. Estamos a bordo daquela nave invisível.

- Então é o império -  falou Schönkopf. - Isso é um truque para aprisioná-lo.

- Acredito que não. Há muita coisa que irei tomar conhecimento e então poderei me posicionar melhor. Por enquanto é apenas isso.  Entrarei em contato assim que possível.

- Aguardaremos senhor - disse Julian.

Lena reapareceu e falou:

- Walter estaremos aqui qualquer coisa, ficaremos invisíveis para que os cultistas não suspeitem de nada. Não confiem em ninguém além de vocês mesmos, estes cultistas estão infiltrados em vários locais e o objetivo deles é matar o Almirante Yang e o Imperador, querem evitar a qualquer custo que se entendam e façam um tratado de paz, criando apenas o caos para poderem tomarem conta.

Eles ficaram surpresos com aquela fala, bem como Yang e os outros. Agora compreenderam parte daquele quebra cabeça. Por outro ficaram intrigados por Lena não aparentar o que era.

- Não se preocupem fiz uma promessa a Frederica de que manteria a salvo o Almirante e vou cumprir isso.

Schönkopf viu nela uma forte convicção. Ele testemunhou Lena lutar bravamente, mais que qualquer um de seus soldados pela vida de Yang. Ele suspirou e apenas respondeu:

- Vou deixar o Almirante aos seus cuidados. Mesmo sem saber quem você realmente é. Mas acredito em você.

- Obrigada Walter tão logo o Almirante se inteire de tudo ele falará com vocês. Dieter e eu levaremos a tripulação remanescente para a Ulysses, Blumhardt e Soul ficarão por aqui com vossa Excelência. Dissemos a tripulação de Leda II que estávamos aguardando a chegada da Ulysses, que houve um ataque dos cultistas e tínhamos que abandonar a nave o mais rápido possível antes da destruição. Por favor, mantenha esta versão até conversarem com o Almirante Yang. - Lena respirou e apenas complementou - sobre quem sou, eu apenas posso dizer por enquanto que sou uma Attenborough. Lena Attenborough, esperei muito este momento para lhe dizer Walter.

Ela desligou a comunicação, não se sabia qual dos dois lados ficou mais estupefato.  Nathan disse:

- Muitas outras revelações o aguardam Almirante. Uma longa história.

- Uma Attenborough????? - questionou Yang espantado - como??? Alguma parente de Dusty?

- Tudo será explicado - falou Nathan - Por favor Almirante nos acompanhe até a ponte de comando. Tem uma pessoa querendo vê-lo.

Aquilo estava muito pior do que as batalhas que enfrentara, ele sempre tinha o controle de conjecturar o que aconteceria e ali ele estava completamente às cegas. Cada momento era uma revelação bombástica.

Lena, Yang e os dois oficiais se dirigiram atrás de Nathan. Ao adentrarem na ponte estava Kircheis já com o uniforme do Império. Mas os olhos de todos ficaram cravados para uma única figura que estava ao centro brilhando, era o Imperador.

Yang, Soul e Blumhardt prestaram continência e Reinhard respondeu.

- Uma longa jornada para nos reencontramos novamente - disse o jovem loiro - parece que querem nos tirar de cena.

Neste momento Elizabeth apareceu com seu uniforme prata e disse:

- Bem vindos a bordo Almirante. Fico feliz que estejam todos bem e pedimos desculpas, pois não conseguirmos salvar todos - ela se referiu a comitiva que foi receber os passageiros da nave imperial e outros mortos. - A situação é realmente crítica, estes cultistas têm como objetivo assassinar vossas Excelência e Majestade, não importando quantos inocentes matem - os olhos dela ficam irados e Siegfried via o mesmo jeito de Reinhard. Ela olhou para Yang e disse - desculpe minha falta de educação e de todos. Revelar nossos nomes implica em várias coisas a serem explicadas. Bom, antes gostaria de pedir a Vossa Majestade que vá descansar - ela olhou para Reinhard e disse em voz doce- por favor, já excedeu o que podia fazer por hoje.

