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História Tinha que ser ele? - Fim da dor de cabeça


Escrita por: themedici

Notas do Autor


E então chegamos ao 5/5.
É isso galera.
Agradeço a todos que acompanharam porque eu gostei muito de fazer essa história.
E é isso. Boa leitura!

Capítulo 5 - Fim da dor de cabeça


Hope acordou por volta das 8 da manhã com a claridade machucando seus olhos. Ter dormido na sala não tinha sido uma ideia realmente muito boa. Notou um peso a mais sobre si, alguém havia colocado um edredom em cima dela, fora que o pequeno Scott ainda dormia aconchegado na mulher. Cassie também dormia tranquilamente ao seu lado.

Ela levantou vagarosamente, tomando todo cuidado para que Scott não acordasse. Ela aconchegou o menino nas almofadas que anteriormente estava apoiada, cobrindo-o com o edredom. Por um momento observou os dois, Cassie era muito parecida com Scott até em seu sono. Notava que ambos tinham um singelo sorriso nos lábios, particularmente achava aquele detalhe muito fofo.

Mesmo ainda um pouco sonolenta, ela planejava já voltar para o laboratório. Insensatez? Talvez. Ela queria voltar para casa com o Lang certo, apenas.

No caminho para o laboratório de Bruce, ela sentiu o estômago se enrolar outra vez. Respirou duas vezes na esperança de que fosse apenas um mal-estar, o que não adiantou. Colocou então uma mão sobre a boca e andou mais rápido para chegar ao banheiro mais próximo dali. Por sorte havia um lavabo perto da cozinha.

O gosto amargo em sua boca era agoniante, sentia como se sua garganta ardesse. Quando sentiu que não conseguiria colocar mais nada para fora foi quando levantou para então se recompor. Amaldiçoou Scott de todas as formas possíveis por aquilo estar acontecendo.

Quando saiu do lavabo, notou que alguém já estava na cozinha. Era Bruce, ele tinha um sorriso terno nos lábios enquanto colocava algumas coisas no liquidificador.

— Bom dia, Hope.

— Bom dia — A mulher apoiou os cotovelos no balcão, tentando dar um sorriso minimamente animado. — Ainda falta muito?

— Na verdade eu já terminei — Bruce falava calmamente, o que não impediu da notícia ter sido uma surpresa para Hope.

— O que? Como assim? — O espanto era explícito na voz e na expressão dela. — Quando?

— Depois que você e o despachinho dormiram, fiquei até mais tarde terminando tudo. Até testei com o Bucky, está tudo bem certinho.

— Graças a Deus. — O sorriso de alívio dela era evidente e espontâneo. Hope passou ambas as mãos pelos cabelos, não imaginava que iria ficar tão aliviada com aquela notícia.

Mas logo o sentimento de culpa a consumiu. Apesar de tudo, ela havia se apegado ao pequeno Scott. Não achava justo comemorar que ele iria embora dessa forma, e foi aí que expressão de desapontamento dela não passou despercebida por Bruce.

— Hope?

— Eu vou sentir falta.

— Quando estiver pronta, então.

Ela apenas assentiu com a cabeça. Queria se despedir apropriadamente do menino.

Hope ficou sentada próxima ao sofá onde Scott dormia, apenas o observando. Esperaria que ele acordasse antes de o levar para a máquina.

Ele acordou cerca de meia hora depois, e nesse meio tempo grande parte dos moradores do Complexo já estavam de pé, principalmente aqueles mais envolvidos com todo o acontecimento com o pequeno Scott.

Hope fez o café da manhã para ele, o mandou tomar outro banho. Claro que ele fez isso tudo reclamando, se assim não fosse não seria o Scott. Quando Cassie acordou, Hope teve o mesmo comportamento. Enquanto Scott não estava ali, ela se sentia responsável pela menina também.

— Olha, eu gostei de te ter aqui, mas você precisa voltar para a sua mãe. — Ela dizia enquanto ia com ele para a sala de Bruce, o garoto não estava gostando nada daquela ideia.

— Mas eu não posso ficar aqui? — Ele estava chateado, e aquilo doía mais em Hope do que ela mesma imaginou.

— Infelizmente não. — Ela então parou, dobrando os joelhos para ficar na mesma altura que ele. — Você precisa voltar.

— Você não pode vir comigo? — Hope via que o garoto estava segurando o choro, na verdade ela mesma também estava segurando.

— Quem me dera — ela tirou alguns fios de cabelo da frente do rosto dele, deixando a mão sob a bochecha dele. — Promete que vai se comportar lá?

— Não, só se você vier. — Ele então fechou a cara, cruzando os braços também. Ela riu baixo com a reação dele, já tinha noção do quão birrento o garoto era.

— Scott, por favor... — Hope então o puxou para um abraço.

Ela o abraçou com força, escondendo o rosto no ombro do menino. Ele se agarrou a ela com força também, definitivamente não queria ir. Scott fungava um pouco, e aquilo só doeu mais em Hope, esta que já deixava algumas lágrimas caírem.