- Irei Elizabeth, a conversa será bem longa Almirante Yang - ele olhou para seu rival - sugiro que ouça tudo de cabeça aberta e tenha certeza de que tudo é verdade, eu já comprovei com meus próprios olhos, por mais que eu não acreditasse - ele retornou para Elizabeth - pena Richard não estar aqui, o convenceria mais rápido.

- Alguém precisa ser o Imperador - ela sorriu.

Reinhard fez uma leve referência com a mão e saiu do local para seus aposentos.  Elizabeth se virou para Yang.

- Não se preocupe, vocês ainda terão muito a conversar e se acertarem, nem que eu tenha de trancá-los num quarto e jogar as chaves fora - ela sorriu.

Yang retribuiu o sorriso. Ele sentiu que queriam mesmo que as coisas se resolvessem, mas agora queria respostas.

- Srta... - Yang começou a falar, mas foi interrompido.

- Vou me apresentar melhor, meu nome é Elizabeth von Lohengramm, neta de Reinhard e venho do futuro, assim como todos, exceto o Almirante Kircheis e o Imperador- Yang arregalou os olhos, assim como os outros oficiais, o Almirante coçou os cabelos com seu tique.

- Realmente acho que o Imperador estava correto - Elizabeth fez sinal e os levou para a sala de reuniões da Barbarossa e lá explicaram todos os detalhes, mostraram vídeos, tudo que podiam.  Siegfried não participou da reunião apenas Nathan e Elizabeth. Sabiamente Lena trouxe chá e café para todos, mas saiu logo em seguida.

Yang estava experimentando o fantástico, e tudo que ela dizia por mais absurdo que fosse lhe soava totalmente coerente. Elizabeth pediu numa determinada altura da conversa para que aos oficiais aguardassem em outra sala, ela tinha algo confidencial a conversar com Yang. Eles obedeceram, mas apenas após Yang consentir. Após ficarem apenas os três, Yang, Nathan e Elizabeth, ela começou a falar.

- Salvamos Reinhard em Vermillion porque não era hora dele morrer, ele precisava unificar o universo. Mas ele necessita de você também, mesmo que ele não admita. Seus ideais políticos, Almirante Yang, prosseguem pela nossa era. Ainda não somos perfeitos, mas estamos caminhando. - Ela contou o que acontece na história com a morte real dele e como Julian chegou em Reinhard e por fim o desenrolar dos acontecimentos até a morte de Reinhard. Sobre isso ela pediu sigilo, pois Reinhard ainda não sabia os detalhes. - Nós temos uma Monarquia constitucional, o poder político fica nas mãos do primeiro ministro e seu poder é controlado pelo parlamento. O poderio militar fica nas mãos do imperador que tem como dever proteger os cidadãos.  É claro que como disse ainda estamos caminhando e ainda temos problemas de não deixar a política cair na corrupção. Mas como disse estamos tentando- ela baixou os olhos- esta é minha missão como Kaiserina. Mas acima de tudo preciso salvar a humanidade, isso é a prioridade máxima.

Yang sentiu uma satisfação tão grande de ouvir estas palavras. Ele compreendeu por que Reinhard apesar das ambições aceitou muitas das ações dela.

“Os herdeiros Lohengramms parecem promissores” - pensou Yang.

- Não disse ainda tudo isso a Reinhard, apesar dele ser o mais aberto entre os ditadores, ainda é um ditador e não será fácil haver uma modificação imediata, mas é necessário plantar uma semente para florescer lá na frente. Os republicanos foram os que deram apoio a Reinhard na guerra civil e estão em cargos dentro do império e minha avó e futura Kaiserina é ligada a eles. Inclusive a parte política ele deixará nas mãos dela e será o melhor caminho. Siegfried fará um esforço para convencê-lo também.

Elizabeth explicou sobre os cultistas e suas reais intenções.

- Acho que entende Almirante como historiador o porquê estamos o mais próximo da linha temporal original possível e porque as mortes devem manter suas aparências. Além disso, precisamos de sua ajuda para quando vier o verdadeiro inimigo.

- Eles já chegaram?

- Não. Eles vão vir após uma rebelião que ocorrerá no império e o nascimento do herdeiro, Reinhard não deve saber disso também, por enquanto.

Yang compreendeu e já tinha previsto que algo como uma rebelião interna no Império poderia acontecer.

- Os cultistas acharão que com as várias mortes, principalmente a sua e o enfraquecimento do Império poderão chegar até Reinhard debilitado e acabar com ele. Por isso temos trabalhado duro para prosseguir com tudo como deve ser, senão eles podem chegar antes do previsto. Eles não vão contar que o Almirante e Siegfried e Vossa Excelência estejam vivos. Com vocês em ação, os maiores estrategistas desta era, não há como perdemos, o seu presente e nosso futuro dependem disso. - ela fez uma pausa e continuou - Almirante é importante que fique conosco até tudo terminar, teremos que forjar sua morte, é a única forma de preservar a linha do tempo. É para sua segurança também. Temos pouco efetivo, viemos em três naves apenas para varrer de Odin a Heinessen. Não temos como assegurar uma segurança efetiva.

Yang a olhou bastante reflexivo, absorvendo e analisando.

- Não sei Almirante como tratará com seu pessoal, mas sugiro que só os de confiança saibam que está vivo e sobre o que conversamos. Não preciso dizer a importância disso tudo.  Deixe a linha do tempo seguir como deve ser. Julian deve assumir seu posto e Frederica seguir a área política, inclusive ela deve tratar com Reinhard em algum momento. Lena de certa forma já a preparou para este momento.

- Como assim? - perguntou Yang - ela sabia de tudo?

- Sim, foi necessário para salvá-lo em Heinessen.

Novamente ele coçou a cabeça.

- Sei que lhe desagrada isso, mas se tivesse morrido neste momento, seria este o rumo que as coisas seguiriam e naquele momento deu tudo certo. Confie neles e seja mais flexível.

Yang sempre quis proteger Julian, mas talvez fosse hora dele criar asas e crescer, era isso que um pai deveria fazer aos seus filhos. E Frederica era uma mulher que sempre ficou ao seu lado, mas nas sombras, talvez fosse hora também dela mostrar seu verdadeiro brilho.  

- E a Tenente Hélene..ou melhor Lena Attenborough? É parente de Dusty Attenborough?

- Sim, ela é neta dele.

De novo mais uma surpresa.

- A conversa foi longa e vocês devem estar cansados, vamos levá-los  aos seus alojamentos. 

Yang estava mesmo cansado e foram muitas informações. Ele precisava refletir e descansar.

 

No dia seguinte depois de ficar horas na cama olhando e pensando, ele concluiu que não havia outro caminho.

“Acho que ele também chegou a mesma conclusão” - Yang pensou se referindo a Reinhard

“Eu cheguei muito perto da morte e acabaria virando o que eu não queria, um mártir.” - Yang meditou sobre si mesmo, sua importância naquele contexto todo e por um momento ele relembrou as palavras de Walter sobre ele não ter confiança em si mesmo. Para ele apenas parecia ter sorte e aproveitar as oportunidades. Então se recordou sobre o que Elizabeth dissera sobre seu futuro e nele havia um Yang que ele ainda não acreditava.

Ele se levantou um tanto perdido, haviam deixado uniformes da Aliança em sua cabine então aproveitou para tomar um banho e tentar ficar um pouco apresentável. Timidamente ele saiu pela porta a procura da direção a seguir. Mas uma moça apareceu e lhe auxiliou. Após um bom desjejum Yang pediu para ir até a ponte de comando e lá encontrou Nathan.

- Descansou bem Excelência?

- Sim, gostaria de pedir permissão para contatar Ulysses.

- Com certeza. Lena o levará.

Lena ali próximo se aproximou, levou Yang para o painel para contatar Ulysses em canal privado.

- Excelência por aqui, por favor.

- Que surpresa esta de ser neta de Attenborough. Pensávamos nele como um solteirão convicto. - ele sorriu.

- Minha avó digamos foi bem persuasiva.

Ela tinha levado a tripulação de Leda II para Ulysses, mas nem desceu da nave, deixou Dieter resolver as coisas por lá, ainda não queria encarar Julian e Walter.