Hope então sentiu uma mão em seu ombro, era Cassie. Ela avisava que já estava tudo pronto. Cassie também se despediu do pequeno ali mesmo, apesar de também estar dividida por ter gostado do menor, ela queria seu pai de volta.

Quando as duas finalmente chegaram à sala de Bruce, estavam ali também Sam, Maria e Bucky. Os 3 também queriam dizer tchau para Scott, embora Sam ainda quisesse jogar o menino no lixo por ter quebrado o Asa Vermelha.

Scott limpou o rosto com as costas da mão para ninguém ver que ele estava fungando e deu um abraço em cada um ali. Primeiro Maria, em segundo Bucky, em terceiro Bruce e Sam por último. Depois de ter se despedido de todos, ele correu de volta para Hope, abraçando-a novamente.

— Promete que não vai esquecer de mim? — Ele perguntou em um tom choroso.

— Mas é claro que não vou esquecer de você.

Hope beijou a testa do pequeno antes dele finalmente ir para dentro da máquina. Scott tinha um olhar triste, mas ainda assim sorriu e acenou para todos, estes que acenaram de volta.

Quando Bruce acionou a máquina, o pequeno Scott se foi. Nesse momento Cassie abraçava Hope quase que em um consolo.

— Lembrando, aquele não era exatamente o nosso Scott, então não descontem no nosso tudo o que a peste quebrou, certo? — Bruce alertou, sabia bem que a gritaria seria grande ali quando o Scott mais velho voltasse.

Todos assentiram. Foi aí que Bruce acionou a máquina novamente, torcendo no fundo do coração que dessa vez o Scott certo viesse. Ficaram apreensivos quando demorou um pouco mais do que deveriam, e o suspiro de alívio geral pode ser ouvido quando viram o corpo do Scott maior ser praticamente jogado na dimensão deles. Se tudo estivesse correto, havia acertado.

Cassie foi a primeira a correr até ele, abraçando-o. Ele estava desorientado, como sempre.

— Papai! — A garota não deixou nem mesmo ele se situar, havia praticamente pulado em cima dele.

Ele até tentou se levantar, mas acabou por cair de novo por conta de Cassie. Scott estava meio zonzo.

— Ei... oi... — Não era difícil notar a situação dele.

Cassie então abriu espaço para que Hope se aproximasse. Ela tinha a testa franzida, e assim que chegou mais perto do homem, o estapeou forte na nuca, o que foi realmente uma surpresa para todos ali.

— Seu idiota! — O tom de voz dela era sério, e aquilo além de assustar Scott, o fez ganhar um norte de onde estava.

— Caramba Hope, a pessoa tá aqui numa boa aí vem a outra e... — ele começou a tagarelar, mas foi interrompido por Hope também.

Antes que ele terminasse a frase, ela o puxou para um beijo. Puderam ouvir um assovio vindo de alguém que estava ali, mas no fundo nenhum queria saber quem foi. O beijo durou pouco, Hope segurava no rosto dele e isso facilitou para que se afastasse.

— Você é um imbecil.

— Olha que bela essa recepção. — Sam comentou, não conseguindo segurar o riso.

— Gente, vocês não vão acreditar, eu tive um sonho muito bizarro. — Scott balançava a cabeça enquanto falava. — Foi muito estranho mesmo.

— Prossiga — Bruce o incentivou. Hope fez uma careta com aquilo, Scott tendo sonho estranho era muito suspeito.

— Eu tava aqui com o verdão né, aí sei lá, tudo apagou, e do nada vocês eram maiores que eu. — Ele balançou a cabeça novamente, franzindo o rosto em uma careta muito mais estranha do que normalmente. — Aí do nada ficavam me pegando no colo, eu acho que quebrei alguma coisa... é normal alguém sonhar com isso? Falar isso em voz alta soa ainda mais tosco, deixa quieto. E eu ainda falei pra ti que ia te pedir em casamento, e aí... eita, agora que entreguei mesmo.

Todos estavam intrigados e boquiabertos. Entreolhavam-se querendo saber quem seria o primeiro a falar alguma coisa.

— Então era você mesmo! — Hope deu um tapa fraco no braço dele. — E ainda se entregou duas vezes!

— Peraí, peraí, aquilo aconteceu mesmo?!

— Sim. — Todos na sala responderam em uníssono, o que fez ele ficar um tanto quanto apreensivo em perguntar os detalhes.

— Tá, já que me ferrei bonito mesmo, podem ir falando.

— Tem certeza disso? — Cassie fazia uma careta como quem dizia “melhor não”.

— Tenho, só manda.

— Primeiro o Bruce te transformou em criança e te mandou pra casa, chegando em casa a Hope surtou. — Cassie começou. — Aí lá você olhou pra uma foto sua e se chamou de feio.

— Mas que absurdo, eu sou lindo!

— E depois de se chamar de feio ainda achou o anel e me entregou – Hope continuou, claramente irritada, embora estivesse assim só por fora. — Daí começou a falar que era valente o suficiente para peitar o Bucky e o Bruce.

— Um peteleco dos dois você saía voando, sério mesmo, parecia uma tripa de tão magro – Cassie complementou.

— E chegando aqui você disse que como você era feio, Hope deveria casar com o Bucky, que pra você era bem mais bonito que você mesmo. — Maria comentou, fazendo alguns ali rirem por isso.

— Foi muito insistente mesmo, até cogitei realmente te trocar por ele – Hope falou como se fosse algo simples.

— Não, não, claro que ele não é mais bonito. — Scott então conseguiu se levantar, usando um tom indignado para falar. — Eu sou perfeito. Muito melhor que esse aspirante a Tarzan. E como assim você quis me trocar por ele? Que absurdo Hope.

— Depois disso você e o meu suposto noivo deram jeito de quebrar a parede de vidro da sala – Hope continuou, arqueando uma sobrancelha —, inclusive os cacos ainda estão lá pra você limpar.

— Aí você ainda cortou a mão e sujou a cozinha toda, de nada por ter limpado por ti. — Sam tinha uma expressão de indignado também, Scott deu um sorrisinho ao escutar isso, o mesmo que dava quando era menor e queria se safar de algo.

— E com a mão cortada quis me fazer de cavalinho dizendo que era superior — Bucky completou, deixando Scott boquiaberto.

— Aí o esclerosado vai e dá o meu Asa Vermelha pra você brincar dizendo que ia estar tudo bem. Resultado? Você quebrou a minha criança. Destruiu quase tudo! – Sam então arqueou as duas sobrancelhas. – Você que vai consertar, eu aviso logo.

— Ei! Esclerosado é pesado. — Bucky reclamou claramente chocado com a palavra usada.

— Ele não tá mentin...

— Scott, nem termina essa frase. Não agora. — Maria o interrompeu, balançando a cabeça negativamente.

— Mas eu diria que ele tá mais pra um acéfalo. — Scott falou bem rápido, recebendo um olhar repreensivo de Hope, um riso baixo de Maria e o dedo do meio vindo de Bucky.

— Não esqueçam que ele na hora de comer ainda ficou esnobando o Sam e o Bucky dizendo que a comida deles era horrível. — Cassie pontuou, recebendo aprovação dos dois homens. — E depois disso chorou dizendo que queria ficar no colo e fez a Maria ficar te carregando até que dormisse.

— Eita, logo a Maria? — Scott passou uma mão na cabeça, sabendo que tinha feito porcaria.

— É, logo a Maria — Hope confirmou, revirando os olhos. — Me espanta ela não ter te afogado, porque é o que eu tô querendo fazer agora!

— Inclusive você falou que se pegasse na briga com o Bruce, Bruce saía correndo e chorando. — Maria lembrou, Scott havia dito isso enquanto comia.

— Olha Bruce eu te amo tá? Nunca faria uma coisa dessas. — Lang fazia um coração com as mãos, enquanto olhava para Bruce, este que indicou que tudo estava tranquilo.

— Ah não esquece que você fez raiva à Hope que ela tava quase te jogando pela janela. — Bruce comentou. — Se bem que esse negócio de agressão à crianças é coisa do Rhodes, então deixa quieto.

— E ainda fez raiva a ela na situação que a coitada es...

— Chamou quem de coitada, James Barnes? — Hope o interrompeu, arqueando as sobrancelhas e o olhando com claro julgamento.

— Não, ninguém, nunca nem disse isso. — Bucky deu de ombros, tentando disfarçar.

— Bora que tu tem coisa pra consertar. — Sam o apressou.

— Não, antes ele vai me escutar — Hope levantou uma mão, articulando-a enquanto falava —, porque eu tô a ponto de matar esse miserável só com meu sapato.

— Mas Hope, eu nem fiz nada... — O olhar de todos para ele indicava que ninguém cairia naquela, ele revirou os olhos e continuou. —Eu fiz quase nada. Mas tá tudo resolvido! Você tá bem, tá todo mundo bem, ninguém se machucou... e eu nem lembro de metade dessas coisas. Dá pra dar uma folguinha né?

— Espero que ter feito uma criança em mim esteja na lista de coisas que lembra. — Hope falou de forma abrupta, o que espantou a maioria por ela ter dito tão abertamente assim. — Porque sinceramente, você já parece que vive possuído seja lá pelo que. Aí ainda inventa de ser o azarado que sempre acontece as coisas e ainda vem daquele tamanho?! Nem o Bucky ficaria assim e olha que ele é um desastre também!

— Assim ofende – Bucky falou com falso drama, recebendo um tapa no braço vindo de Maria e um olhar mortal vindo de Hope.

— Continuando, a questão é, por que sempre você? Eu sei que tem imã pra problema, mas logo agora? Minha vontade é de te bater por tudo isso, mas eu sei que não conseguiria!

— Você tá...

— Grávida? É, receio que sim, isso é realmente a única coisa que prestou atenção?

Scott então coçou a nuca, novamente desorientado. Quando menos percebeu, tudo ficou escuro de novo. Ele havia desmaiado.

— Scott!?



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