Yang parou na frente da tela e Lena saiu deixando-o a vontade. Foi uma longa conversa e instruções de Yang para Schönkopf e Julian.

- O imperador está aí?

- Sim, e será a chance de resolvermos as coisas como queríamos. Vou passar todas as instruções, vocês levarão Brumhardt, Soul e Lena para ela barrar os cultistas infiltrados e bom meu funeral deve ser feito. Irei ter uma conversa inicial com o imperador, mas detalhes políticos acredito que serão feitos posteriormente. Ficarei aqui com eles até a chegada dos inimigos reais e depois decido o que farei. Nosso inimigo agora está além do império.

Yang se sentia estranho, com Reinhard ele sabia o que realmente esperar, mas naquela situação, este inimigo era imprevisível.  Yang olhou para Julian e afirmou que ele deveria assumir seu posto.

- Assumir seu lugar ? - questionou Julian Mintz

- Sim e só você será capaz disso.

Schönkopf concordou e disse que faria a sugestão aos outros e sabia que iriam concordar. Yang explicou que na história seria isso que ocorreria e eles deveriam se manter o mais próximo disso.

- E Iserlohn?

- Acho que ficaremos mais um tempo até tudo terminar. Depois trataremos com o Império. O imperador Reinhard entendeu a situação e duvido que ele queira mexer nisso agora.- Eles acabaram mudando de assunto para outro bastante surpreendente.

- Lena Attenborough - Julian mencionou - quero ver a cara do Dusty.

- Ela daria uma excelente Rosen Ritter - disse Schönkopf.

- Parece que o solteiro convicto não ficará neste papel por muito tempo - disse Yang- uma pena que eu não estarei lá para ver a reação dele.

Eles riram e encerram as conversações.

A Ulysses algumas horas depois partiu rumo a Iserlohn com Lena a bordo. 

 

Yang chegou timidamente ao refeitório que indicaram e em uma grande mesa estavam sentados Kircheis e Reinhard. Sem cerimônia Siegfried chamou Yang para se sentar com eles.

- Conseguiu resolver tudo Almirante? - indagou Siegfried.

- Acredito que sim, até mesmo meu funeral, nunca pensei em fazer isso vivo.

- Kircheis falando nisso, preciso pedir para alguém do império ir. O que acha do Almirante Muller,  Almirante Yang ?- Reinhard perguntou.

- Excelente ele é um dos Almirantes seus que mais admiro, ele me recebeu a bordo da Brunhild em Vermillion.

Reinhard acenou com cabeça concordando. Muller era um jovem que chegaria logo ao nível de Mittermeyer e Reuenthal.

- Precisamos combinar uma conversa. Kircheis me explicou que a representação política você prefere que seja tratada com sua esposa.

- Sim Majestade.

- Eu entendo, acho que iremos discutir várias coisas teremos tempo até chegar a Phezzan.

 

ISERLOHN

Lena teve várias conversas com Julian, Machungo e Schönkoft. Ela explicou o que aconteceu e sua relação com Dusty.

- Uma Attenborough quem imaginaria? - disse Schönkopf a Lena. Julian estava ao lado acompanhando a conversa com Mashungo.

- Sim Walter, sou neta dele - ela relatou sua vida e infância ao lado do avô - eu não consegui me aproximar de Dusty como me aproximei de vocês.  É muito difícil pra mim, mas acho que agora não terei escolha.

- Somos uma família Lena, vamos ajudar, mesmo tudo isso sendo surreal demais - disse Julian. - O maior entrave será convencer os outros, já que nós mesmos não absorvemos tudo isso.

Eles ficaram preocupados com o que estava por vir. Teriam de seguir as ordens de Yang e chegar em Iserlohn.  Em um local privado, Lena e Schönkopf conversavam sobre o que todas aquelas experiências tinham a afetado.

- Walter eu escuto as vozes, gritando, e logo o planeta inteiro destruído.

- É por isso que não consegue se controlar.

- Sim. Nathan me ensinou muita coisa, mesmo assim é difícil. Associado a isso tem minha história com meu avô, para mim ficar perto dele é doloroso porque me traz lembranças tristes.

  Schönkopf entendia que aquilo que ela sentia eram marcas de guerra, ele já tinha visto soldados ficarem loucos por isso.

- Enquanto estiver conosco eu vou te ajudar.

- Obrigada Walter. Sabia que podia contar com você. - ela sorriu.

Após alguns dias chegaram finalmente a Fortaleza. Uma reunião de emergência foi solicitada, Lena e os outros não conversaram com ninguém, nada seria dito até se reunirem com todos. Passada algumas horas, a sala de reuniões já estava preparada não podiam perder tempo. Mashungo, Julian, Schönkopf e Lena se dirigiram para lá, ao entrar ela viu Frederica e acenou com a cabeça, como dizendo que tudo estava bem.

Lena respirou fundo, era hora de se revelar. Ela conferiu toda a segurança da sala e conseguiu bloquear alguns pontos.

- Está tudo seguro Julian - Lena avisou.

Muitos estavam impacientes como Poplan e Attenborough.

- Onde está Yang? O que aconteceu? Por que este mistério todo?

- Antes de dar estas respostas quero mostrar algo a vocês importante - falou Julian, ele se aproximou de Dusty e com um aparelho ele pediu a ele - preciso da gota de seu sangue.

- Para que isso Julian?

- Você e todos entenderão, está tudo bem. Vamos - Dusty meio receoso colocou o dedo naquela máquina. Julian se aproximou de Lena e ela colocou o dedo ali também, sentiu uma leve picada. - Senhores este é nosso aparelho de DNA, quero que vocês observem o resultado de compatibilidade. Ele projetou para todos o resultado, 100% de combinação. Era a prova de que ela tinha conexão com Attenborough.

- Quem é você? - perguntou Dusty completamente surpreso- alguma parente minha e o que isso tem a ver?

- Tudo - diz Julian, ele retirou do bolso a chave da sorte que Dusty lhe dera. - Devo devolver isso a você. Uma pessoa importante deverá receber isso.

- Não estou entendendo mais nada.

Lena se levantou e foi até a ponta da mesa e olhou para Dusty.

- Meu nome real não é Hélene. - ela retirou de seu uniforme a mesma chave que Julian entregara a ele, mas estava bem mais velha a que ela segurava. - Meu nome real é...Lena - ela tinha dificuldades de falar, olhou para Schönkopf que acenou com a cabeça, como que dizendo pra prosseguir, e então disse firmemente. - Lena Attenborough, neta de Dusty Attenborough, vim do futuro para evitar uma catástrofe. Nós salvamos o Almirante Yang das mãos dos cultistas.

Dusty abriu a boca perplexo e ficou com os olhos arregalados.

- Isso só pode ser brincadeira né?  - falou Poplan. - viagens temporais não existem. - O Almirante Yang deve estar querendo pregar uma peça em nós. E Attenborough fazer um filho? Sem chance.

- O Almirante Yang confirmou a história também e está a bordo da nave deles - disse Julian.

- Ele deve estar sendo coagido por alguém do império, deve ter sido feito refém - afirmou Poplan.

Frederica se levantou e falou:

- Parem, é tudo verdade, confirmei com meus olhos. Eles usaram a tecnologia avançada deles para salvar a mim e o Almirante Yang em Heinessen. E Yang ia morrer agora nas mãos dos cultistas.

Mesmo assim todos ali presentes tinham dúvidas, era algo inverossímil. Dusty estava com os braços cruzados, era claro que ele duvidava. O silêncio em toda a sala foi apenas quebrado por Lena.

- Dusty Attenborough - ela o encarou de novo - Seu pai queria que você honrasse o último desejo de seu avô que era se tornar um militar, mesmo você querendo ser jornalista. Seu pai acreditava que você era a reencarnação de seu avô.

Ela continuou sem parar ou respirar.

- Este amuleto era chamado de virtude miraculosa, e por causa disso este objeto salvou a vida de seu avô muitas vezes. Uma vez ele colocou esta chave no bolso junto ao peito e isto o salvou de uma bala.  Porém a chave não tinha traço de bala, seu pai ficou irado quando você questionou isso. Ele desejou que não tivesse êxito nos exames da universidade e isso aconteceu. Você ficou furioso com ele, Esta história foi contada ao Almirante Yang quando iam jantar na casa de Alex Cazelne e sua noiva na época.  Militarmente você sempre se achou sem talento, mas Yang sempre viu algo e ele estava certo, você é um dos melhores dentro da Aliança. E o que você sempre mais sentiu falta foi de sua família, esta aqui. Droga...- ela bateu na mesa a sua frente e direcionou o olhar para  Dusty, ele descruzou os braços perplexo- olhe nos meus olhos, eu sou sua neta, acredite em mim. Você me contou estas histórias várias vezes quando eu era pequena - ela respirou, havia perdido o fôlego ao explicar tudo.

Dusty estava surpreso demais, haviam coisas que ela disse que nem mesmo a Yang ele tinha contado tudo. O teste de DNA, tudo era tão evidente, mas ao mesmo tão impossível.  Ele se levantou e colocou as mãos na cabeça.  Ela começou a se virar e dizer a todos.

-  Eu viajei junto dos meus companheiros, ariscando minha vida para salvar a vida de 40 bilhões de pessoas. Odin e Phezzan explodirão daqui 50 anos e a causa está aqui no passado. Temos tecnologia no futuro para viagem temporal. O próprio Almirante Yang comprovou com seus olhos, ele não é refém, ele apenas não pode aparecer para sua própria segurança.

Ela tirou do bolso um dispositivo que projetou imagens acima das cabeças deles, ninguém nunca tinha visto tal coisa. As imagens foram aparecendo. Nele uma garotinha pequena junto a um velho, era irrefutável que era Dusty mais velho e ela menor.

- Eu viajei de volta no tempo principalmente para ter mais uma chance de revê-lo e dizer o quanto foi importante pra mim na minha vida e que eu ...eu ...o amo, mesmo que não entendesse nada.

Dusty olhou com os olhos arregalados, o olhar dela era o mesmo do seu pai, abaixou a cabeça e deu a volta na mesa e se aproximou dela.

- Estou confuso, mas eu quero acreditar - ela sem se conter o abraçou, ele timidamente retornou o abraço.

Frederica e Julian se olharam e sorriram. As pessoas tenderam a acreditar e a escutar Lena, se Dusty era capaz de aceitar, eles poderiam também.

- Então vamos lá depois desta melação toda, eu ainda não acredito que o Attenborough vai pegar alguém e ter filhos - disse Poplan - Mas vamos explique melhor esta história de Odin e Phezzan indo pelos ares.

Lena se afastou de Dusty um pouco e voltou sua posição mais séria e começou a explicar absolutamente tudo desde o início. Na parte em Vermillion, Dusty ficou realmente frustrado.

- Não acredito, íamos vencer.

- Pela história o Império ganhava e Reinhard não podia morrer, vocês precisam entender que a única chance da democracia viver é com ele, por mais paradoxal que seja. Até mesmo o Almirante Yang sabe disso. Tanto que ele está com o imperador neste momento traçando o tratado de paz.

Eles todos ficaram surpresos.

- Como?

- Sim, nós levamos o imperador Reinhard a bordo da nossa nave e o Almirante Yang está lá também, o local mais seguro do universo. Nenhum cultista poderá atrapalhar - ela contou o desenrolar de tudo e a lógica por trás de manter a linha temporal intacta e suas consequenciais.  Mas o que mais assustou era o que estava por vir. Tudo parecia mais sombrio depois das revelações.

- E agora? - indagou Cazelne.

- Vamos seguir o que o Almirante Yang determinou, primeiro resolver a questão do tratado de paz, mas ao mesmo tempo a morte do Almirante Yang deve ser confirmada para que os cultistas ataquem seu último alvo, o Imperador. Lá poderemos dizimar eles. Enquanto isso Julian assumirá o lugar do Almirante, era isso que acontecia na história e a Tenente Frederica representará a parte política. Tanto que será ela e o Almirante que se sentarão junto ao Imperador para resolverem o tratado final, por princípios os senhores sabem que Yang não decidirá nada relacionado a parte política. - Lena continuou - Heinessen deverá ter liberdade política, isso acalmará o povo e trará paz. O restante caberá ao próprio Almirante Yang decidir. Sei que é muita coisa, mas peço que mantenham sigilo absoluto sobre todas as informações aqui colocadas. Mesmo que acarrete consequências isso tudo.

- O Almirante Yang deu ordem explicitas para fazermos desta forma - disse Julian

- Acho que temos um funeral pra realizar - falou Frederica.

 

BARBAROSSA DO FUTURO

A viagem para Phezzan se dividia entre Yang, Reinhard e Siegfried discutirem o futuro e contarem várias histórias.  Yang começou a conversar contado situações que fizeram Siegfried e Reinhard rirem. Nunca imaginariam que uma pessoa como Yang fosse tão desastrada.

Elizabeth num dos dias veio até Barbarossa com algo inusitado para o café da tarde. Num sofá confortável Yang estava sentado de um lado e Reinhard do outro e entre eles uma mesa. Elizabeth colocou o tabuleiro na mesa entre os dois. Era um xadrez tri-dimensional. Siegfried olhou surpreso e sorriu.

- Queria muito ver isso - disse Elizabeth.

- Eu aceito o desafio - falou Reinhard com um leve sorriso.

- Acho que vou perder de lavada - disse Yang coçando a cabeça - mas vamos lá.

- Você se subestima Almirante, mas gostaria de derrotá-lo - afirmou Reinhard.

- Vamos ver Majestade.

- Aposto 100 marcos no Almirante Yang - disse ela rindo.

- Elizabeth! - exclamou Reinhard. E todos riram.

A partida seguiu, mas terminou empatado após um longo tempo.

 

Tinha dias que Reinhard ainda caia devido a doença, nestes dias Yang passava para simplesmente conversar não apenas sobre o tratado de paz, mas outros assuntos e aos poucos eles iam se conhecendo melhor e os percalços que traçaram até chegarem ali.

- A Aliança não lhe tratou como deveria Almirante Yang e mesmo assim defende o sistema da democracia?

- Eu entendo sua visão, mas nem sempre todo sistema democrático será corrupto. É necessário criar gatilhos para minimizar isso. - Yang entendendo melhor o perfil de Reinhard explicou. - Como Vossa Majestade mesmo diz pessoas com mérito e capacidade devem assumir as lideranças, o que deve ocorrer é isso, mas dentro da democracia.

- E como sugere que isso deva ser feito?

- A escolha é do povo, então cabe conscientizá-los, através da educação. Só então terão discernimento para escolherem corretamente.

Eles conversam prós e contras de ambos os sistemas e como seria um caminho do meio, Siegfried estava ali sempre como mediador, mas na maioria das vezes isso nem era necessário. Os dois apesar de antagônicos se respeitavam e ouviam um ao outro. Sabiam que o rumo da humanidade no futuro dependia deles tentarem se compreender e chegarem a um consenso. Ambos os lados teriam que ceder, mesmo que isso fosse mais difícil para Reinhard. O imperador sabia que a parte política ele não deveria decidir sozinho, caberia a sua futura Kaserina, ela teria o papel determinante. E mais uma vez Reinhard tinha a convicção que seria Hilda. O imperador nestas horas não sabia definir o que realmente sentia por ela. Todavia era fato que quando ela estava longe tudo parecia chato, sentia falta dela.

Finalmente chegaram a Phezzan, eles se separaram. Reinhard teria outras situações a enfrentar. Elizabeth confidenciou apenas a Yang que a revolta que estava por vir no Império seria causada por Reuenthal.

- É uma pena alguém do calibre dele se perder assim.

- Não podemos salvá-lo Almirante, sua própria ambição vai destruí-lo. Nathan e Zimmermann irão seguir para Heinessen.

Yang já sentia saudades de Frederica e Julian. Sempre quando podia entrava em contato para saber como estavam. De resto as negociações caminhavam bem.

“Eu poderia estar morto de verdade agora e parece que virei lenda” - ele se olhou no espelho. - “Não, não combina comigo isso.”

Pelo lado do Império, Richard conseguiu trocar de lugar com Reinhard novamente e voltou para Brunhild do futuro. 

 



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